Pedofilia nos diversos Ambientes

A família e a própria casa são as maiores proteções que uma criança pode ter contra os perigos do mundo. É nesse ninho de amor, atenção e resguardo que ela ganha confiança para lançar-se sozinha, na idade adulta, à grande aventura da vida.

Mas, nem todas as crianças com família e quatro paredes sólidas em seu redor são felizes. Em vez de contarem com o amor de adultos responsáveis, elas sofrem estupros e carícias obscenas. Em lugar do cuidado que a sua fragilidade física e emocional requer, elas são confrontadas com surras e violência psicológica para que fiquem caladas e continuem a ser violadas por seus algozes impunes.

No vasto cardápio de vilezas que um ser humano é capaz de perpetrar contra um semelhante, o abuso sexual de meninas e meninos é dos mais abjetos, em especial quando é cometido por familiares. Para o espanto e horror da sociedade, essa é uma situação mais comum do que a imaginação ousa conceber. Estima-se que no Brasil, a cada dia, 165 crianças ou adolescentes sejam vítimas de abuso sexual. A esmagadora maioria deles, dentro de seus lares.

A frequência intolerável com que esse tipo de crime ocorre no país ficou evidente com a divulgação do caso da menina G.M.B.S., engravidada pelo padrasto aos 9 anos de idade, em Pernambuco. Sua mãe decidiu que ela, grávida de gêmeos, deveria ser submetida a um aborto. Quando, há três semanas, G. chegou ao hospital carregando uma sacola de brinquedos, os médicos encarregados do procedimento ficaram atônitos: não tinham idéia da quantidade de medicamentos que deveriam usar numa gestante tão diminuta – G. mede 1,36 metros e pesava então 33 quilos. "Nunca havíamos atendido uma criança tão pequena", disse o médico Sérgio Cabral. O caso de G. chamou atenção por causa da polêmica sobre o aborto a que, no fim, ela se submeteu, amparada pela lei que autoriza a intervenção nas situações em que a mãe corre risco de vida. Já a gravidez de G., e mesmo a situação que resultou nela, causa menos escândalo no país do que deveria.

Em recente publicação na Revista Veja On-line, a advogada Maíra Barreto lembra que, em determinadas comunidades ribeirinhas da Amazônia, o costume de um pai iniciar sexualmente suas filhas menores é aceitável. Essa combinação de incesto e pedofilia pode explicar, inclusive, a origem de uma lenda regional: a do boto que, em noites de lua cheia, se transforma em homem e engravida as virgens incautas.  

Muitos pesquisadores acreditam que o mito do boto serviria para encobrir os responsáveis por muitas das gestações infantis que ocorrem na região. "Grande parte dos 'filhos de boto' é fruto de incesto", diz a estudiosa. Em relação ao total de nascimentos registrados no país entre 2003 e 2006, a porcentagem de crianças nascidas de mães com idade até 14 anos é de 1,47% no Norte. É o mais alto índice entre as regiões do país. Também é, sobretudo nessa parte do Brasil, em localidades como a Ilha de Carapajó, no Pará, que a prática do incesto com meninas é vista como uma "tradição". "Costuma-se dizer que 'quem planta a bananeira tem direito a comer o primeiro fruto'", explica Maria do Carmo Modesto, líder religiosa que coordena trabalhos sociais na região. "Os pais se julgam donos do corpo das filhas, e até quem não concorda com isso não fala nada nem reage", diz. Já no interior do Nordeste, não é incomum que os "coronéis" das pequenas localidades recrutem crianças para satisfazer seus desejos bestiais.

Quando conseguem descrever verbalmente os abusos, seus depoimentos impressionam pela crueza. Três exemplos:

• "Meu pai me pegava com força, segurava meus braços e tapava minha boca. Depois colocava uma coisa dura em mim. Ele me molhava com uma coisa quente." M., de 8 anos.

