A PSICOLOGIA DO TRÂNSITO EM UMA PERCEPÇÃO CONTEMPORÂNEA - UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Por Álef Guilherme Carvalho de Souza | 28/11/2023 | PsicologiaFACULDADE ÚNICA ÁLEF GUILHERME CARVALHO DE SOUZA
PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO
A PSICOLOGIA DO TRÂNSITO EM UMA PERCEPÇÃO CONTEMPORÂNEA - UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
ÁGUAS LINDAS DE GOIÁS – GO 2022
FACULDADE ÚNICA ÁLEF GUILHERME CARVALHO DE SOUZA
PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO
A PSICOLOGIA DO TRÂNSITO EM UMA PERCEPÇÃO CONTEMPORÂNEA - UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Artigo Científico apresentado à Faculdade única, como parte das exigências para a obtenção do título de especialista em Psicologia do Trânsito.
ÁGUAS LINDAS DE GOIÁS – GO 2022
A PSICOLOGIA DO TRÂNSITO EM UMA PERCEPÇÃO CONTEMPORÂNEA - UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Álef Guilherme Carvalho de Souza
RESUMO
O presente trabalho tratar-se à da psicologia do trânsito em uma percepção contemporânea vinculada a formação profissional, vinculando a ideia central do trabalho com a conexão da educação e formação contínua, conforme assim determina o código de ética profissional, instituído pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Nessa percepção mais contemporânea, se faz necessário avaliar a realidade em que o docente trabalha suas necessidades, suas ansiedades, deficiências e dificuldades encontradas no trabalho, para que consiga adquirir como ferramenta de trabalho as novas tecnologias, que são ferramentas necessárias, e utilizá-las de uma forma consistente, elevando os padrões de qualidade de aplicação dos testes. Portanto, as Instituições Educacionais que ofertam cursos de pós graduação em psicologia do trânsito, representam um lugar em constante movimentação e transformação do saber, em que os atores sociais envolvidos no processo da emissão da CNH.
PALAVRAS CHAVES: Psicologia do trânsito. Avaliação Psicológica. CNH.
Formação. Transformação.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tratar-se-á da psicologia do trânsito em uma percepção contemporânea vinculada ao contexto social e histórico, de uma forma sistemática, e fará uma breve pincelada a formação profissional, atrelando a ideia central do trabalho com a conexão da educação e formação contínua do profissional de psicologia, conforme assim determina o código de ética profissional, instituído pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Portanto, o saber fazer educação na interdisciplinaridade é buscar ressignificar o trabalho e a prática de avaliação psicológica com novas metodologias, reformulação e adequação dos currículos escolares, e a organização dos ambientes de atuação.
Nessa percepção mais contemporânea, se faz necessário avaliar a realidade em que o profissional trabalha e suas necessidades, suas ansiedades, deficiências e dificuldades encontradas no trabalho, para que consiga adquirir como ferramenta de trabalho as novas tecnologias necessárias e utilizá-las de uma forma consistente, elevando os padrões de qualidade de aplicação dos testes.
Portanto, as Instituições Educacionais que ofertam cursos de pós graduação em psicologia do trânsito, representam um lugar em constante movimentação e transformação do saber, em que os atores sociais envolvidos no processo da emissão da CNH, são agentes da dinâmica social que ocorrem no interior do espaço jurídico, em um processo de construção dos saberes.
Diante do exposto, percebe-se a necessidade do compromisso e envolvimento dos educadores em suas formações e qualificações, portanto, devem buscar alternativas que venham mudar o processo educacional da realidade na especialização. O psicólogo do trânsito deve ir além do esperado, deve planejar-se constantemente, pois, o trabalho desenvolvido em seu núcleo deve ser ético e regado de valores morais. O papel da psicologia do trânsito e seus envolvidos tem uma enorme dimensão pedagógica, social, política e cultural dentro da sociedade, os seus fazeres modificam e sugerem modificações nas características tanto pessoais quanto profissionais e sociais dos envolvidos no processo de aplicação de testes e avaliação psicológica durante esse processo jurídico que contorna todo o processo de CNH.
