INTRODUÇÂO
Para o Ministério da Saúde e da Educação (2011), o Programa Saúde na Escola – PSE tem como objetivo promover o desenvolvimento das crianças, adolescentes, jovens e adultos que frequentam as escolas públicas, com o intuito de contribuir para o fortalecimento de ações na perspectiva do desenvolvimento integral e proporcionar à comunidade escolar a participação em programas e projetos que articulem saúde e educação, para o enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento das mesmas.
A demanda está relacionada a ansiedade apresentada pelos alunos com o retorno das aulas presenciais, eles possuem faixa etária de 11 a 15 anos. Os transtornos de ansiedade estão entre as doenças psiquiátricas mais comuns na adolescência, com uma prevalência em torno de 10 a 30%, acometendo mais meninas. (Polanczyk e Lamberte, 2012 apud BAPTISTA, M.N.; SOARES, T.F.P. 2017).
Para Martins e Cunha (2021) a ansiedade pode ser expressa por sentimentos que antecedem momentos de perigos e sofrimento, podem ser entendidas como algum sinal de alerta e esse sentimento é comum em todas as pessoas, mais vale ressaltar que a partir do momento em que a ansiedade passa a vir em excesso e com intensificação é necessário o diagnóstico clínico para diferenciar a ansiedade normal dos transtornos de ansiedade.
A pandemia causada pelo COVID-19 provocou impactos relevantes na vida de pessoas em todo o mundo, incluindo crianças e adolescentes. Em todo o planeta, uma atitude essencial para prevenção da infecção por COVID-19 tem sido o isolamento, estratégias de distanciamento social para proteger do risco de infecção, contenção ou bloqueio regionais e nacionais, fechamento de escolas, institutos de ensino, sendo que essas circunstâncias inevitáveis, que estão além da experiência normal, podem levar ao estresse, à ansiedade e a um sentimento de desamparo em todos. (REGO, K.de.O.; MAIA, J.L.F. 2021)
Para Cunha et al (2017) a ansiedade no contexto escolar pode se manifestar de várias formas, inclusive com a irrupção de fatores fisiológicos que afetam o funcionamento cognitivo necessário para aprendizagem dos alunos, bem como o
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bom desempenho escolar, podemos relacionar então o baixo desempenho com sintomas de ansiedade.
Diante do exposto acima podemos perceber a seguinte problemática, com o retorno das aulas pós pandemia houve um aumento nos níveis ansiogênicos dos alunos do ensino fundamental?
Nesse contexto apresentado, o projeto de intervenção tem como objetivos gerais identificar a ansiedade como principal demanda dos adolescentes do ensino fundamental da escola localizada no Estado de Goiás. Como objetivos específicos iremos desenvolver atividades didáticas com o intuito psicoeducativo sobre ansiedade; ampliar o repertório de habilidades dos alunos; identificar as emoções, assim como os comportamentos; aplicar verificação do estado de humor.
O Projeto Interdisciplinar é de suma importância no contexto acadêmico pois através dele iremos conhecer o ambiente escolar das crianças e adolescentes, saber quais as dificuldades que eles enfrentam e poder contribuir com o desenvolvimento das crianças através de todo conhecimento adquirido no curso de psicologia. Podemos destacar sua importância também no contexto social, pois as intervenções que serão realizadas na escola, localizada no Estado de Goiás, trarão mais qualidade de vida para os alunos, pois a ansiedade não atrapalha apenas na escola, ela interfere e todo seu contexto de vida, com os familiares, com os amigos e principalmente na escola.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Quando nós voltamos para Atenção Primária em Saúde, temos o programa Saúde na Escola (PSE), por exemplo, que proporciona um contato direto com o público infantil e adolescente, dentro de um espaço de socialização repleto de vivências e emocionalidades, a experiência vivenciada pelas trocas durantes as ações do PSE e as crescentes demandas que chegam às Unidades Básicas de Saúde, nos mostram a necessidade de intervenções direcionadas ao público adolescente que se encontram cada vez mais adoecidos mentalmente (MOURA, T.da.S; PINHEIRO, A.C.).
