Na era evolucionista em que vivemos ainda nos deparamos com situações surpreendentes, que nos encabulam de tal maneira a ponto de não crermos no que estamos presenciando. Refiro-me mais precisamente, a violência que sofrem as mulheres em toda parte do planeta.

Muito tem se falado em políticas públicas para a defesa desses seres humanos, relatórios têm sido divulgados pela ONU, exemplo, As Mulheres do Mundo 2010, que tratou de temas de suma importância como: população, família, saúde, educação, trabalho, poder e tomada de decisões, violência contra as mulheres, meio ambiente e pobreza.

Informes como este servem de termômetro para a constatação da verdadeira realidade da mulher no mundo, balizam estratégias de luta contra a violência. Entretanto, os fatos e a realidade são outros.

A mulher é sujeito de diversas formas de violência (física, moral, sexual, econômica, psicológica) e quase sempre o carrasco é quem está dentro de casa.

Em muitas sociedades – antiquadas e arcaicas, diga-se de passagem - existem práticas que desvalorizam a mulher. No Continente africano, o tratamento que recebe a mulher é devastador. Mutilações hediondas do órgão feminino são feitas em nome de um machismo desenfreado, a utilização de qualquer objeto perfurante para dilacerar o pobre ser, proporciona-lhes não apenas tortura física, mas dor incurável da alma.

O preço que a sociedade africana vem pagando no decorrer dos anos é altamente caro, a taxa pela negligência e condescendência, quem tem adimplido são nossos irmãos de espírito! Crianças, mulheres e idosos vem sendo massacrados como se fossem insetos infectados com pragas fatais. Até quando?

Com a mesma força que uma epidemia é atacada, a violência contra a mulher também deve ser, haja vista que a crueldade em qualquer esfera não passa de um verme que corrói silenciosamente a humanidade. Silenciosamente sim! Muitas vítimas ainda convivem com o medo de delatarem seus agressores, muitas se calam, por receio de retaliações.

Daí a importância da efetiva proteção dispensada à mulher. No âmbito brasileiro teve-se grande inovação no que tange a Lei Maria da Penha, a novidade trouxe a ação incondicionada, ou seja, não é necessária a representação/concordância da vítima para o agressor ser indiciado, o Ministério Público pode dar início ao processo. Contudo o caminho a se percorrer é longo e árduo, temos muito a aprender e aperfeiçoar.

No ambiente internacional, os fatos faz-nos acreditar que quase nada tem sido feito, muito pelo contrário o que temos assistido são relatos de pessoas que vivem um verdadeiro inferno, e o pior são vítimas duas vezes, a população dependente de “ajuda humanitária” recebe de grupos de farsantes financiados pela ONU, a falsa ideia de socorro.  Em um relatório divulgado pelo Human Rights Watch, a União Africana na Somália é acusada de trocar ajuda humanitária por sexo em suas bases em Mogadíscio, situações como essas corroboram para a falta de zelo e a pouca educação dada à população desses países, o que desencadeia quadros de violência incontroláveis.

Poderíamos enumerar os países que pisoteiam os direitos humanos, na Arábia Saudita, por exemplo, a mulher não pode sequer sentar-se em um ambiente público para fazer um lanche, atividade corriqueira em nosso país, o marido tem a autorização de espancar sua esposa caso a desagrade de alguma forma. Aqui caberia a pergunta do saudoso Renato Russo “Que país é esse?”  

No Afeganistão, as mulheres são ainda mais esmagadas, sob o domínio do Talibã, muitas são mortas apedrejadas, condenadas a chibatadas, espancadas em praça pública. Alguns inúteis defendem que essas práticas criminosas estão previstas no Alcorão.

Que Allah nos socorra se algum dia esses tenham sido seus ensinamentos, acredito piamente que a verdadeira mensagem deixada por Ele foi que seus mandamentos resumem-se em um único “amai-vos uns aos outros como a ti mesmo”, não estariam esses desvairados desviados do verdadeiro propósito de Deus?