Percebe-se que o processo de especialização em psicologia do trânsito é um processo contínuo e que toma como partida o saber experiencial dos profissionais, os problemas e desafios da prática profissional.
O objetivo geral deste trabalho é o de descrever uma revisão sistemática das dificuldades da psicologia do trânsito em relação ao contexto de atuação profissional. Os objetivos específicos são os de contribuir para encontrar possibilidades de uma atuação interventiva no que diz respeito às dificuldades dos profissionais de psicologia atuantes no contexto do trânsito e compreender os dados à luz da teoria explicativa sobre a construção social e histórica no contorno das dificuldades da formação durante a especialização nessa área.
A importância de estudar esse contexto deve-se a necessidade de aprofundar os conhecimentos do profissional de psicologia do trânsito referente aos desafios atribuídos no contorno de atuação profissional a partir de uma percepção contemporânea.
Pretende-se contribuir, a partir da literatura revisada, para encontrar possibilidades de um processo interventivo, capaz de favorecer a integralidade da formação mais aprofundada durante a especialização nessa área, pois, é necessário se conscientizar e debater a partir de reflexões, trazendo soluções que possam contribuir para efetivar ações capazes de favorecerem a integralidade no campo profissional, estendendo a psicologia para o trânsito de uma forma mais adequada e racional possível.
Para nortear a pesquisa, levantou-se a seguinte pergunta problema: Qual a importância de se debater sobre a formação durante a especialização em psicologia no trânsito? Nesse contexto, se pretende responder a tal justificativa dada a importância do tema para a sociedade.
Para tal, será realizada uma revisão de literatura sistemática com a finalidade demonstrar e conscientizar sobre a psicologia no trânsito e suas nuances sociais e históricas, verificando no contexto científico o que tem sido publicado a respeito.
Acerca da metodologia, trata-se de uma revisão bibliográfica que utilizará as bases científicas para pesquisa de artigos indexados em periódicos nacionais no período de 2009 a 2021, bem como dissertações de mestrados e teses de doutorados.
DESENVOLVIMENTO
O que faz um psicólogo do trânsito? Um psicólogo do tramito tem trânsito tem uma atuação bastante ativa, a começar pelo universo das pesquisas, ele executa pesquisas de uma maneira em que ele possa vir a auxiliar na retenção das informações, ou seja, existe toda uma maneira de se construir um processo de sinalização, não só de sinalização, mas da distribuição de uma informação, pois sambemos que a informação por si é só uma informação. De acordo com De Oliveira (2015, p. 125):
A questão do trânsito hoje é encarada como um problema social. Há uma série de pessoas e veículos avançando nas mais diversas direções e sentidos, que vão e vem nem sempre amistosamente. A pressa e a aceleração a que estamos submetidos por conta das novas tecnologias, tem impulsionado um ritmo frenético ao nosso dia-a-dia.
No caso dos motoristas, estes necessitam que haja uma certa rapidez no tráfego, ao passo que os pedestres carecem exatamente do contrário para que possam andar e atravessar as ruas com segurança. Por outro lado, há o comerciante que também necessita de espaço para estacionamento em frente a seu estabelecimento. Portanto, na prática, a situação é muito mais complexa do que possa aparentar a primeira vista, pois os atores que delas participam e, seus interesses não são os mesmos, o que facilita que entrem necessariamente em conflito muitas vezes.
Todavia, é necessário que essa informação que importante à retenção das informações que essa informação ela se transforme no conhecimento, que ela seja internalizada pelas pessoas, não só pelos pedestres, mas, pelos motoristas também, então é importante que através de Pesquisas realizadas pelos psicólogos e sejam feitas as melhores formas de se dimidiar as melhores formas de forma em que se a informação para que ela possa ser bem recebida e retida da melhor forma. Ainda de acordo De Oliveira (2015, p. 140 e 141):
Os estudos demonstraram que a produção científica na área da Psicologia do Trânsito no Brasil, ainda é bastante incipiente. Diversas são as lacunas em termos de investigações que ainda não foram abordadas. Nesse sentido, sugere-se que estudiosos promovam pesquisas, principalmente na área de avaliação psicológica, na construção de instrumentos padronizados de investigação, bem como diversos tipos de grupos amostrais.
