O PAPEL DO PROFESSOR REFLEXIVO FRENTE À DIVERSIDADE NA ESCOLA





Carlos Eduardo de paula e silva





Ituiutaba – MG

JULHO / 2021











O PAPEL DO PROFESSOR REFLEXIVO FRENTE À DIVERSIDADE NA ESCOLAR

Carlos Eduardo de Paula e Silva1




RESUMO


Este artigo trata do papel fundamental do professor reflexivo diante da diversidade dos alunos no ambiente escolar com a finalidade de entender e identificar as necessidades de cada aluno para favorecer um melhor ensino-aprendizagem. Os resultados obtidos demonstram que os desafios do professor são inúmeros, já que em uma mesma sala de aula ele tem que lidar com alunos portadores das mais diversas necessidades, como a cegueira, a surdez, o autismo e entre outras, ademais que não basta somente que o professor tenha interesse em refletir e melhorar sua prática pedagógica, mas é imprescindível que o governo invista em infraestrutura para adaptar o ambiente escolar, bem como disponibilize cursos gratuitos de formação continuada aos professores.



PALAVRAS-CHAVE: Professor reflexivo. Diversidade na escola. Práticas pedagógicas.




ABSTRACT


This article deals with the fundamental role of the reflective teacher in view of the diversity of students in the school environment in order to understand and identify the needs of each student in order to promote better teaching-learning. The results obtained demonstrate that the teacher's challenges are numerous, since in the same classroom he has to deal with students with the most diverse needs, such as blindness, deafness, autism and others, besides that it is not enough just that the teacher is interested in reflecting and improving their pedagogical practice, but it is essential that the government invest in infrastructure to adapt the school environment, as well as provide free continuing education courses for teachers.

 

KEYWORDS: Reflective teacher. Diversity at school. Pedagogical practices.

1. INTRODUÇÃO:

A educação brasileira é constituída por uma vasta diversidade de cultura, de etnia, de  gênero, de sexualidade e de portadores de necessidades especiais, por isso o professor é figura central na administração e organização de um ambiente escolar que seja inclusivo e voltado às necessidades individuais de cada aluno.

Porém, isso não é uma tarefa nada fácil, sobretudo entre os alunos que se sinalizam pela característica de firmar a sua identidade na sociedade e a uma resistência entre os pontos de visão de um perante o outro, a maneira com o qual o “eu” se identifica com o mundo.

O desafio se torna ainda maior quando no mesmo ambiente de sala de aula, o professor tem que dar atenção individual aos alunos em vários níveis de aprendizagem ou que requerem atendimento especial para o desenvolvimento, como no caso de alunos com deficiência intelectual, com surdez, cegueira, autismo, e entre outras necessidades.

De acordo com PIMENTA (2010, p. 178) a educação e a prática docente são formas de intervir e mudar a realidade social. É papel fundamental, a qualificação constante do professor para que ele seja realmente responsável por mudanças na área em que atua.

Assim, diante desse cenário desafiador da sala de aula, este artigo procura refletir a prática pedagógica do professor na atualidade da educação brasileira, problematizando os principais desafios enfrentados e o papel do docente que podem facilitar a criação de um clima favorável à aprendizagem e ainda assinalar a prática educativa que pode contribuir para estimular ações criativas em sala de aula.


2. DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS:

A escola deve ter por objetivo a formação de cidadãos críticos que respeitem a diversidade em todas as suas formas priorizando assim o seu currículo ações que proporcione a valorização da diversidade, como encontros e debates com um foco na reflexão e compreensão da sua identidade, assim afirma Paulo Freire (1997) uma educação que, por ser educação, haveria de ser corajosa, propondo ao povo a reflexão sobre si mesmo, sobre seu tempo, sobre a sua responsabilidade.

O cotidiano escolar demonstra claramente os preconceitos racionais, sexuais, étnicos entre outros, pois a escola ainda se mostra contraria a heterogeneidade, é  preciso pensar no espaço escolar diversificado, atentos as diferenças econômicas, sociais e raciais.

A proposta educacional deve estar voltada para o pluralismo cultural, tendo como pilar o multiculturalismo visando combater os preconceitos e discriminações, definindo uma nova visão frente as diferenças. É necessário trabalhar as diferenças.

Assim, é fundamental constituir uma educação baseada nas questões étnico- raciais, possibilitando   um marco significativo, discussão a respeito  das desigualdades sociais, das diferenças raciais e principalmente do direito do ser diferente, tornando dessa maneira, uma escola democrática.

Definir uma escola, propriamente dita igualitária pode soar como uma utopia, garantir uma escola que atenda todos os alunos em suas diferenças, no ambiente escolar, demonstrando  que a escola está caminhando na busca do trabalho que inclua a diversidade cultural.

Porém, diante do cenário atual da educação no Brasil, é imprescindível que escola esteja preparada para receber e trabalhar a diversidade, principalmente as especificidades de cada aluno, dando atendimento especial para as necessidades individuais de cada um.

A criança com necessidades especiais, assim como qualquer criança, deve pertencer ao ambiente escolar. Por isso, a escola deve proporcionar a esta uma educação voltada a suas  habilidades e não exaltar  as suas dificuldades, pois sabemos que para o desenvolvimento do aprendizado desses alunos se concretizar, devemos dar a eles um tempo maior, oferecendo atividades ricas e que os levem a construir seu conhecimento.

