Gestão escolar hoje: Um exercício titânico entre poder e manutenção de cargo

Por Alberto Mahula Francisco | 03/04/2024 | Educação

Gestão escolar hoje: Um exercício titânico entre poder e manutenção de cargo

Autor: Alberto Mahúla Francisco, MSc

Mestre em Economia e Gestao de Educação pela Northeast Normal University

albertofrancisco0686@yahoo.com

Resumo

Este estudo tem o propósito de oferecer uma discussão mais sistemática, suscitando uma reflexão profunda acerca da gestão escolar hoje, suas práticas e conexões com o meio ambiente social, tendo a atitude e o comportamento do gestor escolar como foco de toda a análise. Fez-se uma revisão teórica da literatura de diversos autores que durante muito tempo suas mentes despertaram em fazer discussões abordando temáticas referentes a vida da gestão escolar, situando-a no contexto das práticas modernas, onde a termologia gestão escolar hoje coloca-se no centro da atualidade. As técnicas de observação e entrevista sistematizada, foram empregues, procurando buscar informações mais consistes sobre o assunto estudado e elucidar como tem sido lidar com a atividade de gerir uma escola. E, neste ponto, a pesquisa mostra que a gestão hoje, é um verdadeiro exercício titânico situado entre poder e a manutenção de cargos. Por isso, o estudo sugere que a gestão escolar hoje, seja um bem produtivo fundamentado numa prática mais racional, visto que a educação é acima de tudo um fenómeno social, onde a gestão escolar desempenha a função de unir e articular da melhor maneira todo o capital existente, colocando-o ao serviço da humanidade. E, para isso, os gestores escolares, devem saber servir, abstendo-se de vícios e práticas de auto-servir-se, devem de igual modo, servir a escola, pois, neste sentido estariam a ser dignos ao serviço da humanidade.      

Palavras-chave: Gestão, hoje, exercício, poder, manutenção, cargo

  1. Introdução

A gestão escolar é um campo de atuação sensível que vai afirmando-se em “eliminar desperdícios”. E, torna-se ainda mais sensível por versar em servir o processo de ensino e aprendizagem e seus diversos recursos, tais como professores, alunos, pais e encarregados de educação, incluindo os recursos não pessoais que incidem diretamente com os atos de ensinar e aprender. A gestão escolar é responsável pela organização das infraestruturas escolares e melhoria do ambiente escolar. Tem os seus desafios propostos em dinamizar “todos os tipos de processos produtivos” nas escolas, procurando estabilizar as atividades administrativas, juntos dos processos de orientação e direção, inibindo todas as variáveis parasitas capazes de destruir as tendências evolutivas da escola. Nestes desafios, a gestão escolar vai aprimorando operações que exigem uma padronização e consequentemente um nivelamento da cadeia produtiva dos saberes pedagógico e científico ( Guolo & Paris, 2015, p. 15).

Nesta ótica de ideia, a atuação do gestor da escola deve influenciar diretamente no processo de produção de bens e serviços do ensino, incluindo melhorias no desenho curricular e na articulação dos saberes: saber, saber ser e saber fazer. Por isso, a gestão escolar por essência, faz parte de um ambiente em constante mudança, competitiva e com grande velocidade de informações que no qual se deveria valorizar cada vez mais o conhecimento e o fator capital humano. Neste contexto, os gestores das escolas necessitam adaptar-se aos diversos saberes, adquirir uma formação excelente, uma educação de qualidade fundada em valores tais como: amor, justiça e paz, valores estes que poderiam contribuir na verdadeira definição dos gestores escolares, até manterem-se ativos para melhor organizar e articular o meio ambiente escolar, servindo de ponte de suporte e apoio há todos os outros órgãos a fins de servir o processo de ensino.

O foco da gestão escolar deveria manter-se na otimização do processo de ensino e aprendizagem, onde a unidade entre professor, aluno, conteúdo de ensino e o ambiente escolar serviriam de instrumentos primários para otimização do processo de ensino e aprendizagem, por um lado. E, por outro, o gestor escolar deve advir de um exercício prático do ensino técnico e profissional, unindo-se de uma formação solida em economia e gestão da educação; gestão, administração e organização escolar. E, não deve dispensar a experiencia profissional, por ser útil para os êxitos na missão de gerir escolas.

Um gestor escolar para além de possuir um conhecimento solido, deve ainda munir-se de talento e saber unir a diversidade, transformar a diversidade numa unidade indissolúvel para o desenvolvimento social, pois, uma escola é acima de tudo uma comunidade mobilizada por diversidade de pessoas, saberes e culturas.