•"Ele me deu bombons e me levou para o terreno da casa dele. Tirou minha roupa de baixo e colocou o pipiu dele. Doeu muito, eu chorei e ele deu bombons de novo." C., de 7 anos, abusada pelo vizinho.

• "Quando minha mãe não estava em casa, ele tirava minha roupa de baixo, passava a mão e me abraçava apertado. Passava a mão nos meus peitos e ameaçava bater em mim se eu contasse para alguém." R., de 9 anos, abusada pelo padrasto.

A tristemente famosa menina G., que está em um abrigo do governo de Pernambuco desde que saiu do hospital, até hoje não falou sobre os estupros a que foi submetida por três anos. A psicólogos e assistentes sociais que a acompanham, ela também não dá indícios de saber que passou por uma gravidez e um aborto. Quando estava ainda em Alagoinha, sua cidade natal, e a gestação deu os primeiros sinais, sua mãe pensou que se tratasse de uma verminose. Mesmo depois de descoberta a gravidez, manteve a versão diante da filha: dizia a ela que os enjôos que sentia se deviam à ação de parasitas. "G. se comporta como se nada tivesse acontecido. Com o tempo, vai ter de começar a lidar com os fatos, mas só o desenvolvimento dela determinará como e quando", diz a coordenadora do abrigo, que, por questões de segurança, não pode ter a identidade revelada.

Terapia, acolhimento familiar e o afastamento do agressor são os elementos que ajudam a criança vítima de abuso sexual a recompor os laços de confiança que se romperam com a violência. A convalescença de uma ferida psíquica na criança pode durar meses ou anos. Mas as cicatrizes deixadas pela traição e pela humilhação infligidas por aqueles que deveriam protegê-la, essas ficam para sempre.

"Lembro do cheiro do protetor solar que ele usava. Não suporto senti-lo até hoje. Eu tinha 9 anos e treinava natação com ele. Ele passava a mão e o pênis no meu corpo, depois tremia, e eu achava que estava nervoso não sabia que era uma ejaculação. Demorei a entender o que tinha acontecido, mas aquilo me afetou de várias maneiras. Já mais velha, via minhas amigas tendo todo tipo de experiência, mas eu não tinha coragem nem de beijar um menino qualquer contato me deixava travada. Tive síndrome do pânico, tomo antidepressivos e tenho medo do escuro até hoje, porque em uma das vezes ele me molestou num quarto escuro. No ano passado, quando o reencontrei no fórum, senti um medo tão grande que não conseguia parar de chorar. Se eu dissesse que é um assunto resolvido, estaria mentindo. Acho que nunca vou superar. É como se fosse uma cicatriz na minha alma." Joanna Maranhão, 21 anos, nadadora (Recife-PE).

"Um dia, abri o Orkut do meu filho, que tinha 10 anos. Fiquei cega quando vi o e-mail de um homem que dava a entender que tinha feito o pior com ele. Conversamos, ele chorou e contou que o professor de informática havia feito sexo oral nele e tentado beijá-lo. Senti ódio. Registrei queixa na polícia e ele teve de fazer exame de corpo de delito. Foi horrível, nunca vou esquecer a cena: meu filho deitado em posição ginecológica para a perícia. Ele me odiou por fazê-lo passar por aquele constrangimento. Depois disso tudo, ficou agressivo. Começou a mexer com as meninas na escola e fazer brincadeiras bobas com os meninos. Acho que aquilo mexeu com a sua sexualidade. Não tenho mais coragem de ficar longe dele e dos meus outros filhos, nem de deixá-los com ninguém. Perdi a confiança em todo mundo." R.S.B.S., 33 anos, dona-de-casa (São Paulo-SP).

"Quando eu tinha 9 anos e estava vendo TV, meu padrasto começou a passar as mãos na minha perna. Pedi para ele parar, mas ele me levou para o quarto à força, tirou a minha roupa e me estuprou. Quando acabou, disse que, se eu contasse para a minha mãe, ele a mataria e mataria também o meu irmão, filho deles. Fez isso comigo quase todos os dias, enquanto minha mãe trabalhava.

