SÉCULO XX: A EDUCAÇÃO PARA A DEMOCRACIA

1 CONTEXTO HISTÓRICO

O mundo se globalizou, não somente nas esferas econômicas, mas inclusive em suas esferas políticas, sociais e culturais.

Começamos o debate em torno do direito fundamental à educação.

O direito a educação é instrumento essencial para a sobrevivência do Estado, porque ele enseja a própria condição de desenvolvimento da personalidade humana de cada indivíduo, fundamental para que se formem cidadãos.

No mundo surgem muitos acontecimentos no século XX:

  • O fascismo triunfa em 1922 com Mussolini, em 1933 Hitler fortalece o nazismo na Alemanha.
  • Itália e Alemanha representam o chamado Totalitarismo de Direita.
  • União Soviética representa o Totalitarismo de Esquerda, que surge após Lênin ser substituído por Stálin, a partir de 1925.
  • Bomba de Hiroshima
  • Guerra Fria
  • Vietnã do Norte (1945)
  • China de Mao Tsé-tung (1945)
  • Coréia do Norte (1948)
  • Fidel Castro (1959)
  • Revolução Russa – Movimento Marxista (1917)
  • Penetração do Capital Norte-Americano (Bolsa de Nova Iorque em 1925)
  • Depressão econômica da década de 30
  • Novas fontes de energia (elétrica, petrolífera, nuclear)
  • Transformações nas comunicações (telefone, rádio, etc)

No campo educacional:

  • Reformas realizadas por meio de acordo do MEC e USAID
  • ONU surge em 1945
  • Surge a UNESCO
  • Nos anos 60 marcou a mobilização dos movimentos negros, estudantil, feministas, gay, indígenas
  • No campo pedagógico, a escola que era vista anteriormente como a via principal de equalização das oportunidades, passa a ser vista como o espaço, por excelência da reprodução e reforço das desigualdades.

 

2 PEDAGOGIA E EDUCAÇÃO

2.1 OBSERVAÇÕES INICIAIS

A pedagogia do século XX, além de ser tributária da psicologia, da sociologia e de outras como a economia, a lingüística, a antropologia, tem acentuado a exigência que vem da Idade Moderna, qual seja, a inclusão da cultura cientifica como parte do conteúdo a ser ensinado.

 

2.2 TEMPO DE CRISE: TEMPO DE MUDANÇA

O contexto histórico do século XX, houveram notáveis transformações no campo, na cidade e na mentalidade, de modo que se pode constatar uma crise que a humanidade passa nesse final de milênio.

Podemos dizer que a própria humanidade está em crise e não somente a escola ou a pedagogia.

A humanidade se encontra em mudança de uma nova era, que exige a construção de outros valores e paradigmas.

 

2.3 A EXPANSÃO DO ENSINO

As propostas educacionais do século anterior reafirmam no século XX, a necessidade da escola pública, leiga, gratuita e obrigatória, devido ao crescimento das indústrias e a exploração demográfica.

A ampliação dos três graus (elementar, secundário e superior) da rede escolar, inclusive com a proposta de melhor integração entre eles, deveu-se a expansão da indústria e do comércio, a diversificação das profissões técnicas e dos quadros burocráticos na administração e organização dos negócios.

A concepção de educação, como forma de democratização da sociedade, muito contribuiu ao ideário da escola nova.

 

2.4 PARIS: MAIO DE 68

A partir da Segunda Guerra, a universidade européia enfrenta diversos problemas decorrentes do processo de massificação, que fizera crescer a população estudantil.

Na década de 50, a situação se torna mais aguda, porque o maior acesso à universidade não significou verdadeira democratização.

A “revolução” de maio de 1968, acontecimento marcante deste século, e teve início na Universidade e Nanterse, em Paris.

Foi um movimento espontâneo, de cunho anárquico e portanto, autoritário.

Tem como ideologias:

  • Questões internas de crítica ao sistema de exames
  • Protestos contra a separação dos alojamentos femininos
  • Reivindicação da liberdade sexual
  • Crítica a moralidade burguesa.

O conflito atinge a Sorbonne e em seguida o Famoso Quartie Latin. Recebem a adesão dos operários, e os sindicatos deflagram uma greve que paralisa a França. O movimento atinge a maior parte o país inclusive o Brasil.