Segundo VYGOTAKY (1984), as leis que regem o desenvolvimento da pessoa com deficiência  são as mesmas que regem o desenvolvimento das demais pessoas, aspectos estes também presente nos processos educacionais.

Para ele, a criança cujo desenvolvimento foi comprometido por alguma deficiência, não é uma criança normal, porém é uma criança que desenvolve de outra maneira. As atividades propostas terão que partir de seu conhecimento para a construção de novos conceitos, devemos oferecer atividades que favoreçam o conhecimento pessoal.

O professor vive, muitas vezes, situações difíceis e complicadas diante da indisciplina de alunos e até mesmo da falta de interesse, ao mesmo tempo que tem que lidar com os desafios constantes do ensino-aprendizagem dos alunos portadores de necessidades especiais com, entre outras, cegueira, surdez, deficiência física ou intelectual, transtornos globais de desenvolvimento, autismo e deficiências múltiplas.

Diante disso, o papel do professor reflexivo é figura central nesse universo escolar tão diverso e que tem passado por profundas mudanças decorrentes das transformações sociais e também das tecnológicas.

O Professor reflexivo é aquele capaz de analisar suas práticas pedagógicas e buscar se aperfeiçoar frente aos desafios constantes do ambiente de sala de aula.

A reflexão também é essencial para a construção da identidade docente e para o seu desenvolvimento profissional, pois permite que o professor seja capaz de transformar sua prática e se constituir como sujeito autônomo que pode suscitar mudanças no contexto educacional (Alarcão, 1996).

Todavia, refletir por refletir a prática, não irá contribuir muito para construção e desenvolvimento profissional do professor. Antes, é preciso que a prática reflexiva seja crítica, realizada não só individualmente, mas também de maneira coletiva, com os colegas, nas escolas e em situações de formação, inicial e continuada, dos professores.

Nesse contexto, CUNHA (1989) discorre que:



Para isso, o professor além de buscar uma constante qualificação profissional, precisa ser crítico, reflexivo, pesquisador, criativo, inovador, questionador, articulador, interdisciplinar e saber praticar efetivamente as teorias que propõe a seus alunos; a sua metodologia precisa vir assentada em novos pressupostos, com relações dialógicas, trabalho coletivo, discussões críticas e reflexivas, aliada ao ensino com pesquisa e extensão. (p.38)


Ao longo dos anos, vários programas foram desenvolvidos pelo Estado com o objetivo de aprimorar o trabalho docente, sobretudo na formação de professores para atuarem na Educação Básica, entre eles o PDE, Pró-gestão, Pró-letramento, Plataforma Freire, Alfabetização na idade certa.

Porém, a educação brasileira ainda carece de propostas que desenvolvam a capacidade de refletir, no sentido de melhorar a prática educativa.

Por isso, o governo deve investir em formação continuada e gratuita dos professores, para que eles possam lidar dar com as especificidades de cada aluno, sendo um fator indispensável para um melhor ensino-aprendizagem.



3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pretendeu-se neste trabalho proporcionar, de forma muito sintética, mas objetiva e estruturante, uma familiarização com o papel do professor reflexivo diante da diversidade na escola.

Ao analisar esse tema, descrevemos alguns dos desafios que os professores enfrentam, sobretudo em razão da variedade de cultura, de etnia, de gênero, de sexualidade e das necessidades especiais dos alunos em uma mesma sala.

Os resultados obtidos demonstram que para administrar tanta heterogeneidade, o professor deve avaliar e reavaliar sua prática pedagógica, não só de forma individual, mas também de maneira coletiva, participando de cursos de formação continuada e atualização para melhorar o ensino-aprendizagem dos alunos, principalmente daqueles que demandam atenção especial.

Todavia, só o interesse do professor não é suficiente, o governo de investir em estrutura física para adaptar o ambiente escolar às especificidades de cada aluno, sobretudo dos portadores de deficiência física. Ademais, deve disponibilizar aos professores, de forma ampla e gratuita, cursos sobre a diversidade na escola.



REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT, Rio de Janeiro. Normas ABNT sobre documentação. Rio de Janeiro, 2000. (Coletânea de normas).



CUNHA, M. I. O bom professor e sua prática. 20 ed. Campinas; S. P., Papirus, 2006.



FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 5 edição S. Paulo: paz e Terra, 1997. ISBN: 85-219-0243-3.



KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de Metodologia Científica: teoria da ciência e prática da pesquisa. 14ª ed., Petrópolis: Vozes, 1997.



PIMENTA, S. G. Docência no Ensino Superior. S. P. Cortez, 2010.



SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22ª edição, São Paulo: Cortez, 2002.



VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,

1984.




   1    .    Graduado em Administração de Empresas pela Faculdade Triângulo    Mineiro em 2010. Pós-Graduado em Gestão de Marketing e Pessoas    pela Facmais em 2014. Pós Graduado em Gestão de Finanças e    Controladoria pela UNIUBE em 2021. Cursando MBA em Logística pela    Faculdade Focus - PR. Atualmente, é professor contratado do    Instituto Federal do Triângulo Mineiro – IFTM/ de Ituiutaba/MG.