Quando falei que ia contar, ele me deu um soco, me bateu com o cinto e disse à minha mãe que eu era malcriada. Ela me deu outra surra. Ele só parou quando eu fiquei menstruada, aos 13 anos. Contei para minha mãe aos 16, quando eles já estavam separados. Ela disse que, se durou tanto tempo, era porque eu devia estar gostando. Mas, depois de falar com ele, ela passou a acreditar em mim. Agora, é meu irmão que sempre volta triste quando vai visitá-lo. Eu pergunto por que e ele não responde." T.S., 17 anos, estudante (Vitória-ES). (REVISTA VEJA ONLINE, 2009).

Algumas produções cinematográficas ficaram marcadas por expor crianças nuas, as mais explícitas são:

Pretty Baby – Produção americana que ficou conhecida por ter sido o primeiro trabalho da atriz Brooke Shields, que no filme aparece nua com apenas 13 anos de idade.

Adolescentes – Produção Americana que mostra diversos adolescentes com idades entre 14 e 16 anos em cenas íntimas, com nudismo explícito.

Madelescenza (1977) – Produção Italiana que trás algumas adolescentes em cenas de nudez e em cenas de sexo. O destaque desta produção é a atriz Eva Ionesco, que aparece na produção com apenas 12 anos em cenas intimas, inclusive com um adulto.

Agora, em pleno século XXI, quando o mundo se mobiliza contra este mal, uma produção francesa, mostra no filme "Naissance des Pieuvres", cenas de lesbianismo entre adolescentes.

No Brasil houve algumas produções cujos personagens eram menores de idade, no entanto, as atrizes que as interpretavam eram maiores, exemplos destes casos são os filmes:

Lolita – Que contava a estória de um adulto que se apaixonava e se envolvia com uma jovem de 16 anos.

Anita – Mini-Série da Rede Globo que mostrava uma adolescente independente e liberal que se envolvia com um adulto.

Os únicos casos que, comprovadamente, tiveram a presença de menores em cenas de nudez explícita, foram:

A novela "Chica da Silva", produzida pela extinta TV Manchete, a atriz Thaís Araújo gravou a cena com 17 anos, e a emissora deixou para por a cena no ar um dia depois que ela havia completado 18 anos. Mesmo assim a emissora respondeu por abuso de menor.

O Filme "Eu Te Amo", onde a apresentadora Xuxa Meneghel, faz cenas eróticas com um garoto de 11 anos.

Algumas meninas são conhecidas no meio da Pedofilia e por estudiosos sobre o assunto por estarem sendo aliciadas e expostas desde pouca idade e mantiveram-se "na ativa" até a quase maioridade; o mais incrível, é que com a vigilância ainda mais rigorosa por parte das autoridades, é possível esbarrar com fotos destas meninas pela internet. Os casos que ainda se tem notícia são:

Dasha – Já esteve presente em todos os sites pedófilos que existiram, ela fotografava desde os 3 anos de idade. Hoje, a informação que se tem, é que ela estaria com 21 anos, e continua a fotografar; Dasha fez vários vídeos comercializados pelos sites;

Sandra – Conhecida por "Sandra Teen Model", participou somente de sites russos; Sandra teve seu próprio site (retirado do ar por centenas de vezes) que foi criado por seus próprios pais. Sandra fotografava desde os 4 anos; hoje com 19 não fotografa mais. Sandra também fez vários vídeos comercializados pelo seu próprio site.

Inga – É o caso mais dramático, pois ao contrário das outras garotas acima, ela não só fotografou, mas também participou de vídeospornográficos (praticando sexo explícito com adultos), e isso começou quando ela tinha apenas 2 anos de idade. A última aparição dela nestas condições foi registrada quando ela estava com 12 anos. Hoje Inga mora em outro país com pais adotivos.