Os estudantes reivindicam maior participação na educação e nos diversos setores da política.

Os grandes inspiradores da “revolução” de maio de 1968 foram o filósofo francês Jean-Paul Sartre e o alemão Herbert Marcuse.

 

2.5 EVOLUÇÃO DOS TÉCNICOS

É sempre controvertida a discussão sobre o uso das modernas técnicas na educação, postura Conservadora ou o risco do Tecnicismo.

A partir da década de 20, começa a ser criada a “máquina de ensinar”, que nos anos 50 ganha notoriedade graças ao americano Skinner, psicólogo da corrente behaviorista.

Na segunda metade do século, recursos audiovisuais estão dispostos para o uso em sala de aula: retroprojetores, filmes, videocassetes, gravadores, televisão, laboratórios de língua, computador.

A utilização dos recursos da técnica, porém, nem sempre tem sido regular em grande parte das escolas, devido a diversos fatores, tais como auto custo e do despreparo dos professores ou até sua resistência a inovações.

A tecnologia poderá mudar a função do professor, a democratização do ensino e a ampliação da rede escolar, haverá economia de esforços e melhor aproveitamento do aluno.

O problema não está apenas em utilizar a cibernética como instrumento avançado no ensino, mas questionar como deve ser daqui em diante, uma educação que realmente prepare o aluno para compreender o mundo transformado pela técnica e atuar sobre ele.

 

2.6 A CONTRIBUIÇÃO DAS CIÊNCIAS

O processo de aprendizagem e métodos de ensino tem um grande auxílio da psicologia, esta abordagem tem sido feita de acordo com as tendências naturalistas ou humanistas. Daí a diferenciação de orientação das pedagogias centradas na contribuição do behaviorismo, da gestalt ou ainda da psicanálise, entre outras.

A sociologia ajuda a compreender melhor a educação como instrumento de desenvolvimento da sociedade.

Como no caso da psicologia, varia o uso que os pedagogos fazem da sociologia, conforme apóiem na perspectiva positivista de Durkheim, na dialética de Marx, na teoria crítica dos pensadores da Escola de Frankfurt ou na linha crítico-reprodutivista.

 

3. POSITIVISMO E PEDAGOGIA

Desenvolveu-se no século XIX, com August Comte cujas idéias exprimem a confiança do homem no conhecimento cientifico, considerado o único capaz de descobrir as leis do universo.

 

3.1 SOCIOLOGIA: DURKHEIM

Para Duckheim “a educação satisfaz, antes de tudo, as necessidades sociais” e “ toda educação consiste num esforço continuo para impor à criança maneiras de ver, de sentir e de agir às quais a criança não teria espontaneamente chegado”.

Portanto, Durkheim, ressalta o caráter social dos fins da educação e institui a pedagogia como disciplina autônoma.

 

3.2 PSICOLOGIA: O BEHAVIORISMO

Behaviourm = comportamento, conduta.

Seguida por Skinner, baseia-se na teoria do reforço (positivo e negativo).

Skinner desenvolve a técnica da instrução programada, pela qual o texto apresentado ao aluno tem uma série de espaços em branco para serem preenchidos, em crescente grau de dificuldades.

 

3.3 ALGUMAS CRÍTICAS

Várias filosofias se opõem ao positivismo na tentativa de superar-lhe o reducionismo. 

Filósofos da linha fenomenológica, os frankfurtianos e muitos outros criticaram os pressupostos positivos que subjazem na metodologia das ciências humanas.

O positivismo foi responsável por muitos mitos, dentre os quais torna a própria ciência em mito; o mito do progresso; e o aumento do controle do homem sobre a sociedade.

 

4. FENOMENOLOGIA E PEDAGOGIA

O conceito básico da fenomenologia é o de intencionalidade, que pretende superar as tendências racionais e empiristas surgidas no século XVII.

Para a fenomenologia, toda consciência é intencional. Isso significa não existir pura consciência, separado do mundo, porque ela tende para o mundo, isto é, toda consciência é consciência de alguma coisa

A fenomenologia propõe a retomada da “humanização” da ciência, com nova relação entre sujeito-objeto e homem-mundo, considerados pólos inseparáveis.