 A valorização do professor, aluno e encarregado de educação, teria um valor inalienável tanto no ambiento externo da escola quanto interno. Isto deve-se no facto de que os professores, alunos, pais e encarregados de educação, para além de serem componentes pessoais do processo de ensino, são em primeira instância colaboradores da escola e do sistema educativo. E, que devem ter um bom ambiente de trabalho escolar. Estes estando mantido num ambiente escolar que gere satisfação e motivação, podem apresentar reflexos na produtividade do ensino como um processo complexo.

As escolas, o sistema de educação e do ensino, são incapazes de funcionarem sozinhas, por serem construções sociais que necessitam de pessoas para poder concretizar seus objetivos. Os serviços escolares necessitam de pessoas para sua sobrevivência, assim, os gestores escolares precisam também conhecer a gestão escolar e gerir o ensino na sua conjuntura dinâmica e complexidade, buscando equacionar a satisfação dos objetivos individuais e a concretização das metas do processo de ensino-aprendizagem na sua conjuntura multipolar.

  1. Gestão escolar hoje

Na atualidade, a gestão escolar é um campo de saber que clama da “praxis humana fundada pela razão, mostrando que o saber é o único meio de o homem fundar uma verdadeira moral” (Feitosa, 2006, pp. 12-15). Pois, este campo de estudo, passou a ser um exercício titânico, situado por duas magnas circunstâncias sábias: manter o poder e a manutenção de cargos. Nesta endura situação, vê-se as páginas de gestão escolar a alterarem as suas diretrizes e os capítulos a variarem a vértice. Dentro desta envergadura, a gestão hoje responde situações inequivocamente limitadas em autosserviços, versos a articulação de saberes e produtividade do ensino. É, neste sentido em que o “conhecimento como princípio fundamental”, meio e instrumento unificador de “todas virtudes”, passou a ser uma variável menosprezível, ou seja, factor inválido para quem queira ser um gestor escolar hoje. Isto implica dizer que a gestão escolar hoje, pondera e dispensa os princípios de gestão baseados na “ética” e na “razão” (Feitosa, 2006, pp. 6-7).

Assim, o ensino produtivo passou numa miragem do assunto que há por vir. O ensino produtivo vive nas margens das incertezas entre o passado, presente e o futuro, pois, o gestor escolar está dedicado e submisso em obedecer correções do belo exercício do poder. E, que sirva para a sorte de manter-se ao dócil privilégio de cargo de direção, onde a arrogância, a desumanidade e as injustiças competem até cegar a visão de quem poderia enxergar para corrigir os erros do sistema de ensino e servir de passo mais assertivo para melhor organizar as escolas, primar na formação quali-quantitava e continua do professor.  

Nesta optica, gerir uma escola hoje, passou a ser um ato simplista que consiste em cumprir formalidade. Ao passo que primar em exercício de manter a hegemonia do poder e manutenção dos cargos, passa a ser uma prática mais concreta, fácil e ágil.

Há no exercício de gestão escolar mais rapidez, eficiência e agilidade em trabalhar para o poder e manutenção de cargos, duque praticar o saber para servir melhor e organizar o ambiente escolar. Por isso, trabalhar para que haja um ensino de qualidade, onde a pratica possa fazer o mestre e os saberes vêm a ser a corroa para uma passagem de ensino teórico ao prático, isto passou a ser uma homilia em que a salvação é individual, cuja, fé, prosperidade e esperança, ficaram para atrás, pois, na atualidade o exercício da gestão escolar é ainda titânico, situando-o entre o poder e a manutenção dos cargos de direção.

E, a formação em economia e gestão da educação, incluindo gestão escolar, passa a não ser uma prioridade de quem queira ser gestor de uma escola. Pois, a gestão escolar hoje, não é exigente em termos de conhecimentos sistematizados em gestão e administração escolar, importa sim, saber ter táticas de defesa pelo poder e intimidar para manter o cargo.

Hoje, a formação em economia e gestão da educação, assim como em áreas de gestão, administração escolar, Pedagogia, psicologia pedagógica, Filosofia da Educação e Sociologia da Educação, já não constituem pré-requisitos para quem queira ser gestor de uma escola. Para além disso, os ramos de saber técnico em educação, tais como: Pedagogia, Filosofia, Didática, Sociologia, Organização e Gestão Escolar e outras disciplinas pilares para um ensino pragmático e produtivo, passaram a ser paliativos no capítulo da formação de professores que pela dinâmica profissional, ligada ao factor de mobilidade ascendente, viriam a ser os grandes gestores da escola.    