Um outro aspecto importante seria a promoção de uma maior visibilidade aos trabalhos desenvolvidos pelo Psicólogo do Trânsito, através do compartilhamento de suas experiências nos periódicos científicos. Dessa forma, colaborando para o aperfeiçoamento do trabalho e embasando a execução de políticas públicas para o setor. Enfim, é preciso reivindicar constantemente a atualização das resoluções, principalmente as que dizem respeito diretamente ao trabalho do psicólogo do trânsito, de forma a não prejudicar a sua autonomia e trabalho correto.
Então essa seria uma primeira atuação do psicólogo, outra situação seria no Campo dos Testes, então o psicólogo estará avaliando novas formas de avaliação e também estará aplicando essas novas avaliações. Para Silva (2012, p. 178):
Os conhecimentos psicológicos se inseriram no trânsito rodoviário de diversas formas, dentre elas, de leis que expressaram políticas de segurança e prevenção. Algumas delas, por sua vez, tinham – como ainda hoje têm – a finalidade de identificar e restringir, no decorrer do processo de aquisição da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), o acesso ao volante das pessoas consideradas propensas, do ponto de vista psicológico, a se envolver em acidentes de trânsito. A raiz dessa política encontra-se em décadas anteriores à regulamentação da Psicologia no País.
Para Silva (2009, p. 164): "Como consequência, nas décadas de 1940 e 1950, as autoridades buscaram desenvolver e implementar medidas preventivas, dentre elas, a seleção médica e psicotécnica." Então temos hoje a aplicação dos psicotécnicos, mas isso não para sempre diante daqueles psicotécnicos, naqueles testes, é preciso que sejam sempre feitas novas avaliações, de novas ferramentas, que possam servir de avaliação dos motoristas, das suas capacidades de ir em direção a essa busca de novas ferramentas por essa avaliação.
Por conseguinte, para Silva (2009, p. 164): "Nesse momento histórico, em que havia forte demanda social e justificativas científicas para implementar um processo de avaliação psicológica de condutores, a psicologia começou a contribuir com o trânsito rodoviário brasileiro.". Ainda em consonância com Silva (2009, p. 165): "Como decorrência, foram publicadas, ainda na década de 1950, as primeiras reflexões sobre a seleção psicotécnica de motoristas e sua importância na diminuição dos acidentes.” Seguindo esse contexto desse raciocínio, Silva (2009, p.
166) menciona que:
O DETRAN, enquanto parte integrante do Sistema Nacional de Trânsito, foi criado em 21 de setembro de 1966 pelo Decreto-lei 5.108 que instituiu o segundo Código Nacional de Trânsito. Em 23 de fevereiro de 1967, aquele decreto foi modificado pelo Decreto-lei nº 237, sendo efetivamente regulamentado em 16 de janeiro de 1968, por meio do Decreto-lei 62.127. Em função dessa nova organização do sistema de trânsito, cada estado brasileiro procedeu à criação do seu DETRAN, seja pela estruturação do serviço que outrora não existia, seja pela re-estruturação do serviço administrativo de trânsito existente (eis algumas denominações antigas dos serviços de trânsito dos estados: Diretoria do Serviço de Trânsito em São Paulo, Serviço de Trânsito no Rio de Janeiro, Departamento do Serviço de Trânsito no Paraná, Serviço Estadual de Trânsito em Belo Horizonte). Esta modificação ocorreu na maioria dos estados nas décadas de 1960 e 1970.