A consciência não se restringe ao mero conhecimento intelectual, mas é geradora de intencionalidade não só cognitivas como afetivas e práticas.

 

4.1 CRÍTICAS AO NATURALISMO

A fenomenologia critica a tendência naturalista que orienta o método das ciências humanas. Para ela não há fatos com a objetividade pretendida pelo behaviorismo, já que não percebemos o mundo como o dado bruto, desprovido de significados.

A relação mecânica entre estímulo e resposta estabelecida pelo behaviorismo a fenomenologia contrapõe a distinção entre sinal e símbolo. Enquanto o sinal faz parte do mundo físico do ser, o símbolo permanece ao mundo humano do sentido.

 

4.1.1 A GESTALT

A fenomenologia serviu de fundamento para a gestalt ou psicologia da forma, cujos representantes são os alemães Kohler e Kaffka.

Fundamenta que o objeto não é percebido em suas partes, para depois ser organizado mentalmente como quer o associacionismo, mas se apresenta primeiro na sua totalidade, na sua forma, na sua configuração, e só depois são percebidos os detalhes.

As aplicações das descobertas gestaltistas na educação são importantes por recusar o exercício mecânico no processo de aprendizagem. Apenas as situações que ocasionam experiências ricas e variadas levam o sujeito ao amadurecimento e à emergência do insight.

 

4.2 FENOMENOLOGIA E EDUCAÇÃO

Contrapõe a tendência empirista e positivista.

Carl Roger, pedagogo, é responsável pela tendência centrada no aluno, que privilegia o método não-diretivo, em que a interferência do professor é reduzida ao mínimo. Onde suas reflexões filosóficas revelam busca de um método para as ciências humanas, não mais comprometido com o positivismo.

A fenomenologia conta também, com a base existencialista do francês Sartre, que se ocupa com questões cruciais da liberdade fato que difere o homem do animal.

 

5. O PRAGMATISMO

O pragmatismo desenvolveu-se principalmente nos EUA e na Grã Bretanha. Opõe-se a toda filosofia idealista e ao conhecimento contemplativo, puramente teórico.

 

5.1 WILLIAM JAMES

O principal representante do pragmatismo foi Willian James.

O termo pragmatismo deriva da mesma palavra grega pragma, que significa ação, as nossas palavras práticas.

Foi introduzida pela primeira vez em Filosofia por Charles Peirce,e m 1878.

O pragmatismo volta-se para o concreto e o adequado, para os fatos, a ação e o poder.

Tudo se baseia na experiência, nada é estável, mas está em constante movimento.

William James, espírito religioso, desenvolve o pragmatismo para aplicá-lo a religião.

 

5.2 DEWEY E A ESCALA PROGRESSIVA

O filósofo John Dewey, influenciado pelo pragmatismo, prefere usar as expressões instrumentalismo ou funcionalismo para identificar a sua teoria.

Dewey foi um dos maiores pedagogos americano, contribuindo de forma marcante para a divulgação dos princípios da escola nova.

Dewey conclui que a escola não pode ser uma preparação para a vida, mas é a própria vida, experiência e aprendizagem não se separam, e a função da escola está em possibilitar a reconstrução.

O esforço e a disciplina são para ele produtos do interesse. É importante para o educador a descoberta dos reais interesses da criança e só avançar na ampliação de seus poderes apoiando-se nesses interesses.

Dewey quer preparar o aluno para a sociedade do desenvolvimento tecnológico e para a vida democrática, a educação teria a função democratizadora de equalizar as oportunidades.

A pedagogia de Dewey é rica em aspectos inovadores e sua principal marca encontra-se na oposição à escola tradicional.

 

5.3 REALIZAÇÕES DA ESCOLA NOVA

A escolanovismo resulta da tentativa de superar a escola tradicional excessivamente rígida, magistrocêntrica e voltada para a memorização dos conteúdos.

A escola pioneira é a de Ablotsholme, que surge na Inglaterra em 1889.

 

5.3.1 ESCOLAS DE MÉTODOS ATIVOS: MONTESSORI E DECROLY

A médica Maria Montessori se interessa pela educação de crianças excepcionais e deficientes mentais, que lhe dá experiência para fazer observações importantes sobre a psicologia infantil.

