A METÁFORA E A IA (INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL): Um Recurso humano





Vicente Ivo Gomes Marinho (FIP)







Resumo: Este artigo objetiva a reflexão sobre a metáfora como um recurso humano e um robô, que possui uma inteligência artificial, possivelmente não conseguirá entender uma frase metafórica, pois, as metáforas são recurso de uma linguagem que existe em nossa mente. Neste, tomamos com foco de análise a frase de Berber Sardinha (2007, p. 12) "A metáfora é um recurso tão humano que talvez seja a última coisa que os robôs do futuro entendam". Nosso objetivo é expor uma abordagem de forma reflexiva, analisando teorias da metáfora e apresentado uma visão dos estudos da inteligência artificial, pois, entender estes estudos é necessário para compreensão da frase de Berber Sardinha. Com isso, é pertinente esta abordagem. Entender que a figura de linguagem metáfora utilize uma palavra para compor, às vezes, uma lacuna, de um contexto seria talvez na língua do robô algo ainda não possível.







Palavras chave: Metáfora, Inteligência, Recurso Humano





Abstract: This article aims at the reflection on the metaphor with a human resource and a robot, which has an artificial intelligence, possibly will not manage to understand a metaphorical sentence, so, the metaphors are a resource of a language that exists in our mind. In this, we take with focus of analysis the sentence of Berber Sardinha (2007, p. 12)" The metaphor is a resource so human that perhaps is the last thing what the robots of the future understand". Our objective is to expose an approach of reflexive form, analysing theories of the metaphor and when to understand these studies presented a vision of the studies of the artificial intelligence, so, is necessary for understanding of the sentence of Berber Sardinha. With that, it is this relevant approach. Opinion that the figure of language metaphor will use a word to compose, sometimes, a gap, of a context would be still perhaps in the language of the robot something not possibly.



Keywords: Metaphor, Intelligence, Human Resource.





1 INTRODUÇÃO



O objetivo deste trabalho é realizar uma análise do uso da Metáfora e Inteligência Artificial. Este processo será realizado através de suposições, pois a inteligência artificial (inteligência dos robôs) vem passando ao longo dos tempos por mudanças decorrentes de estudos realizados por cientistas. Mas, estas teorias não são os pontos principais de nosso estudo, mas sim tentativa de investigar a relação que se faz do uso da metáfora na inteligência artificial ? os robôs. A investigação da frase presentes no livro de Berber Sardinha (2007, p.12) na qual o autor apresenta a metáfora com sendo um recurso humano, este é nosso ponto de reflexão. Todos os dados coletados foram de bases bibliográficas, nos quais utilizamos: sites, livros diversos, teses e artigos.

Assim, ao destacarmos a construção textual do livro de Berber Sardinha (2007), esta estrutura textual nos serviu de parâmetro para traçarmos nossa linha de pesquisa. O autor pressupõe que, sendo a metáfora é uma figura de linguagem na qual haverá uma transferência a nível semântico do uso de palavras para um contexto discursivo diferente, no presente o robô, por possuir uma sequência lógica de programação (raciocínio), não possua a cognição necessária, a essência, para a interpretação da fala que um falante optará pela interpretação metafórica.

Os seres humanos possuem uma o conhecimento adquirido, ou seja, uma gramática internalizada capaz de inferir em tópico frasal, conseguindo intuitivamente identificar uma metáfora, no entanto, um robô, por possuir um

O discurso entre os falantes em uma comunidade linguística permeiam em situações diversas, e muitas das vezes, palavras são utilizadas para compor uma significação. Tony Berber (2007) coloca que utilizamos recursos léxico-gramaticais para um propósito no qual originalmente não foram criados.

Saussure cita em seu livro Curso de Linguística Geral (p.18), que a língua é vista como um sistema de signos ? unidade linguística que tem significante e significado -, estes (p. 80) "(...) une não coisa e uma palavra, mas conceitos e uma imagem acústica". Os laços, de acordo com o autor, que une o significado com o significante de forma arbitrária. Ao colocar a língua com um conjunto de signo que formam um significado, a metáfora por representar a fala em uso na sociolingüística, tomando a corrente funcionalista para podermos entender a varias interpretações que uma palavra poderá transmitir em contexto léxico-morfológico, teremos o uso de certas palavras para designar um texto metafórico. Este se utiliza de palavras, nas quais é transmitida em diversos contextos sociais.

A metáfora é um recurso da linguagem tão presente na fala que todo mundo inconscientemente já usou uma metáfora, mesmo sem ter noção deste uso. Referenciando esta ideia, Saussure comenta que a linguagem é "(...), um produto social da faculdade de linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos". (SAUSSURE, 2009, p. 17).

