Autores: Cibelly Pereira Pires; Cristiane Alves; Lawanda Neri; Thais Martins Alves Pastori; Ana Cristina Silva de Novais.

 

RESUMO: Com a popularização da internet e a facilidade de acesso dos usuários, a maneira como os indivíduos interagem e consomem pornografia também mudou. Hoje é cada vez mais comum, a exposição precoce a matérias pornográficos, sendo os sites de conteúdo adulto, listados entre os mais visitados do mundo. Portanto, o objetivo deste presente trabalho é analisar os efeitos nocivos da pornografia para o cérebro do índivíduo viciado e  observar suas consequências para o comportamento humano. A neurociência afirma, que diversos efeitos nocivos são causados no cérebro do dependente, que ao efetuar exposição contínua a estes materiais, diversos sintomas são apresentados, como: problemas sexuais, problemas de convívio social, transtornos de humor, transtornos de ansiedade e até mesmo o levar o indívíduo ao suicídio.

 

Palavras chave: Pornografia, Vício, Sexualidade, Cérebro, Internet.

 

ABSTRACT: With the popularization of the internet and the ease of access for users, the way individuals interact and consume pornography has also changed. Today, early exposure to pornographic material is increasingly common, with adult content sites being listed among the most visited in the world. Therefore, the objective of this present work is to analyze the harmful effects of pornography on the brain of the addicted individual and to observe its consequences for human behavior. Neuroscience states that several harmful effects are caused in the addict's brain, that when performing continuous exposure to these materials, several symptoms are presented, such as: sexual problems, social interaction problems, mood disorders, anxiety disorders and even the drive the individual to suicide.

 

Keywords: Pornography, Addiction, Sexuality, Brain, Internet.

 

1. INTRODUÇÃO 

 

Com o avanço da popularização da internet, o mundo virtual possibilitou novas formas de socialização e da maneira como interagimos e nos relacionamos. Segundo os autores Postal et al.  (2018, p. 67), nos anos 90, com o início da revolução cibernética, a população se conectou e possibilitou a interação globalizada que o mundo digital nos trouxe e assim, originou os novos fenômenos como as disfunções dos transtornos sexuais, dentre elas: o vício na pornografia digital e os efeitos nocivos causados ao cérebro.

Essa forma de difusão de conteúdos sexuais facilita o acesso por parte de seu consumidor. Antigamente, os sujeitos se viam impelidos a irem às bancas ou a casas apropriadas para o consumo com o intuito de obterem o material, mas, nos dias de hoje, basta apenas um clique para acessá-lo.

O mercado da indústria pornográfica possui amplo espaço na rede e, sobre isto, Guerra, Andrade e Dias (2004, p. 270) ponderam que, com todo o espaço que a sexualidade humana tem ocupado na mídia, inúmeras questões emergem a cerca da influência que os materiais oriundos do mercado pornográfico exercem sobre os indivíduos, sejam crianças, adolescentes e adultos.

Sendo assim, o objetivo deste presente trabalho é analisar como a exposição excessiva ao conteúdo erótico afeta o cérebro humano e quais são as possíveis impactos e consequências do vício em pornografia para o indivíduo, destacando as possíveis mudanças fisiológicas e comportamentais no experimentadas no espectador.

Para alcançar o objetivo deste trabalho, foi realizada uma pesquisa bibliográfica descritiva, por conseguinte, procurou-se artigos anexados nas bases de dados dos periódicos do Google Acadêmico, Scielo e Lilacs, que abordassem os efeitos nocivos da pornografia para o cérebro humano.

Foram utilizados como descritores, os termos “pornografia” e “vício”, pois com esses termos acredita-se que seria possível compreender os efeitos da estimulação excessiva exercida pela pornografia na mente humana.  Após a inserção das palavras-chaves e o inícios das buscas, obtivemos um resultado de 235 artigos publicados, sendo a partir dessa base, selecionados vinte e cinco artigos, datados entre os anos de 2000 à 2020, nos idiomas inglês e português.

 

2. REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 A história da pornografia

 

O termo "pornografia" provém dos vocábulos gregos "pornos" (prostituta) e "graphô" (escrever, gravar). O primeiro destes vocábulos é da mesma família de outros, como "porneuô" (ser prostituta, viver da prostituição) e "pernêmi" (vender, exportar). O conceito de pornografia foi definido historicamente, e seu desenvolvimento como categoria esteve sempre sujeito a conflitos e mudanças. Segundo Walter Kendrik, na obra O museu secreto (apud Lynn Hunt, 1999, p.13)

 

A “pornografia” especifica um argumento, não uma coisa, e designa uma zona de batalha cultural. A obscenidade existiu justamente como distinção entre o comportamento privado e o público. Mas, aproximadamente em meados do século XIX o equilíbrio entre obscenidade e decência, privado e público foi abalado, e a pornografia emergiu então, como preocupação.