  1. Gestão escolar na luz do belo poder

Na luz do belo poder, a gestão escolar é uma área de construção de uma escola baseada na visão idealizada que constrói “utopia”, partindo da “educação da criança” (Kohan, 2003, p. 1). Neste exercício da construção da escola, a função do gestor escolar está em buscar admiração pela hierarquia superior, onde de qualquer modo o gestor escolar deve ganhar confiança, obedecendo por eficiência cega as orientações e ordens superiores, mesmo colocando em crise os funcionários e a realidade da escola. É, um estilo de gestão escolar que abstrai a teoria do “bom governo, aquele que governa para o povo não para si, tendo sempre em vista propiciar meios que leve os cidadãos ao bem em si” ( Silva, Malinoski, & Rodrigues, 2013, p. 2).

A gestão na luz do poder, está imune de poderes, submissões, ambições desmedidas. E, é guiada através de uma relação de comando onde se joga por meio de um binómio consistente em ligar e desligar ou seja nomear e exonerar, por um lado. Por outro, o chefe manda, mete e tira, tal como o meteu.

No âmbito da gestão sob luz do poder, há pouco tempo disponibilizado pera os serviços da escola, há pouco respeito ao uso racional do tempo e há excessos na autoridade. Aqui o excesso na autoridade, conjuga-se interagindo com autoritarismo e a arrogância. A arrogância e a submissão interagem continuamente com os membros da organização escolar, vivendo todas as aberrações do ensino opressivo.

 Há situações em que o poder não respeita os direitos humanos, pois, joga-se pela primazia de obediência e submissão. O ser humano dentro de uma organização escolar, tende a ser colocado na última instância do valor, dando privilégio ao poder.

E, isto é óbvio, na medida em que o poder deve ser exercido, mandando. Assim, quem manda, manda mesmo. E, quem não manda deve obedecer, cumprindo todas as obrigações, incluindo os macabros das aberrações do opressor.

As jogadas do poder dentro da gestão escolar, podem ofuscar a boa imagem da escola, criando táticas de injustiça social, corrupção, nepotismo, etc. É, assim, que a gestão escolar em algumas sociedades tende a criar regime, classes e grupos que de uma ou de outra possibilidade de gestão, caiem num exercício de prática escolar que desobedece aos princípios de ensino para todos. E, escapando-se do direito natural e universal da educação.

E, se o ensino não for para todos, logo a educação perde o seu tom natural e abstrai-se do seu caracter universal. E, deste modo, mesmo tendo havido reformas com o objetivo de criar uma escola inclusiva e que possa combater o absentismo escolar, vai-se vendo que ainda assim, há de haver muitas crianças fora do sistema de ensino, visto que as políticas ditadas, podem estabelecer limites que favoreçam a classe de elite, desfavorecendo as classes baixas.

  1. Autoridade do poder em gestão escolar hoje

A gestão escolar guiada por meio de ambição de poder e manutenção de cargos de direção, tem a sua autoridade marcada nas benesses de autosserviço, onde a lei defende o poder, enaltecendo a manutenção de cargos e combate as diferenças no meio ambiente escolar.

Aqui a autoridade é exercida para defender um bem pessoal. E, o todo é submisso, dependendo do EU egoísta. O egoísmo engoli todas as tendências positivas, destruindo o brilho do saber. Para além de destruir as mentes brilhantes, vê-se o sentido da autoridade do poder no propósito segundo o qual, o bem-estar não possui um caracter universal, mas, que seja para pessoas singulares, traduzindo assim, a instituição de ensino público num bem de natureza particular, onde o dono tem todos os direitos, tais como: a matricula de seus filhos e parentes de primeiro, segundo até pelo menos ao terceiro grau de amizade. É, neste sentido em que a gestão diz: quem tem mãe na cozinha nunca sofre. E, quem tem, tem. E, quem não tem que chupe no seu dedo. Há ocasiões em autoridade usa o seu tom para mostrar o quanto existe, ou seja o quanto manda, afirmando que o “o cabrito come onde está amarado”. Assim, através de meias palavras metafóricas vai-se exercendo o poder matando a sociedade, o sonho de um ensino de qualidade e de uma juventude deslumbrante para um presente e um futuro mais arquitetado, sem no entanto que se tenha em conta as consequências que hão-de-vir.