Ao analisarmos as varias teorias que permeiam a metáfora, tentaremos correlacionar o sentido metafórico como talvez um recurso da língua dos robôs, língua esta programada pelo homem e, no momento, ainda incapaz de entender uma frase verbal. Tentaremos verificar, conforme exemplos coletados, que possivelmente os robôs não conseguiram entender.



Exemplos:





a) Bater o medo

b) Bater o desespero

Humana:

Ideia: "(...) referência a sentir, sem perder a ideia de movimento, embora a de atrito quase não exista."

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Exemplos retirados da tese de Doutorado: (Metáfora Conceptual Atualizada pelo verbo bater no contexto discursivo das construções lexicais complexas, Alvanira Lucia de Barros, 2009, p. 36-37-).

Robô (IA):



Ideia: Supomos que estas expressões, por possuírem um verbo de movimento de acordo com o dicionário de Aurélio: dar sucessivas pancadas ou golpes em:



Nestes dois exemplos acima supomos que, talvez, no futuro, o robô poderá inferir a ideia metafórica do verbo.

O sonho que vem durante séculos ou milênios, permeando o horizonte imagético dos seres humanos em criar máquinas capazes de interpretar a lógica do raciocínio humano, e nesta odisséia, Berber Sardinha, manifesta uma interpretação do robô diante de um contexto metafórico como sendo algo ainda não possível.

Assim, segundo Berber Sardinha (2007, p.43) cita Lev Vygotsky, psicólogo russo, "(...) apropria-se a noção de pensamento como ação intelectual. Desse modo, as metáforas que conhecemos e usamos estariam disponíveis na nossa cognição (...)". Este será nosso ponto de estudo, realizar uma investigação da metáfora como talvez uma possível/impossível entendimento do robô. Nas seções seguintes analisares os estudos da metáfora e da inteligência artificial.



2 TEORIA EM FOCO



2.1 Metáfora



Queremos primeiramente apresentar, de forma sumária, o quadro histórico da figura de linguagem "Metáfora", uma das figuras de linguagem mais importante.

O termo Metáfora vem do grego Metapherein que significa: transferência ou transporte. Etimologicamente: meta (mudança), Pherein (carregar), ou seja, é a transferência a nível semântico do uso de palavras em um contexto discursivo diferente e considerada por Filipak (1983, p. 8) "(...) a rainha das figuras". Berber Sardinha (2007, p. 12) "(...) um recurso tão humano (...)".

Berber Sardinha (2007, p.20) mostra que Aristóteles considerava a figura de linguagem metáfora com um recurso que empregar um nome pertencente à outra estrutura para designar algo diferente.

Filipak (1983, p.8) aponta que, de acordo com Aristóteles, a metáfora está presente no campo da Retórica e na Poética. Na retórica a metáfora possuiria uma linguagem denotativa, lógica, intelectiva e na Poética uma linguagem conotativa, lógica e intelectiva. Neste contexto Filipak (p.10) afirma que há apenas uma única estrutura da metáfora, no entanto duas funções: uma na retórica e outra na poética.

Na obra a Retorica de Aristóteles, traduzido por Manuel Alexandre (1998, p. (30-31) o tradutor afirma que Aristóteles apresenta na poética quatro tipos de metáfora, mas neste apenas a metáfora por analogia. Aristóteles, também, de acordo com Manuel Alexandre (1998), parece sugerir que a metáfora apresenta o conhecido para o desconhecido através da semelhança entre os dois, chamando atenção ao raciocínio metafórico e o silogístico que rege regras fundamentais do uso da metáfora são as mesmas para o uso dos entimemas.

Nossa proposta não é enfocar os aspectos considerados que introduziram as teorias que correlacionam à metáfora na Retórica e na Poética, mas achamos que deveríamos de inicio tecer este breve comentário.

Acreditamos que, compreender os estudos de linguística, sua discussão que está centrada no foco da língua em prática, esta que em suas flutuações formam o contexto sociocultural de grupos no campo semântico possibilita entender a metáfora como um processo de interação que está inserida na abordagem cognitiva.