A ansiedade para a criança é um sentimento desagradável, pois por não se conhecer tão bem como o adulto, ela não consegue descrever este sentimento ou mesmo identificá-lo, tanto como exagerado ou anormal, não percebendo que existe
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algo de errado consigo mesma, os transtornos de ansiedade podem também interferir diretamente em processos de atenção e provocar prejuízos de aprendizagem e memória. (CUNHA, N.de.B. et al 2017)
2.1 A Função Das Emoções
As emoções fundamentais para a psicologia, é definida como sentimentos que envolvem avaliação subjetiva, processos fisiológicos e crenças cognitivas. São respostas imediatas a eventos ambientais. O ser humano expressa vários tipos de emoções, e elas são influenciadas por pensamentos, processos fisiológicos e ambiente. (BRITTO, I.A.G.S.; ELIAS, P.V.O. 2009)
As emoções como predisposições para classificar o comportamento em relação às várias circunstâncias que o afetam. Isso requer conhecimento de como elas foram induzidas e como podem ser alteradas para que se possa reconhecer o comportamento emocional e as condições manipuláveis das quais é função. Por exemplo, um homem enraivecido pode esmurrar a mesa, insultar, começar uma briga ou, de algum modo infligir danos. Por outro lado, um homem apaixonado pode oferecer flores, declarar amor, procurar estar sempre junto da pessoa amada. Uma pessoa tímida recusa comparecer em eventos sociais, evita falar em público. Através dos exemplos, observa-se que essas predisposições caracterizam três tipos de emoções: raiva, paixão e timidez. (BRITTO, I.A.G. S.; ELIAS, P.V.O. 2009)
Para Britto e Elias (2009), O humor é o estado emocional mais difusos e duradouros que influenciam o pensamento e o comportamento. Estresse ocorre quando o padrão de respostas comportamentais e fisiológicas a eventos excedem as capacidades dos organismos. As emoções adaptativas preparam e orientam comportamentos motivados como correr de um animal que representa perigo. O ser humano é social, portanto, muitas emoções envolvem as dinâmicas das relações interpessoais. Pessoas ficam tristes quando criticadas ou felizes quando são amadas. As emoções são comunicadas através da linguagem, do comportamento e das expressões faciais, utilizando a linguagem verbal e não verbal.
Miguel (2015), relata várias formas de expressar as emoções como a expressão vocal, diferentes estados emocionais implicam em alterações na frequência (altura ou tom), no volume e no ritmo (tempo); a gesticulação trata-se de uma manifestação muito dependente da cultura em que o indivíduo está inserido.
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Por esse motivo, os gestos são entendidos como gírias visuais, que servem para expressar estados emocionais, mas que são aprendidos, e não inatos, normalmente servindo para enfatizar o que está sendo comunicado; e também a expressão facial consideram que essa situação possa ser explicada pelo fato de justamente a face ser a região corporal humana com maiores recursos para expressão, uma que seus principais músculos estão concentrados na região oral, sendo também responsáveis pela mastigação, o que resulta na possibilidade de movimentação em diversas direções. Músculos que também estão envolvidos na expressão facial são os músculos das sobrancelhas, da testa, das pálpebras e do pescoço, embora estes possuam menor liberdade de direções (MIGUEL, F.K. 2015).
Possuímos emoções básicas como alegria, medo, surpresa, tristeza, nojo e raiva, representada na figura abaixo:
Baseado nos dizeres de Miguel (2015), o medo é despertado frente a um evento causado pelo ambiente ou por outra pessoa, e que é avaliado como ameaçador, gerando a interpretação de incerteza ou falta de controle em relação ao que pode ocorrer, tipicamente resultando numa resposta de fuga que objetiva colocar o indivíduo de volta em segurança. Alguns modelos localizam a ansiedade dentro da categoria medo, pois, em ambos os casos, considera-se a emoção como uma resposta a um perigo, presente ou não.
A emoção surpresa é gerada por um evento inesperado ou a interrupção súbita de um estímulo, provocando uma pausa permitindo que o indivíduo tenha
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tempo para se orientar. A tristeza surge quando há perda de algo ou alguém considerado de valor, gerando sensação de abandono e a busca por uma ligação novamente com ele ou com outro objeto, sendo as manifestações mais frequentes o choro, o afastamento e o silêncio. São diversos os tipos de perda que podem eliciar a tristeza, desde a rejeição de uma pessoa querida ou importante, a perda da saúde ou parte do corpo, e até a perda de um objeto valorizado. Trata-se de uma das emoções mais duradouras. A angústia pode ser incluída nesse grupo, e inclui agitação associada a desesperança (MIGUEL, F.K. 2015).