Em algumas vezes a autoridade é mostrada para humilhar os justos e exaltar os impios, pelo poder desaceitado. Assim, ser justo e praticar a justiça diante do impio exaltado passa a ser uma vergonha no processo de ensino e aprendizagem. Por isso, ser professor, aluno, pai e encarregado de educação caraterizado por um valor educativo que sirva de modelo positivo para na comunidade, tende a ser um conceito bastante pejorativo. Certas escolas, primar em ser justo e não conivente a praticas maléficas, tais como: corrupção, maus-tratos aos alunos, ou seja, ser professor que procure construir um bom ambiente de ensino, boa relação entre professor, aluno e a comunidade passa ser um objeto de perceção, odio e ameaça no meio ambiente escolar. Há mesmo professores que são banalizados, trocados de uma escola para outra, por motivos de serem bons, primando em fazer o bem, construindo um clima de harmonia, unidade e de bem-estar no ensino. Assim, o mais bonito para fazer numa escola de modelo de gestão primado no poder e manutenção de cargos é manter-se no silêncio. Neste caso, você sabe a verdade mantem o silêncio, o chefe cometeu erro, alias dentro da gestão escolar hoje, um chefe não comete erros, apenas pode falhar, logo, se vir a falha do chefe, mantenha-se no silêncio. E, for possível elogie o chefe e aplaude a falha do chefe, mobilize o pessoal a sua volta para dizer que o chefe não comete falhas que possam prejudicar a instituição e o bem-estar das pessoas.       

  1. Gestão escolar no centro à manutenção do cargo de direção 

A gestão por manutenção de cargos, é uma fratura torturante para as mentes brilhantes, por ser uma prática de gestão versada na ótica de manter nos cargos de direção das escolas, usando lixas, tortura e atormentando outrem. Constitui uma jogada de maculas, cujo, vencedor é sempre o chefe. É, por si uma maneira de viver a vida de chefe jogando na realidade das ambições desmedida e no tamanho do oportunismo. Este tipo de gestão forja-se na margem dos direitos e deveres dos colaboradores.

Há situações em que o próprio gestor principal, perde o norte de orientação e o rumo da direção certa da escola. Pois, exerce-se um ato de gestão colocando no centro o EU.

O EU poderoso é negativamente ambicioso e chega ao ponto de matar as dinâmicas e tendências evolutivas das instituições. Assim, em todas são as ambições desmedidas que separam os pares. E, sobretudo quando toda a ambição é a locada para manter no cargo de direção, aqui o gestor máximo da instituição escolar entra em confronto com todas as mentes ativas e despostas para manter o brio da instituição.

Para este tipo de gestão, a principal arma de forja utilizada é a desconfiança. É, neste sentido em que ao invés do gestor dedicar-se nos planos e projetos da instituição, desperta quase todo o seu interesse em criar grupos para espiar quem fala bem dele e que realmente comenta ao contrário do bem que o chefe faz.

Ao nível de desconfiança desacerbado, por algumas vezes, o gestor desconfia quase com todos e com tudo. E, tudo por nada, traduz-se em fronte e combate ao chefe. E, o chefe, tem todas as ferramentas e armas de apoio para combater e derrubar qualquer colaborar que possa ser tomado dentro do juízo e julgo de desconfiança. Deste modo, aparecem nas instituições notas de devoluções e mobilidade involuntária, despromoção de cargos, censuras registadas, chantagem afetiva e tudo que possa ser possível para bloqueia motivações para esta gestão é salutar, por servir de mola impulsionadora para a manutenção de cargos.  

De desejar manter no cargo, na instituição escolar é possível aparecer ou seja surgir situações atinentes há perigos, onde casos de morte, suicídio, persignação, conflitos de grupos de pares e tantos os outros problemas desestruturantes, surgem para invadir o bom ambiente do trabalho e deprimir o bem-estar das pessoas.

  1. Características da gestão escolar versada em manter no cargo de direção

Dentre várias caraterísticas de gestão versada em manter no cargo, temos as seguintes:

  • Negativismo

O negativo é uma das medulas dorsais de um gestor que vive fazendo a manutenção do poder de modo mante-lo.

Para o gestor neste traço de caracter, não tem para si pessoas aliadas, pois, quase todos parecem ser maléficos e que os queiram tirar o poder. Neste sentido, o gestor não aceita opiniões, contributos para o desenvolvimento da instituição e todo o colaborador que possa vir aproxima-lo, é tido como arma de forja que deve rapidamente ser abatido ou seja afastado do colectido dos outros colaboradores.

É, deste modo em que muitas das escolas, vive-se no silêncio. E, os professores ativos e criativos, dotados de conhecimento vivem sofrendo no silêncio.

