O presente trabalho tem como objetivo principal aprofundar estudos e levantar dados sobre a depressão infantil e apontar as contribuições da prática psicopedagógica nesse processo de orientação aos familiares e educadores de como proceder diante dessa realidade presente no ambiente escolar. Esta pesquisa procurou-se investigar identificar e nomear as causas e sua caracterização no ambiente familiar, e escolar que contribuem para dificuldade de aprendizagem e o baixo rendimento escolar e as mediações apropriadas que podem tornar o trabalho do educador mais significativo e eficiente, tendo como referencial teórico os estudos de Miller (2003); Boruchovitch (2003); Baptista (1999); Seligman (1992); Barbosa e Gaião (2001), entre outros que contribuíram para a reflexão dessa temática. A depressão em crianças pode comprometer seriamente o processo de desenvolvimento da maturidade psicológica e social, traz desmotivação para o aprendizado compromete o desenvolvimento da criança influenciando no desenvolvimento escolar. Enfim pretende-se disponibilizar um maior conhecimento acerca da depressão infantil para que pais e professores possam propiciar um olhar mais atento às crianças que apresentam possíveis sintomas, permitindo um encaminhamento oportuno é um diagnostico mais rápido, o que condiz com uma intervenção adequada em tempo hábil. E partindo desses pressupostos, sugerir estratégias de intervenção psicopedagógicas, sobretudo no ambiente escolar, que venham a contribuir com uma melhor qualidade de ensino e consequentemente, uma melhor qualidade de vida para as crianças que sofrem de depressão.

Palavras-chave: Depressão infantil. Aprendizagem. Rendimento escolar.

1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas o desenvolvimento informacional vem provocando mudanças significativas na sociedade, facilitando o surgimento de avanços e descobertas científicas ocorridas em torno da compreensão e tratamento das enfermidades mentais. Cada vez mais, o ritmo da nossa sociedade influencia o aparecimento de doenças mentais, a depressão é uma doença que não escolhe raça crença sexo ou idade ela simplesmente esta presente em qualquer lugar do mundo, acometendo qualquer pessoa sem exceção.

É necessário ressaltar que a depressão é uma das doenças atual que mais assola a humanidade neste final de século e considerada, em meio ao mundo contemporâneo, um dos maiores transtornos já vividos pela população, causas efeitos desastrosos e de total perda da vontade de viver. Durante a vida todos podem ter períodos que são julgados difíceis, e algumas pessoas passam por períodos considerados insuportáveis. A Depressão é uma doença que compromete o físico, o humor e, em consequência o psicológico. Ela altera a maneira como a pessoa vê o mundo e sente a realidade, como interpreta as coisas, manifesta emoções e insatisfações do próprio viver.

Inicialmente a depressão era atribuída apenas aos adultos, por muito tempo acreditou-se que a depressão em criança não existia, ou que seria muito rara. Dessa forma o reconhecimento da depressão infantil e bastante recente. Segundo Cruvinel e boruchovitch (2004), a depressão e considerada um transtorno de humor que ocorrendo na infância, vem acompanhado de problemas escolares, como dificuldade de aprendizagem, concentração e problemas de comportamento, como isolamento ou agitação. Era impensável uma criança padecer desta doença mental. A criança deprimida se isola socialmente, é pouco participativa, e este comportamento já poderia justificar a dificuldade de aprendizagem e o baixo rendimento escolar.

De acordo com pesquisas cientificas a depressão pode ser considerada uma doença que vem abrangendo grande parte da população, a qual precisa aprender a conviver com este mal e procurar desenvolver mecanismos para combater os problemas gerados pela mesma.

Destaca-se ainda, que a doença interfere na habilidade pessoal de trabalhar, dormir, se relacionar, comer, de não gostar de atividades antes consideradas prazerosas, circunstâncias estas que não ocorrem com as pessoas que não apresentam esta doença. Seus sintomas eram ignorados, o conhecimento e as pesquisas sobre o assunto eram escassos e, como consequência, muitas crianças sofreram e não tiveram a oportunidade de serem ajudadas. Recentemente, observa-se um interesse crescente pela depressão infantil como um transtorno real no mundo científico, e hoje muitos avanços já foram alcançados para a compreensão e o tratamento deste problema (MILLER, 2003).