2.2 Linguística Cognitiva



Nesta seção, apresentaremos uma pequena análise da corrente de estudo da lingüística cognitiva, com também a definição de cognição. Utilizaremos com subsídios para coleta Martelotta (2009, p. 177), Ataliba Castilho (2010) e o dicionário de Aurélio (p. 2004), este nos servirá apenas para uma definição de cognição. No livro Manual de Linguística (p.177) os autores apresentam os estudos de Noam Chomsky, um gerativista que como coloca os autores "(...) fundou uma tendência, nos estudos lingüísticos, de considerar a linguagem um sistema de conhecimento autônomo, depositado no cérebro dos indivíduos e constituído de uma série de princípios inatos (...)". Chomsky, como coloca os autores, traz para os estudos da compreensão da linguagem quando relaciona a interação da mente com o mundo que cerca a todos, como também o processo que permeiam essas interações. No entanto, ao limitar sua abordagem na concepção biológica deixou de lado a "(...) estrutura racional e universal inerente ao organismo humano (p.117)."

O estudo do cognitivismo em relação à teoria gerativista de Chomsky definiu a linguagem como um componente não autônomo da mente, os cognitivistas, restringe em seus estudos nas relações dos fenômenos à interação social.

Ataliba Castilho (2010, p. 69) define cognição como um termo que abriga vários sentidos, estes que são: a visão, pensamento, memória e a resolução de problemas.

Em Aurélio (1996, p. 493) o termo cognição (do latim cognitione) é definido como um conjunto dos processos mentais us, no pensamento, na percepção, na classificação, reconhecimento, etc.

Tais apontamentos justificam nossa proposta de análise. Pois o que propomos, neste momento, é a visão da metáfora como um recurso, provavelmente só humano, pois como coloca Maria Eduarda e Rosa Palomane no Manual de Linguística (2009, p.184) "A linguagem é um instrumento cognitivo que tem como função organizar e fixar a experiência humana". Sendo assim, Berber Sardinha (2007, p. 14) afirma que "As metáforas são o instrumento que possuímos para criar ou dar conta de algo novo na ciência ou no cotidiano".

Neste sentido objetivaremos entender questões como:



A) Um robô (Uma inteligência artificial) pensará igual ao ser humano?

B) A metáfora é a transferência de uma palavra para um âmbito semântico que não é o que ela possui, poderá o robô entender uma metáfora?

Assim, nossa intenção é supor uma visão da metáfora como um recurso apenas humano. Na próxima seção, apresentaremos uma visão dos estudos da Inteligência Artificial para que possamos se possível, compreender a frase de Berber Sardinha. Nesta pesquisa adotaremos uma visão cognitiva e funcionalista.



3 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL ? Um olhar investigador



Nesta seção, apresentaremos uma analise reflexiva sobre a Inteligência Artificial, apresentando definição, estudos, mas sem que entremos nas teorias cientificas com relação ao tema, pois este não é nosso objetivo.



3.1 Definição Segundo Dicionário de Aurélio (1996, p.203, 1113)



Artificial (substantivo feminino), do latim artificiale, definição "Produzido pela arte ou pela indústria; não natural". Inteligência (substantivo feminino) do latim intelligencia, definição "Faculdade de aprender, aprender ou compreender; percepção, apreensão, intelecto, intelectualidade".

Inteligência Artificial 1. Informação. "Ramo da ciência da computação dedicado a desenvolver equivalentes computacionais de processos peculiares à cognição humana".



3.2 Inteligência Artificial



Este ponto de reflexão é crucial para a compreensão do artigo. IA é uma área de pesquisa que começou após a segunda guerra mundial. Os estudos, que ao longo do tempo, preocupou-se em descobrir como a mente dos seres humanos, em sua complexidade, funciona. Tais estudos como enfatiza Blay Whitby em seu livro "A procura pela IA pode ser comparado a uma exploração do espaço longínquo, no seu nível de dificuldade". (1953, p.22).

Assim, nos textos coletados de sites podemos compreender a visão de alguns estudos sobre a Inteligência Artificial.



TÍTULO: IA ? Inteligência Artificial: A inteligência artificial (IA) é uma área da pesquisa da ciência da computação dedicada a buscar métodos ou dispositivos computacionais que possuam ou simulem a capacidade humana de resolver problemas, pensar ou, de forma ampla, ser inteligente.

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(Corpus Canal: Tecnologia 16/01/99|01|. Destaque nosso)

TITULO: Conferência reúne especialista em inteligência artificial

O termo inteligência artificial designa um conjunto de técnicas de programação de computadores que pretende atribuir a estes "algum modo de trabalho baseado na mente humana".