A psicologia do do trânsito é uma área reconhecida como especialidade pelo Conselho Federal de Psicologia, lembrando que essa situação também é uma especialidade reconhecida pelo CFP, tudo no campo dos processos psicológicos, físicos, sociais e psíquicos e físicos relacionados ao problema.Como consequência desse raciocínio, Silva (2009, p. 166) alude que:
De acordo com aquela regulamentação, os Departamentos de Trânsito deveriam dispor de um conjunto de serviços a fim de realizar suas atribuições, dentre eles o serviço médico e psicotécnico. Esta exigência reconheceu a importância dos fatores psicológicos na segurança viária, principalmente para serem avaliados no processo de habilitação; além do mais, ampliou o mercado de trabalho para o psicólogo, cuja profissão havia sido regulamentada em 1964. Os Departamentos de Trânsito assumiram, e ainda assumem, um importante papel na institucionalização e expansão da psicologia brasileira enquanto profissão, ao abrir espaço para o trabalho dos psicólogos e, mais recentemente, por meio do credenciamento de profissionais e clínicas de psicologia.
Então olha que interessante, os campos que a psicologia do trânsito vai atuar, nos campos dos processos ecológicos, dos processos psico-sociais e psicofísicos relacionados aos problemas de trânsito, 99% de acidentes de trânsito são causados por falhas humanas. Além disso, diante desse contorno, Silva (2009, p. 166) aborda que:
terceirizadas, devido ao aumento da demanda pela carteira de habilitação. Em função disso, poucos estados possuem atualmente apenas uma clínica conveniada (p.ex., Rio Grande do Norte) e/ou os próprios psicólogos dos DETRANs realizam a avaliação psicológica. Dessa maneira, em parte por razões históricas, os psicólogos que hoje trabalham nos DETRANs continuam atuando prioritariamente com a avaliação psicológica de condutores: administrando, avaliando e analisando os resultados dos instrumentos; coordenando este serviço, desempenhando atividade administrativa, ou fiscalizando as atividades realizadas pelas clínicas credenciadas.
De acordo com as observações de Cruz, De Wit e De Souza (2020, p. 4): "Não é infrequente entre os leigos e desavisados a imagem de um psicólogo do trânsito responsável pura e simplesmente pela aplicação dos tais ‘testes psicotécnicos’ nas clínicas do Detran." Isso já é uma pesquisa, então qual é a importância do psicólogo do trânsito nesse contexto psico-social? O psicólogo do trânsito vai realizar diagnósticos da estrutura dinâmica desses indivíduos, desses grupos, nos aspectos afetivos, cognitivos e comportamentais, então o psicólogo do trânsito vai avaliar tanto esses aspectos quantos aspectos ligados à cognição.
Conforme as percepções de Rueda (2011, p. 103), é importante seguirmos a tona em uma conduta conforme observado por tal, partindo de uma postura cujo seja possível responder ao seguinte questionamento: “será que existe de fato a chamada Psicologia do trânsito ou seria esse contexto mais bem definido como, apenas, avaliação psicológica no trânsito?”.
Os psicólogos do transito farão análises comportamentais, o psicólogo do trânsito vai colaborar na oração e na implantação de ações de Engenharia e operações associadas. Então ele pode trabalhar diretamente, por exemplo, um sistema de tráfico de uma Prefeitura da cidade, ajudando e colaborando para implantação dessas ações da engenharia e de melhorias na operação, também desenvolve ações socioeducativas com quem com os pedestres com ciclistas, condutores, infratores e outros usuários da via, se desenvolve também ações educativas junto aos diretores e instrutores do centro de formação de condutores, examinadores de trânsito e professores de diferentes níveis de ensino porque a educação no trânsito tem que começar pelo que não tenho desde pequenininho, pois, deve-se levar a importância da educação do trânsito para as escolas e isso o psicólogo do trânsito pode contribuir, atuando nessa área para melhorar essa atuação dentro nesses níveis de ensino, ele também realiza avaliação de suporte em condutores e candidatos à carteira de habilitação, o que muitos não conhecem.
