Num grupo seleto de pessoas reunidas para um fim comum ? numa empresa, por exemplo ? cada um traz consigo as suas razões. Note que a ira de um nem sequer incomoda o outro e aquilo que aquieta um coração tripudia sobre outras mentes.
O "político" precisa se portar como tal, não pode ficar mal com ninguém. Já o "justiceiro" não suporta ver aquele, de cujos direitos estão sendo sucumbidos, sorrir e parecer indiferente.
Aquele que diz não se envolver está envolvido pela covardia e falta de coragem de ser ele mesmo. É mais cômodo ser sombra da voz do discurso do outro. O "eloquente" perde o posto e esbraveja saltérios aos quatro cantos. Ele tem certeza de que será ouvido, compreendido. O bem sucedido tem suas razões, o destituído de adjetivos não quer conhecer os motivos de suas mazelas, quer mantê-las.
Cada um tem suas razões para desejar ou não a chuva. Pense no agricultor e no morador de área de risco. Cada um tem razões para bradar ou não pela justiça.
Cada um tem seus motivos para sorrir. Há aqueles que sorriem das desgraças alheias, há quem ri das próprias desventuras. Os motivos óbvios de uns são obscuridade para outros.
Observemos situações mais triviais. No restaurante da empresa o almoço atrasado provoca alterações na vida daquele que sempre chega na hora certa e, exatamente nesse dia, prazer durante a refeição de quem vai se encontrar com o prato fumegante pela primeira vez.
Cada ser é um ser. Cada minuto um minuto. Cada razão suas razões.