Montessori estimula a atividade livre concentrada, com base no princípio da auto-educação.

As crianças cuidam da própria higiene e da limpeza das salas, recolocando em ordem todo o material usado.

A pedagogia montessoriana dá destaque ao ambiente, adequando-o ao tamanho das crianças (mesas, estantes, quadros, banheiros, etc), o material didático é muito rico e abundante, voltado para a estimulação sensório-motora: cores, formas, sons, qualidades táticas, experiências térmicas, sensações musculares.

Houve algumas críticas a teoria montessoriana, considerando ser uma concepção sensualista e associacionista da aprendizagem, ou seja, ao privilégio.

O belga Ovide Decroly também era médico e inicialmente se interessa pelas crianças excepcionais.

Decroly observa de maneira pertinente, que enquanto o adulto é capaz de analisar, separar o todo em partes, a criança tende para as representações globais, de conjunto, isto é, percebe os fatos e as coisas como um todo.

Tal idéia mantêm uma afinidade com a teoria da Gestalt e se contrapõem as tendências associonistas da aprendizagem, inclusive a montossoriana.

Decroly sugere a iniciação à leitura por frases inteiras, o procedimento acompanha a escolha da programação montada em torno de centros de interesses que visam a apreensão globalizadora: a criança e a família, a criança e a escola, a criança e o mundo animal e assim por diante.

 

5.3.2 ESCOLA DO TRABALHO: KERSCHENSTEINER E FREINET

Uma das características da escola nova é a preocupação com o trabalho.

Georg Kershensteiner sofre a influência de Pestalozzi e de Dewey e critica severamente o ensino livresco e voltado a memorização.

Para ele, como para Dewey, a educação é um produto da sociedade e tem função social.

Para Kerchensteiner as três tarefas da escola são:

  • A educação profissional,
  • A moralização da profissão e
  • A moralização da sociedade.

Para Freinet a verdadeira fraternidade é a que nasce do trabalho. Por isso valoriza a atividade manual e a de grupo, que estimulam a cooperação, a iniciativa e a participação.

Freinet estimula a exploração da curiosidade, a coleta de informações, para a montagem do texto a ser impresso, os cálculos necessários bem como as ilustrações.

 

5.3.3 AVALIAÇÃO DO ESCOLANOVISMO

A preocupação excessiva com o psicológico intensifica o individualismo, a oposição ao autoritarismo da escola tradicional resulta em ausência de disciplina, a ênfase no processo faz descuidar da transmissão do conteúdo.

A influência da escola nova se estendeu até o Brasil estimulando fortemente as nossas primeiras reflexões mais sistemáticas em pedagogia a partir das décadas de 20 e 30.

 

6. TEORIAS SOCIALISTAS


Os teóricos que repensam Marx e Engels no século XX o fazem a partir da Revolução Russa de 1917.

Na década de 70, com o eurocomunismo, os partidos comunistas ocidentais repensam seus próprios caminhos.

No final de década de 80 as medidas de abertura política e reestruturação da economia tomadas por Gorbatchev aceleram a queda do muro de Berlim.

 

6.1 GRAMSCI

O italiano Gramsci, como crítico do marxismo, desenvolve importantes reflexões para a compreensão do papel do intelectual na cultura e especificamente na educação.

A educação proposta por Gramsci está centrada no valor do trabalho e na tarefa de superar as dicotomias existentes entre o fazer e o pensar, entre cultura erudita e cultura popular.

Gramsci exerce até hoje influência muito grande na pedagogia, e a teoria progressiva deve a ele seus fundamentos.

 

6.2 TEORIA CRÍTICA

A escola de Frankfurt surgida na Alemanha em 1923, e é responsável pela formulação crítica da sociedade.

A reflexão pedagógica muito contribuem para a avaliação do papel da educação na sociedade contemporânea, é preciso recuperar o individuo autônomo, consciente dos seus fins.

 

6.3 TEORIA CRÍTICO-REPRODUTIVISTA

A partir das décadas de 60 e 70, diversos teóricos, por diferentes caminhos chegaram a seguinte conclusão: a escola está de tal forma condicionada pela sociedade dividida que, ao invés de democratizar, reproduz as diferenças sociais.