(Corpus Ciências Hoje 17/08/10. Destaque nosso)



Há vários anos os cientistas da computação tentam criar máquinas capazes de processar informações e simular pensamento humano. Os seres humanos podem analisar as várias estruturas gramaticais, conhecer a língua falada, descrita em contextos sociais da língua em funcionamento; ratificando esta ideia o trecho da gramática de Ataliba Castilho (2010, p.61), afirma que a "(...) língua é um sistema complexo, que exibe "um tipo de ordem sem periodicidade, em um fluxo contínuo, em mudança" (...)". No futuro, com a evolução da cibernética, supomos que possa acontecer, mas como explica Blay Whitby (1953, p. 24) "Conseguir que uma máquina faça isso não vai ser fácil!", pois as máquinas precisam de softwares que "imita" o pensar humano em suas múltiplas e intermináveis redes neurais.

Muito temos visto na ficção cientifica como: robôs com capacidade para raciocinar, interagir com os seres humanos, entre outras capacidades ditas "Humanas", podemos exemplificar os filmes: Eu o robô, Inteligência Artificial, o homem Bicentenário, etc. Mas, na não-ficção, para Blay Whitby o computador é um pateta completamente obediente.

Descobrir como uma máquina poderá no futuro processar informações com o mesmo nível em que o cérebro do ser humano funciona para processar a linguagem e utiliza ? lá, é um grande desafio dos pesquisadores desde a década de 1940 e 1945, e conforme justificado a seguir:

Parece que essa não é uma rota fácil para construir inteligência de propósito geral. É claro, dizer que a robótica situada não é uma rota fácil para a inteligência a propósito geral não equivale a dizer que não sela um caminho, ou que o caminho vai ser achado em algum lugar. (BLAY WHITBY, 1953, p. 98-99).



3.3 O Robô



Na manchete da revista superinteressante (1992) demonstra que as primeiras gerações de robô nasceram 1962, ?robôs eletromecânicos?, dez anos após vieram os de segunda geração, este produzidos para trabalhos em fabricas, sendo possuidores de movimentos programados, não podendo realizar tarefas por conta própria, os de terceira geração, considerados inteligentes, capazes de certas tarefas especificas. Para o futuro, possivelmente os robôs poderão "PENSAR". Este pensamento possivelmente virá dos estudos da inteligência artificial (programas específicos para poder buscar os mecanismos de raciocínio humano. "Os neuro-robôs farão tudo o que seu dono mandar." (Lucia Helena de Oliveira, com Vicente Adorno, em Tóquio, e Marielza Augelli, em Washington Superinteressante, 1987).

Em outra edição de Lucia Helena de Oliveira da revista superinteressante com o titulo ?DOUTOR ROBÔ? (1998), o texto apresenta em um ponto interessante, o qual transcrito a seguir:



Os robôs inteligentes têm tato, visão audição. (...). A partir das informações que recebem, tomam decisões. Mas decidir pode ser complicado num mundo em que as palavras têm mais de um sentido (...). Um mal-entendimento qualquer pode levar a decisões não muito esperada. (Revista Superinteressante, 1998)



Assim, ao destacarmos o trecho em que é apresentado que os robôs terão dificuldade em compreender as palavras, as quais apresentam mais de um significado, exemplificamos expressões idiomáticas ou metafóricas que compõem um sentido, muito além da língua que fundamentam a comunicação humana. Estas expressões que possivelmente os robôs não conseguiram entender.



Exemplos:



(...) Ciro bate boca com Letícia (...)

(...) Bater martelo contra essa política (...)

(...) quando bater o cansaço físico e metal (...)

(...) Ciro entrou em choque com a atriz (...)



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Exemplos retirados da tese de Doutorado: (Metáfora Conceptual Atualizada pelo verbo bater no contexto discursivo das construções lexicais complexas, Alvanira Lucia de Barros, 2009, p. 36-37-).

De acordo com a autora nas CLC(B)s, a polissemia apresenta-se muito produtiva quanto à necessidade da comunicação. (Tese de Doutorado, p.44)

"Bater o pé"

"Bater o olho"

"Bater asas"

"Bater bumbo"



Perini (2004, p.24) defende que as línguas evoluem, apesar das oposições e esta evolução, supomos que talvez os programas que são criados para a robótica não conseguirão entender.

Perini (2004, p.124) trata a língua como um domínio nativo, neste envolve a aquisição de um vocabulário extenso, este possivelmente em programa criado pelo homem possa adquiri, no entanto, cabe salientar que as expressões idiomáticas: rodar a baiana e de ovo atravessado, nas quais, como enfoca o autor, os verbos podem significar várias coisas e esta múltipla significação, supomos que um robô não possua a capacidade para relacionar a ideia implícita.



4 METODOLOGIA



Iniciamos este estudo citando uma frase de Berber Sardinha (2007) que me serviu de ponto chave para a elaboração deste artigo.