 

De acordo com Moraez; Lapeiz (1985, p.16) a pornografia tem uma longa data, os gregos habitantes de Atenas adoravam ver representações de sexo e nudez. Em procissões, famílias erguiam peças fálicas como se  fossem imagens sagradas, cantando hinos recheados de palavrões. A humanidade, em sua constante evolução passou, gradativamente, a representar com mais especificidade o corpo feminino e masculino. Os povos antigos da Grécia e Itália eram admiradores das representações dos corpos nus, bem definidos e o amor sexual retratado de forma artística.

A liberdade sexual presente na Grécia, 400 a.C., aceitou positivamente as representações do sexo, apresentados em desenhos eróticos nos vasos e paredes, em estátuas, cânticos, dentre outras. O sexo é um elemento marcante nas histórias gregas antigas, e faz parte das origens de alguns deuses, como Eros, o deus do amor, e da paixão, Afrodite, a deusa que representa - além do amor -, o prazer e desejos carnais; e Dionísio, o deus das festas e do prazer. (RAMOS, 2019, p.1).

Considerado um ícone para a história da pornografia, o Marquês de Sades, da qual origina o termo sadismo, nasceu em Paris no ano de 1740 e veio a falecer em 1814. Neste período ele estava internado num asilo para loucos. Sades era extremamente depravado e escreveu barbaridades. Em seus “livros ele narra histórias extraordinárias, passadas em lugares imaginários onde as dejeções são alimentos, os banheiros são capelas e os parceiros consanguíneos”. (MORAES; LAPEIZ, 1985, p.30).

Na época, ele foi um dos responsáveis por disseminar a cultura pornográfica, utilizando uma linguagem obscura, juntamente com a filosofia. Para Sade, a moral não existia. Além disso, ele defendia que o homem é mais forte do que a mulher, e, por isso, poderia fazer o que quisesse com ela.

Ele foi preso, acusado de bater em prostitutas e feri-las fisicamente; por isso, seu nome é relacionado até hoje à prática de sadomasoquismo. Na prisão, Sade escreveu vários livros. Por conta disso, até hoje ele é aclamado por vários ícones da literatura pornográfica e do teatro.

O Marquês de Sade desafiou até a própria Igreja católica, na época, por desafiá-la, exaltando desejos escusos e a imoralidade, incentivando as pessoas a terem vontade de realizar as práticas sexuais mais depravadas. Com o passar dos anos, os contos eróticos misturados com a filosofia foram se disseminando e influenciando as pessoas da época. Os plebeus, devido a essa influência, começaram a ter fantasias eróticas depravadas, que eram colocadas em prática com as prostitutas. Muitos desses contos, inclusive, foram feitos dentro dos prostíbulos.

 

2.2 Sexualidade 

 

A sexualidade é um dos aspectos centrais fundamentais no desenvolvimento saudável do ser humano. Esta é uma das razões que fez com que a sexualidade fosse questionada desde os primórdios da história da humanidade. Não existem pessoas que, ao longo de todo o percurso de vida, não se tenham confrontado a respeito de sua sexualidade (PONTES, 2011). Esta afirmação remete a refletir o quanto a compreensão da sexualidade é importante para o ser humano, tanto em questões biológicas/fisiológicas quanto em aspectos cognitivos e psicossociais (COSTA e OLIVEIRA, 2011).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2002 apud PONTES, 2011, p. 23) “A sexualidade é um aspecto central do ser humano ao longo da vida e inclui o sexo, genero, identidades, papéis, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução”. Ela é expressada em pensamentos, desejos, fantasias, crenças e atitudes. Sua manifestação “aparece em estágios precoces do desenvolvimento humano” (AMARAL, 2008, p.4). Segundo Freud a sexualidade acompanha o indivíduo desde seu nascimento até a sua morte. Desde o nascimento o indivíduo é dotado de afeto, desejos e conflitos, onde o desenvolvimento humano se dá principalmente pelo desenvolvimento psicossexual.

Os estudos do psicanalista acima indicado foram fundamentais para que hoje o desenvolvimento sexual seja compreendido e, principalmente, para que seja reconhecido que a sexualidade está presente desde a infância.

Os autores Neto e Ceccarelli (2015) afirmam que a excitação sexual produzida pela  pornografia se assemelha com a excitação produzida durante a masturbação, pois, embora  essa atividade sexual possa ser realizada sem a presença de outro, esse outro serve como apoio às fantasias masturbatórias. Essas fantasias são sustentadas principalmente pela variedade de conteúdos eróticos expostos, como masoquismo, sexo anal e muitas práticas que misturam ódio com dominação.

