RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SEUS IMPACTOS NO PROCESSO DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM

 

 

Freitas, Keith Miranda de;

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 UNICESUMAR

 

 

 

RESUMO

O presente artigo problematiza, por meio de uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo, a importância das relações humanas interpessoais estabelecidas entre professor e aluno no contexto da educação infantil no que tange o desenvolvimento psicossocial e cognitivo nas crianças na faixa etária atendida neste seguimento, ou seja, de 2 a 6 anos. Tal abordagem justifica-se a partir da representatividade das relações interpessoais no desenvolvimento global dos indivíduos. Isso porque, ao compreendermos os sujeitos como biopsicossociais, destaca-se a relevância dos impactos que as relações humanas provocam no processo causados em sua formação. Para fazer esta análise foi necessário compreender a função das relações sociais para o processo de aprendizagem da criança. O percurso traçado indica que o vínculo estabelecido entre professor e aluno pode atuar de maneira positiva ou negativa, de aproximação ou afastamento de acordo a práxis organizada pelo educador em sala de aula. A partir do exposto, visamos propiciar aos docentes um suporte teórico que mobilize uma prática consciente por parte dos docentes da educação infantil, evidenciando o papel das relações interpessoais no processo educativo de crianças nesta faixa etária de modo mobilizar atuações com base em práticas educativa-críticas, planejadas e desenvolvidas em um contexto dialógico, afetivo, alegre; no qual o professor atue como um facilitador do processo educativo para que o aluno consiga vivenciar e experienciar  a sua potencialidade no que tange o seu processo de aprendizagem, considerando sempre que cada criança possui suas características particulares de desenvolvimento cognitivo e sócio-histórico.

 

PALAVRAS-CHAVE: Teorias da aprendizagem; Relações Interpessoais; Educação Infantil; Práticas Pedagógicas.

 

ABSTRACT

This article problematizes, by means of a qualitative bibliographic research, the importance of interpersonal human relationships established between teacher and student in the context of early childhood education regarding the psychosocial and cognitive development of children in the age group attended in this segment, that is, , from 2 to 6 years. Such an approach is justified based on the representativeness of interpersonal relationships in the global development of individuals. This is because, when we understand the subjects as biopsychosocial, the relevance of the impacts that human relationships cause in the process caused in their formation is highlighted. To perform this analysis, it was necessary to understand the role of social relations in the child's learning process. The traced path indicates that the bond established between teacher and student can act in a positive or negative way, of approaching or distancing according to the practice organized by the educator in the classroom. Based on the above, we aim to provide teachers with theoretical support that mobilizes conscious practice on the part of early childhood teachers, highlighting the role of interpersonal relationships in the educational process of children in this age group in order to mobilize actions based on educational-critical practices , planned and developed in a dialogical, affective, joyful context; in which the teacher acts as a facilitator of the educational process so that the student can experience and experience their potential with regard to their learning process, always considering that each child has their particular characteristics of cognitive and socio-historical development.

 

Keywords: Learning theories; Interpersonal Relations; Child education; Pedagogical practices.

 

INTRODUÇÃO

 

Por meio do ambiente educativo as relações humanas interpessoais são promovidas a partir do processo de interação social, estabelecendo o processo de ensino e de aprendizagem da criança nas instituições de ensino, período que a criança precisa de afeto, sentir-se segura, retira-se do ambiente em que vive e depara-se com o novo, um ambiente desconhecido. São várias as vertentes que compõem os sentimentos da criança nesse momento de ausentar-se por um período prolongado de ausência da família, o professor, nesse momento, é visto como figura ímpar, é a referência de importância e impacto que as crianças têm, contudo, esse impacto pode ocorrer de maneira positiva ou negativa, a depender dos direcionamentos dos profissionais responsáveis e da experiência da criança com tais novidades.

 A temática abordada neste artigo, tem como finalidade retratar os reflexos das relações interpessoais no desenvolvimento psicossocial e cognitivo da criança no contexto da educação infantil, assim como a importância da afetividade nas práxis pedagógicas do professor nesse ambiente escolar. Compreender e refletir sobre o processo de ensino e de aprendizagem pautada nas relações humanas, se faz necessária a constante reflexão na práxis pedagógica da educação infantil, a maneira como nos relacionamos com as crianças, a ação dos pedagogos para com estas, dado o quanto é imprescindível a relação interpessoal das crianças com seus professores nessa idade, pois saem do primeiro círculo, estreito, familiar para um círculo educacional.

