Casamento agora tem prazo de validade.

 

A relação entre homem e mulher tem se tornado cada vez mais descompromissada. No futuro vai ser rara a comemoração de bodas de prata e de ouro. Até 1977 não havia divorcio no Brasil. A lei do divorcio, de iniciativa do senador Nelson Carneiro, passou a permitir que se errasse uma vez. A Constituição de 1988 abriu a porteira, porém exigindo tempo maior de espera. Agora se pode divorciar até mesmo no Cartório, não dependendo da intervenção da justiça, com exceção quando há litígio entre as partes. Não se pode desvalorizar o casamento e sabias foram as palavras do filósofo Eneir Guerra quando disse: O casamento continua sendo uma fortaleza, só ficou mais fácil entrar e sair. Outro dia em uma audiência a mulher do acusado foi inquirida para dar informações sobre o marido. – Há quanto tempo a Senhora vive com o acusado? – Um ano. – Qual é o nome completo dele? – Zoim. – Não quero saber o apelido, mas o nome e sobrenome. – Eu não sei. Todo mundo o chama de Zoim. – Mas a Senhora mora com ele há um ano e não lhe perguntou qual o seu nome? – Não. As uniões conjugais estão tão descartáveis que tem hora que não dá tempo nem de perguntar o nome. Em outro caso a mulher estava buscando a paternidade do quarto filho. Os três primeiros eram filhos de pais distintos. Ela insistia que o último filho era fruto da relação com seu derradeiro companheiro. O exame de DNA provou o contrário. Tem gente casando com o tempo de validade na certidão de casamento. Uma moça me disse que vai se casar. Entretanto, só ficará casada até passar no concurso. Depois pretende seguir carreira e o marido irá atrapalhar seus planos. É por esta razão que Milor Fernandes dizia que o eterno esta para o amor assim como o permanente para o cabelo. Que seja eterno enquanto dure.