A partir dessa premissa, abram-se novas experiências sexuais, que gera a consequência mais catastróficas da pornografia, o “vício”. Doidge (2011) ressalta que o poder de dominação da pornografia, nos dias atuais, é muito mais profundo do que alguns anos atrás, justificados principalmente pela facilidade ao acesso. Ela influencia jovens com pouca experiência sexual, e especialmente mentes plásticas em vias de formar suas preferências sexuais.

 

2.2 A pornografia digital

 

Além de não parar de crescer, as tecnologias disponíveis passaram a ser ferramenta de criação e divulgação dos materiais pornográficos. Assim, a pornografia tornou-se uma indústria bilionária. Valeu-se das ferramentas como o cinema e, atualmente usa a Internet como um meio rápido, barato e com a promessa de anonimato. Deixando seus internautas mais à vontade para realizar suas buscas por materiais pornográficos.

A pornografia é a exposição direta e crua da sexualidade, sem sugestões ou conotações. A pornografia satisfaz diretamente seus desejos, provoca a libido. Sua representação ao longo da história se deu e várias formas, mas após a invenção da fotografia sua reprodução ficou mais fácil e global. O “buraco da fechadura” ganhando maior escala para expor o imoral (ABREU, 1996).

Na imagem pornográfica (...) tudo é ofertado sem dificuldade, sem retorno, sem véu nem mistério; somente uma mecânica do prazer plena de incerteza e de perturbação. O imaginário e a fantasia são cedidos à aparência trivial. Porque ela mostra, descreve, exibe com uma 2 prodigialidade extraordinária de signos e detalhes, (...) a imagem pornográfica precede e anula o desejo. (ROUILLÉ, 1988 apud ABREU, 1996, p.17).

 

No século XIX a pornografia passou a exercer um papel significativo no quesito produto, tendo papel no desenvolvimento tecnológico. As fotografias foram consideradas a primeira forma de comercialização material do sexo. Apesar do custo alto, existiam clientes que ainda assim preferiam gastar mais dinheiro com uma foto de nudez, do que com uma prostituta.

Entrando no século XX, as pessoas se sentiam confortaveis para comprar fotos, mas não para assistir filmes. Sendo assim na década de 60 foram criadas as chamadas “caixas de perspectiva”, onde pagavam para ver os filmes individualmente, o que rendia milhares de dólares por semana.

Nos anos de 1970, a maioria das fitas vendidas eram de material pornô. Quando as fitas surgiram, elas tinham um alto custo de produção e baixo consumo, mas a privacidade que ela oferecia foi o estímulo que a indústria precisava.

          Levando em consideração os tempos atuais, pode-se dizer que a pornografia está transformando cada vez mais o sexo em mercadoria. Sabe-se que a sexualidade gera prazer e o prazer ou, pelo menos, a promessa dele, proporciona um incentivo para a comercialização de produtos em uma sociedade capitalista, entre estes, o mais procurado é a pornografia (GIDDENS, 1993, p. 194).

Atualmente, entre os 50 sites mais populares de todo o mundo, quatro são de conteúdo pornográfico. (Similar Web, 2018) até o periodo de Outubro de 2022 o Xvideos, site de conteúdo adulto e gratuito, destaca-se em 10º lugar, contabilizando 700.9 milhoes de visitas e o Pornhub em 12º lugar com o total de 273.6 milhoes de visitas (Similar Web).

Segundo informações divulgadas pelo site, 71,6% desse acesso ocorre por smartphones e o Brasil é o 12º colocado no mundo em números de visitantes por dia. (Similar Web, 2018).

Existem também estudos que salientam que a indústria de revistas e vídeos pornográficos é mais direcionada aos homens. E estima-se que, dos adultos que visitam sites pornografias anualmente, 72% são do sexo masculino e 28% são do sexo feminino (RUPP; WALLEN, 2007).

 

2.3 O vício em pornografia

 

O comportamento sexual compulsivo foi denominado por uma variedade de nomes ao longo dos anos, como: “hipersexualidade”, “vício em pornografia”, “vício em sexo”, “comportamento sexual descontrolado” e assim por diante. Em seu mais recente catálogo de doenças, a  Classificação Internacional de Doenças (CID – 11) adequa o vício (adiquição) em pornografia, na categoria “Transtorno de Comportamento Sexual Compulsivo”. A organização Mundial de Saúde (OMS) definiu o transtorno como um comportamento sexual compulsivo, como um padrão persistente de falha em dominar os impulsos sexuais repetitivos e intensos.

A resposta simples seria: a pornografia funciona de maneira semelhante às drogas. Como o efeito de uma droga pode variar de pessoa para pessoa, é o mesmo com a pornografia. Como substâncias viciantes, as cenas de pornografia causam hiperestimulação, o que leva a níveis extremamente altos de secreção de dopamina no cérebro. Isso é altamente antinatural. Quanto maior a indulgência, maior o nível de dopamina secretada. Isso bagunça o sistema de recompensa de dopamina em seu cérebro. Como resultado, seu cérebro para de responder a outras fontes naturais de prazer. À medida que isso se torna um hábito, seu cérebro lentamente começa a associar pornografia com dopamina. É assim que começam os desejos.