O nojo também chamado de aversão, é eliciado por objetos considerados repulsivos e indesejáveis, com a tendência subsequente de expulsão ou remoção do objeto. A raiva surge ao se deparar com um obstáculo avaliado como hostil, interferindo no que se está fazendo ou intencionando fazer. Se se tem a percepção de que a interferência é intencional, em vez de acidental, de modo a parecer que a pessoa interferindo escolheu essa ação, o nível de raiva pode ser ainda maior. Além de pessoas, a frustração com objetos inanimados também pode causar raiva. Essa emoção gera uma tendência de ataque que visa remover aquele impedimento e mudar a situação atual, frequentemente de modo que destrua ou prejudique o alvo (MIGUEL, F.K. 2015).
2.2 O Papel Da Família Nas Emoções Durante A Infância
O desenvolvimento emocional positivo possui destaque no desenvolvimento infantil pois, ele influencia em todas as outras fases de desenvolvimento da criança, uma vez que, a autoconfiança, empatia e a capacidade de fazer amizades estão diretamente relacionadas com as emoções. (SOUZA, J. 2021)
Sendo assim, Souza (2021) diz que os pais e responsáveis possuem papel fundamental para o desenvolvimento das emoções na infância, visto que experiências consistentes com familiares, professores e outros adultos ajudam as crianças a aprender sobre relacionamentos e explorar emoções em interações previsíveis, essas experiências são fundamentais para que as crianças consigam compreender seus sentimentos e validar as reações mais adequadas a cada situação.
As crianças possuem dificuldades em manifestar suas emoções e por muitas vezes as reprimem, entretanto, é necessário que as emoções positivas sejam
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incentivadas e as emoções negativas devem ser tratadas com cuidado e de maneira positiva, fatores os quais influenciam a repreensão das emoções são a falta de conhecimento delas, que impendem que as crianças consigam compreendê-las e as expressarem, a falta de expressão das emoções tende ao isolamento social dessas crianças e o desenvolvimento de transtornos como ansiedade, depressão, condutas antissociais, TOC, e outros distúrbios de comportamentos que afetaram até a sua vida adulta. (SOUZA, J. 2021)
“O objetivo central em relação ao conhecimento emocional é crescer na forma de expressar diferentes emoções, buscando obter consequências satisfatórias relacionadas ao meio que o cerca e consigo mesmo. O processo de socialização proporcionado pelo ambiente próximo, principalmente pelos pais, também possibilita o desenvolvimento de habilidades de socialização e a introjeção de possíveis respostas do ambiente em decorrência de uma resposta anterior da criança’’ (SOUZA et al 2021 apud CARVALHO, 2019).
3. METODOLOGIA
Dentro do programa PSE iremos realizar as atividades de educação em saúde na escola localizada na cidade de Itumbiara Estado de Goiás serão realizadas rodas de conversa com o tema voltado para as emoções e ansiedade, o atendimento será feito em um grupo fechado com 30 a 33 alunos da 5° série do ensino fundamental, com duração de um mês, onde ocorreram encontros uma vez por semana de acordo com a disponibilidade da instituição, os encontros serão realizados em própria sala de aula.
Para que as ações do PSE sejam inseridas nas escolas deve-se levar em consideração o projeto político-pedagógico de cada escola respeitando suas particularidades e é feita em conjunto com as Unidades Básicas de Saúde – UBS, tendo levado em consideração os dizeres do Mistério da Saúde e da Educação (2011).
Após o primeiro contato previamente agendado com a diretoria e coordenação a demanda levantada foi a ansiedade devido o retorno às aulas após a pandemia.
Os encontros objetivam o aprendizado em prática grupal e orientação a respeito do entendimento das emoções, ministrado por um grupo de estudantes do
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curso de psicologia. Foram realizados de 04 encontros, seguindo a estrutura da tarefa com dinâmica de apresentação, quebra gelo, desenvolvimento do tema e encerramento com as conclusões e resultados do trabalho, aconteceram durante os dias letivos de aulas iniciando 15/09/2022 com a entrevista com a diretora e coordenadora e finalizando no dia 02/11/2022.
