ENTENDENDO AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

                                                     Mariney Aparecida Leite Queiroz 

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Este artigo tem por objetivo discorrer sobre as dificuldades que os alunos encontram durante seu processo escolar. Ouvimos muito se falar em transtornos, deficit e dificuldades em aprendizagem e muitas vezes associamos a uma só problemática, o que é um equívoco, é necessário que essas diferenças sejam esclarecidas para que se possa ajudar essa criança em seu processo de desenvolvimento escola.

             A educação nem sempre acontece de forma homogênea, pois em uma sala de aula existem crianças em desenvolvimento e cada uma possui o seu próprio desenvolvimento, uns mais lentos outras mais adiantados.

            E por isso no decorrer desse processo nos deparamos com algumas problemáticas em torno da aprendizagem escolar.  Em alguns casos é bem simples, basta uma retomada no conteúdo ou troca de metodologias para que essas dificuldades sejam sanadas. Porém em outras a situação é bem mais complicada.  Onde acabamos por nos deparar com as famosas dificuldades de aprendizagem que geralmente vem ligadas a fatores externos como as metodologias, influências de amigos, questões familiares, etc. Por outro lado existem também os transtornos, e esses advêm de fatores neurológicos, hereditários, biológicos e de imaturidade.

           Dentre as dificuldades de aprendizagem podemos mencionar aqui algumas mais comuns:

- Transtorno de Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade, onde o aluno não consegue prestar atenção é agitada, não para no lugar, sem paciência, e se machucam frequentemente.

- Idade mental o desenvolvimento não é homogêneo é abaixo da média

- Orientação espacial não possui noção de espacial na escrita: há uma confusão entre letras de grafias similares, as quais são diferentes por uma determinada orientação. Exemplo: b – d – p q. E no cálculo: a criança pode confundir, tanto na leitura como na escrita de números com grafia similar como: 6 – 9 – 3 – 5.

- Organização espacial, isto é o estabelecimento de relações espaciais entre elementos independentes: vizinhança, proximidade, anterioridade, posterioridade, etc. As dificuldades nesse âmbito podem se apresentar no ordenamento das letras para formar ou ordenamento dos números. Exemplo: se forem apresentadas as crianças as seguintes letras a – s – c – a. E solicitado a criança que organiza para formar a palavra “casa”. A criança encontrará algumas dificuldades para respeitar a ordem e escreverá palavras como: “saca ou asca”.

- Fatores emocionais, percebe se que através do equilíbrio ou do desequilíbrio emocional afeta grandemente a habilidade da criança em aprender e reter o que aprendeu.

- Fatores visuais, os efeitos dos fatores físicos sobre a aprendizagem são bem compreendidos pela maioria das pessoas. Boa saúde e vigor são necessários a quase todas as atividades da vida.

- Fatores auditivos, a habilidade para perceber sons é importante na aprendizagem da leitura.

- Fatores neurológicos e cognitivos, uma integridade neurológica também é de vital importância para o desenvolvimento da linguagem. Por sua vez as habilidades cognitivas desenvolvem se em íntima relação com as competências linguísticas, motivo pelo qual o desenvolvimento de ambas é interdependente.

- Fator ambiental, torna se cada vez maior a preocupação dos pais em acertar na educação dos filhos. Nossa capacidade apresenta muitas situações de injustiças e desigualdade, onde muitas famílias para sobreviver enfrentam diversas dificuldades. E isso reflete nas crianças, que por sua vez passam a apresentar inúmeras dificuldades para aprender. Algumas dessas dificuldades serão citadas a seguir:

 - Carências afetivas;

            - Deficiência nas condições habitacionais;

- Sanitários, de higiene e nutrição;

- Pobreza da estimulação precoce;

            - Privações lúdicas, psicomotoras, simbólicas e culturais;

- Ambiente repressivo;

            - Nível elevado de ansiedade;

            - Relação interfamiliar;

- Métodos de ensino impróprio ou inadequados.

              Diante dessas dificuldades de aprendizagens são os professores que estão em contato direto com esses educandos e poderão identificar tais problemáticas. Contudo esses não possuem formação específica para fazer tais diagnósticos, que devem ser feitos por médicos, psicólogos e psicopedagogos.         

             O papel do professor se restringe em observar o aluno e auxiliar o seu processo de aprendizagem, tornando as aulas mais motivadas e dinâmicas, não rotulando o aluno, mas dando-lhe a oportunidade de descobrir suas potencialidades.

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