A neurociência já buscou investigar o comportamento aditivo relacionado ao consumo de pornografia. O autor Struthers (2009, p. 28) em seu livro, nos diz que:

‘’Os eventos neurológicos que são desencadeados no cérebro de homens ao acompanhar pornografia, começando pelo aumento de atividade na área tegmental ventral, próximo ao núcleo accumbens, conhecido pelo centro do prazer e recompensa. As conexões estabelecidas são a fonte da excitação sexual, e assistir materiais pornográficos aumenta este tipo de ansiedade. Na ejaculação, libera-se dopamina e a ação da amígdala, a reguladora das emoções e responsável pelas reações de medo, é inibida. Portanto, o orgasmo está associado ao ápice de prazer e ausência de medo. Além disso, com a participação da glândula basal, encarregada da aprendizagem implícita, o consumo da pornografia é associado a uma experiência satisfatória. A ação dos neurônios espelhos criam um hábito neurológico quando um indivíduo se excita ou masturba assistindo pornogfia. Dessa forma, aciona-se o sistema visual, motor, sensorial aos efeitos neurológicos do orgasmo, construindo a compulsão sexual e o vício em pornografia.’’

 

2.4 Efeitos negativos da pornografia no cérebro 

 

Segundo Romero (2019, p. 9), a pornografia é considerada “a nova cocaína visual” ou “a droga do novo milénio”. O cérebro humano, em sua grande maioria, tem dificuldade de desassociar o que é a realidade do que é ilusório. Nesse sentido, ao se deparar com cenas pornográficas, sejam elas reais ou virtuais, sentimos intensa excitação sexual. A partir desse sistema, é ativado em nosso cérebro o chamado de “centro de recompensa’’. Este centro de recompensas, funciona como todo o sistema da criação de um vício. Portanto, os conteúdos pornográficos funcionam de maneira semelhante ao que às drogas fazem no cérebro humano.

Foram retirados das análises de Chaim, Bandeira E Andrade (2015, p. 258) que o Sistema de Recompensa é um ciclo do sistema nervoso responsável pelos estímulos prazerosos e, assim, responsável pela aprendizagem que origina comportamentos, que passa a ser ativado por meio de atividades sexuais, e de forma mais profunda, quando são ingeridas drogas psicoativas.

Segundo o autor Andrade et al. (2003, p.3),

‘’A dopamina é um neurotransmissor excitatório e inibitório, dependendo do local onde atua, apresenta diferentes funções. No gânglio basal, é essencial para execução de movimentos controlados. No lóbulo frontal, regula o grande número de informações que vêm de outras áreas do cérebro, e, por fim, é responsável pelo sentimento de euforia, sendo capaz de acalmar a dor e aumentar o prazer se estiver em grande quantidade no lóbulo frontal.’’

Já Hilton E Faans (2016, p.1) afirmaram que a vontade pelo sexo é estimulada pela liberação de dopamina em nosso cérebro. Por conseguinte, o autor Love (2015) afirma que, em nosso cérebro, a dopamina nos tende a nos levar a desconsiderar os estímulos negativos, além de despertar sensações de grande excitação, podendo gerar uma forte dependência emocional no indivíduo.

Medianta a análise dos escritos de Paul (2004, p. 394), diversos profissionais da  psicologia se juntaram para alertar sobre o efeitos do consumo pornografico disseminado, afirmando que estes conteúdos estão modificando para pior a sexualidade humana. Também os autores Postal et al. (2018, p. 70) afirmam que:

 

‘’Homens que veem pornografia com frequência podem desenvolver expectativas irrealistas sobre a aparência e o comportamento das mulheres, e que eles também têm dificuldade em formar e manter relacionamentos e de sentirem-se sexualmente satisfeitos. Estudos afirmam que quanto mais pornografia os homens assistem, mais prováveis são de descrever as mulheres em termos sexualizados e classificar as mulheres em papéis tradicionais de gênero.’’

 

Segundo Perry (2018, p. 6) consumidores compulsivos de pornografia relataram sintomas depressivos mais elevados, geralmente menor qualidade de vida e saúde adequada em comparação com aqueles que não consomem pornografia regularmente. Pesquisadores apontam que pessoas que passam muito tempo consumindo conteúdo pornográfico parecem ter menos desejo sexual com seu parceiro e grande possibilidade de desenvolver disfunção erétil.

As disfunções sexuais, tal como é descrito no Manual de Diagnóstico e Estatística de Perturbações Mentais, 5.ª edição (DSM-5), formam um grupo heterogéneo de perturbações que se caracterizam por uma dificuldade clinicamente significativa na capacidade de uma pessoa responder sexualmente ou de experienciar prazer sexual. A disfunção erétil caracteriza-se pela dificuldade acentuada e repetida em obter ou manter ereções durante a atividade sexual, causando sofrimento clinicamente significativo.