A criança ao nascer não tem nenhum recurso cognitivo ou afetivo a priori para lidar com as condições ambientas, tanto que se for abandonada está fadada irremediavelmente a morte. No campo do desenvolvimento cognitivo e afetivo, veremos por meio das teorias de Piaget, Vigotsky e Rogers que o não estabelecimento de bons vínculos, ou seja, relações interpessoais saudáveis a aprendizagem e o desenvolvimento são severamente comprometidos.

Iremos evidenciar que por meio de um estabelecimento de boas relações interpessoais, afetiva, a aprendizagem “ é um processo conseguido tanto pela observação quanto pela prática”.(Tadei e Leonel, 2020). Portanto, a aprendizagem se torna efetiva e prazerosa se for compartilhada permeada de uma ação de gentileza para as crianças que estão em processo de observação e assimilação.

Pretende-se discutir a importância do papel do professor nas pautas de suas ações, intervenções pedagógicas, a formação e sustentação de um vínculo afetivo e compreensão e respeito das etapas de desenvolvimento maturacional de cada criança.

 

2.1 APRENDIZAGEM: ALGUNS APONTAMENTOS A PARTIR DAS TEORIAS DE VIGOSTKY, PIAGET E ROGERS

 

Para situar nosso objeto de estudo, entendemos ser necessário explanar brevemente sobre as teorias da aprendizagem que atualmente são tomadas como referência ao analisar o processo de de ensino e de aprendizagem. Apresentaremos de forma sucinta os principais conceitos da teoria epistemologia genética; histórico cultural e humanista.

A primeira teoria a ser abordada sera a epistemologia genética de Jean Piaget, também conhecida como; cognitivista, interacionista, construtivista dialética e estruturalista. Trata-se de um estudo teórico reflexivo que busca comprender  a gênese e o desenvolvimento do conhecimento, isto é sistematizar como o sujeito organiza o conhecimento desde os processo mais simples, menos estruturados até os conhecimentos mais complexos, mais estruturados. Sua teoria, busca compreender “o processo de construção do conhecimento num sujeito universal, sem ocupar-se de sujeitos particulares marcados por condições específicas” (GOULART, 2008, p. 15).

De acordo com Goulart (2008), na perspectiva cognitiva, a aprendizagem ocorre por meio de processos internos e característicos próprios do ser humano e de suas relações com o meio. Este é sequencial, ou seja, se organiza em etapas. Ocorre por etapas de construções da sua estrutura mental, estruturas cognitivas. As estruturas abarcam um sistema dinâmico de tranformação, autorregulação e uma vez que constituem se conservam. São quatro os estágios de desenvolvimento propostos pela epistemologia genética: o período sensório-motor (0-2 anos), período pré-operatório (2-7 anos), período operatório concreto (7-11 anos) e período operatório formal (a partir de 12 anos).

A epistemologia genética é entendida como uma teoria interacionista pois, compreende que o sujeito aprende por meio da interação entre sujeito e o meio em que está submetido, no qual oferta os objetos de conhecimento a serem apropriados. Sendo assim, na mesma linha, interação-sujeito-meio-objeto, é construtivista dialética dado que a construção do conhecimento ocorre quando simultaneamente o sujeito modifica o meio ao qual está exposto, inserido, e este meio interfere no sujeito, há uma situação de reciprocidade, e surge o princípio da equilibração. Em outras palavras, o processo de aprendizagem é dinâmico por isso o equilíbrio alcançado está em constante mudança quando novos objetos ou obstáculo são expostos aos sujeitos (GOULART, 2008).

Essa lógica de desenvolvimento também é denominada de estruturalista pois “defende que o sujeito é formado por estruturas que são responsáveis por relacionar e responder aos estímulos do meio, sendo elas um sistema dinâmico e móvel” (ANDRADE; LIMA, 2019, p. 24). Não é um processo estático, de acordo com cada fase do desenvolvimento da criança/sujeito está suscetível a ocorrer transformações específicas. Por meio da interação entre sujeito e o meio inserido é que se possibilita o desenvolvimento dessas estruturas cognitivas e sendo elas integradas por meio de esquemas. Esquemas são “um padrão de comportamento ou uma ação que se desenvolve com uma certa organização e que consiste num modo de abordar a realidade e conhecê-la” (GOULART, 2008, p.18). Os esquemas podem ser simples ou complexos, são estruturas cognitivas no qual o sujeito de forma intelectual se adapta e organiza o meio ao qual está inserido.

