1  Introdução

Atualmente vivemos em uma sociedade onde a discriminação, o preconceito e a violência se acham presentes também na escola. As desigualdades e injustiças sociais são comuns no ambiente escolar. É relevante, pois, que as escolas exerçam em sua prática docente o ensino dos direitos humanos, desde que é através da educação que podemos tornar a sociedade mais fraterna, igualitária e justa. No presente artigo buscou-se analisar de que forma o ensino dos direitos humanos esta sendo desenvolvido na educação infantil.

O tema foi escolhido após a participação do sua autora no projeto PIBID – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência, onde foi realizado um trabalho voltado para a prática de educação em direitos humanos. Através de estudos e intervenções em uma escola pública, foi feito um trabalho de intervenção em algumas salas dessa escola, junto com professores das mesmas. O mesmo surgiu da necessidade de se conhecer como o ensino dos direitos humanos está consolidado na educação infantil, buscando uma melhor compreensão do processo de ensino envolvendo os direitos humanos, o resgate de valores e a cidadania.

Educar em direitos humanos requer um grande comprometimento por parte dos educadores. Na educação infantil essa educação pode ser obtida através de histórias, contos de fadas, fábulas, ou mesmo nas rodas de conversas, dentre outros recursos lúdicos que tragam uma mensagem educativa com intuito social. É por meio da ludicidade que o professor pode facilitar o resgate de valores. A ludicidade é uma ferramenta de grande contribuição para alcançar os objetivos esperados no processo de aprendizagem de valores.

Tendo como base o suporte teórico e a pesquisa realizada no PIBID, este artigo tem o objetivo de conhecer a prática pedagógica adotada por professores da educação infantil com a finalidade de compreender o processo de ensino da educação para a cidadania nessa fase. São apresentados aqui, portanto, os resultados de um questionário aplicado em professores de educação infantil, bem como alguns resultados da experiência vivida anteriormente no PIBID por sua autora.

2  Percurso metodológico

A pesquisa que integra este artigo se caracteriza como qualitativa e descritiva, pois procura identificar e descrever posições apresentadas pelos professores investigados sobre a prática de educação em direitos humanos na sua realidade como docente.  A mesma aconteceu numa escola participante do PIBID, pertencente a rede publica municipal de ensino da cidade de Arcoverde, localizada no estado de Pernambuco.

A escola publica investigada atende a alunos da educação infantil, turmas de Pré I e Pré II, e das séries iniciais do ensino fundamental, com turmas de primeiro (1º) ao quinto (5º) ano. Sua clientela são alunos provenientes de bairros periféricos, com diferentes costumes. A mesma foi escola parceira do projeto PIBID desenvolvido pela Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde – AESA no período de março de 2014 a junho 2016.

O projeto desenvolvido pela AESA tinha a finalidade de investigar sobre a prática de educação em direitos humanos na referida escola e envolveu alunos de várias licenciaturas, inclusive alunos do curso de Pedagogia, do qual a autora deste artigo faz parte. A experiência vivenciada pelos licenciandos da Autarquia constou de estudos teóricos sobre educação em direitos humanos e de um trabalho de intervenção, através da vivência de práticas estimuladoras para a construção de valores na escola. A mesma teve a participação dos professores das turmas selecionadas pela escola para o projeto, que contribuíram através de seus relatos sobre as turmas investigadas.

Partindo da experiência vivenciada na referida escola durante o PIBID, foi realizado, pela autora deste artigo, um trabalho de observação nas salas de aulas de três professoras da Educação Infantil dessa escola, juntamente com a aplicação de um questionário a esses professores, docentes das turmas de pré I e pré II. Durante cinco (5) dias letivos alternados foram observadas as aulas e os recursos metodológicos que essas professoras utilizavam para ministrar suas aulas. O tempo estimado de cada observação foi de 3 horas por dia.

Das três (3) professoras que participaram da pesquisa para o artigo, uma (1) leciona no Pré I e duas (2) professoras no pré II. Uma das professoras também participa do PIBID, onde bolsistas da licenciatura em Pedagogia executam intervenções resgatando valores humanos.

Após o período de observação, foi elaborado um questionário com oito (8) perguntas que foram respondidas pelas professoras e serviram para análise de dados. Foi agradecido a todos que participaram e contribuíram para a pesquisa começando pela gestora, que com muito carinho abriu as portas da escola, e aos alunos e professoras que contribuíram para a pesquisa.

Este artigo, tendo como referendo os documentos legais sobre a necessidade da educação em direitos humanos, expressa algumas respostas encontradas para a indagação “Como o ensino dos direitos humanos está sendo consolidado na educação infantil?” a partir da experiência in loco vivida pela sua autora, durante toda exploração e investigação realizada com as professoras entrevistadas.

É de suma importância que a educação em direitos humanos se efetive em todas as instituições que tenham um caráter educativo, pois é de grande importância para a construção da consciência humana, devendo ser abordado nas instituições de ensino de forma pedagógica. Rinaldi (2002, p.75) afirma que “[...] a implementação de políticas e práticas na educação da primeira infância está inexoravelmente relacionada à questão pedagógica do que a sociedade espera de suas crianças [...]”.

3  Uma reflexão sobre a educação em direitos humanos.

Nesta parte do artigo são apresentadas as fundamentações teóricas que embasam a educação em direitos humanos. Desde a sua implementação no Brasil até a forma com que os professores exercem em suas práticas docentes o ensino de valores humanos. [...]