Entendemos que a compreensão do estudo da metáfora em suas variações no contexto sociolinguístico é essencial para podermos compreender sua aplicação no discurso. Anthony Julius (2008, p. 43) no 5º capítulo do ?livro Introdução à Sociolinguística o tratamento da variação? afirma que a língua está em mudança constante no decorrer do tempo, ao longo prazo, através dos séculos, não se processando de maneira instantânea ou abrupta, mas de maneira gradual em diversas dimensões, e as estruturas lingüísticas em seus eixos não são diferentes, são também propenso a mudanças. Da mesma forma, as funções metafóricas mudam e novas metáforas serão criadas nos vários contextos sociais.

Este universo de pesquisa constitui em uma busca pela compreensão da figura de linguagem metáfora com um recurso não só humana, mas possivelmente possível dentro da IA, ou seja, na possível ocorrência da metáfora com um dos recursos da linguagem dos robôs. Nesta pesquisa nosso trabalho abrangeu textos diversos das duas áreas de estudo a IA e a lingüística. Coletamos dados no Dicionário da Língua Portuguesa (Aurélio, 2004), saites da Revistas Superinteressante, livros e tese.

A intenção deste artigo é tentar entender o uso da metáfora como um recurso apenas da linguagem humana e que o robô não poderá, ou poderá no futuro, compreender um termo metafórico. Os estudos da IA interligado aos estudos da linguística tentam criar programas que possam como definido no site Ciências Hoje (2010) criar programas específicos para que os computadores possam executar trabalhos baseados na mente humana.

Estes programas poderão entender a metáfora, pois é um recurso humano e está presente na mente, conforme coloca Berber Sardinha (2007) no livro Metáfora transcrita abaixo:



"As metáforas funcionam na nossa mente. Embora sejam usadas na linguagem, por qualquer um, desde cedo, elas são ditas porque existem na nossa mente, como meio naturais para estruturar nossos pensamentos". (BERBER SADINHA, 2007, p. 14)



Entendemos que de acordo com Blay Whiby (2004, p. 99-101) uma máquina quando puder adquirir conceitos humanos, poderá, talvez, interagir com o meio ambiente do mesmo modo que o ser humano interage.

Ao supomos que, entender a metáfora é levar em conta o uso da figura de linguagem em um contexto situacional comunicativo nos vários fatores que envolvem a comunicação, possivelmente uma máquina, quando puder entender este universo linguístico poderá ou não, no futuro, entender conforme Filipak (1983, p. 8) "(...) a rainha das figuras".



5 CONSIDERAÇÕES FINAIS



Nesta breve pesquisa tivemos o objetivo de tentar entender a frase de Berber Sardinha da metáfora com um recurso apenas humano e que os robôs não possuam a capacidade cognitiva necessária para entender os vários significado que uma frase metafórica possa apresentar. Como vimos, a metáfora possui uma compreensão no contexto sociocultural que permeia o mundo. E com base no pressuposto que uma máquina possa, no futuro, compreender um contexto metafórico, confirmamos que a busca pela maquina humana ainda estar longe de ser alcançada.

Esta pesquisa não confirma a frase de Berber Sardinha, no entanto, os estudiosos da Inteligência Artificial possam em algum momento do tempo criar um programa que possa descobrir dados que estão explicitamente escondidos no cérebro humano.



REFERÊNCIAS



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CASTILHO, Ataliba Teixeira de. Nova Gramática do Português Brasileiro,

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Ciências Hoje, agosto de 2010: Disponível em: http://www.cienciahoje.pt/index.php?

Jornal Ciência, Tecnologia e Empreendimento Disponível em: http://www.cienciahoje.pt/índex. Php?

FILIPAK, Francisco. Teoria da metáfora. Curitiba: HDV, 1983.

MARTELOTTA, Mário Eduardo. Manual de Linguística. São Paulo: Contexto, 2009.

MOLLICA, Maria Cccília; BRAGA, Maria Luiza. Introdução à sociolingüística: o tratamento da variação. São Paulo, 2008.

PERINI, Mario A. A língua do Brasil amanhã e outros mistérios. São Paulo: Parábola, 2004.

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_________Superinteressante, Inteligência Artificial, julho de 2001, Disponível no em: http://super.abril.com.br/superarquivo/2001/conteudo_189881.shtml.

SAUSSURE, F. Curso de Lingüística Geral. São Paulo, Cultrix & Edusp, 1969.

SARDINHA, Tony Berber. Metáfora. São Paulo: Parábola, 2007.

WHITBY, Blay. Inteligência artificial: um guia para iniciantes. Trad. Claudio Blanc. São Paulo: Madras, 2004. p. 29-33.