  • Pessimismo

O gestor escolar pessimista não possui capacidades para ver o lado positivo das coisas. E, muito menos o valor da critica. É, um sujeito que pessimista que coloca tudo no lado do senso obscuro.

É, um gestor incapaz de perceber a tónica positiva nas entrelinhas de uma abordagem, quer que seja social, pedagógica, didática, psicológica, etc.

Neste caracter de gestor, poder tende a ser cada vez mais elitista e autoritário, pois, o gestor pessimista, coloca tudo no sentido mais péssimo, infernizando os outros e de teoriza todo o ambiente de trabalho.

Numa convivência coletiva, o gestor pessimista julga pessimamente a personalidade alheia. É, neste sentido em que alguns colaboradores são humilhados em estra publica, isto é, enquanto sentem-se no direito de opinar ou dar um contributo valioso para o bem da instituição, o gestor péssimo sempre senta, você não sabe nada. Por vezes, a linguagem comum do gestor péssimo, consiste em dizer esta ideia não vale e para tal devem todos submeterem-se as orientações superiores. 

  • Opressão

No caracter de opressão, o gestor oprime todos e controla todos os colaboradores. E, muitas das vezes proíbe os contatos entre colegas de trabalho.

É, um gestor que vive de desconfiança. Por isso, desconfia com tudo e com todos. Para ele, onde há dois (2) ou mais colaboradores conversando, estes podem estar a falar male do chefe. Para isso, o chefe cria viés fiscais com a função de espiar o ambiente escolar, ouvindo o que os outros falam e por sua vez estes devem transmitir ao chefe.

De facto, nem toda informação adjacente é coerente, pois, quem conta um conto aumenta sempre um contra ao fim de animar a conversa e agradar o chefe-  

  • Rixas

O ambiente de gestão por rixas, é um ambiente rigorosamente de disputas e brigas pelo poder. E, muitas das vezes todas as brigas são causadas pelo gestor de poder adorado, cujo, fim ultimo é manter no poder.

Assim, pelo poder pode haver no meio ambiente escolar lutas que por vezes resultam em mortes, perseguição, ódio, medo, etc.

As rixas por manutenção de poder já causas danos humanos, visto que tudo desemboca em fragilidades, vinganças e maldades.

  • Orgulho

Um gestor primitivamente mantido por desafios de proceder a manutenção do poder e por via disto mante-lo no poder, é sumamente orgulhoso. Por ser uma pessoa orgulhosa, passa depois a ser vaidoso. Assim, a vaidade predomina e guia todos os passos do gestor tido com o objectivo de manter o poder.

Por vaidade este gestor passa a ser desprovido de capacidades de gestão e de liderança. E, até mesmo casos simples, este tipo de gestores leva ao senso do gestor do topo. E, por vezes as situações simples levados ao senso do gestor do top, passam a ser assunto complexo que provocam demissão ou seja perda de emprego por parte da pessoa visada no problema.

Muitos gestores, por serem tao

O gestor escolar que toma esta característica, até as suas decisões, são tomadas de forma intimidatória. E, intimidando magoa e lesa a personalidade dos outros, incluindo das famílias.

E, pelas decisões tomadas de forma intimidatória, causa frustrações, bloqueia motivações que provocam subdesenvolvimento e pobreza social.

  • Regionalismo e nepotismo

Regionalismo e nepotismo são dois (2) aspectos glutinados para completar o caracter do gestor dedicado a arte de manter no cargo e manutenção do poder.

É, por meio do regionalismo e nepotismo que os gestores de mantimentos de cargos vivem construindo monopólios e instituições tidas como propriedade própria, onde os funcionários ou colaboradores devem ser pessoas da confiança, atendendo a linhagem familiar, amizade, conterrâneo, compatriota, etc.

Um gestor que queira manter no cargo e proceder a manutenção do poder, nunca está disposto em congregar pessoas de culturas diferente e de traços consanguíneos fora da sua genética ou filantropia. Quer sim, pessoas que falem a mesma língua, herança e se este forem de baixo nível e status sociais, este gestor torna-se mais feliz, pois, pessoas de baixo nível, sobre tudo no ponto de vista académico, incluindo baixo nível de conhecimentos, habilidades e capacidades de pensamento e criatividade, estes, servem unicamente de objectos de intimidação e obediência cega.

