Fundamentos da Educação Infantil

Para que hoje houvesse essa modalidade de ensino educação infantil, foi necessário muitas discussões que surgiram de acordo com a necessidade daquele período, nessa resenha conheceremos a história da educação infantil e também os educadores que contribuíram para essa evolução.

Alguns autores destacam que o atendimento as crianças teve inicio no período industrial, pois as mesmas ficavam em situações de abandono.

Para Kramer (1995) comenta que o marco no atendimento as crianças em instituições especializadas iniciou-se a partir das mudanças sociais e econômicas, causadas pelas revoluções industriais, nos séculos XI e XVI. Com a Revolução Industrial e o engajamento dos pais na fábrica, muitas crianças ficaram em situações de abandono surgem atendimentos em intituições filantrópicas, que não apresentavam uma proposta educacional, “onde o básico {...} para os filhos de operários era o ensino de obediência, da moralidade, da devoção e do valor do trabalho” (OLIVEIRA, 2011 p. 61), ofertavam atendimento deficitário e visto como caridade, onde as crianças eram atendidas em entidades geralmente religiosas.

Nesse período esse atendimento era realizado por dois modelos, sendo o primeiro direcionado para a classe dos operários com um ensino assistencialista, professores que tinha o magistério como vocação e sendo realizadas em instituições filantrópicas. Já o segundo modelo era conhecido como Jardim da Infância, formada por profissionais que haviam concluído o curso normal.

De acordo com alguns pensadores como Carvalho (2003) Aries (1981), no século XVI a XIX, foi um momento em que inicia uma mudança, onde a infância ganha outro contexto.

Para Carvalho (2003, p.42) no século XVI e XVII, momento que provocou uma alteração nos sentimentos e nas relações frente à infância. Já para (Áries, 1981, p.11), a criança foi separada dos adultos e mantida a distancia; de acordo com Carvalho (2003, p.42) com a Revolução industrial, século XVIII e XIX, muitas crianças foram encaminhadas ao mundo do trabalho e a infância passa a ser vista como preparação para o mundo adulto. Assim entre o 1850 e 1950 as crianças são retiradas das fabricas e inseridas no contexto educacional, sendo que para a criança pobre acompanhamos uma infância cheia de privações.

Já no século XVIII e XVIV, inicia outra discussão sobre a escola obrigatória para Jean- Jacques Rousseau (1712-1778) valorizava a educação para a primeira infância, já que esta fase era considerada preparatória para a vida, proclamava a necessidade de estimular o desenvolvimento natural preparatória para a vida, via percepção dos sentidos como base do conhecimento humano.

Baseado nas idéias de Jean –Jacques Rousseau,  Pestalozzi criou um sistema de educação ligado ao desenvolvimento orgânico da criança que tomava os princípios humanista, se preocupava com a metodologia do ensino possibilitando a formação para professores.

De acordo com as idéias de Pestalozzi, o Froebel (1782-1852), também criou em 1837 o Kindergarten, um jardim de infância, onde as crianças eram livres para aprenderem sobre si mesmas, tendo como metodologia o trabalho com jogos, a ludicidade e o brinquedo.

Nesse momento inicia o jardim de infância, porém as instituições para crianças pobres tinha como caráter um atendimento de apenas assistencialistas sem acesso a metodologia realizada nas escolas jardim de infância.

De acordo com pesquisa o surgimento da creche foi na França em 1770, foi desenvolvido por um pastor de uma comunidade rural que pretendia cuidar de crianças e das famílias que trabalhavam no campo. Davidson e Manguin(1983).

Para Haddad (199, p.24) pontua que durante:

Durante muito tempo, a creche serviu a função de combate a pobreza e mortalidade infantil para atingir esses objetivos, adotou padrões de funcionamento que variavam conforme o que se acreditava em seres os determinantes da pobreza e da mortalidade infantil.

Já na década do período entre 1920 e 1930, com a reforma dos jardins de infância surgem ou jardins mais próximo das atuais de hoje, com variedade de atividades artísticas como Decroly e Montessori impulsionaram o desenvolvimento da educação infantil.

Para Montessori (1870-1952) a educação era pautada no respeito, criou objetos adequados para a faixa etária para a criança, sua proposta era diferente das normas rígidas daquele momento. Já para Freinet (1896-1966) sua pratica de metodologia era vista no contexto geral, a criança era vista de forma diferente, voltada para o contexto de virtudes infantil totalmente diferente da escola tradicional.

Podemos observar através dessa resenha que a educação pública e a particular se diferenciam desde daquele período, onde é notório que a publica se encontra com um ensino precário, sem investimentos desde estrutura até seus profissionais, já a instituições particulares oferecem o melhor ensino, professores bem remunerados e com estruturas para receber seus alunos, realidade essa que nem deveria existir pois  temos leis que garante que a  educação deve ser  equivalente para  todos, infelizmente é essa  realidade que nos deparamos hoje.

Resenha baseada no livro- Organização do trabalho pedagógico na educação infantil: reflexão e pesquisa.

Referências

ARIES,P. História social da criança e da família. Trad. Dora Flaksman. 2. Ed. Rio de Janeiro: livros técnicos e científicos, 1981.

 CARVALHO, Eronilda Maria Góes de. Educação infantil: percursos, percalços, dilemas e perspectivas. Ilhéus, 2003.226 p.

DAVIDSON,E, MAGUIN,P. As creches: realização, funcionamento, vida e saúde da criança. Trad. C. Zaccaria. Lisboa: Livros técnico e Científicos, 1983.

HADDAD, Lenira. A complexidade de um fenômeno. In: A creche em busca da identidade: perspectivas e conflito na construção de um projeto educativo. São Paulo: Loyola,1993.

KRAMER, Sonia. A política do pré-escolar no Brasil: a arte do disfarce. São Paulo: Cortez, 1995.140p.

OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação infantil: fundamentos e métodos. 7 ed. São Paulo: Cortez, 2011.

 

ADRIANA PERES DE BARROS Graduada em: Pedagogia; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis. ELÇA DOS SANTOS MACHADO - Graduada em: Pedagogia e Ciências Biológicas; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.   ELIANE SANTOS REZENDE MICHELATO- Graduada em: Pedagogia; Especialista em Psicopedagogia e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis. JANE GOMES CASTRO, graduada em Ciências Biológicas; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.  LEIDIANE OLIVEIRA ROCHA- graduada em Pedagogia: Especialista em Docência na Educação Infantil- UFMT. TATIANE DE SOUZA GIL - Graduação Pedagogia ; Especialista em Educação Especial e Libras : Email _ [email protected].  RAQUEL SANTOS SILVA (5) Graduada em: Letras; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis. RENATA RODRIGUES DE ARRUDA; Especialista em Educação Infantil. Email:[email protected].