Habitualmente, pessoas que fazem uso de conteúdo pornográfico, praticam com muito mais frequencia a masturbação, do que a relação sexual. Este hábito, indica para o cérebro um novo caminho neural de assimilação do prazer na sexualidade e para usar essa grande quantidade de dopamina que foi fabricada, estimula-se novamente a repetição do ato. Este novo caminho será a porta inicial para a construção do vício.

            Segundo a autora Baldim (2017, p. 89), pessoas em adicção possuem sintomas, como: desmotivação em desempenhar atividades cotidianas, procrastinação das tarefas, depressão, isolamento social, ansiedade, pensamentos suicidas, agressividade, irritabilidade, insônia, negligência na alimentação com alteração de peso (uns afirmam terem engordado, ao passo que outros emagreceram), dessensibilização peniana, disfunção erétil, ejaculação retardada, abaixamento da libido e imaturidade (principalmente na etapa da adolescência).

Segundo o autor Perelman (2005, p.21), destaca-se a associação de disfunção eréctil e de ejaculação retardada com um “estilo masturbatório idiossincrático”. Este estilo pode envolver rituais especiais, velocidade, pressão, e intensidade específicas, rotinas de autocontrolo para interromper a ejaculação no último momento pré-orgásmico ou fantasias eróticas sofisticadas e irrealistas, fomentadas pelo consumo exagerado de pornografia. Porém, é relevante salientar que a ejaculação ou a masturbação frequentes, quando praticadas sem recurso a pornografia, não provocam disfunção erétil. Vários estudos comprovam que a masturbação, por si só, não é causa de disfunção erétil crónica em homens jovens e saudáveis, a menos que se empreguem técnicas masturbatórias traumáticas ou seja acompanhada pela visualização de pornografia.

Outra efeito já diagnosticado é o surgimento da necessidade da busca de novos estímulos pornográficos cada vez mais violentos, devido a dessensibilização ao conteúdo exposto, sendo uma das causas a mudança anatômica no cérebro.

 

O autor Shucart (2015, p. 15), diz:

‘’Foi encontrada uma correlação entre a quantidade de materiais de pornografia infantil consumidas em uma semana e um menor volume de matéria cinzenta em uma parte do cérebro associada com recompensa e motivação; também foi encontrado menor processamento de atividade em uma região do cérebro associada com a estimulação sexual, assim como uma diminuição da conectividade entre o centro de recompensa e a região do cérebro responsável por ajustar e conseguir objetivos.’’

 

Segundo o autor citado anteriormente, os investigadores afirmam que a pornografia podem gerar o desgaste da estrutura cerebral e sua funcionalidade. Além disso, estes hiperestimulam o sistema de recompensa e levam frequentemente a procurar novos estímulos com conteúdos sexuais extremos. Basicamente, o uso execessivo de vídeos pornograficos fazem com que age necessidade de um maior volume de imagens de violência sexual para que o sujeito alcance o mesmo pico de prazer de antes.

Apesar de não haver correlação entre o acesso à pornografia e as práticas sexuais criminosas, Woods (2015, p. 8) considera que o uso excessivo de pornografia é, atualmente, detectado devido ao intenso consumo de imagens sexuais cada vez mais exorbitantes. Elas podem gerar outras consequências, tais como: isolamento social, alienação da realidade e prejuízo psicológico.

 

2.5 O papel do terapeuta na recuperação do paciente viciado em pornografia

 

Infelizmente, a grande maioria dos psicoterapeutas não possuem ideia do quão viciante e hiperstimulante seja a pornografia na Internet de hoje. Inclusive, a maioria dos aconselhamento das práticas terapêuticas de casal, sugere o uso da pornografia como uma ferramenta no relacionamento entre os parceiros.

De acordo com o site Your Brain On Porn, uma pesquisa realizada em 2008, a maioria dos terapeutas matrimoniais e familiares alegaram não terem sido ensinados a lidar com o vício em pornografia nos atendimentos. Estes profissionais entrevistados compartilharam que apenas a graduação universitária não foi suficiente para prepará-los a diagnosticar as disfunções relacionados ao cibersexo. Pelo contrário, eles aprenderam que a pornografia é completamente inofensiva.

