A adolescência é marcada por transformações biológicas, psicológicas e de inserção social em que a criança passa do mundo lúdico para o real, passando assim a ter uma maior sensibilidade e poder de observação do que acontece a sua volta. Evidentemente que a influência familiar, educação e meio social contribuem diretamente para o desenvolvimento do adolescente. É tempo de exprimir tudo aquilo guardado quando criança, contudo não havia oportunidade, sequer eram ouvidos.

            Segundo dados da ONU, temos um universo de 21.083.635 adolescente no Brasil, os quais devem ser inseridos no contexto educacional, trabalhista e social, de modo que possam se sentir cidadãos e contribuírem para o progresso do país. Para isso, é necessário grandes investimentos nestas áreas com ações práticas e não com teorias politicas para promoção pessoal. É preciso criar oportunidades para os adolescentes, que vivenciam uma fase de construção de autonomia, identidade, aprendizagens e descobertas.

            Conforme o artigo 227 da Constituição Federal e artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente, o dever de educação dos filhos incumbe aos pais, à sociedade e ao Estado, e não ao próprio educando, que, em razão de sua condição peculiar de criança ou adolescente como pessoa em desenvolvimento, não possuem discernimento suficiente para dirigir sua própria educação. ECA , Art. 4º : É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

A educação tem um fator preponderante na formação crítico social dos jovens, inclusive a educação básica, pois é nela que a criança absorve o interesse pelo aprendizado. Escolas com estrutura e condições de trabalho, professores capacitados e um projeto curricular voltado para o desenvolvimento intelectual são essenciais nesse processo de aprendizagem. Não podemos acreditar em uma educação que falte o mínimo necessário para os educadores desenvolverem atividades lúdicas e o raciocínio da criança; com professores mal remunerados e sem capacitação. Portanto, o adolescente trás influencias positivas ou negativas dessa fase que vai influenciar sua formação e consequentemente sua vida adulta. O jovem tem que ser estimulado a pensar e não ficar indiferente nos momentos difíceis que a vida traz. Para isso, é preciso superar a alienação que o torna incapaz de realizar pequenos projetos.

            Um importante momento na vida do adolescente é a escolha dos seus representantes, a despeito de criticas quando a capacidade de voto aos 16 anos. Mesmo o voto sendo facultativo para os adolescentes de 16 e 17 anos, contudo há uma preocupação que os jovens compareçam as urnas, pois isso funciona como um incentivo para que cada vez mais cedo o jovem brasileiro se interesse pela política do país, já que em alguns anos são eles que irão herdar o mundo que os adultos decidem hoje. Dessa forma, é necessário que o jovem que decide votar aos 16 anos pesquise sobre seu candidato, veja seus mandatos, propostas e faça uma escolha responsável.

            Precisamos chamar a atenção dos nossos jovens para a sua importância no processo decisivo do país, para depois não ficar lamentando pela corrupção, incompetência e outras mazelas que vivemos nos dias atuais. Desse forma, estamos as vésperas das eleições, dia 07 de outubro, quando o adolescente poderá  ou “deverá” comparecer as urnas com o poder de transformar a realidade.

 

Referências Bibliográficas:

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988

Lei 8069 de 13 de julho de 1990: Estatuto do Adolescente