FAVENI

PAULO HENRIQUE ARAUJO GOMES

ARAGUAÍNA-TO

2022
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FAVENI

PAULO HENRIQUE ARAUJO GOMES

   O AUTISMO E O APOIO FAMÍLIAR PARA O DIAGNÓSTICO NA INFÂNCIA

 

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em PSICOPEDAGOGIA.

 

                                            

ARAGUAÍNA-TO

2022

O AUTISMO E O APOIO FAMÍLIAR PARA O DIAGNÓSTICO NA INFÂNCIA

 

Paulo Henrique Araujo Gomes,

Declaro que sou autor¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.

Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

 

RESUMO- A participação da família é fundamental no processo de diagnóstico do autismos na criança que apresenta as características deste transtorno. O “TEA” (Transtorno do Espectro Autista) é um distúrbio que afeta o desenvolvimento social e escolar da criança ao longo de sua vida. Desta forma, a escola é importante para ajudar no processo diagnóstico, desenvolvimento com suporte e técnicas primordiais que melhore o desempenho nesta trajetória. Todavia, a família é um dos principais elementos para a melhoria de qualidade de vida dessa criança com TEA, pois, o primeiro passo para início de tudo é a aceitação da família para buscar um diagnóstico preciso para que seja feito as interversões corretas, já que, a família é o responsável legal da criança que é menor de idade e se deve a ela a busca por profissionais qualificados para que seja aplicado métodos eficazes.

 

PALAVRAS-CHAVE: Autismo. Diagnóstico. Família.

 

1       INTRODUÇÃO

O TEA (Transtorno do Espectro Autista) deve ser tratado com seriedade e responsabilidade e não como algo comum e de pouca importância. A família ao perceber alguns sinais relevantes mesmo que sejam mínimos devem procurar ajuda profissional para melhorar a qualidade de vida da criança que pode não ser muito fácil.

Certamente, saber identificar quais são esses sinais seja a maior dificuldade para a família, talvez, por falta de conhecimento por não ser um assunto tão debatido e falado ou até mesmo por não haver campanhas suficientes que informe a população em geral.

O TEA não deve ser considerado uma doença e sim como uma condição que faz essa criança especial das outras, levando em conta que ela pode ter uma vida normal e sadia como qualquer outra, pois, existe diferentes graus de autismo de leve até mais severo. Portanto, o diagnostico cedo pode ajudar a criança a se desenvolver-se melhor e melhorar a sua qualidade de vida.

A escola por sua vez é fundamental para se ter um diagnóstico através de profissionais qualificados e experientes. O docente como um investigador e mediador poderá perceber os sinais de que indique a condição suspeita, sendo assim, a identificação do autista não diagnosticado por laudo, deve-se, ao perceber o rendimento do aluno sendo abaixo do esperado e com comportamento diferenciado dos demais. Com ajuda necessária o autista terá um acompanhamento e adaptação em sua vida escolar.

Este trabalho tem como objetivo abordar o assunto do autismo e a família no processo do diagnóstico cedo na vida da criança melhorando a qualidade de vida incluindo-a na sociedade.

No atual cenário não há muitas informações ou campanhas que trate sobre o assunto do autismo e, muitas famílias não têm informações básicas para suspeitar da condição da criança. Isso nos leva a pensar em quantas pessoas não tem um diagnóstico cedo ainda na infância, passando a infância, adolescência e possivelmente a vida adulta com consequências e dificuldades nessa fase. Quando se pensa pelo lado de que muitos podem nem ter um diagnóstico e viver uma vida toda sem saber que é autista.

Este trabalho tem como base pesquisas bibliográficas em buscas feitas na internet, livros, artigos e publicações para que assim traga-se uma nova visão e perspectiva sobre o assunto.

A estrutura do artigo foi dividida em resumo, introdução, desenvolvimento (abordando sobre a importância da família para o processo de diagnóstico e métodos para melhorar a qualidade de vida do autista), conclusão e referências.

2       DESENVOLVIMENTO

2.1      O que é autismo?

O autismo não deve ser considerado como uma doença, mas, sim como uma condição ou transtorno, segundo RIBEIRO (2022): “O autismo é um transtorno no desenvolvimento neurológico da criança que gera alterações na comunicação, dificuldade (ou ausência) de interação social e mudanças no comportamento[...]”. Não há uma idade certa para descobrir o autismo, mas, conforme RIBEIRO (2022) “geralmente a idade em que é identificado o autismo é entre os 12 e 24 meses de idade, porém, a casos de descoberta na adolescência e até na vida adulta e isso se deve muitas vezes por falta de conhecimento da família sobre o transtorno”.

O autismo por não ser uma doença, não tem cura e, o seu diagnóstico cedo pode melhorar a qualidade de vida da criança tanto escolar quanto social. Métodos, ferramentas e tratamentos desenvolve a autonomia e a forma de se comunicar do autista, inserindo-o cada vez mais socialmente.