O princípio da equlibração ou adaptação permite compreender o processo cognitivo, surge por meio da relação estabelecida entre sujeito e objeto de conhecimento, nas palavras de Andrade e Lima (2019, p.25) trata-se do “movimento utilizado pela necessidade de apropriar-se do conhecimento para adaptar-se ao meio”. Toda vez que o sujeito entra em contato com o meio e vivencia experiências condraditórias aciona a capacidade de autorregulação, ou seja, entra em ação o equilíbrio adaptativo, e esse equilíbrio ocorre por meio do processo de assimilação que o sujeito faz do objeto e que o leva a apropriação das características do objeto. Sendo assim, a assimilação é quando o sujeito integra para si uma nova informação aos esquemas que possui, ao que já é conhecido pela criança, com o intuito de se apropriar do novo objeto ou conceito. Quando ocorre a criação de novos esquemas ou transformação de esquemas que o sujeito já possui como respostas ao meio inserido ocorrendo assim uma modificação na estrutura cognitiva, ocorre a acomodação. A acomodação é quando ocorre uma modificação nas estruturas já existentes para que assim o sujeito sustente o novo objeto assimilando, objeto de conhecimento.

[…] à medida que faz sua leitura, vai assimilando seu conteúdo, isto é, vai se apropriando dele e procurando entendê-lo de acordo com o que conhece sobre o assunto (assimilação). Ao mesmo tempo, a nova leitura vai determinando alterações na organização de seu conhecimento sobre o assunto (acomodação) (GOULART, 2008, p. 19).

 

Pela teoria da epistemologia genética entende-se que aprendizagem é adaptativa, tal como a inteligência. Neste processo o autor destaca a importância da maturidade ao ressaltar que:

 

[…]como assimilação e acrescentar que maturidade intelectual significa uma estabilidade e complexidade cada vez maior dos esquemas quão maior seja o grau operativo do sujeito, determinado por sua evolução genética e por sua interação com o meio (BROTHERHOOD; LEONEL, 2019, p. 59).

 

Piaget defende a ideia de que o processo de maturação é um fator importante para o desenvolvimento de aprendizagem da criança, portanto é fundamental respeitar os estágios de cada criança, tendo em vista que estas são sujeitos singulares e cada um passa por processos de acordo seu tempo. O desenvolvimento maturacional não acontece de modo homogêneo. Sem maturação o suficiente para cada processo de estágio não ocorrerá desenvolvimento da aprendizagem. O importante é saber reconhecer em que período de estágio maturacional cada criança se encontra para potencializar e permitir suas próprias experiências (GOULART, 2008).

Em síntese, o processo de aprendizagem pelo sujeito está alinhado com o meio social inserido. Desta forma, a atuação do professor para provocar o estímulo de aprendizagem na criança é de fundamental importância  para que o meio alfabetizador seja produtivo . O professor, estimula, motiva e cria condições propícias de aprendizagem, promove ao sujeito estreitar as relações sociais dentro das atividades elaboradas. O professor como mediador do sujeito ao meio acolhe e gerencia as melhores práticas educativas assim como, ajuda na promoção da aprendizagem e socialização da criança . Zambrano (2016) ressalta que à luz da teoria piagetiana a inteligência e a afetividade são de natureza diferentes, mas indissociáveis na conduta da criança, portanto não existe ação ou pensamento puramente cognitivo; a própria busca de um objeto ou outro a ação de se fazer agir no contexto é impulsionado pela afetividade.

Já a abordagem da teoria histórico-cultural, desenvolvida com base nos trabalhos de Vygotsky (1896-1934) e colaboradores como Luria e Leontiev, busca comprender o processo de aprendizagem e o desenvolvimento psíquico do sujeito, bem como sua formação humana dentro de um processo histórico material e dialético, enfatizando que o desenvolvimento psíquico se estabelece a partir das relações sociais.