Os conhecimentos adquiridos na escola por mais dirigidos que sejam, também podem ser reelaborados à luz de outras experiências.

 

6.4 TEORIAS PROGRESSISTAS

São considerados da teoria progressista os soviéticos Makarenko, Pistrak e o italiano Gramsci.

Um dos pontos de destaque da teoria progressista se revela na ênfase aos conteúdos do ensino, resgatando uma dimensão da escola tradicional tão criticada pela escola nova.

 

6.5 A EDUCAÇÃO NOS PAÍSES SOCIALISTAS

Em qualquer um dos países em que se realiza a revolução socialista, o interesse prioritário se orienta no sentido da educação.

 

6.5.1 A EX-UNIÃO SOVIÉTICA

Após a Revolução de 1917, ainda no governo de Lênin, a União Soviética passa por um momento decisivo na história.

A educação para o trabalho aparece como fundamental.

A proposta de superação de dicotomia entre atividades intelectual e manual, no entanto, só se torna possível com a teoria pedagógica social, que acompanha dialeticamente a prática educativa.

 

6.5.2 OUTROS PAÍSES SOCIALISTAS

Com a generalização da escola elementar, em um só dia são abertas mais de 10 mil salas de aula, que passam a atender 90% das crianças de 6 a 12 anos.

O pedagogo brasileiro Paulo Freire e sua equipe vivem essa experiência na ex-colônia portuguesa de Guiné-Bissau, onde o projeto de alfabetização é precedido por intenso trabalho de elaboração crítica do fazer dos trabalhadores.

 

6.5.3 OUTROS PAÍSES SOCIALISTAS

Com a generalização da escola elementar, em um só dia são abertas mais de 10 mil salas de aula, que passam a atender 90% das crianças de 6 a 12 anos.

O pedagogo brasileiro Paulo Freire e sua equipe vivem essa experiência na ex-colônia portuguesa de Guiné-Bissau, onde o projeto de alfabetização é precedido por intenso trabalho de elaboração crítica do fazer dos trabalhadores.

 

7. TEORIAS ANTI-AUTORITÁRIAS

Quando se preocupam com o método pedagógico e as técnicas didáticas, essas teorias visam antes de tudo controlar o aluno como centro do processo educativo, como sujeito, livrando-o do papel controlador do professor.

Teorias não-diretivas, a ênfase é posta no caráter autoritário da educação. O professor deve acompanhar o aluno sem dirigi-lo, sua função é a de facilitador da aprendizagem.

 

7.1 PRINCIPAIS REPRESENTANTES

Nos EUA é importante a contribuição de Carl Rogers, psicólogo.

Segundo Rogers, é a própria relação entre as pessoas que promove o crescimento de cada uma, ou seja, o ato educativo é essencialmente relacional e não individual.

As teorias anti-autoritárias, sejam liberais ou anarquistas, nos fornecem vasto material de reflexão a respeito os desvios do poder. Denunciam também as formas camufladas pelas quais uma autoridade anônima, dissimulada, se introduz nas relações humanas do mundo contemporâneo.

 

7.2 CRÍTICAS

Segundo alguns autores, as teorias anti-autoritárias são de certa forma ingênuas e românticas, por sonhar com uma “ordem natural” em que tudo seguiria seu curso espontâneo, como se fosse possível deixar as crianças livres de qualquer constrangimento.

 

8. O DESVIO DO TOTALITARISMO

 No período entre as duas Grandes Guerras, se difundem na Europa as tendências que levam à implantação do totalitarismo:

  • Fascismo na Itália, com Mussolini,
  • Nazismo na Alemanha, com Hitler,
  • Totalitarismos de Esquerda na URSS, com Stálin,
  • Nazi-Fascismo na Península Ibérica, com Salazar.

Desse forma o estado interfere na totalidade da atividade humana, ou seja, na vida familiar, econômica, intelectual, religiosa, de lazer, nada restando de propriamente privado e autônomo.

 

8.1 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

O nazismo e o fascismo são avessos á teoria, e se vangloriam da predominância de um antiintelectualismo fundado no primado da ação.

Serviu para colocar o estado como instância hierárquica superior à comunidade, sem precisar de qualquer legitimação para exercer sua soberania absoluta.