De acordo com Aparecida, Mendes e Silva (2018, p. 10):
Ao considerar a complexidade da ação de dirigir, torna-se fundamental analisar as várias habilidades imprescindíveis para que uma pessoa seja avaliada competente a dirigir um veículo de maneira eficaz e segura, circunstância que se torna possível por meio da realização de avaliações médicas e psicológicas. A avaliação psicológica utiliza métodos garantidos, de alta precisão e legitimidade, considera aspectos relacionados à inteligência, atenção, memória e personalidade da pessoa que deseja ser um condutor. A princípio pensava-se que ensinar regras e efeitos legais para o seu descumprimento seriam satisfatórios para a prevenção ou redução de acidentes, porém os elevados índices de mortes no trânsito confirmam o contrário. O Código de Trânsito Brasileiro ressalta uma discussão que eleva a humanização do trânsito, fato que desperta interesses em pesquisas que distinguem diferentes áreas de intervenção do psicólogo como, por exemplo, uma proposta de educação voltada para uma perspectiva psicológica, que se desdobre em um comportamento adequado no trânsito.
Então a partir do momento que o psicólogo do trânsito tem acesso a essas ações, esses acidentes de trânsito e as avaliações que foram realizadas quando esse sujeito foi avaliado para poder cortar a sua carteira de motorista, olha quantos dados científicos ele tem para compreender o que pode ter acontecido e ter gerado esses testes e atrasos, podendo elaborar laudos, pareceres psicológicos, relatórios técnicos e científicos, desenvolver estudos sobre o fator humano para favorecer e elaborar aplicação de medidas de segurança. Conforme discorrem Amorim e Cardoso (2015, p. 113 e 114):
Na avaliação psicológica do candidato à obtenção da CNH pela Resolução
CONTRAN n° 425/2011, o roteiro de entrevista sugerido pela Resolução CFP n° 007/2009 verifica-se uma ênfase na avaliação das condições físicas e psíquicas de avaliação do candidato e coleta de informações referentes ao contexto do trânsito, como opiniões acerca do mesmo, não contemplando assim, a avaliação dos processos psíquicos por meio da entrevista.
Então olha a importância do psicólogo do trânsito ele não é apenas um aplicador de teste um avaliador teste de é uma quando ele vai avaliar uma pessoa para transa ele tava olhando as fotos suas comportamentais cognitivas atencionais desses para poder estar dando né Outra portando uma carteira de habilitação que vai dar a condição para que ele dirija nas nossas vidas. Além disso psicólogo do trânsito vai elaborar e aplicar técnicas de mensuração das aptidões o que das habilidades e capacidades psicológicas dos condutores e essa habilitação será atuando em equipes multiprofissionais para ficar todos os métodos de psicotécnicos de diagnóstico. Para Rueda e Guiarães (2021, p. 3 e 4):
A criação do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRP), pela Lei nº 5.766, de 20 de dezembro de 1971, auxiliou o desenvolvimento da psicologia do trânsito nas questões éticas, técnicas e legais, além de ser um meio de representatividade no diálogo com o poder público. Nas décadas seguintes, vê-se o surgimento efetivo de uma psicologia do trânsito e da segurança viária no país com a criação de vários núcleos de pesquisas, de cursos de pós-graduação e de atualização dos profissionais nas diversas áreas da segurança no trânsito e a realização de estudos e de publicações científicas, de modo que a psicologia passa a dialogar, efetivamente, com o sistema nacional de trânsito.
[...]
Nos anos seguintes, até a publicação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) de 1997, a área de psicologia do trânsito realizou os primeiros congressos nacionais da área, em 1982, 1983, 1985 e 1987, assim como pode se expandir para todos os estados do país. No entanto, ainda se carecia de normativas específicas que definissem quais eram tais características. Todavia, não existia dúvida que o trabalho tinha como função principal a avaliação psicológica, sendo os testes psicológicos as ferramentas quase que fundamentais para realizar tal atividade de modo que as qualidades psicométricasdesses testes começavam a ser discutidas e/ou questionadas. É nesse contexto histórico da prática que surge o Código de Trânsito Brasileiro de 1997.