 

Se houvesse que definir a especificidade da teoria de Vygotsky por uma série de palavras e de fórmulas chave, seria necessário mencionar, pelo menos, as seguintes: sociabilidade do homem, interação social, signo e instrumento, cultura, história, funções mentais superiores. E se houvesse que reunir essas palavras e essas fórmulas em uma única teoria de Vygostky é uma “teoria socio-histórico-cultural do desenvolvimento das funções  mentais superiores” ainda que ela seja chamada mais frequentemente de “ teoria histórico-cultural” (IVIC, 2010, p. 15, aspas do autor).

 

A teoria vygostkiana realça o papel do processo histórico e cultural no desenvolvimento humano não excluindo os aspectos biológicos, porém não os enfatiza por considerar o processo de maturação um fator secundário. Considera que o indivíduo possui características particulares e enfatiza a necessidade do sujeito em interagir com o meio social e com outros sujeitos de mesma espécie, ressaltando que o meio social é de grande importância para o desenvolvimento cognitivo, dado que, o sujeito além de interagir com o meio social também atua sobre ele e em um processo de transformação desenvolve e retém aprendizagem dentro de um processo de caráter histórico e cultural (IVIC, 2010).

A teoria histórico-cultural de Vygotsky, por meio da relação dialética estabelecida entre o meio sociocultural que o sujeito se encontra fornece condições sociais para o estabelecimento da aprendizagem e consequentemente para o desenvolvimento humano. Assim, “nesta interação o homem ‘aprende’ como agir no meio social em que está inserido, a dimensão social é que fornece meios e símbolos para que ele saiba como agir no mundo” (DILLI, 2008, p. 143, aspas do autor).

Vygostky também traz a ideia de que “toda função psicológica aparece em dois níveis ao longo do desenvolvimento da criança: primeiro entre as pessoas, como categoria interpsicológica, depois, dentro da criança, como categoria intrapsicológica” (BROTHERHOOD; LEONEL, 2019, p. 60). As relações sociais da criança se estabelece desde a mais tenra idade, desde bebê já é um ser social, seu comportamento é fundido na relação social e por mediação do adulto, uso de instrumentos e signos desenvolvidos culturalmente, que a criança envolve-se nas suas atividades e portanto ocorre a aprendizagem pela criança e provoca o processo de desenvolvimento das funções mentais superiores, quais sejam: “atenção voluntária, memória lógica, pensamento verbal e conceptual, emoções complexas, etc.”( IVIC, 2010, p. 17).

            A linguagem é importante para o processo de aquisição de aprendizagem, pois por meio dela, permite a interação do sujeito com o meio social e apropriação do conhecimento e o desenvolvimento das funções mentais superiores. Sendo assim, “o desenvolvimento prepara e possibilita determinado processo de aprendizagem, enquanto a aprendizagem estimula o desenvolvimento” (BROTHERHOOD; LEONEL, 2019. p. 63).

            Para melhor compreensão da teoria histórico cultural e a importância das mediações sociais no desenvolvimento humano, convém esclarecer sobre os níveis do desenvolvimento preconizados nesta concepção teórica. Vygostky (2002) postulou 3 níveis de desenvolvimento, quais sejam: o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial.  Desenvolvimento real é caracterizado quando o sujeito é capaz de realizar uma atividade sozinho, sem mediação de uma pessoa; o desenvolvimento potencial é quando o sujeito necessita da mediação de uma pessoa para realizar a atividade que foi proposta. E dentro do ambiente escolar para que o processo de aprendizagem se efetive é necessário que o educador esteja atento em compreender que há uma distância entre esses dois níveis de desenvolvimento que é caracterizado de zona de desenvolvimento proximal que compreende:

 

[...] distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto (VYGOSTSKY, 2000, p. 112)

 

Para que ocorra uma efetivação do desenvolvimento das funções psicológicas superiores é fundamental a permanente relação entre professor e aluno, dado que essa mediação do professor ao sujeito e ao meio mediante as relações sociais é que as relações sociais, interação coletiva, convertem-se no processo do desenvolvimento das funções psicológicas, funções essas entre; memória, percepção, fala, emoção que passam a ser intrínseco ao sujeito de forma cultural, formando também a personalidade de cada criança (REGO, 1995).