  1. Atitudes e práticas de gestão escolar versada em manter no cargo e manutenção do poder

As atitudes de gestão versadas em manter no cargo, consistem em manipular escolhas, emitir conceitos distorcidos, apresentar justificativas dúbias e juízos tendenciosos, no campo da política, ciência e religião. Assim, a sociedade desumanizada habita nas atitudes de gestão primado em manter cargos e manutenção do poder, fazendo transcender o submundo dos interesses mesquinhos e os porões corrompidos das instituições, como espaço privilegiado para o seu deleite (Filho, 2022).

Entre varias atitudes e práticas de um gestor escolar, tido para manter-se no cargo, a fim de fazer a manutenção do poder, neste estudo destacam-se as atitudes e praticas mais comuns, tais como: dificuldades em manter na instituição capital humano dotado de conhecimentos, habilidades, capacidades de inovação e criatividade.

Assim, numa sociedade em que os gestores são guiados por atitudes e práticas de manter no cargo e manutenção do poder, o melhor que podem fazer é ter as pessoas inteligentes, capacitadas e hábeis na solução de problemas, como sendo seus inimigos e rivais. Deste modo, a presença de um intelectual, hábil e devidamente capacitado numa instituição gerida pelo gestor de manutenção de cargos e poder, chega ser uma ameaça.

Por isso, os intelectuais neste tipo de sociedade, têm pouco tempo de vida, pouca probabilidade de progresso, défice de promoção de categoria, e são obviamente infelizes, pois, o mínimo que pode ocorrer na vida deste capital humano é apenas dessabores, angustia, humilhações, etc.

Há atitudes e praticas versadas em recalcar todas as tendências evolutivas e desenvolvimentistas, onde, depois de tantos maus-tratos e intimidações perante a pessoa formada, educada e profissionalmente moralizada, este capital humano é conduzido a depressão e frustrações. E, estes problemas, são promissores de doenças psicossomáticas que são óbvias para matar ou neutralizar parte das predisposições psicossomáticas da pessoa devidamente formada e tida como ameaça na instituição gerida pelo chefe e mestre em manter no cargo e manutenção do poder.

E, nestes moldes, admite-se que estes gestores são assassinos. Matam como quiser e quando querem. O importante é mesmo manter no cargo, ousando a proceder a manutenção do poder.

Neste tipo de gestão, as atitudes e práticas, não colocam em primeira instancias o bem-estar das pessoas e o desenvolvimento social. O que importa é o cargo e o poder, somando o cargo, juntos do poder, estes chefes, tornam-se magnatas preparados para tratar pessimamente as pessoas dentro e fora das instituições. Estes gestores, são certos no lugar certo para niquelar todo o género humano. Nas suas práticas e atitudes, não servem para servir. Mas sim, são uteis para si mesmos e ao clero.

Por causa das atitudes e práticas guiadas por comportamentos pervertidos ou seja perversos, hoje, a escola passou a ser um apanágio de brincadeira, ilusão, vaidades, até mesmo nas universidades, onde o saber virou costas ao universo e a ciência já não serve a humanidade.

  1. Atitudes de conveniência e desumanidade

Se pudesse abordar a problemática da gestão escolar, conforme é, fora da forma como deveria ser. Seria melhor dizer que para ser gestor escolar hoje, a melhor atitude de conveniência consiste em saber praticar a desumanidade e promiscuidade. Pois:

“Não sois máquinas, homens é o que sois”, “advertia Charles Chaplin. A sociedade hodierna é marcada por grandes avanços científicos e tecnológicos. Entretanto, passa por ingentes dramas humanos e sociais. Há beligerâncias fratricidas, perseguições religiosas e étnicas, intolerâncias ideológicas e políticas, violências ecológicas e homofóbicas. Grassam doenças pandêmicas, fome, miséria, corrupção, injustiças, em suma, males de várias espécies, delineando um quadro de desumanização. Vive-se num século de múltiplos paradoxos e contrastes. O resultado desse quadro é cada vez mais uma humanidade sofrida, vazia, angustiada e perplexa. As instituições, dentre elas as igrejas, necessitam enfrentar seriamente essas chagas com respostas eficazes, sob pena de presenciarem a derrocada das verdadeiras tradições e dos valores fundamentais da convivência humana. Para vencer a ameaça de uma completa desumanização, mister se faz priorizar os ditames da justiça e da verdade” (Filho, 2022, p. 3). 