Um ciclo vicioso se instaurou e somente a união da sociedade internacional movida por pessoas descentes pode romper com essa problemática.

Ainda no Afeganistão... A mais nova Lei apoiada pelo governo local e pela ala conservadora “legaliza o estupro” no seio da família, irônico não? Para um país que se diz cristão, é uma discussão e tanto no quesito antinomia. Sociedade retrógada, ultrapassada! Diante disso o nome República Democrática do Afeganistão não é o mais adequado, afinal o que temos são abutres no poder, chacais prontos a abocanhar e estraçalhar uma minoria. O presidente Hamid Karzai, manifestou-se quando pressionado, dizendo que a tal “lei” somente valerá para a minoria xiita! Corrupto, é o que nos resta dizer, já que apoiou a “lei” com o fito de angariar votos. Minoria ou não, ninguém é merecedor de um tratamento tão vil.

Vamos à Índia, o país por pouco fica entre uma das possíveis potências econômicas, entretanto apresenta-se como uma das maiores contradições de todos os tempos.

Com uma cultura de castas, digna de pena, promove a desigualdade entre os seus compatriotas.

Agora, lhe pergunto caro leitor - Acredita você em predestinação? Acredita você que não podes fazer o mínimo para mudar sua qualidade de vida?

No país indiano, quem nasceu para ser um Dalits (ou intocável como é conhecido atualmente) nunca chegará a ser um Brahmins. Que diferença faz qualquer distinção etimológica ou histórica dos termos, se o que preconizam afinal é a segregação entre as pessoas.

Interessante é que somos todos humanos, ou seja, uma só raça, somos todos iguais, fisicamente e intelectualmente, ou pelo menos deveríamos ser, mas com tantas atitudes absurdas e extremistas contra os mais fracos, começo acreditar que se têm raças diferentes sim, que são vindas de um planeta totalmente hostil.

As mulheres da classe dos intocáveis não possuem qualquer valor são vendidas para saciar o prazer sexual dos chefes da sociedade, ou servem para limpar seus excrementos fisiológicos, não são consideradas, sequer seres humanos. Se não são humanos são o que? Animais? Evidente que animais são os que permitem tal depreciação, apesar de que os animais embora irracionais, somente atacam por instinto quando ameaçados.

Diante disso surge a pergunta que não quer calar: Será a Índia uma grande Nação? A resposta para essa indagação é simples e direta: Nunca serão! Países que tratam suas mulheres como escórias a cabo desemborcarão em uma fossa.

A mulher é parte essencial para o crescimento de qualquer Nação é com o estímulo da mulher que temos cidadãos de bem, famílias estruturadas e pessoas felizes.

O jargão “por trás de um grande homem existe uma grande mulher” não é mero clichê, aliás, deveria ser interpretado de forma extensiva para “por trás de uma grande nação existe uma forte mulher”. Contudo a participação política da mulher em sociedades subdesenvolvidas, como a citadas acima, são cada vez menores.

É imprescindível termos compaixão pelo próximo, especialmente com as classes mais propensas a violência, esse sentimento é sem dúvida diferente de qualquer outro sentimento medíocre, é ter afeto e atitudes que podem mudar a vida de alguém, fazer do planeta um lugar melhor para se viver.

Abandone-se hipocrisia em um baú velho no sótão, a comunidade internacional deve estar presente em questões como essa, a integração entre os povos é principio, regra e objetivo é preciso coibir mais energicamente os autores e cúmplices desses crimes.

Não seria o caso de condenar os países que atentam contra mulheres, crianças, idosos a um crime contra a humanidade? Por muito menos temos guerras, que inclusive não tem lado, tem apenas interesses escusos e sombrios.

Deixar que sejam as mulheres dizimadas é o mesmo que aceitar que outra bomba de Hiroshima, atinja o mundo inteiro sem limite de espaço e as conseqüências serão muito mais letais que a temos atualmente. Uma sociedade sem mulheres felizes é o mesmo que o mundo sem luz!