Como citado anteriormente neste artigo, a OMS classificou na atualização do CID-11, em 2018, o Transtorno Sexual compulsivo, basicamente definido pelo manual como:

 

Um padrão persistente de incapacidade de controlar impulsos ou impulsos sexuais repetitivos e intensos, resultando em comportamento sexual repetitivo. Os sintomas podem incluir atividades sexuais repetitivas tornando-se um foco central da vida da pessoa a ponto de negligenciar a saúde e os cuidados pessoais ou outros interesses, atividades e responsabilidades; numerosos esforços mal sucedidos para reduzir significativamente o comportamento sexual repetitivo; e comportamento sexual repetitivo continuado apesar das consequências adversas ou obtendo pouca ou nenhuma satisfação com isso. O padrão de falha em controlar impulsos ou impulsos sexuais intensos e o comportamento sexual repetitivo resultante manifesta-se por um longo período de tempo (por exemplo, 6 meses ou mais) e causa sofrimento acentuado ou prejuízo significativo nos aspectos pessoais, familiares, sociais, educacionais, ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento. A angústia que está inteiramente relacionada a julgamentos morais e desaprovação sobre impulsos, impulsos ou comportamentos sexuais não é suficiente para atender a esse requisito.

 

O classificação e nomeação do transtorno de comportamento sexual compulsivo (CSBD), está ajudando as pessoas a obterem tratamento e auxiliando os pesquisadores na investigação do uso compulsivo de pornografia. O papel da terapeuta na recuperação de um paciente diagnosticado com o transtorno é fundamental para o tratamento eficaz na eliminação dos sintomas.

O tratamento funciona basicamente como em qualquer outro tipo de vício: o ideal é que o dependente busque terapia com psicólogo e acompanhamento com psiquiatra, mas neste caso, e de preferencia que ambos sejam especializados em sexologia. O uso de medicamentos é indicado se o paciente apresentar comorbidades como ansiedade, depressão e outros transtornos. A duração do tratamento varia de acordo com o quadro clínico apresentado.

Atualmente, a terapia cognitivo comportamental (TCC) é uma das abordagem psicoterápicas, com maior proeminência de recuperação para indivíduos que lidam com o vício em pornografia. De acordo com LEMOS (2014, p. 83), essa abordagem é aconselhada nesse tipo de tratamento, pois é a principal escolha para os casos de distúrbios de controle por impulso. Este modelo terapêutico, ajuda a aprender como identificar comportamentos e padrões de pensamento autodestrutivos e perturbadores e também, ajuda a encontrar os padrões de comportamento que podem ter um impacto negativo sobre um indivíduo e suas emoções.

A partir disso, os autores YOUNG e ABREU (2011, p. 10) citam diversas técnicas que podem ser aplicadas no tratamento de indivíduos com vício em pornografia, dentre eles: a verificação do humor, psicoeducação para o transtorno, treinamento das habilidades sociais, registro de pensamentos disfuncionais, reestruturação cognitiva, técnica de relaxamento progressivo de Jacobson podem ser amplamente utilizadas para os sintomas diário semanal e prevenção de recaídas são algumas das técnicas eficazes para pessoas em adicção.

 

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

A partir das análises dos artigos publicados, foi observada a grande facilidade do acesso a conteúdos pornográficos. A grande e frequente exposição a esses modelos de conteúdos e a geração de novos hábitos a partir da repetição do prazer gera a ativação do sistema de recompensas do cérebro, que é a base fundamental para toda e qualquer formação dos vícios. A partir dessa premissa, entende-se que o vício em pornografia se enquadra no comportamento sexual compulsivo, denominado no recente catálogo, a Classificação Internacional de Doenças (CID – 11), adequa adição em pornografia na categoria do Transtorno Sexual Compulsivo. A organização Mundial de Saúde (OMS) definiu esse transtorno como a incapacidade persistente em dominar os impulsos sexuais repetitivos e intensos.

De acordo, com ANDRADE, CHAIM e BANDEIRA (2015) há a conclusão de que a recompensa é um ciclo do sistema nervoso responsável pelos estímulos prazerosos e, assim, responsável pela aprendizagem que origina comportamentos, que passa a ser ativado por meio de atividades sexuais, e de forma mais profunda, quando são ingeridas drogas psicoativas.

De acordo, com ZIMBARDO, WILSON, COULOMBE (2016), afirmam que a pornografia provoca a ilusão de um sexo irreal, o que inconscientemente interfere na autoestima dos homens. As pessoas que apresentam vício em pornografia, relatam sintomas depressivos e ansiogênicos, proporcionando uma menor qualidade de vida em comparação as pessoas que não consomem pornografia regularmente. HILTON (2016) e MIOTTO (2012) concluem que há uma liberação de dopamina em nosso cérebro, através do estimulo sexual.

BALDIM (2017) afirma que pessoas em vicio, possuem sintomas, como: desmotivação em desempenhar atividades cotidianas, procrastinação das tarefas, depressão, isolamento social, ansiedade, pensamentos suicidas, agressividade, etc.

Outra consequência identificada pelo vício em pornografia, é a dessensibilização sistemática ao conteúdo apresentado, criando a necessidade da busca por novos estímulos pornográficos cada vez mais intensos e extremos para que o mesmo prazer de outrora seja atingido.

