Em tempos de violência, muito se tem perguntado sobre as causas do aumento da criminalidade.

Podemos buscar resposta a essa pergunta no campo da Biologia, mais especificamente nos estudos sobre a disseminação e controle de pragas.

A proliferação de pragas esta associada a dois fatores predominantes, um ambiente ecologicamente favorável e a ausência de predadores naturais.

E isso é exatamente o que os criminosos têm encontrado no Brasil, um ambiente propício ao crime por diversos fatores como leis fracas, aplicadores das leis simpáticos aos criminosos, excesso de organizações defensoras do criminoso e principalmente o enfraquecimento, desestímulo, intimidação, coação, terrorismo psicológico e até mesmo, tentativas de extinção dos predadores naturais dos agressores da sociedade que são os policiais.

Tudo isso se reverte em impunidade, que é o melhor atrativo e estímulo para os marginais, e nesse ritmo, em pouco tempo o Brasil se tornará o melhor lugar do mundo para se praticar crimes.

Novamente falando em Biologia, a melhor estratégia para controlar pragas é a introdução, proliferação e fortalecimento de predadores naturais.

Trazendo para o campo da segurança pública isso significa dar condições para o policial agir com eficácia.

Precisamos de juristas que tenham coragem de deixar claro que o instituto da legitima defesa não foi revogado do nosso ordenamento jurídico, que o cidadão de bem tem o direito e o policial o dever de rechaçar qualquer agressão injusta atual ou eminente, como afirmou Promotor  Rogério Leão Zagallo de São Paulo, “Bandido que dá tiro para matar tem que tomar tiro para morrer.”

Não estou dizendo aqui que o policial possa ter carta branca para agir, mas sim que a legislação não seja deturpada em prejuízo da legitima atividade policial.

Num país que chegou ao ponto dos criminosos não respeitarem mais nada, ao menos alguma coisa eles devem ter medo.

Os bandidos estão cada vez mais audaciosos, porque sabem que no Brasil tem se tentando impor uma criminalização arbitrária ao confronto policial. Os criminosos sim, no atual contexto em que “sobrevivemos” estes têm carta branca para matar, roubar e destruir.

A quem interessa uma população desarmada e policiais acuados, é claro que somente àqueles que se identificam e compactuam com a criminalidade, que querem uma sociedade domesticada, intimidada e fragilizada, sem coragem de contestar de exigir mudanças.

O povo já se cansou de ouvir, “não reaja, faço tudo o que o assaltante te mandar, não assuste o criminoso, sua vida é mais importante que seus bens materiais”. Mas e a honra, e o orgulho, onde é que ficam? Será que alguém tem o direito de exigir que nos comportemos como covardes? E quando nós fazemos tudo isso e mesmo assim o assaltante atira, apenas pelo prazer de matar? E o caso do portador de necessidades especiais que foi baleado apenas porque não conseguiu descer do carro?

Tem muitas pessoas que precisam de seus bens para se manter e manter a família, como o caso dos taxistas, por exemplo. Tem pessoas que passam fome juntamente com a família para adquirirem algo para trabalhar, ai vem o bandido e rouba, invade sua propriedade, e tem uma corja que fala que o cidadão de bem não pode defender seu patrimônio porque a vida do bandido é mais importante, os direitos humanos dos desumanos vem com uma equipe de advogados para assegurar que o cidadão seja punido, e tudo pago com o dinheiro dos nossos impostos que são os mais pesados do mundo.

Muitas vezes, cheguei a dizer que a sociedade ainda haveria de sofrer por um bom tempo até que mudanças fossem exigidas, mas felizmente esse tempo chegou antes do que eu esperava.

Chegou o tempo de assumirmos uma posição, porque quem fica em cima do muro, corre o risco de levar pedrada dos dois lados, de questionarmos quais interesses estão por trás de se querer uma população desarmada e covarde, do porque da existência de super direitos para criminosos e super punição para os que ousam agir em desconformidade com o sistema.

Enfim, chegou o tempo de tratarmos pragas como pragas.

 

Fabio Mendanha Castilho, Delegado de Polícia do Estado de Goiás.