"França, de novo, elimina o Brasil". Este é o título estampado na folha de rosto do jornal Folha de SP no dia 02 de julho de 2006. A então considerada "melhor seleção" antes da copa, o Brasil leva para casa um título merecido: o de "maior decepção", pois daquela em que esperávamos muito, demonstrou pouca força, pouco entusiasmo e muita apatia. Isso nós vimos e já discutimos. Contudo, o que não vemos em pauta nas nossas conversas (e não sei por quê) é que o treinador Parreira profetizou essa catástrofe! Você pode até está se perguntando "mas foi o Pelé que falou sobre a grande chance do Brasil ser derrotado pela França!" Não, ele, na verdade, fez alusão ao óbvio: é claro que pela pressão psicológica, o jogo poderia estar na mão da França.

Para isso era só ver o histórico e as quase particularidades de quem estavam em campo tanto de um time como de outro. Mas me refiro aqui basicamente ao todo. A seleção "treina" e "treina" e termina com um resultado pífio, horroroso e estupidamente infeliz. Nossa! Por que tanta revolta? Porque não perdemos dignamente, perdemos covardemente e além de tudo Parreira profetizou! Com tantas superstições em torno da seleção: "nº 13", meia do Arnaldo César Coelho, posição dos locutores na transmissão, olodum, xangô, vatapá, macumba! Sarava, viu! Com tudo isso, mais uma profecia vinda da comissão técnica não seria incomum. Parreira, tentando imitar a seleção de 2002, escolhe também uma música altamente motivante: a dos Titãs intitulada "Epitáfio".

Meus amigos, sabe o que significa essa palavra? Quando a pessoa morre coloca-se no túmulo uma placa com uma frase. Essa frase lapidada é um epitáfio. E no dicionário houaiss temos a conclusão dessa idéia "inscrição sobre monumentos funerários com enaltecimento, elogio breve a um morto". Achei isso fantástico. Parreira além de um "excelente" treinador-motivador é também profeta. E sabe por quê? Porque assim como o significado de "epitáfio" é inscrita também a morte da melhor seleção. E o quadrado mágico? Pois é... é tão mágico que desapareceu mesmo. Não a desrespeitamos, apenas homenageamos que um dia a seleção dava mais espaço a qualidade, criatividade, vontade invejável de jogar em contraposição a tanta fama, salto alto e propagandas publicitárias sem fim.

Um dia existiu a seleção; hoje só temos uma seleção. Tenhamos mais raça, entusiasmo e menos olodum, superstições, nº 13, utopias, enganação, estrelismo, "deuses", anjos, profecias e o diabo que for ... para que pelo menos percamos jogando bola, mas não para o espaço!
(SOUZA, wallas Cabral de. 27/07/06)