Bobos da Côrte

Todas as manhãs, enquanto me arrumo pra ir ao trabalho, sempre dou uma conferida nas redes sociais, no WhatsApp pra saber das novidades e desejar bom dia a algumas pessoas e tenho observado o quanto estamos nos tornando bobos, frios e distantes. Estamos vazios nas nossas  ações, comportamentos e relações umas com as outras. Estamos nos envolvendo cada vez mais com futilidades diárias que não agrega nenhum conhecimento, não soma nada na nossa vida. A tecnologia é muito importante sim, mas estamos deixando nos enfeitiçar de tal forma que estamos perdendo  crédito e valores.  Passamos horas nas redes sociais olhando, investigando a vida dos outros, perdendo um tempo que é tão precioso e poderia estar realizando algo produtivo como  uma leitura saudável, conversando com familiares, aumentando conhecimentos. O ser humano está se deixando acabar em meio às maldades, aos sentimentos de inveja, de querer imitar uns aos outros pra provarem sabe-se lá o que? 

As pessoas estão cada vez mais vazias, sem rumo certo, sem se atentar pra aquilo que realmente interessa. O ter toma lugar do ser. Estamos sendo privados da simplicidade. 

No início de tudo as pessoas se encontravam , se abraçavam , conversavam umas com as outras, depois, a tecnologia foi chegando  e começamos a nos falar pelo telefone, já se distanciando um pouco. Logo em seguida, inventaram as mensagens, WhatsApp e aí é que afastou direito as pessoas. Pelo menos algumas ainda enviam um bom dia, boa tarde e boa noite, perguntam como você está o que anda fazendo na vida, etc... Mas a preguiça e as desculpas do ser humano são  tantas que ao invés de ligar, enviar um áudio, escrever uma mensagem para os amigos, parentes ou nos diversos grupos que surgiram , mandam fotos copiadas do Google com mensagens que às vezes recebem e nem leem e já repassam. E tem quem tem tanta preguiça de cumprimentar nos grupos que já falam “B dia” ou só “dia”. Daqui a pouco não sei como vai ser. No Instagram, na face book, algumas pessoas ainda postam suas fotos em lugares bonitos, ruas, famílias, amigos, mas uma grande maioria já está com preguiça de postar e pra não deixar de fazer, copiam do Google imagens com mensagens e colocam umas hashtags que nem sabem o que significa. Torno a dizer: estamos ficando cada vez mais vazios e seguidores de marcas, convenções e regras ditadas por quem acha que sabe o que precisa ser feito e muitas vezes não faz um terço do que prega por aí. Já coloquei uma função no meu celular pra não abrir esses cartões-postais com flores e escritas que talvez a pessoa que repassou nem leu. Abro raramente, pois se não tiver tempo pra escrever algo como, tenha um bom dia, não mando nada. Pelo menos estou sendo autêntica comigo mesmo. Estamos deixando a futilidade tomar  lugar das coisas simples e dos valores aprendidos com nossos pais e avós. Estamos perdendo nossa maior riqueza que é o tempo. Tempo é algo que não se recupera e uma vez que passa, passou.