Como recursos didáticos utilizamos cartolinas, papel A4, canetões, impressões com imagens das 5 principais emoções como alegria, medo, raiva, tristeza e empatia.
Ao início e ao término de cada encontro foi realizado com os alunos uma avaliação geral do que foi discutido e trabalhado, avaliando e levantando discussões de qual estado de humor eles se encontravam antes e após os encontros, de qual forma os encontros estavam sendo benéficos a eles.
Ressaltando que foram elaborados documentos aos quais os responsáveis de cada aluno assinaram autorizando-os a participarem do projeto de intervenção, autorizando também ao direito de imagem.
Tabela 01: Cronograma de atividades
Data Do Encontro
Horário
Descrição do Encontro
15/09/2022
13:00 às 14:00
Primeiro contato com a diretora e coordenadora.
11/10/2022
08:00 às 09:00
Primeiro contato com os alunos.
21/10/2022
08:00 às 09:00
Psicoeducação emocional
26/10/2022
08:00 às 09:00
Relação afetiva e comunicação assertiva
04/11/2022
08:00 às 09:00
Encontro de encerramento.
4. ANÁLISE DE DADOS
A psicoeducação emocional consiste em uma ferramenta de aprendizagem que atua de forma preventiva, auxiliando os indivíduos a entender as suas próprias
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emoções e utilizá-las produtivamente. Em grupos, a psicoeducação possibilita a criação de espaços nos quais as pessoas podem reconhecer as suas dificuldades e os pensamentos, emoções, e comportamentos relacionados a essas. Ademais, o grupo permite um ambiente terapêutico em que a pessoa lida com questões interpessoais, além de trabalhar os aspectos que envolvem o percurso de uma doença ou perturbação, propiciando também explorar melhor as habilidades de relacionamento, o ajustamento social e os estilos de vida (OLIVEIRA, P.R.De et al 2018).
Após análise de dados e a realização da intervenção podemos verificar que não houve alterações significativas quanto aos níveis ansiogênicos dos alunos, porém nota-se que aumento no repertório de habilidades, assim como uma variação de humor durante as intervenções.
Abaixo os gráficos mostram as oscilações dos alunos em relação ao início da intervenção e ao final, foram considerados os dados do segundo e terceiro encontro:
Gráfico 01: Humor alunos segundo encontro Gráfico 02: Humor alunos terceiro encontro
Fonte: Coleta de dados Fonte: Coleta de dados
Pode-se verificar através do segundo encontro que as oscilações de humor nos alunos eram frequentes, ao iniciar a atividade foi possível perceber o humor deprimido e ao final da atividade onde foi trabalhado os sentimentos foi perceptível a mudança de humor, para Farias e Cordeiro (2011), constata-se que a forma como os sintomas se apresenta oscila em função da idade ou, mais especificamente, da etapa do desenvolvimento cerebral e da repercussão desse desenvolvimento sobre
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a capacidade cognitiva e emocional da criança para perceber e expressar seus sentimentos.
Outra demanda observada foi a relação afetiva com os pais onde uma relação de dificuldades e desentendimentos pode impactar diretamente no desempenho da criança no âmbito educacional, em um dos encontros realizados foi possível constatar quão prejudicial é para a criança quando se tem uma má relação com os pais, em dado momento da atividade foi solicitado que desenhasse um momento que o deixava feliz, os desenhos recebidos faziam menções a violência verbal e física. De acordo com José (2019) a família é um ponto de referência para a criança, adolescente e o jovem na medida em que se configura como primeiro ambiente de interação social onde se aprende a dialogar, e com essa capacidade, favorece-se atitudes tão importantes como a tolerância, a assertividade, a habilidade dialética, a capacidade de admitir erros e a tolerar frustrações.
Pode-se notar prejuízos cognitivos e sociais causados pela falta de afetividade entre pais e filhos, de acordo com Rayane e Sousa (2018), as crianças apresentam elevada dificuldade de estabelecer relacionamentos, com sérios problemas nas interações sociais, devido à tendência ao afastamento, ao isolamento e a desconfiança por medo de sofrer novos tipos de maus tratos. Sua cognição parece empobrecida, comumente indicam problemas de linguagem, de coordenação motora, além da falta de concentração, e em alguns casos a hiperatividade, prejudicando seu processo de aprendizagem e seu desempenho escolar.
