João Rocha Pereira Paganini Neto[1]

Clebson de Sousa Peixoto[2]

RESUMO

Este artigo tem por finalidade avaliar os alunos do último ano do ensino médio de uma escola pública, cujo nome: EEEM Dr. Dionísio Bentes de Carvalho do município de Rondon do Pará/PA, sobre suas preferências para os cursos do ensino superior e se sabem diferenciar os tipos de graduações e suas modalidades. Para isso, foi utilizado um questionário impresso de questões objetivas para cada aluno do 3º ano do E.M, com base em pesquisa bibliográfica de autores como: Cardozo, (2016), Moacyr, (1937) e Brasil, (2010). Após o recolhimento do questionário, teve como análise dos dados o resultado de cada questionário, para isso foi utilizado o Microsoft Office Excel no computador com a finalidade de levantar dados estatísticos com porcentagem e gerar gráficos que ilustre estes resultados. Após isso, verificou-se que os alunos dessa escola darão preferência ao ensino presencial, porém muitos destes farão EAD como segunda opção e desses que optaram como segunda opção, alguns querem bacharelado, outros tecnológico e alguns as licenciaturas. A respeito dos critérios que levarão a escolha de uma IES, os alunos optaram pela IES mais próxima da cidade ou residência, outros pela instituição prestigiada e uma parte irão escolher uma IES pela equipe de professores. Também, quase todos eles mudariam de curso caso não consigam ingressar no curso escolhido anteriormente; e mais da metade darão preferência a uma IES pública no Enem. O que surpreende é o fato de que a grande maioria não sabe a diferença de universidade, centro universitário e faculdade e a diferença de bacharelado, licenciatura e tecnológico. Conclui-se que a maioria dos alunos vestibulando dessa escola não sabem sobre o ensino superior devido os conceitos e ensinos pertinentes a graduação não serem ensinados na escola, mesmo que o aluno já se encontra em fase final desse ensino, ou seja, no 3º ano do ensino médio.

 

Palavras-chave: Ensino Médio. IES. Ensino Superior. Graduação. Modalidades de Ensino.

 

[1] Graduado em Ciências Biológicas. Centro Universitário Leonardo da Vinci. E-mail: [email protected] - Currículo Lattes CNPQ: http://lattes.cnpq.br/0061849067287037

[2] Mestre em Ciências da Educação e Formação de Formadores. Tutor na UNIASSELVI.  Pólo de Marabá- PA.  E-mail: [email protected] - Currículo Lattes CNPQ: http://lattes.cnpq.br/0566370477079580

 

Referência para citação:

 

PAGANINI, J. N. Estimativa dos alunos do último ano do ensino médio sobre o ensino superior e preferência no tipo de graduação e suas modalidades no município de Rondon do Pará. Orientador: Me. Clebson de Sousa Peixoto. 2019. 15p. Trabalho de Conclusão de Curso – Monografia/Artigo Científico (Pós-Graduação em Docência no Ensino Superior) – Centro Universitário Leonardo da Vinci, Marabá, 2019.

 

1 INTRODUÇÃO

 

O último ano do Ensino Médio (3º ano) é o tempo de felicidade do aluno, pois este sabe que estar concluindo a educação básica. Mas ao mesmo tempo, pode ser o momento de tensão já que se encontra em uma fase de escolha para seguir a diante nos estudos pós-ensino médio.

No entanto, além da tensão do vestibular ou mesmo o curso específico, o que acontece muitas vezes é saber se este aluno (conhecido como vestibulando) sabe o que vai encontrar fazer ou estudar no ensino superior. Se ele sabe os tipos de modalidades de ensino, instituições, áreas e outros assuntos pertinentes da graduação. Desta forma, este trabalho tem por pesquisa avaliar o que o aluno do 3º ano sabe com antecipação sobre Ensino Superior e algumas de suas diferenciações nas instituições existentes e seus respectivos ensino e modalidade, além de suas preferências para as áreas de graduação correlacionado com as modalidades.

Para saber disso e avaliar cada aluno do último ano do ensino médio, foram entregues um questionário impresso em sala de aula na Escola Pública do município de Rondon do Pará/PA e analisado cada um no computador para um resultado estatístico como forma de coleta de dados preciso e conclusivo.

Após a entregue e recolhimento do questionário, teve a elaboração escrita deste artigo que estar dividido em: desenvolvimento, pelo referencial teórico sobre o ensino superior (o contexto histórico desde ensino no Brasil, o número de matrículas atualmente, a diferença de bacharelado, licenciatura e tecnológico, a diferença do ensino presencial, semipresencial e ensino a distância), e encerra o desenvolvimento sobre o município de Rondon do Pará/PA, na qual foi a cidade que teve a coleta de dados. Em seguida, vem os resultados que tem, como tipo de pesquisa, uma análise estatística dos dados, mostrados nos textos e ilustrações em formas de gráficos e figuras. No final, as considerações finais que apresenta os motivos para as divergências nos resultados e sugestões para melhorias.