Assim, na gestão escolar hoje, a tendência está em aliar-se as práticas de perversão, procurando sempre praticar o mal. Por isso, a educação como um bem comum passou a ser apessoada, tornando assim, um bem que satisfaça os senhores de cargos de elite e do poder superior comparado ao ser supremo. A gestão escolar hoje está fracassada e não consegue ajudar o aluno “ter em si condições ou habilidades prévias de reflexão, crítica, análise e leitura, que servem de condicionantes às perguntas de grau forte e que viabilizam uma construção efetiva de pesquisa e conhecimento” (Rocha, 2014, p. 4).

E, nesta conformidade o poder educativo só sistematiza os poderosos e a lei só defende os grandes. Os pequenos, por conveniência são desgraçados, culpados da sua própria desgraça.

Por via de conveniência e desumanidade, muitos dos gestores atingiram ao auge de impunidade pedagógica, onde a escola pública está atingindo ao nível opressão saturada. Pelo facto disto, hoje as escolas ficaram com escassez de espaço de inclusão educativa. Pelo que o número de alunos fora do sistema do ensino tende a ser cada vez maior.

Há na sociedade um ambiente liberal desacertado para conceder diplomas. E, deste modo o diploma na escola do gestor versado em manter no cargo por manutenção do poder, já não pressupõe, nem justifica o conhecimento. Mas, sim a inspiração ao cargo e ao propósito de manutenção do poder. Hoje, “a desumanização proporciona e alimenta a proliferação de guetos e segregações em todos os níveis. Inviabiliza o diálogo saudável à convivência entre as pessoas. As contradições são tantas e os interesses vários, que tecem um emaranhado inexplicável, obscurecendo os corações e chegando a ofuscar o sentido do amor” (Filho, 2022, p. 3).

A meritocracia académica e pedagógica, são objetos submissos pelos cargos e pelo poder. Nesta vertente quem ostenta cargo de direção, tem poder de ter um diploma. Diploma este superior ou não, serve apenas para ostentar cargos e intimidar a sociedade. Por isso, hoje dentro do capítulo da gestão por conveniência o analfabeto está exibindo diplomas do nível superior do conhecimento, tornou-se socialmente reconhecido. Mas, o senhor que realmente estudou e que inspiraria a confiança de todos, tornou-se mendigo, dependendo dos restos deixados pelos senhores de conveniência desumana.

O analfabeto por ter diploma, cargo de direção e poder, este manda, determina e apodera-se de tudo submetendo ao seu capricho toda a pessoa humana, principalmente os académicos dotados de conhecimentos e habilidades para solução de problemas.

  1. Metodologia

Trata-se de uma pesquisa caracterizada como do tipo exploratória, cujo, abordagem é qualitativo. E, foi desenvolvido com intuito de analisar as opiniões dos participantes, onde, gestores das escolas, seus colaboradores, professores, alunos, pais e encarregados de educação, foram objeto de investigação. O estudo usou as técnicas bibliográficas, observação e entrevista como vias de coleta de dados. Assim, a pesquisa procurou encontrar uma explicação mais coerente sobre a gestão escolar hoje, suscitando uma discussão e reflexão mais aprofundada, visto que hoje a gestão escolar fundou-se num exercício titânico entre manutenção dos poderes e a arte de manter-se no cargo.

O estudo foi feito em Angola, particularmente nas províncias de Uíge, Cuanza Norte e Malange. Por ser um estudo de natureza exploratória que empregou uma linguagem de abordagem qualitativa, os instrumentos de coleta de dados empregues, facilitaram na colecta de informações e no tratamento de dados. Deste modo, os dados mais relevantes foram tidos de forma mais cuidado e naturalmente apresentados com propósito de servir de base de apoio para as futuras pesquisas. E, de modo natural, observou-se os teores do funcionamento de muitos gestores das escolas, buscando assim, uma perceção mais atualizada e acertada sobre os moldes de nomeação, tipo de gestão, atitudes e comportamentos dos gestores fase as suas práticas no quotidiano das escolas traduzidas em bastião de teorias de convivência e convénio de ideologia política ideológica, onde muitos políticos partidários defendem as ideias de partidos políticos em detrimento de políticas pedagógicas para a otimização do processo de ensino e aprendizagem.

Empregou-se as técnicas de indução e dedução, colocando no centro a filosófica da educação no contexto das ideias pedagógicas, cingindo-se seguramente na maneira de gerir uma escola nos dias de hoje.

Toda a via, a análise de dados partiu do geral até ao ponto de vista específico. E, fazendo o verso-versa, algumas vezes, ao analisar os dados coletados foi possível partir do particular ao geral. Assim, houve uma perceção mais generalizada e integral do assunto estudado, assegurando que hoje a gestão, tornou-se um exercício titânico, onde a manutenção de políticas e o desejo de manter-se no cargo de direção são fenómenos da realidade mais circundante.