Percebeu-se durante a coleta de dados relatos de agressividades físicas e verbais, isolamento dos demais colegas e través da linha de pensamento de Rayane e Sousa (2018) pode se entender que a falta de afeto e dos cuidados da figura materna e paterna modifica o comportamento e condutas dessas crianças, podendo chegar a cometer pequenos furtos, roubos, vandalismos, mentiras, agressividade, hostilidade, infringir a lei, comportamentos antissociais, entre outros. Essas atitudes têm como finalidade chamar a atenção dos seus cuidadores e/ou responsáveis para algo que está errado ou faltando, seja pela ausência de limites e/ou de afeto.
A raiva foi uma das emoções com maior destaque entre os alunos, vários relatos de não saber controlá-la originando então atos agressivos, e como forma de ajudá-los iniciamos com técnicas voltadas para a psicoeducação e para o relaxamento, a psicoeducação foi a principal técnica psicológica utilizada nas
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intervenções. Por meio dela, os pacientes são informados sobre os processos cognitivo, comportamental e neuroquímico envolvidos na ativação da raiva. Dessa forma, a psicoeducação possibilita avanços no manejo da emoção à medida que permite maior motivação e autoconhecimento dos fenômenos e memórias envolvidos nos gatilhos da ira. Esse método também fornece aos sujeitos técnicas de relaxamento, formas de controle de impulsos e o desenvolvimento e treino de habilidades sociais, além de conscientizá-los sobre os riscos da raiva à saúde física, mental e social (RECH, D.L. et al 2022).
Existem algumas técnicas que possibilitam acalmar as crianças, de acordo com a Universidade FEEVALE – Cartilha De Regulação Emocional quando estamos com muita raiva ou muito medo ou agitados, respiramos rapidamente, movimentando peito e ombros (tórax). Ao controlarmos o ritmo de nossa respiração, procurando não movimentar peito e ombro, mas usando a barriga (abdome), enviamos ao cérebro a informação de que a situação mudou e não há necessidade de continuar ativando tais emoções, assim tendemos a nos acalmar emocionalmente e fisicamente, exemplos de técnicas: respiração flor e vela, respiração dos cinco dedos etc.
A comunicação assertiva são um dos pilares para uma boa relação afetiva com os pais, e foi percebido que em casa os pais não tinha o hábito de conversar, de explicar possíveis situações causadoras de desconforto nas crianças, para Cia, Pamplin e Prette (2006) o ambiente acolhedor prevê um padrão adequado de comunicação (pais que ajudam os filhos a identificarem emoções, que os aconselham, com expressividade emocional positiva e que estão dispostos à conversa com ele) entre pais e filhos, o que por sua vez, auxilia na melhor interação social destes com os pares e na menor probabilidade de apresentarem problemas de comportamento.
Cia, Pamplin e Prette (2006) ressaltam ainda a importância do comportamento verbal, ao afirmarem que o papel dos pais, na aprendizagem interpessoal da criança, depende, da forma como eles planejam e conduzem a educação dos filhos. As práticas parentais, consideradas positivas, incluem a monitoria positiva e o comportamento moral, ou seja, um relacionamento entre pais e filhos sustentados por regras claras, com informações sobre as contingências em
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vigor para os comportamentos sociais. Tais práticas aumentam a probabilidade de a criança desenvolver relações sociais saudáveis no âmbito familiar e com os pares.
5. CONDIDERAÇÕES FINAIS
Após o levantamento de dados concluímos que os objetivos do projeto foram parcialmente atingidos pois não houve alterações significativas quanto aos níveis ansiogênicos, em contrapartida conseguimos identificar como principal demanda a dificuldade que os alunos possuem em lidar com suas próprias emoções destacando a raiva, muitos alunos vivenciam atos de agressões em casa e presenciá-los fazem com que transmitam para o ambiente escolar.
O mau relacionamento com seus pais são gatilhos para possíveis agressões e como uma forma de ajudá-los a mudar trabalhamos a comunicação assertiva e técnicas para relaxamento para controle da raiva.
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