 

2 O ENSINO SUPERIOR

 

2.1 HISTÓRIA DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL

 

O contexto histórico do ensino superior brasileiro teve grande resistência por parte de Portugal, devido este ter como uma política de colonização, ou por parte dos brasileiros, pois os mesmos não viam justificativas para a fundação de uma instituição superior de ensino na Colônia, já que “para se graduar, os estudantes da elite dessa época migravam para Europa com o intuito de ter acesso aos estudos superiores”. (MOACYR, 1937, p. 580-581 apud FÁVERO, 2006).

Com o passar dos anos, e devido acontecimentos históricos no continente europeu, a Colônia brasileira recebe a família real e o rei instala sua sede, ou seu trono de governante no Brasil, fazendo a transferência da corte de Portugal para o território brasileiro. Desta forma, algumas mudanças ocorreram na colônia brasileira devido a transferência da monarquia, em especial a educação. No entanto, mesmo como sede da Monarquia, o Brasil terá inicialmente o funcionamento de apenas algumas escolas superiores de caráter profissionalizante. (FÁVERO, 2006).

As instituições de ensino superior foi surgindo paulatinamente pois a própria situação econômica e cultural brasileira da época estava voltada mais pela exploração e não colonização do país. Por exemplo, a mão de obra era a escrava e não necessitava ser qualificada. E como sabemos, a qualificação da mão de obra surge pelo ensino em instituições de ensino. É por este motivo principal que as instituições de ensino, inclusive a do ensino superior foi surgindo aos poucos.

Por mais devagar que pareça, o ensino superior foi aos poucos surgindo no Brasil com a Família Real, e desta forma: “é criado, por Decreto de 18 de fevereiro de 1808, o Curso Médico de Cirurgia na Bahia e, em 5 de novembro do mesmo ano, é instituída, no Hospital Militar do Rio de Janeiro, uma Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica”. (VILLANOVA, 1948, p. 8 apud FÁVERO, 2006).

Com isso, percebe o progresso educacional superior brasileiro foi aos poucos tomando dimensões com o passar dos anos, com surgimento de novas instituições de ensino superior e novos cursos.

 

2.2 MATRÍCULAS E QUANTIDADES DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR (IES)

 

As matrículas em instituições de ensino superior (IES) no Brasil teve um crescimento a partir que, ao passar dos anos, foram surgindo novas instituições, tanto do setor público (federal e estadual), como pelo setor privado. No entanto, para ingressar em uma desses tipos de instituições (públicas ou privadas) brasileiras, é necessário realizar um processo seletivo ou vestibular com questões de disciplinas da educação básica. Para ser ter uma ideia, Moreno (2016) apud Cardozo (2016) chama a atenção que “a quantidade de vagas oferecidas, cerca de 10 milhões, é maior que o número de alunos (cerca de 8 milhões). Das chances oferecidas, 6 milhões são em cursos presenciais e 4 milhões em cursos a distância. Do total, 9,9 milhões são ofertadas na rede particular”.

Percebe-se que o número de matrícula é maior pelas instituições privadas. Isso se dá devido elas serem em maior quantidade no Brasil, pois com base nos dados, a rede privada responde por 75,3% dos alunos do ensino superior, contra 24,7% das entidades estatais. Para se ter uma dimensão, no ano de 2016, havia 6.058.623 estudantes matriculados em instituições particulares e outros 1.990.078 em entidades públicas. (CARDOZO, 2016)

A respeito das quantidades de instituições de ensino superior (IES), de acordo com Cardozo, 2016: “Existem 2.407 instituições de ensino superior no Brasil. Dessas, 2,1 mil são da iniciativa privada, enquanto 298 são pública”.

 

2.3 MODALIDADES DE ENSINO

 

            As modalidades de ensino ofertados nas instituições de ensino superior, podem ser de três tipos: presencial, semipresencial e ensino a distância (EAD).

 

2.3.1 Ensino presencial

 

O Ensino presencial é, de acordo com Menezes (2001): “Termo utilizado para caracterizar o ensino convencional, tradicional, na qual o professor transmite o conhecimento que possui, através de aulas expositivas, para seus alunos, sempre num local físico, a sala de aula”.

 

2.3.2 Ensino semipresencial

 

Para exemplificar sobre o Ensino Semipresencial, vemos no portal da EAD (2019), quando diz que: “Um curso pode ser considerado semipresencial quando oferece até 20% da carga horária total para atividades a distância. Esta modalidade é autorizada pelo Ministério da Educação desde 2004.