  1. Resultados da pesquisa, análise e discussão

Os resultados da pesquisa mostram que o dia-a-dia do gestor escolar é forjado numa dinâmica titânica, onde a escola passa a ser um local de ousadia, atendendo as manobras macabros das táticas do poder e de manutenção de cargos.

E, neste sentido, manter-se no cargo de direção através da defesa incansável do poder passa a ser o mais relevante, duque acreditar numa escola produtiva, onde, se poderia ensinar a criança a aprender a saber, saber ser e saber fazer. Assim, os resultados da pesquisa trazem uma perceção mais realista, mostrando que uma escola justamente empenhada na defesa de políticas razoáveis e na manutenção de cargos, está longe de ser produtiva e de formar homens com capacidade de autonomia de trabalhar e colocar-se ao serviço da humanidade, por ser uma escola iludida e que generaliza as ambições desmedidas. E por ser uma escola de tendência elitista, onde os filhos dos senhores de altos poderes e poderosos têm acesso e acessibilidade a escola, no entanto, o cidadão comum vive em dificuldade para matricular os seus filhos. Deste modo, os participantes ao estudo, referiram que dia-pois-dia, há na sociedade vários alunos fora do sistema de ensino. Neste sentido, os sistemas de ensino, apesar de adotar tentativas e medidas de reforma uteis para mitigar o absentismo escolar, pelo facto dos tipos de gestão adotado, a escola está longe de tomar um carater inclusivo.

Hoje, o ensino pode ser para todos no ponto de vista de leis e decisões do âmbito internacional. Mas, no contexto da gestão escolar guiada por motivos de manutenção de poder, a fim de manter no cargo de direção, o ensino para todos passa ser simplista, atendo as elites, excluindo os pobres e pessoas viventes além do poder de decisão.

As escolas guiadas por motivos e tendências de manutenção de poder até manter-se no cargo de direção, gera constrangimento social. E, viabiliza o acesso fácil a diploma ao nível de ensino de base, medio e superior, escasseando o mérito e meritocracia no ensino.

De fato, são escolas de massa popular que gera intelectual pobre, marginalizado dos desafios concretos e importantes da sociedade. Trata-se de um intelectual diplomado, esvaziado dos saberes: saber, saber ser e saber fazer. É, um diplomado que absorve teoricamente ideias e ideologias, desprovendo-o de capacidade crítica, análise e síntese.

A escola gerida por motivos de manutenção de poder e cargos de direção é transcendente em cultura de preguiça, chefia, arrogância, vaidade e ilusão preceptiva da realidade. Pois, as pessoas formadas nestas escolas, na sua maioria, são instruídas e não são educadas. Neste tipo de pessoa, não existe prosperidade, na medida em que a fórmula da vida destes, resume-se no poder e na arte de manter-se no cargo.

  1. Conclusões

Esta pesquisa conclui o seguinte:

  • A gestão escolar hoje, é um exercício titânico perfilado entre a manutenção do poder e a arte de manter-se no poder. Por isso, a nomeação e indicação de um professor ao cargo de direção escolar, faz-se por conveniência;
  • A formação nas áreas técnicas de gestão escolar, educação e ensino, não constitui pré-requisitos para ser gestor escolar hoje;
  • O saber, saber ser e saber fazer, está submisso pelo pode e ambição de cargos de direção;
  • A experiencia, humildade, capacidades de inovação e criatividade, são dispensados em detrimento do poder e manutenção do cargo de direção.
  1. Sugestões  

Esta pesquisa apresenta as seguintes sugestões:

  • Que gestão escolar hoje, possa abster-se do exercício titânico perfilado entre a manutenção do poder e a arte de manter-se no cargo. E, que a nomeação e indicação de um professor ao cargo de direção escolar, não seja por conveniência. Mas que possa ser por mérito e excelência académica e socioprofissional;
  • Que os órgãos de direito e de gestão em educação, possam valorizar cada vez mais a formação nas áreas técnicas de gestão escolar, educação e ensino, por serem pré-requisitos para que um professor possa ser digno em gerir uma escola hoje;
  • Que o saber, saber ser e saber fazer, sejam uteis no exercício poder, inibindo a ambição desmedida em cargos de direção;
  • Que experiencia, humildade, capacidades de inovação e criatividade, sejam tidas e colocados em evidência a fim de melhor manter o poder, juntos do cargo de direção.

Bibliografia

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