Anjos Proibidos de Fábio Cabral é um livro que aborda a sensualidade infantil, e trazia fotos de meninas entre 8 a 15 anos em poses sensuais. Segundo Fabio, não havia erotismo em seu livro, mas mesmo assim as autoridades entenderam que o livro conotava de maneira não explicita, a sensualidade infantil e isso poderiam gerar problemas para as próprias modelos do livro. Em 2000 a obra foi recolhida das prateleiras de todas as livrarias do país. Esta proibição fez com que "Anjos Proibidos" se tornam objeto de colecionadores.

A revista LS Magazine, ano de 2002, e em plena mobilização pelo fim da pedofilia, uma revista americana (editada e distribuída a partir da Rússia) entrava em cena pregando exatamente o contrário. A Revista trazia meninas com idades entre 6 e 14 anos em fotos eróticas e algumas com cenas insinuantes de lesbianismo. A revista era mensal, e possuía um site onde dava amostras do que as edições trariam; para assinantes da revista, a editora dava uma senha onde eles poderiam ter acesso aos vídeos das meninas e ao making-off dos ensaios fotográficos, mas, mesmo os não assinantes podiam assistir a amostras dos vídeos, previews que tinha em média 15 a 30 segundos de duração. A revista ainda sobreviveu por 16 meses até que foi tirada de circulação junto com o site. Neste tempo, aproximadamente 45 meninas participaram dos ensaios, em 143 sessões fotográficas e em mais de 57 vídeos. (MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA NA INTERNET, 2009, p.26-30).

Diversos casos de professores que abusaram de seus alunos têm vindo à tona nos últimos tempos, o ambiente escolar é um local fértil para que se desenvolvam casos de pedofilia, pois contém todos os requisitos necessários para esta prática, onde o educador conta com o respeito e admiração de seus alunos, algumas atividades físicas proporcionam o contato físico entre o professor e a criança, fazendo aflorar o desejo até então não revelado ou adormecido, assim, alguns professores tirando proveito desta circunstância e contando com a negligência dos diretores e até falta de atenção dos pais sentem-se livres para cometer seus abusos.

Em certas escolas como orfanatos e reformatórios católicos, a incidência de abusos são maiores, pois não há uma fiscalização adequada dos professores, e maioria dos alunos não têm pais ou alguém para olhar por eles, ficando assim totalmente à disposição e ao bel-prazer dos seus professores.

A Revista Veja, da Editora Abril, edição nº 1982, ano 39, nº 45, de 15 de novembro de 2006, publicou uma reportagem nas páginas 112/114, sobre dois advogados norte-americanos, John Aretakis, de Nova York e Jeff Anderson, de Minnesota, recordistas de clientes vítimas de abusos sexuais, tendo o primeiro patrocinado 250 ações, com indenizações no valor de um milhão de dólares obtidas da Igreja Católica e o segundo patrocinado hum mil ações, com indenizações no valor de 150 milhões de dólares, também, obtidas da mesma instituição religiosa. O caso mais famoso foi o do padre Mark Haight, de Albany, que estuprou um menino, diariamente, durante seis anos. Seguem-se os casos do padre James Porter, que molestou 28 crianças e foi condenado em 1993 a 28 anos de prisão, o padre Paul Shanley, que molestou uma menina durante três anos e foi condenado a doze anos de cadeia, o padre John Geoghan, molestador de mais de cem crianças, foi condenado a dez anos de prisão e o padre Rudolph Kos, que molestou onze crianças e a sua diocese pagou indenizações no valor de trinta milhões de dólares às vítimas. Anderson afirmou à Revista Veja: "luteranos, mórmons, testemunhas de Jeová, evangélicos... Diga-me o nome de qualquer grupo religioso e eu provavelmente já o processei".