Quando o professor promove e media as situações do ambiente para que a criança possa entender e perceber o que está acontecendo e perceber seus sentimentos em cada situação cotidiana, essas formações psicológicas superiores de fato, vão se intercalando e assumindo formas para que a criança aprimore e internalize através do ambiente cultural, social e, passe a ter controle consciente do seu próprio comportamento. De acordo com a perspectiva vigostkiana, a construção do conhecimento se faz por meio de uma ação compartilhada (ZAMBRANO, 2016).

 

As interações sociais (entre alunos e professores) no contexto escolar passam a ser entendidas como condição necessária para a produção de conhecimentos por parte dos alunos, particularmente aquelas que permitem o diálogo, a cooperação e troca de informações mutuas, o confronto de pontos de vista divergentes e que implicam na divisão de tarefas onde cada um tem uma responsabilidade que, somadas, resultarão no alcance de um objeto comum. Cabe portanto, ao professor não somente permitir que elas ocorram, como também promove-las no cotidiano das salas de aula (VYGOTSKY apud REGO, 1995; p. 110).

 

Por fim, apresentaremos os pressupostos da teoria humanista, na qual temos Carl Rogers (1902-1987) como principal representante desta linda de pensamento. A psicologia humanista surge por volta dos anos 60 e com a perspectiva que engloba todas as experiências afetivas humanas tais como, amor, esperança, medo, felicidade, humor entre outras buscando o entendimento do ser humano de forma integral. Segundo Escario (2014, p. 84), a abordagem humanista tem como “proposta de atuação pedagógica colocar o aluno no centro do processo de aprendizagem, produzindo um conhecimento baseado na experiência significativa e tendo na figura do professor o suporte necessário e um facilitador deste processo”

No processo de aprendizagem, na perspectiva humanista, Rogers nos diz:

 

O professor que for capaz de acolher e de aceitar os alunos com calor, de testemunhar-lhes uma estima sem reserva, e de partilhar com compreensão e sinceridade e os sentimentos de temor, de expectativa e de desânimo que eles experimentam quando de seu primeiro contato com os novos materiais, este professor contribuirá amplamente para criar as condições de uma aprendizagem autêntica e verdadeira (ROGERS, 1959 apud ZIMRING 2010, p. 15)

 

Nesse processo a educação tem como princípio facilitar o processo de aprendizagem, e o professor é tido como facilitador, pautando em atitudes positivas e com ações de interação pessoal com o aluno para juntos desenvolverem o aprendizado, atuando de forma a compreender que o ensino é centrado na figura do aluno.  Por isso entende-se à luz desta teoria que o processo de aprendizagem necessita de uma participação ativa do aluno, pressupondo uma relação de cooperação mútua entre professor e aluno dentro de um processo dinâmico e de motivação preocupado com o desenvolvimento da capacidade do aluno em aprender a aprender. Sendo assim:

 

Outro elemento que estabelece um clima para a aprendizagem auto iniciada, experiencial, é a compreensão empática. Quando o professor tem a capacidade de compreender internamente as reações do estudante, tem uma consciência sensível da maneira pela qual o processo de educação e aprendizagem se apresenta ao estudante, então, mais uma vez, aumentam as probabilidades de uma aprendizagem significativa (ZIMRING, 2010, p. 50).

 

Portanto, o papel do professor de compreender o aluno no sentido de mostrar-se apto para ouvi-lo, entendê-lo, perceber a necessidade particular individual, permitirá que sua mediação seja de grande relevância para o processo de aprendizagem e desenvolvimento do aluno.   A concepção humanista de aprendizado coloca o aluno como centro de todo esse processo de ensino e aprendizagem, não somente aprendizagem intelectual e sim, a aprender a conhecer seus sentimentos também.

De fato, não há somente uma teoria sobre o processo de aprendizagem, porém evidenciamos que as apresentadas aqui comungam da ideia que é necessário perceber as características particulares de cada sujeito, o meio social que se encontram, ritmos de aprender diferentes, e que aprender corresponde a processos assimilados por cada um de maneira única e singular. Notamos também o destaque dado ao papel do professor como mediador no desenvolvimento da aprendizagem. Em cada teoria abordada o professor é colocado como um ser que transforma, constrói, estimula, provoca, media, cria condições favoráveis de acordo com cada nível de desenvolvimento apresentados pelos alunos, configurando assim, em um grande intermediador de maneira afetuosa entre o ambiente e o aluno no processo de desenvolvimento da aprendizagem peculiar de cada sujeito.

