Fome




È difícil calar o grito forte da fome, ele entra pelos ouvidos e vai até o estômago e nada além de um prato de esperança, pode calar esse grito de desespero. A fome mata de inanição o orgulho do homem e depois deixa a vergonha para a sociedade.
Fome, palavra fácil de pronunciar, mas tão difícil de resolver, se alastra como uma epidemia e impossível de curar como um vírus. A fome vem acompanhada de uma vergonha que ronca nos ouvidos da sociedade e que muitas vezes fecha os olhos e se esconde atrás de bandejas cheias de egoísmo que mostram o desrespeito pelo próximo, mas no prato vazio da desgraça, o povo alimenta-se com a vontade de viver e se abriga em casas feitas de esperanças. A fome deixa as suas marcas e mostra toda a sua fúria, onde o homem é desnutrido de sonhos e dignidade. O flagelo mostra a desgraça do povo e a irresponsabilidade de políticos, que lanchando a esperança, comem o caviar e cospem seu caráter.
Às vezes os olhos mostram o desespero e a dor e a barriga chora, mas o lenço da esperança está encharcado e o jeito é soluçar de dor. "O pão nosso de cada dia nos dai hoje", muitas vezes é dito e repetido, mas esqueceram de avisar às padarias (países) cujos padeiros (políticos) enchem de fermento (dinheiro) os seus brioches (contas bancárias) e depois não repartem o bolo (dinheiro).
Dorme fome, ou melhor, cochile, para que a dor seja mais fácil de suportar, assim os filhos da miséria não vão chorar, deixando assim a mamãe (país) dormir sossegada.



"BENÇA FOME"