           

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A partir da análise do breve acervo literário publicado com os possíveis efeitos da pornografia no cérebro humano e suas consequências nocivas por meio de seu caráter viciante, o presente estudo desse trabalho, possibilitou uma investigação sobre os resultados negativos da frequência no uso de pornografia e o que ela causa no indivíduo.

Como resultado, percebeu-se que o popularização da internet facilitou o acesso fácil, rápido, frequente e o uso indiscriminados de materiais pornográficos. Durante o desenvolvimento desta pesquisa foi possível o aprofundamento teórico e reflexivo a respeito do vício em pornografia e a análise de sua relação com a adicção na nossa cultura atual.

Observa-se também, que o acesso intenso a conteúdos eróticos vem comprometendo a sexualidade humana, não somente em adultos e suas mentes plásticas, mas também em crianças e adolescentes em períodos críticos de desenvolvimento, construindo suas sexualidades através da pornografia muito antes mesmo de terem a primeira relação sexual.

Notamos que a pornografia é uma produção histórica, que foi/é difundida no senso comum por representar a sexualidade humana, além de ser explorada pelo comércio e por indústrias, principalmente, nos dias atuais, por aquelas que se relacionam com tecnologias audiovisuais.

Além disso, a pornografia também salienta posições de poder em uma determinada sociedade. Em contrapartida à moral, verificamos o florescimento do cenário pornográfico, especialmente no ambiente virtual, e o excesso no consumo.

Paralelamente a essa demanda, encontramos um número pequeno de produções psicológicas em língua portuguesa nas bases de dados de pesquisa. Tais fatores nos instigaram e nos impulsionaram a seguir em frente na pesquisa, mesmo considerando a existência de limitações.

Os resultados das pesquisas mostraram, ainda, que o impacto da pornografia sobre o indivíduo vem transformando de forma negativa a sexualidade. Sendo assim, foi observado que a exposição frequente a conteúdos adultos podem comprometer a saúde sexual do usuário. Estudos apontaram que o acesso excessivo a esses conteúdos, podem ser a causa de diversas disfunções sexuais, como também, estimulam o surgimento de transtornos mentais como depressão e ansiedade nos espectadores. 

Por fim, salientamos que a problematização realizada a respeito do vício em pornografia é um fato com direcionamentos sociais, psicológicos e de saúde pública. Mais pesquisas com novas concepções do fenômeno poderão, além de aprofundar as discussões, auxiliar nos processos de definição de propostas governamentais ligadas à saúde pública, voltadas aos sujeitos que estão em estado de sofrimento e que necessitam de algum tipo de ajuda. Contudo, cabe ressaltar que maiores pesquisas, teorizações e esclarecimentos se fazem necessárias devido à tamanha abrangência e à complexidade do fenômeno.

 

5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

 

AMARAL, Vera Lúcia do. Sexualidade. In: AMARAL, Vera Lúcia do. Psicologia da Educação. Natal: Edufrn, 2008. p. 208. Disponível em: Acesso em: 10 out. 2022.

 

ANDRADE, Rosângela Vieira de. et al. Atuação dos Neurotransmissores na Depressão. 2003. 4 f. Curso de Farmácia, Universidade do Planalto Catarinense, Lages, 2003. Disponível em: Acesso em: 10 out. 2022.

 

BALDIM, F. A; O vício em pornografia: considerações sobre a internet e a adicção na atualidade. 2017. Universidade Estadual de Maringá.. Disponível em: < http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/3072> . Acesso em: 03 nov. 2022

 

CHAIM, Carolina Hanna; BANDEIRA, Kercya Bernardes P.; ANDRADE, Arthur Guerra de. Fisiopatologia da dependência química. 2015. 7 f. Rev Med, São Paulo, 2015. Acesso em: 03 nov. 2022.

 

DOIDGE, Norman. O Cérebro que se Transforma: Como a neurociência pode curar as pessoas. Brasil: Record, 2011. 272 p. Acesso em: 10 out. 2022.

 

GUERRA, Valeschka Martins; ANDRADE, Fernando Cezar B. de; DIAS, Mardonio Rique. Atitudes de estudantes universitários frente ao consumo de materiais pornográficos. Estud. psicol. (Natal), Natal , v. 9, n. 2, p. 269-277, Aug. 2004 . Available from . access on 10 Oct. 2022. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2004000200008.

 

HILTON, Donald; FAANS, Junior. Pornography and the Brain: Understanding the Addiction. 2016. The University Of Texas, San Antonio, 2016. Disponível em: Acesso em: 03 nov. 2022

 

LEMOS, Igor Lins; ABREU, Cristiano Nabuco de; SOUGEY, Everton Botelho. Dependência de Internet e de Jogos Eletrônicos: um enfoque cognitivocomportamental. Rev. psiquiatr. clín., São Paulo, v.41, n.3, 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-6083201400030 0082&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 16 nov. 2022

 

LOVE, Todd. et al. Neuroscience of Internet Pornography Addiction: A Review and Update. 2015. f46. Behavioral Sciences, 2015. Acesso em: 03 nov. 2022.