 Nas falas de RIBEIRO (2022):

Pessoas com autismo podem apresentar algumas características específicas, como manter pouco contato visual, ter dificuldade para falar ou expressar ideias e sentimentos, e ficar desconfortáveis em situações sociais, além de poderem apresentar comportamentos repetitivos, como ficar muito tempo balançando o corpo para frente e para trás, por exemplo.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (2019, p. 3):

O TEA é causado por uma combinação de fatores genéticos e fatores ambientais. Estudos comparando gêmeos idênticos e gêmeos fraternos mostram que a taxa de concordância do TEA é significativamente maior entre os primeiros do que entre os segundos, sugerindo um forte componente genético na etiologia do autismo. De fato, há evidência de que a arquitetura genética do TEA envolve centenas ou milhares de genes, cujas variantes, herdadas ou de novo, e comuns ou raras na população, compreendem múltiplos modelos de herança.

Apesar do diagnóstico geralmente ser entre os 12 e 24, há médicos que relatam a dificuldade de diagnosticar o TEA na criança, pois, a família não percebe os sinais dos autismos logo cedo, procurando ajuda depois dessa fase, assim como, afirmar SERRA (2010, p. 42):

É muito comum, ao perguntar às famílias sobre o aparecimento dos sintomas,
receber como resposta que eles eram ‘normais’ até os 3 anos de idade. De fato, os médicos também têm dificuldades para concluir um diagnóstico antes dessa idade, e isso tem uma razão de ser: até 1 ano e 8 meses, o bebê possui uma pré-linguagem, com balbucios, ecolalia, repetição do que o adulto tenta lhe dizer.

 

2.2      A participação da família no diagnóstico e tratamento do autista

O diagnóstico da criança autista e extremamente importante para ela, entretanto o acompanhamento da família e a participação assídua é fundamental. Dedicar um tempo para a criança em seu acompanhamento clínico fará toda a diferença. PEREIRA (2011, P. 51), destaca que: “Além da contribuição da escola, dos profissionais especializados em detectar, diagnosticar e tratar o autismo, os pais têm um papel muito importante na evolução da aprendizagem dos portadores de autismo”.

Conforme PEREIRA (2011, P. 51):

[...] é importante a participação dos pais no diagnóstico, no tratamento e na evolução do quadro clínico da criança e o quanto ainda há a ser feito no que diz respeito a pesquisas sobre o assunto a fim de acelerar o diagnóstico precoce e tratamento eficaz, que minimizem as estereotipias se estimulem a independência das crianças

A criança autista tem um modo diferente das outras de se expressar como: dificuldades para falar, se socializar com as outras pessoas e movimentos repetitivos. Desta forma, o carinho, a afetividade, como tratar e compreender essa condição são bases para uma vida de qualidade. PEREIRA (2011, P. 51) cita que:

A afetividade é um fator primordial para alcançar sucesso no acompanhamento dessas crianças, uma vez que é necessário comprometimento, dedicação, persistência e sacrifícios da família para adequar a vida social, o ambiente de casa e a rotina em prol das necessidades e respeitar os limites que impedem determinadas mudanças

2.3      Falta de conhecimento da família sobre o TEA

Falta de investimentos do Estado para propagar mais informações sobre o autismo e outros transtornos como por exemplo a síndrome de Down, causa, desconhecimento prejudicando muitas crianças, pois, a família pode considerar algumas características do TEA como normal para ela. Identificar de forma precoce o autista não é tarefa fácil e muitas das vezes pessoas do convívio externo familiar percebe essa condição da criança, por outro lado, a escolar pode ser o melhor ambiente para encaminhar essa criança para profissionais qualificados no diagnóstico do autismo. Então, não é apenas investir em propagandas sobre o autismo para informar familiares, mas, também, em formação de professores.

De acordo com PALANGANA (2015):

A principal finalidade de toda estrutura educacional é promover a aprendizagem e o desenvolvimento do ser humano. Isso, por si só, justifica a constante preocupação, não apenas de psicólogos e educadores como pesquisadores de outras áreas, com a complexa natureza desses processos.

A necessidade de investimentos na educação inclusiva é um ponto importante a se discuti para qualidade das crianças com necessidades especiais, é preciso de instrumentos de aprendizagens, adaptações e até atividades exclusivas para as suas necessidades. Entretanto, a responsabilidade de leva a criança um fonoaudiólogo, psicólogo ou psicopedagogo é da família. Quando há o conjunto do desempenho da família, da escola e até mesmo a presença professores especializados em psicopedagogia faz toda a diferença.

É importante frisar que há níveis diferentes de autismo e que há crianças que tem apenas aspectos leves e quase imperceptíveis como apenas uma leve desconcentração quando estar focado em uma atividade e há uma distração, mesmo que muito pequena.

