No final de abril visitei algumas cidades do extremo oeste do Estado de São Paulo, quase na divisa com o Mato Grosso do Sul, e pude constatar a hegemonia da cana-de-açúcar na agricultura. Rodando pelas estradas da região, vi canaviais gigantescos. Cheguei a ver o litro de álcool sendo oferecido em postos de combustíveis a preços prá lá de competitivos. A longa fila nas bombas atestava o sucesso dos carros flex. E não é pra menos – na cidade de São Paulo e em outras capitais o preço médio do litro do etanol é realmente maior.

A expansão do setor sucroalcooleiro ocorrida nos últimos anos  vem caindo pela redução na diferença para o preço da gasolina, que vinha sendo subsidiada. Por outro lado, a demanda pela cultivo de cana acaba deixando pouco espaço para outras culturas. Uma situação preocupante, pois a monocultura é prejudicial para o solo, ainda mais quando são feitas as queimadas (quando é ateado fogo na lavoura para facilitar o corte), ação que também interfere na qualidade do ar.

Ainda faltam recursos tecnológicos e consciência ecológica para um projeto agrícola mais eficiente e sustentável no Brasil. Essa é a segunda onda de produção de cana-de-açúcar no País. A primeira aconteceu no tempo do Brasil colonial, antes do movimento do café e da borracha (retirada das seringueiras) e depois da extração do pau-brasil. Então, vamos estudar um pouco mais de história para evitar a repetição de erros do passado.