Loeck, J. F. (2006). Narcóticos Anônimos: Um Estudo Sobre Estigma e Ritualidade. In Comunicações Coordenadas da 25ª RBA. (pp. 1-21). Goiânia. Disponível em: < http://neip.info/downloads/jardel/jardel_01.pdf > Acesso em: 16 nov. 2022

Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. [American Psychiatric Association; tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento... et al.]; revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli ...[et al.]. 5. ed. – Dados eletrônicos. Porto Alegre:Artmed, 2014.

 

Michaelis (2015). Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. São Paulo: Editora Melhoramentos. Recuperado de https://michaelis.uol.com.br/modernoportugues/.

 

MIOTTO, Lucas. O que há de errado com a pornografia? Fundamento: Revista de Pesquisa em Filosofia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, v. 4, p.109-123, 2012.

 

NETO, Alberto Ribeiro; CECCARELLI, Paulo Roberto. Internet e pornografia: notas psicanalíticas sobre os devaneios eróticos na rede mundial de dados digitais. Reverso, Belo Horizonte , v. 37, n. 70, p. 15-22, jun. 2015. Acesso em: 03 nov. 2022

 

Organização Mundial da Saúde (OMS). WHO releases new International Classification of Diseases (ICD 11) Disponível em: https://www.who.int/news-room/detail/18-06-2018-who-releases-new-international-classification-of-diseases-(icd-11). Acesso em: 03 nov. 2022.

 

Organização Mundial da Saúde (OMS). Saúde Sexual, Direitos Humanos e a Lei. 2015. Disponível em: < https://www.who.int/pt/publications/i/item/9789241564984> Acesso em: 10 nov. 2022

 

Perelman MA. Idiosyncratic masturbation patterns: A key unexplored variable in the treatment of retarded ejaculation by the practicing urologist. J Urol 2005;173(4 suppl ):340.

PERRY, S.L; Pornography use and marital quality: Testing the moral incongruence hypothesis. 2016. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1111/pere.12234> Acesso em: 03 nov. 2022

PONTES, Ângela Felgueiras. Sexualidade: Vamos conversar sobre isso?: Promoção do Desenvolvimento Psicossexual na Adolescência: Implementação e Avaliação de um Programa de Intervenção em Meio Escolar. 2011. 259 f. Tese (Doutorado) - Programa de Doutoramento em Saúde Mental, Porto, 2011. Disponível em: https://repositorioaberto.up.pt/bitstream/10216/24432/2/Sexualidade%20vamos%20conversar%20sobre%20isso.pdf. Acesso em: 16 nov. 2017.

 

POSTAL, Aline Stefane; SANTIAGO, Lizandro Pimentel; PARADELLA, Vanessa Cristina; BOSTELMAM,  Andréa Araujo; CYRINO, Luiz Arthur Rangel. Possíveis consequências da pornografia na sexualidade humana. Vivências. Vol. 14, N.27: p. 66-75. Out. 2018 Disponível em: < http://www2.reitoria.uri.br/~vivencias/Numero_027/artigos/pdf/Artigo_07.pdf>. Acesso em: 03 nov. 2022.

 

ROMERO, Filipe José da Silva ; Disfunção Erétil Induzida por Pornografia: Revisão de Literatura. Clínica Universitária de Psiquiatria e Psicologia Médica, 2019. Disponível em: https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/42975/1/FilipeJRomero.pdf. Acesso em: 03 nov. 2022.

 

SHUCART, Brenden. This is Your Brain on Porn. Advocate. 1077, 24, Feb. 2015. ISSN: 00018996

STRUTHERS, W. M. Wire for Intimacy. How pornography hijacks the male brain. Downers Grove: InterVarsity Press, 2009.

Your Brain On Porn. Educando seu terapeuta. Disponível em: https://www.yourbrainonporn.com/pt/support-apps-forums-websites-books/educating-your-therapist/. Acesso em: 03 nov. 2022

WOODS, J. (2015). Seeing and being seen: the psychodynamics of pornography through the lens of Winnicott’s thought. In: M. B. Spelman; F. Thomson-Salo. The Winnicott tradition: lines of development – evolution of theory and practice over the decades. London: Karnac.

YOUNG K, ABREU C. Dependência de internet: manual e guia de avaliação e tratamento. Porto Alegre; Artmed, 2011. Disponível em: . Acesso em: 16 nov. 2022

 

ZIMBARDO, P; WILSON, G; COULOMBE, N. How Porn Is Messing with Your Manhood. Skeptic. 21, 3, 22-26, Sept. 2016. ISSN: 10639330.