A prevenção desses transtornos deve ser trabalhada nas políticas de saúde pública, pois, o autismo pode ser causado uma má gestação da mãe durante a gravidez, como fatores genéticos e ambientais. Conforme SERRA (2010, p. 54):

Não há dúvida de que a presença da deficiência modifica a vida de todos os que lhe são próximos e que o apoio dado à família minimiza as ansiedades frente ao filho e promove a busca de alternativas, e tais medidas deveriam fazer parte dos programas de políticas educacionais e clínicas preventiva.

Pode-se pontuar também que existem pais que não aceitam que o filho tenha algum transtorno ou não leva em consideração que o próprio filho possa ter uma vida normal como qualquer outra. SERRA (2010, p. 44) destaca que:

É interessante que, qualquer que seja o nível socioeconômico da família, há sempre a busca de cura milagrosa e a crença em práticas de seriedade duvidosa. Da notícia à aceitação da realidade, o caminho é longo e tortuoso e nem todos os pais conseguem superar o momento do luto do filho saudável.

3       CONCLUSÃO

Em virtude dos fatos mencionados podemos afirmar que participação da família desde a percepções de sintomas como dificuldades de comunicação (dificuldades para tentar falar, não se importar quando alguém chama pelo nome), até os 2 anos de idade, procurar ajuda profissional, aceitação da condição da criança, busca por tratamento necessário e afetividade pela criança faz total diferença.

Outro ponto a ser destacado é a falta de campanha mais abrangente sobre o assunto para que chegue a todas as famílias como um assunto nacional pode aumentar os diagnósticos de autismo, não deixando, que, algumas pessoas tenha o seu diagnóstico tardio sejam prejudicadas ou sem que ter um diagnóstico.

Por todos esses aspectos analisados pode-se destacar que além da família que por muitas vezes não tem conhecimento, é preciso investir em capacitação profissional dos docentes do ensino infantil, fundamental, médio e superior sobre o autismo e outros transtornos importantes, já que, as crianças estão entrando cada vez mais cedo na educação.

É muito interessante que haja uma discussão sobre a implementação de psicopedagogos em todas as unidades de ensino e investimentos em materiais e instrumentos pedagógicos para essas crianças especiais, se possível, ambientes adequados para que essa criança tenha um atendimento direcionado especialmente para ela e não somente colocá-la em uma sala de ensino regular para que haja a inclusão dela, mas também que tenha um complemento especialmente para o desenvolvimento progressivo.

Após um diagnóstico da criança e a aceitação da família, é necessário que tenha comprometimento em levá-la para o tratamento, caso necessário, do autista. Buscar informações, ser participativo e dedica-se é um fator importante para o desenvolvimento, lembrando que o Estado deve garantir através de recursos e políticas públicas para pessoas com necessidades especiais.

Sendo assim, a ajuda profissional com recursos financeiros garantidos para todos os autistas, campanhas intensas, capacitação dos profissionais da educação e métodos eficazes para cada necessidade sempre atualizando-se abre novos caminhos para o autista que pode levar uma perfeitamente saudável.

Por fim, a família é o instrumento e apoio fraterno da criança com o TEA e o maior desafio em garantir a informação desse tema, antes de tudo. A aceitação e busca ajuda necessária são fatores importantes. As políticas públicas do país devem tratar do diagnóstico e tratamento como assuntos fundamentais para educação, atendendo as demandas e buscando construir espaços adequados para o desenvolvimento da criança.

4       REFERÊNCIAS

PALANGANA, Isilda. Desenvolvimento e aprendizagem em Piaget e Vigotski. [6. Ed.].  São Paulo-SP: Summus Editorial, 2015. Acessado em: 14 de agosto de 2022. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=BjPXCgAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT4&dq=piaget+desenvolvimento+infantil&ots=D6HLk_X3RG&sig=CAggu6UkljACGL3wE0V2zu2l7kM#v=onepage&q&f=true>

PEREIRA, Cyelle. (9 de fevereiro 2011). Autismo e família: participação dos pais no tratamento e desenvolvimento dos filhos autistas. Acesso em 14 de agosto de 2022. Disponível em: <http://revistanovaesperanca.com.br/index.php/revistane/article/view/384/291>

RIBEIRO, Sani. (maio de 2022). Autismo: o que é, sintomas, causas e tratamento. Acesso em: 14 de agosto de 2022. Disponível em: <https://www.tuasaude.com/autismo-infantil>

SERRA, Deyse. Autismo, família e inclusão. [v. 9]. Rio de Janeiro-RJ: Polêm!ca, p. 40 – 56, março de 2010. Acessado em: 14 de agosto de 2022. Disponível em: < https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/polemica/article/view/2693/1854>

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. (5 de abril de 2019). Transtorno do Espectro do Autismo. Acesso em 14 de agosto de 2022. Disponível em: <https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/21775c-MO_-_Transtorno_do_Espectro_do_Autismo.pdf>