Mais  pleito vai se aproximado, e com ele mais uma vez diversos temas vêm à tona, temas cotidianos, pertinentes, mas que mesmo com a troca de governos acabam se arrastando sem a devida a resolução. Porém tenho a convicção de que alguns temas dependem também, da vontade popular e do engajamento da comunidade para a devida solução de tais demandas. Por isso quando me perguntam se o Rio Grande   tem jeito, digo que com certeza. Porém, falta vontade política e participação mais efetiva da população no processo de conduzir os rumos de nosso Estado.

O Hino Rio Grandense diz “Povo que não tem virtude, acaba por ser escravo” e é assim que infelizmente o RS tem caminhado. Um povo que está desacreditado em seus governantes, insatisfeito com a economia, com a educação, com os destinos político-sociais, e que por consequência, tem trilhado o caminho da escravidão moral e chegado ao ponto da irracionalidade política. Historicamente, o gaúcho é alheio às decisões das elites políticas. Estas governam não para o povo, mas para si próprias, atendendo também pressões de grupos organizados e poderosos – como as grandes corporações econômicas e os grandes conglomerados de comunicação.

Nós temos tudo para sermos um estado de sucesso, pois temos um alto nível de empreendedorismo. Temos uma classe média que, apesar de alheia à política, suporta um ônus tributário em torno de 40% de sua renda sem a correspondente contra-partida de qualidade nos serviços públicos, e mesmo assim investe no futuro, especialmente na educação de seus filhos.

Temos uma democracia que, apesar dos excessos ideológicos, pelo menos permite razoável estabilidade econômica para o crescimento.

Temos o povo mais criativo do mundo (infelizmente, também, um dos mais alheios às questões públicas).

Temos pessoas como você e eu, que não se conformam apenas em “levar a vida” e investem tempo lendo, escrevendo, participando de entidades, associações e trabalho voluntário, apoiando o futuro de milhões de crianças com suas doações e boa-vontade.

O Rio Grande tem jeito, sim. Desde que nós paremos de buscar soluções nas formas erradas (como assistencialismo) e deixemos nossa omissão de opinar e exigir mudanças junto à classe política.

Enfim, tantas coisas acontecendo vejo que o problemas não somente dos ricos ou da mídia, nem de outros mas sim de nós todos, o povo gaúcho e   brasileiro, que mesmo sabendo de tudo ainda sim ficamos na nossa, começando com as eleições simplesmente vendemos o voto por nada. É necessário estarmos preparados e quando chegar na hora precisamos saber analisar e estudar os nossos direitos e identificar quem realmente pode fazer algo e nos representar lá em cima.

Fernando Martins - 31.05.2014