Então na verdade o psicólogo do trânsito é um perito em avaliação no trânsito e comum perito ele precisa de um curso de especialização para está apto a trabalhar nas clínicas credenciadas pelo Detran. Então por meio de estudo desses candidatos à carteira nacional de habilitação, o psicólogo do trânsito pode melhorar essa avaliação e justificar a inserção ou a retirada de alguns instrumentos desta avaliação. Conforme elucida o Conselho Nacional de Trânsito (2012), citado por De Santana e Soares (2019, p. 142):
A neuropsicologia e a psicologia do trânsito são duas áreas de atuação profissional que têm em comum o fato de serem fundamentadas em conhecimentos teóricos e técnicos da avaliação psicológica. A primeira tem como objetivo geral identificar padrões de desempenho em um conjunto de domínios de funcionamento cognitivo e comportamental, que tenham significado para a vida do paciente em um quadro de lesões cerebrais ou de déficits neurocognitivos. A segunda tem como finalidade ampla a investigação do perfil de funções psicológicas com implicações para o contexto específico do trânsito.
O psicólogo do trânsito também estuda o que os efeitos psicológicos do uso de drogas ou outras substâncias químicas da situação do trânsito sejam elas lícitas ou ilícitas prestam assessoria, consultoria a órgãos públicos e privados. Nas questões relacionadas ao trânsito e Transportes, o psicólogo do trânsito atua com a realização de exames de habilitação e reabilitação para readaptação profissional.
CONCLUSÃO
Conclui-se que é preciso de capacitação e uma comunicação com olhares sensíveis por parte do profissional de psicologia do trânsito, não somente para uma boa educação, mas, também para construir modelos práticos voltados para a realidade profissional.
Destaca-se, ainda, a necessidade de implantação e de incremento de programas oferecidos pelos sistemas educacionais dos Institutos de Educação Superiores em suas particularidades para formação continuada dos atuantes e dos que pretendem atuar, pensando na formação contínua para o pleno exercício dessa profissão. É preciso capacitação para o desempenho de seu verdadeiro papel de protagonista dentro de sua atuação nos momentos de avaliação para reverter as possibilidades de danos no trânsito.
Todos os objetivos propostos foram alcançados, bem como a questão problema foi respondida, pois, diante de todo o material bibliográfico, observou-se, que, a educação do Século XXI requer do Sistema Educativo as formações de pessoas, que assimilem a mudança e se adaptem rapidamente às novas situações/ atualizações (como por exemplo a COVID-19), que exigem de todos os professores mestrados as mudanças na forma de ensinar e aos estudantes na forma de aprender e colocar em prática os seus conhecimentos, logo, cabe concluir também que, a formação continuada do psicólogo do trânsito deve ser encarada como um processo permanente, integrado no dia-a-dia de suas práticas psicológicas nos momentos de avaliação e práticas dos testes psicológicos acerca da emissão da CNH.
Também se faz necessário em nosso País à valorização e melhor remuneração para o profissional de psicologia do trânsito, oferecer boas condições de trabalho, plano de carreira docente, pois este dedicou sua vida se qualificando para garantir uma atuação de qualidade aos avaliados, especialmente, os que vão atuar na psicologia do trânsito. Pois, todas as profissões só existem porque para formar profissionais competentes teve-se inicialmente o trabalho pedagógico do educador/ profissional experiente, pois, o país que investe na Educação é (ou deveria ser) o mais avançado em todas as dimensões.
Como pesquisa futura neste contexto fica como sugestão de investigar mais sobre as representações sociais dos psicólogos do trânsito, para que se tenham as percepções reais de quem vivencia esse cotidiano profissional nesse âmbito clínico, para a obtenção de dados mais realísticos, possibilitando que se promovam mais melhorias na psicologia do trânsito, pois, necessita-se de mais materiais científicos, pesquisas e estudos a respeito de tal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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