O Amor na perspectiva de Jesus. 

Textos: Marcos 12.30; Mateus 22.40; Efésios 5.29; Lucas 6.31; 35. 

O amor ensinado por Jesus e que deve ser praticado, não somente por cristãos, mas por todas as pessoas em todo o mundo deriva do termo grego Agapao (ἀγαπάω). Este termo define um tipo de amor solidário e altruísta, um amor que vai além das aparências, além dos preconceitos. O termo agapao define o amor no sentido social ou moral, um amar de coração sincero de maneira incondicional e devotada. Este amor ensinado por Jesus vai muito além das limitações impostas ao outro por nós. Vai além das condições que criamos para amar ou deixar de amar ao próximo. 

Agapao nos induz a um amor desmistificado e descentralizado de nós mesmos e direcionado ao outro. O outro é o foco e não nós. Este tipo de amor nos leva a amar com o sentimento de fazer o outro feliz e não com a obrigatoriedade de sermos feliz. É obvio que quando amamos de verdade nos tornamos pessoas felizes, mas o foco nunca é a nossa felicidade, mas a do outro. Amar como Jesus é amar indiferentemente de ser amado ou correspondido, é amar sem exigir que o outro ame, é não impor nenhuma condição de contra partida. É simplesmente amar. 

Neste sentido é que se coloca à prova o amor daquele que diz amar. A maioria de nós quer amar somente se tiver o amor correspondido. Amamos sob estritas condições, a tendência do ser humano no amor é expressa na frase de uma musica antiga que diz: “... E pra começar, eu só vou gostar de quem gosta de mim”. O amor ensinado por Jesus é um amor altruísta e permanente, independe de cor, raça, religião, credos e dogmas, independem de amizade e condição social ou econômica e intelectual. O amor não exige nada em troca. Não se ensoberbece, não pensa mal, não trata com desconfiança ou leviandade, não se irrita, não cria conflitos. Este amor não é violento, extravagante ou ignorante. 

Às vezes somos ignorantes na forma de amar, obrigamos as pessoas que amamos a nos tratar como se fossemos a ultima bolacha do pacote, a nos tratar como reis e rainhas, a nos tratar como se fossemos a única espécie viva do planeta. Mas ao contrário, não queremos tratar aquele a quem amamos da mesma forma. Amamos de maneira narcisista, pensando somente em nós e obrigando aos que amamos a pensar também somente em nós. 

Cumprir o amor agapao (amor de Cristo) só é possível através de Jesus, pois o amor dentro da perspectiva deste termo vai além da capacidade e natureza humana. Todo ser humano ama a si mesmo, não precisamos ser “orientados” a amar a nós mesmos a bíblia não faz isto. Em Mateus 22.40 Jesus diz que: “Destes DOIS mandamentos depende toda a lei e os profetas” quais DOIS mandamentos seriam estes? (Primeiro mandamento: Amar a Deus acima de todas as coisas. Segundo mandamento: Amar ao próximo como a ti mesmo). Não é necessário que a Bíblia, as pessoas ou mesmo Deus ordene que amemos a nós mesmos, o amor próprio é inerente ao individuo, ele é um fato. Mas, amar a Deus e ao próximo deve ser aprendido e praticado 

Seríamos levados à idolatria se fossemos induzidos a amar a nós mesmos. O apostolo Paulo nos fala em Efésios 5. 29 que: “Porque ninguém jamais odiou a sua própria carne (Próprio corpo); antes a alimenta e a sustenta (cuida dela)...”. Nosso maior desafio nunca foi amar a nós mesmos, nosso desafio diário sempre foi e ainda é amarmos ao próximo da forma, maneira e intensidade com a qual amamos a nós mesmos. A Bíblia ordena que cada individuo dirija ao próximo todo o amor que tem por si mesmo. 

No livro de Lucas no capitulo 6 a partir do versículo 31 até ao versículo 35, temos o mesmo conceito de amor ao próximo encontrado em Mateus 22.40. Lucas nos declara: “Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles...”. Você quer ser amado, deseja ser tratado com justiça, respeito, misericórdia, amabilidade e carinho? Então, estabeleça um vinculo de amor com o próximo tal qual ou no nível e intensidade do amor que você sente por você mesmo.

Geraldo Goulart.