 

2.3.3 Ensino a distância (EAD)

 

Sobre a Educação à Distância (EAD), o conceito estar descrito como: “é um sistema tecnológico de comunicação bidirecional, que substituiu o contato pessoal professor/aluno, como meio preferencial de ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e pelo apoio de uma organização e tutoria, que possibilitam a aprendizagem”. (GARCIA, 1995 apud SANTOS, 2019)

Uma informação importante sobre a educação a distância é que apresentou alta de 7,2% no número de estudantes no ano de 2016. E esse dado é um espelho do que acontece no âmbito internacional, por causa da disponibilidade tecnológica usadas na educação superior. (CARDOZO, 2016).

 

2.4 TIPOS DE GRADUAÇÃO

 

Uma melhor definição para os termos dos tipos e como cada uma está representada nas IES, veremos de acordo com os Referenciais Curriculares Nacionais dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura (BRASIL, 2010, p. 5, grifos dos autores apud MOSER, G.; SIEGEL, N.; URBANESKI, V., 2011):

 

- os Bacharelados que se configuram como cursos superiores generalistas, de formação científica e humanística, que conferem, ao diplomado, competências em determinado campo do saber para o exercício de atividade acadêmica, profissional ou cultural;

- as Licenciaturas que são cursos superiores que conferem, ao diplomado, competências para atuar como professor na educação básica; e

- os Cursos Superiores de Tecnologia que são graduações de formação especializada em áreas científicas e tecnológicas, que conferem, ao diplomado, competências para atuar em áreas profissionais específicas.

           

Ao observar os conceitos dos três tipos, verifica que o profissional formado no bacharelado, na qual recebe o título de bacharel, tem como exemplo os engenheiros, advogados, médicos, contador dentre outros. Já os da licenciatura (licenciado) são para os professores do ensino fundamental e ensino médio, podendo ser professor de matemática, língua portuguesa, ciências, geografia, biologia... Dependo do curso escolhido na licenciatura. Por fim, o profissional da tecnologia (tecnólogo) tem duração menor do que do bacharelado e oferece uma formação voltada para a prática. Os cursos de tecnologia oferecem formação nas seguintes áreas: gestão e negócios, ambiente, saúde, processos industriais, dentre outros.

Percebe-se que as graduações são divididas em três campos, conforme dito anteriormente. Mas será que o candidato que se inscreve no vestibular sabe a diferença dos três? Além do mais, essa divisão não é proporcional no que se refere ao número de matrículas, pois o aluno vestibulando optar pelo curso relacionado a um dos três.

De acordo com Cardozo (2016), a maioria dos ingressantes no ensino superior estão nos cursos de bacharelado, na qual estes correspondem em 61,5% do total. A licenciatura vem em seguida, com 20% e por fim, os demais ingressantes, estão nos cursos superiores de tecnologia onde é representado por 17,8% do total.

 

2.5 O MUNICÍPIO DE RONDON DO PARÁ

 

Localizado no Estado do Pará na região sudeste do Estado, o município de Rondon do Pará tem uma população estimada no ano de 2018 de 51.903, mas de acordo o último censo feito no ano de 2010, a população estava em 46.964 (IBGE, 2019).

            Com base nos dados informados pelo portal do IBGE (2019), existem 2 estabelecimentos de ensino médio e o número de matrículas no ensino médio é de 1.312. Ambos os dados informados são referentes ao ano de 2018.

 

Referências

 

BRASIL. IBGE. Censo demográfico: Rondon do Pará, 2010. Disponível em: . Acesso em: 25 ago. 2019.

 

BRASIL. IBGE. Censo demográfico: Rondon do Pará, 2018. Disponível em: . Acesso em: 25 ago. 2019.

 

CARDOZO, Daniel. MEC divulga o censo da educação superior de 2016. Eu estudante, 2017. Disponível em . Acesso em: 09  mai. 2019.

 

EAD. Qual a diferença entre semipresencial e ead?. Ead, 2019. Disponível em: . Acesso em: 22 ago. 2019.

 

FÁVERO, Maria de Lourdes de Albuquerque. A universidade no Brasil: das origens à reforma universitária de 1968. Educar, Curitiba, editora UFPR, n.28, 2006. p. 17-36

 

MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Verbete ensino presencial. Dicionário Interativo da Educação Brasileira - Educabrasil. São Paulo: Midiamix, 2001. Disponível em: . Acesso em: 22 ago. 2019.

 

MOSER, Giancarlo; SIEGEL, Noberto; URBANESKI, Vilmar. Legislação e avaliação do ensino superior no Brasil. Indaial: Uniasselvi, 2011. p. 64.

 

SANTOS, João F. S. A avaliação no ensino a distância. Revista Iberoamericana de Educación, 2019.