NOSSO LAR!

Professor Me. Ciro José Toaldo

 

            O que veio ao seu pensamento ao ler o título deste artigo? Talvez tenha vindo à memória de sua família ou algo relacionado a essa temática. Você já pensou como será a nossa vida após deixarmos a dimensão terrestre com nosso desencarne? Não viveremos em um ‘grande lar’? Será que a forma como levamos a existência não terá interferência nesta outra vida?

            Estas são questões polêmicas que aguçam o viver de inúmeras criaturas. Neste contexto, na última quinta-feira, 25 de janeiro, estreou o filme brasileiro intitulado “Nosso Lar Dois: Os Mensageiros”. Tive a grata satisfação de assistir no cinema, na segunda maior cidade do estado, Mato Grosso do Sul, em Dourados. Naquele cinema lembrei os áureos tempos de juventude no Cine Glória, isto em Capinzal SC.

            Esta bela história narrada por Chico Xavier em seu livro “Os Mensageiros”, uma referência da bibliografia espirita, fez a história do cinema brasileiro obter a maior estreia de um filme nacional desde 2002; apenas em seu lançamento, mais de 163 mil pessoas o assistiram, em poucos dias de exibição, quase seiscentas mil pessoas pagaram para emocionar-se com essa encantadora história de cinco espíritos que saíram de ‘Nosso Lar’ e vieram a Terra em missão de resgatar projetos de vidas em perigo ou prestes a fracassar.

Lembrando que no primeiro filme (Nosso Lar um), lançado me 2010, narra à história do médico André Luiz (Renato Prieto) e, neste segundo, ele se junta ao grupo liderado pelo mentor espiritual Aniceto, interpretado por Edson Celulari. Estes têm a missão de ajudar Otávio (Felipe de Carolis) um médium, ajudante de Isidoro (Mouhamed Harfouch) e Fernando (Rafa Sieg).

É importante entender que o enredo se passa num tempo anterior ao contemporâneo, nos anos quarenta, o que influencia, por exemplo, o comportamento dos personagens, o pensamento, vestimenta, entre outros. A adaptação, tal como todas as outras do universo espírita no Brasil, imprime leveza ao enredo – as falas são macias, os movimentos são fluidos, mesmo os momentos de maior explosão nas interpretações tem a suavidade dos personagens para o espectador acompanhar a dinâmica da história.

Particularmente as lições que obtive do filme: não será a mera prática religiosa o seguro da felicidade na próxima vida. Valerá a prática do amor, do perdão, da verdadeira solidariedade e da caridade. Percebe-se a prática do charlatanismo, muito combatido por Jesus, contudo, muito viva na atualidade, isto independente de porta de templo ou credo religioso. Outra questão diz respeito às atitudes mantidas nesta vida terrestre onde há o livre arbítrio, mas a cobrança da própria consciência em relação a estes atos será inevitável. E, o grande enredo: perdoar sempre! Aliás, ninguém nos julgará senão as pelas próprias ações praticadas, poderão ou não ser o nosso próprio algoz!

Obviamente é um filme voltado aos seguidores do espiritismo, entretanto, mesmo quem não o segue poderá se inspirar nesta história de reconciliação, perdão, amor e de recomeço oferecida por personagens cujas funções últimas na trama levam o próprio espectador para fazer sua reflexão individual.

Vivemos inseridos em um mundo de guerras, ódio e maldades e este filme apresenta um caminho de amor, perdão e fé na própria existência que se transforma em terapia de cura interior!

Vale muito assistir este filme!

Até o próximo!