Gentile é nomeado por Mussolini ministro da instrução pública de 1922 a 1925, quando procede a reforma do ensino que acentua o dualismo escolar (separação entre formação humanista e escola profissionalizante).

Com a instituição do exame de Estado para avaliar os alunos ao final do curso, torna o ensino secundário cada vez mais seletivo, o que corresponde à intenção de criar “poucas escolas, mas boas”.

 

8.2 A “EDUCAÇÃO” NAZI-FASCISTA

Enquanto a escola nova tem por ideal educar para a liberdade, no sentido de possibilitar a autogestão do educando e a construção da sociedade democrática, as escolas nos governos totalitários representam um desvio e um retrocesso, além de evidente violência.

O totalitarismo de direita faz a crítica ao comunismo e ao caráter individualista do liberalismo.

Fora da escola, procede-se à manipulação das consciências.

Em todas as atividades da comunidade predominam as técnicas de pscicologia coletiva, que promovem a manipulação de massa.

Isso não é educação no sentido pleno da palavra, mas sim doutrinação e adestramento.

Ao findar da guerra em 1945, inicia-se um lento processo de descondicionamento, não só dos alunos, como também dos professores.

 

8.3 ALERTA PARA O FUTURO

As atrocidades cometidas pelos governos totalitários se exerceram nos mais diversos campos.

Pensadores têm se demorado na reflexão sobre as causas do totalitarismo, na tentativa de compreendê-lo e evitar que a humanidade passe de novo por esse horror.

A solução desses e de outros problemas exige providências no plano político e econômico, toda escola precisa dar condições para a discussão dos valores que levem à conscientização a à auto-reflexão crítica.

 

9. TECNOCRACIA NA ORGANIZAÇÃO ESCOLAR

O mundo contemporâneo deve grande parte de sua formação ao desenvolvimento da ciência e da técnica, que determinaram uma nova maneira de pensar e agir.

 

9.1 ESCOLA TECNICISTA

A tendência tecnicista, de influência norte-americana, cuja proposta consiste em:

  • Planejamento e organização racional da atividade pedagógica;
  • Operacionalização dos objetivos;
  • Parcelamento do trabalho, com a especialização das funções;
  • Incentivo a utilização de várias técnicas e instrumentos.

 

9.2 CRÍTICA AO TECNICISMO

No Brasil, a tendência tecnicista foi introduzida no período da ditadura militar e prejudicou sobretudo as escolas públicas.

Umas das suas conseqüências funestas é a excessiva burocratização do ensino: para o controle das atividades, são inúmeras as exigências de preenchimento de papéis.

 

10. TEORIAS CONSTRUTIVISTAS

Grandes idealistas desta teoria foram os: Jeans Piaget e Vygotsky.

 

10.1 PIAGET

Jean Piaget muito influência a pedagogia do século XX.

A contribuição de Piaget para a pedagogia tem sido inestimável.

Através de várias observações com seus filhos, e principalmente com outras crianças, Piaget deu origem à Teoria Cognitiva, onde demonstra que existem quatro estágios de desenvolvimento cognitivo no ser humano: Sensório-motor, Pré-operacional, Operatório concreto e Operatório formal.

 

10.2 EMÍLIA FERREIRA

Emilia procura evitar o “adultocentrismo” que leva a compreender a criança a semelhança do adulto e a invenção da escrita alfabética.

Ela percebe que eles de fato reinventam a escrita, mesmo antes de iniciar o ensino formal. A criança já constitui interpretações, elaborações internas que não dependem da interferência do adulto e não devem ser entendidas como confusões perceptivas.

 

10.3 VYGOTSKY

Desenvolveu uma teoria original, onde privilegia o estudo das operações superiores, para atingir o nível superior de reflexão do conhecimento abstrato do mundo.

O homem começa com as interações sociais cotidianas desde as atividades práticas da criança de alcançar a formulação dos conceitos.

 

10.4 AVALIAÇÃO DO CONSTRUTIVISMO

No comportamento humano, indivíduo e sociedade tem maior chance de superar o inatismo ou empirismo das teorias tradicionais porque enfatiza, as relações interpessoais, a interação entre o sujeito e o objeto, homem e mundo.

O construtivismo realça justamente a capacidade adaptativa da inteligência e da afetividade.