Aprendizagem: Caminhos para o êxito/ Desafios e superações

 

Alguns teóricos estudaram o processo de desenvolvimento e aprendizagem do ser humano, defendendo as diferentes concepções acerca do desenvolvimento do sujeito e da sociedade.

Entre eles, há um senso comum, que a única certeza é que todos têm capacidade para aprender. Entretanto, há diversos entendimentos sobre o processo de aprendizagem. E cada um aprende sob determinadas condições e de acordo com o próprio ritmo. 

Assim sendo, o principal objetivo desse excerto textual é evidenciar as contribuições de alguns estudiosos na tentativa de compreender o processo de aprendizagem e à busca da eficácia nesse fazer educativo.

Concomitantemente, refletiremos sobre diversa teorias, conceitos e métodos para compreendermos os aspectos que norteiam a aquisição e a apropriação do conhecimento na vida do indivíduo. 

De forma contundente, Skinner afirma que o ensino é o arranjo das contingências de reforço que acelera a aprendizagem. Um aluno aprende sem que lhes ensinem, mas aprenderá mais eficientemente sob condições favoráveis.

Diante desse postulado, o condicionamento do indivíduo com o meio é um fator operante para lançar luzes ao seu aprendizado, digo, não é qualquer ação do indivíduo, mas aquela que afeta o ambiente e é afetada por ele. E são as consequências do comportamento, ou seja, os eventos que se seguem a uma resposta, que interferem na probabilidade de ele ocorrer novamente.  

Esses conceitos envolvem a compreensão de que dentro do condicionamento operante, o foco está sobre o que o indivíduo faz, as circunstâncias sob as quais faz e as consequências de sua ação.

Segundo Baum (2006), o convívio de uma criança numa cultura humana necessita de uma modelagem contínua, sem a qual seria provavelmente impossível aprender tudo de que precisa.

Assim, nessa teoria, ao ensinar uma criança a ler, por exemplo, necessitamos elaborar um programa de reforços educacionais, em que as respostas adequadas, em suas unidades, sejam reforçadas com frequência, a fim de se chegar ao objetivo desejado.

Para Piaget, em sua abordagem da concepção do desenvolvimento cognitivo e aprendizagem, o ideal da educação não é aprender ao máximo, maximalizar os resultados, mas é antes de tudo aprender a aprender; é aprender a se desenvolver e aprender a continuar a se desenvolver depois da escola.

Ele afirma ainda que o desenvolvimento cognitivo é algo que contém uma dinamicidade; a inteligência existe na ação, modifica-se numa sucessão de estágios, que compreendem uma gênese, uma estrutura e a mudança destas.

São quatro os estágios do desenvolvimento cognitivo, que Piaget denomina de fases de transição.

Estágio sensório-motor – Nesse período dos dois primeiros anos de vida, a criança reage ao mundo pelo sensório-motor, ou seja, suas ações se dão em razão de suas sensações e estas alicerçam sua compreensão das coisas, pois este período representa a conquista, através da percepção e dos movimentos, de todo o universo prático que cerca a criança.

Estágio pré-operacional – Neste estágio, a criança já desenvolve a função simbólica, que lhe permite substituir um objeto ou acontecimento por uma representação dela.

Estágio das operações concretas – Este período coincide com parte dos anos em que se frequenta o ensino fundamental, momento marcado por grandes aquisições intelectuais. E a criança desenvolve a capacidade de concentração, em trabalhos individuais, e de colaboração ao se trabalhar em grupo.

Estágio de operações formais – No estágio anterior, as crianças aplicam sua lógica diretamente à própria realidade, aos objetos reais.

Já agora, as estruturas cognitivas alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento, seu ápice, correspondendo ao nível de pensamento hipotético-dedutivo ou lógico-matemático.

Já Vigotski, dentro do viés desenvolvimento cultural e aprendizagem, destaca que no processo de educação também cabe ao mestre um papel ativo: o de cortar, trabalhar e esculpir os elementos do meio, combiná-los pelos mais variados modos para que eles realizem a tarefa de que ele, o mestre, necessita. Desse modo, o processo educativo já se torna trilateralmente ativo: é ativo o aluno, é ativo o mestre, é ativo o meio criado entre eles.

Ao pensar na criança como um ser histórico-cultural, devemos considerar, desde muito pequena, capaz de estabelecer relações com o mundo que a cerca, de explorar os espaços e objetos que a rodeiam e de aprender de modo a desenvolver -se como ser humano.

Daí a importância de que o apoio à criança ocorra e se ajuste às suas necessidades, estimulando-a a avançar no seu conhecimento e aprendizagem, processo em que gradativamente o adulto (professor, educador) experiente deve entrar e sair de cena na medida em que essa criança vai se desenvolvendo.

Assim, a incidência do ensino formal sobre a zona de desenvolvimento próximo ou proximal é fundamental para o processo de desenvolvimento intelectual e para maiores êxitos na aprendizagem e desenvolvimento intelectual da criança.

Wallon, em uma de suas citações “A verdade não aparece, pois, desde o princípio: ela se faz; mas em cada momento ela é tudo o que pode ser. Não é mais noção absoluta, imóvel; é preciso considerá-la em sua evolução” busca compreender o psiquismo humano, ampliando nossa visão sobre uma nova maneira de pensar o homem.

Tal premissa se confirma quando há essa relação do indivíduo com o meio; daí a necessidade de estudar os comportamentos, as dificuldades dos alunos de maneira contextualizar, ou seja, no conjunto de relações estabelecidas entre eles e seu ambiente.

Ele ainda afirma que na relação de sala de aula com o educador, o aluno tem a possibilidade de desenvolver-se como um tudo, nos seus conjuntos cognitivo, motor e afetivo.

Em síntese, a importância da escola não se reflete apenas nos conteúdos escolares, mas também nas interações sociais proporcionadas, que desempenham papel de grande significância na formação da personalidade do estudante.     

Logo, as pessoas possuem em menor ou maior grau o desejo de conhecer, de aprender. De acordo com Aristóteles todos os homens têm, naturalmente, um impulso para adquirir conhecimento. É o que já podemos perceber nos olhinhos curiosos da criança, na faminta exploração do mundo com as mãos, com a boca.

O aluno pode, então, passar a participar ativamente quando é capaz de compreender os objetivos de cada tarefa ou exercício executado e, principalmente, quando seu desenvolvimento particularizado é respeitado.