Este estudo é relevante por caracterizar os sintomas de uma doença atual e frequente na infância abandonando, dessa forma o senso comum e promovendo um aprofundamento cientifico sobre ela.

O real motivo que levou a escolher o tema depressão infantil surgiu inicialmente após o estagio institucional e clinico, onde pude observar como a depressão infantil está presente no ambiente educacional daí fluiu a necessidade de conhecer um pouco melhor a realidade existente na nossa sociedade, de certo modo, saber se os pais e os professores são capazes de perceber quando um aluno está a passar por uma depressão e se estão preparados para ajuda-lo a ultrapassar esta difícil fase da sua vida.

Diante do exposto ate então me deparei com algumas indagações, a saber: como os profissionais da educação lidam pedagogicamente com os sintomas da depressão em sala? Qual a postura dos professores diante deste problema? Como pais e professores podem ajudar as crianças durante esse período de doença? Até que ponto a depressão infantil pode prejudicar no rendimento escolar e no processo de aprendizagem? Esses e tantos outros questionamentos me motivou a investigar sobre essa temática, afinal já não há mais duvidas de que a depressão infantil existe e que tem levado muitos ao sofrimento e desespero.

De modo que esse trabalho tem uma razão de ser, pretende-se dar resposta à problemática que nos propusemos a estudar: “Depressão infantil: um estudo de caso envolvendo uma realidade presente no ambiente escolar”, e que os resultados desta pesquisa sirvam de apoio e material para auxiliar pais e professores de como proceder diante dessa temática, reconhecendo sintomas depressivos nas crianças, e a partir disso buscar ajuda profissional e desenvolver meios adequados de aperfeiçoar a aprendizagem escolar e desenvolvimento psicossocial em geral. Esta pesquisa traz benefícios para a sociedade de modo geral, pode contribuir para facilitar o reconhecimento de sintomas depressivos em escolas por parte de seus professores, possibilitando que o aluno por excelência receba a intervenção adequada.

Contudo o objetivo principal dessa pesquisa foi aprofundar os estudos e levantar dados sobre a depressão infantil e apontar as contribuições da pratica psicopedagógica nesse processo de orientação aos familiares e educadores de como proceder diante dessa realidade presente no ambiente escolar. Observamos que, os pais, devido ao seu envolvimento ou falta de afeto, e atenção podem não perceber, não reconhecer ou não aceitar os problemas emocionais de seus filhos.

Quanto aos educadores, são eles os primeiros a observar a ocorrência de algum sintoma anormal na criança. Daí a importância de um maior conhecimento dos sintomas como forma de esclarecimento às famílias e educadores, e, sobretudo como prevenção, já que a conscientização pode produzir um olhar atento e é um meio muito eficaz para evitar transtornos equivocados ou tardios. O relato do referido estudo constitui-se a uma produção individual de natureza acadêmica e cientifica e, para tal exige organização sistemática, articulação de ideias e argumentação de maneira clara objetiva e precisa. Como forma de situar a leitura esse trabalho esta organizado da seguinte maneira. Inicialmente encontra a parte introdutória, no segundo capítulo tecemos algumas considerações sobre a trajetória histórica da psicopedagogia. No terceiro capítulo Reflexões Iniciais. No quarto capítulo será apresentada a relação da depressão infantil e dificuldade de aprendizagem. No quinto capítulo: apresentamos a depressão infantil e estratégias de intervenções psicopedagógicas na escola. Em seguida será apresentado o método de estudo com apresentação de Estudo de Caso, seguido dos resultados e discussões e finalizando com as considerações finais. Aqui trataremos do caminho percorrido desde o inicio do trabalho, suas contribuições para a prática clínica psicopedagógica, o que aprende-se e como vamos utilizar esse conhecimento posteriormente. [...]