 

 

2.2 RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO CONTEXTO ESCOLAR DA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

Tratando-se do contexto escolar, as relações interpessoais desenvolvem-se a partir do processo de interação educador-aluno. É primordial estabelecer relações harmônicas, haja vista que é um influenciador no processo de ensino e de aprendizagem da criança. “O processo de ensino-aprendizagem só pode ser analisado como uma unidade, pois ensino e aprendizagem são faces de uma mesma moeda; nessa unidade, a relação interpessoal professor-aluno é um fator determinante” (MAHONEY; ALMEIDA, 2004, p. 12).

O educador participa ativamente no processo de atividades e de situações inesperadas. A percepção e ato de conduzir essas situações por parte do educador é fundamental, pois cabe, compreender o significado da relevância do seu papel de atuação e como a criança irá interiorizar a ação feita, se, positiva ou se negativa. Logo, o educador participa não somente na atividade intelectual da criança, também compartilha, as vivências emocionais, atuando como modelo de relações a serem estabelecidas socialmente (ZAMBRANO, 2016).

No cotidiano, educador e criança compartilham horas de convívio nas quais diferentes situações acontecem e permitem ser exploradas pelos agentes destas relações. Sendo a criança, um sujeito em desenvolvimento, seu processo de aprendizagem acerca da organização do mundo e de papéis sociais serão experienciadas e apropriadas por meio da imitação e da internalização simbólica. Neste contexto, a qualidade das relações interpessoais é o diferencial para a assimilação dos conteúdos e comportamentos a serem internalizados.

Sendo importante compreender sobre esse processo de construção da relação afetiva na díade educador-aluno,

 

É importante destacar que a afetividade não se restringe apenas ao contato físico.[…] Adequar a tarefa às possibilidades do aluno, fornecer meios para que realize a atividade confiando em sua capacidade, demonstrar atenção às suas dificuldades e problemas, são maneiras bastante refinadas de comunicação afetiva (LEITE, TASSONI, 2009, p. 13).

 

De acordo Minicucci (2001, p. 25) “as Relações Humanas ou Interpessoais são eventos (acontecimentos) que se verificam no lar, na escola, na empresa. Quando há um conflito no relacionamento interpessoal, diz-se que há problema de Relações Humanas”.

Um dos aspectos importantes para o educador ao lidar com as crianças na educação infantil, é ter aptidão para compreender o que as crianças sentem, percebem a si e o outro, refletindo sobre sua atuação interventiva de como lidar com as situações adversas, ter acuidade nas modulações de tom de voz, expressão facial, como evocar o nome da criança, em como corrigi-la, como incentiva-la. Todas essas situações são refletidas e impactam no aprendizado da criança (SILVA, NETA, 2018)

 

Trabalhar e saber compreender o aspecto emocional da formação do indivíduo faz parte da atuação enquanto educadores, uma vez que, ao estudarmos o desenvolvimento da criança, estudamos tanto a parte motora, psicológica e cognitiva, quanto a parte emocional de estruturação da personalidade humana. (TADEI; LEONEL, 2018, p. 27).

 

Em virtude da importância da compreensão das relações humanas no processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianças que se faz tão importante analisar como as relações na educação infantil por parte do educador. A forma que se maneja os conflitos e se apresentam os objetos a serem explorados impactam na aprendizagem da criança, pois pode ser realizado de uma maneira a proporcionar vivências significativas ou negativas.

 Tal como a família é referência para o desenvolvimento da criança desde o seu nascimento, os professores também o são, principalmente nesta faixa etária, pois a criança está em pleno desenvolvimento biopsicossocial. Por isso ressaltamos que no ambiente escolar o educador é visto como uma das maiores referências, como o principal mediador de conhecimento seja ele científico ou psicossocial. Refletir como a criança o percebe nas atitudes mais acertadas e menos acertadas, dará subsídios para compor um arsenal de respostas para lidar com conflitos nas relações humanas. Portanto,

 

[…] Assume-se que a mediação pedagógica também é de natureza afetiva e, dependendo da forma como é desenvolvida, produz impactos afetivos, positivos ou negativos na relação que se estabelece entre os alunos e os diversos conteúdos escolares desenvolvidos. Tais impactos são caracterizados por movimentos afetivos de aproximação ou de afastamento entre sujeito/aluno e os objetos conteúdos escolares (LEITE, 2012, p. 356).

 

De acordo Minicucci (2000), desenvolver a sensibilidade social, dará maiores condições de levar os sujeitos a relações mais afetuosas, e no contexto educacional, o educador ao perceber que essas relações interpessoais se configuram como determinantes para o desenvolvimento do processo de ensino e de aprendizagem da criança, de fato, lhe dará condições de buscar alternativas de metodologias para uma melhor interação entre educador-aluno.

 

 

2.3 O FAZER DOCENTE E O IMPACTO NA APRENDIZAGEM INFANTIL

 

De acordo Zabala (1998), os processos de ensino/aprendizagem são bastante complexos, por isso precisamos nos atentar sobre o que acontece em sala de aula, não podemos nos alienar das situações vivenciadas e, portanto, refletir e avaliar nossas atuações como educadores e mediadores do processo de ensino e aprendizagem.

Portanto, os “processos educativos, ao se constituírem no conjunto das relações sociais, produzem e são produtos de afetações. Isso significa que tanto professores quanto aluno afetam e são afetados pelo que vivenciam em suas relações” (MARQUES; CARVALHO, 2017, p. 10).

As práticas educativas, então, precisam se estruturar em sala de aula de modo a promover um ambiente confortável, alegre, afetivo, assim, os alunos têm a possibilidade de aumentar a potência de aprendizagem. É, portanto, dentro do espaço educacional com ações mediadas e bem organizadas que “definimos prática educativa como o conjunto das ações socialmente planejadas, organizadas e operacionalizadas em espaços intersubjetivos destinados a criar oportunidades de ensino e aprendizagem” (MARQUES; CARVALHO, 2016, p. 123)

Sendo assim, a prática educativa:

 

No contexto específico da sala de aula, ela é operacionalizada a partir da interação entre professores e alunos, por meio das ações que compõem a atividade de ensino e aprendizagem[...]. No entanto, reconhecemos que a atividade de ensino e aprendizagem é o elo que torna possível a realização de determinada prática educativa (MARQUES; CARVALHO, 2016, p. 123).

 

A prática educativa se articula com a prática pedagógica e:

 

Será prática pedagógica quando incorporar a reflexão contínua e coletiva de forma a assegurar que a intencionalidade proposta é disponibilizada a todos; será pedagógica à medida que buscar a construção de práticas que garantam que os encaminhamentos propostos pelas intencionalidades possam ser realizados (FRANCO, 2015, p. 536).

 

A intencionalidade nas ações dos educadores em sala de aula, nas ações de tentativas de ensinar o aluno e na expectativa do seu aprendizado está a prática pedagógica, subjetiva, pautada em aspectos culturais e sociais; permeadas em um processo dialógico e dentro de um campo afetivo.

 

A responsabilidade do professor, de que às vezes não nos damos conta, é sempre grande. A natureza mesma de sua prática, eminentemente formadora, sublinha a maneira como realiza. Sua presença na sala é de tal maneira exemplar que nenhum professor ou professora escapa ao juízo que dele ou dela fazem os alunos (FREIRE, 2018, p. 64).

 

A prática educativa, assim, permite que ocorra uma transformação do processo de aprendizagem em cada criança. “A prática educativa é tudo isso: afetividade, alegria, capacidade científica, domínio técnico a serviço da mudança ou, lamentavelmente, da permanência do hoje” (FREIRE, 2018, p. 140). Por meio da mediação do professor pelas práticas educativas e estabelecendo relações interpessoais saudáveis notamos que ele é

 

[…] aquele que desenvolve estrátegias pedagógicas, educativas, dinâmicas e criativas, demonstra prazer em ensinar, estimulando os alunos e envolvendo-os nas decisões e  nas suas principais necessidades e incluindo-as no planejamento do Ensino ( ZAMBRANO, 2016, p. 27;28).

 

Por meio da afetividade vinculada à prática educativa, o professor consegue estabelecer uma relação harmoniosa, permeada de oportunidade para que suas ações em promoção do processo de aprendizagem nas crianças possa se efetivar de maneira positiva, porém, é claro que “ela não deve ser pensada como o único meio de atingir a aprendizagem, mas deve ser considerada como um dos elementos influenciadores do processo de ensino e aprendizagem” (ZAMBRANO, 2016, p. 28).

Importante destacar também sobre a influência verbal em sala de aula e como ela pode ser uma mola propulsora de avanço no processo de desenvolvimento da aprendizagem ou de estagnação no processo, “a interação verbal muitas vezes determina a aproximação do aluno ao objeto de conhecimento” (SILVA, NETA, 2018, p. 44). Por isso, a forma como o professor diz algo ao aluno, sua entonação de voz, o momento propício de dizer e como dizer, em aspecto afetivo e gentil é de grande importância para criar uma relação próspera entre professor-aluno. Sendo assim, o professor tem a oportunidade de incentivar o aluno e encorajá-lo a desenvolver-se no processo cognitivo.

 

 

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS. 

 

Conforme o exposto, entendemos que o sujeito inicia seu processo de aprendizagem desde o seu nascimento. Desde bebê a criança interage no meio social, estabelece vínculos, principalmente com o seu cuidador, envolto em um ambiente cultural, diversificado, complexo de conhecimento. Por meio da imitação e repetição adquire-se informação, constrói novos significados em uma intercessão entre mundo externo e mundo interno, cada sujeito estrutura seu processo de aprendizagem.

Sendo assim, a aprendizagem acontece a partir da interação social do sujeito com o meio cultural em que é exposto e estimulado para esse processo, que ocorre não somente nas instituições escolares. Contudo, vale ressaltar que o ambiente escolar está organizado para provocar o processo de aprendizagem nos alunos por meio da mediação do educador. Portanto, o ambiente educacional precisa ser atrativo, acolhedor, dado que a aprendizagem torna-se efetiva e prazerosa se for compartilhada e permeada de ações de gentileza para as crianças que estão em processo de observação e assimilação.

Desta forma, considerar que a aprendizagem não é um ato isolado, isenta de afetividade e sim permeada de atos pedagógicos intencionais, são elementos facilitadores para promover estrátegias de práticas pedagógicas de ensino eficazes. Justamente por isso é importante investir no desenvolvimento de uma relação interpessoal entre professor e aluno. Assim:

 

[…] é possível defender que a afetividade está presente em todas as decisões assumidas pelo professor em sala de aula, produzindo continuamente impactos positivos ou negativos na subjetividade dos alunos. […] A qualidade da mediação pedagógica, portanto, é um dos principais determinantes da qualidade dos vínculos que se estabelecerão entre os sujeitos/alunos e os objetos/conteúdos escolares (LEITE, 2012, p. 365).

 

A compreensão da importância do estabelecimento de relações interpessoais efetivas, pautadas no respeito e reciprocidade pode ser evidenciada nas teorias da aprendizagem citadas ao longo do artigo de modo a ressaltar que independente das diferenças epistemológica o papel do vínculo e da formação se destacam. Tendo isso posto, enfatizamos a dimensão psicossocial da aprendizagem e a relevância a ser dada as especificidades da criança de modo que as práticas pedagógicas possam ser organizadas a partir das características cognitivas e emocionais condizentes com a faixa etária atendida.

 

…] é possível defender que a afetividade está presente em todas as decisões assumidas pelo professor em sala de aula, produzindo continuamente impactos positivos ou negativos na subjetividade dos alunos. […] A qualidade da mediação pedagógica, portanto, é um dos principais determinantes da qualidade dos vínculos que se estabelecerão entre os sujeitos/alunos e os objetos/conteúdos escolares (LEITE, 2012, p. 365).

 

A compreensão da importância do estabelecimento de relações interpessoais efetivas, pautadas no respeito e reciprocidade pode ser evidenciada nas teorias da aprendizagem citadas ao longo do artigo de modo a ressaltar que independente das diferenças epistemológicas o papel do vínculo e da formação se destacam. Tendo isso posto, enfatizamos a dimensão psicossocial da aprendizagem e a relevância a ser dada as específicidades da criança de modo que as práticas pedagógicas possam ser organizadas a partir das características cognitivas e emocionais condizentes com a faixa etária atendida.

 

 

REFERÊNCIAS

 

ADRANDE, A.L.A; LIMA, J.R. A dimensão Relacional do ( Não) Aprender. 1 ed. Curitiba: Appris, 2019

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