RESUMO

Este trabalho de pesquisa teve como tema central, o lúdico nas séries iniciais, cujo objetivo foi investigar a importância das atividades lúdicas, e analisando o desenvolvimento do aspecto lúdico que facilita a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal, social e cultural. O referencial teórico está fundamentado na reflexão de leituras de textos, de diversos autores como, Rau, Carvalho e muitos outros que de forma direta citam em seus livros a importância do lúdico no cotidiano infantil. Considerando que o jogo, as brincadeiras e o brinquedo podem vir a ser um instrumento pedagógico na medida em que possam resgatar o sentido educativo de construção de conhecimento pautado na inovação, na descoberta e no prazer.
 

INTRODUÇÃO

A criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também o marca. A criança tem na família, biológica ou não, um ponto de referência fundamental, apesar da multiplicidade de interações sociais que estabelece com outras instituições sociais.
É necessário entender que a utilização do lúdico como recurso pedagógico em sala de aula, constitui um caminho possível que vá ao encontro da formação integral das crianças e do atendimento às suas necessidades, que se articula a realidade sociocultural do educando ao processo de construção de conhecimento e valorizando o conhecimento do mundo físico e social.
Objetivo diagnosticar a importância das atividades lúdicas, investigando a necessidade do lúdico, analisando o desenvolvimento do aspecto lúdico em que facilita a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal, social e cultural.
Este trabalho propõe mostrar como são os processos na educação com os jogos e as brincadeiras no desenvolvimento da aprendizagem e o conhecimento da criança. Fazendo uma reflexão sobre o desenvolvimento dos alunos a construção do conhecimento, afetivas, emocionais, sociabilidade, pois devendo estar alterando constantemente as formas de ensino, em busca de melhores resultados na aprendizagem da criança.
Além da dimensão afetiva e relacional do cuidado, é preciso que o professor possa ajudar a criança a identificar suas necessidades e priorizá-las, assim como atendê-las de forma adequada, interessar sobre o que a criança sente, pensa, o que ela sabe, visando à ampliação deste conhecimento e de suas habilidades, que aos poucos a tornarão mais independentes e confiantes na participação escolar.
Nessa perspectiva as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem, embora compreendendo, conhecendo e reconhecendo o jeito particular das crianças serem e estarem no mundo é o grande desafio da educação infantil e de seus profissionais.
 

2. A CRIANÇA E AS DESCOBERTAS

 
A atitude da criança pequena frente à sucata ainda lembra muito a adotada na colagem, sobreposição de objetos, ela simplesmente junta pedaços de madeira, coloca-os ou amontoa-os. Quando a criança descobre recipiente vazio, trata logo de preenchê-los, coloca água em vasilhames e brincar é prazeroso e gera muitas descobertas. Nessa faixa etária de 3 a 6 anos a criança conta muito o momento, o próprio ato de experimentar.
De acordo com winnicott (1975) e Piaget (1975), conceitos como brinquedo, jogo e brincadeira são formados ao longo de nossa vida. É a forma peculiar que cada criança define suas brincadeiras como fonte de divertimento.
O ato lúdico representa um primeiro nível de construção do conhecimento, o pensamento intuitivo, ainda nebuloso, mas já aponta uma direção. O prazer e a motivação iniciam o processo de construção do conhecimento, que deve prosseguir com sua sistematização, sem a qual não se podendo adquirir conceitos significativos.

As atividades das crianças são essencialmente lúdicas, e não competitivas, e têm como função primordial a descoberta do mundo que as rodeia, a criança se desenvolve brincando. (WEISS, 1989, p.20).


O processo que permite a construção de aprendizagens significativas pelas crianças requer uma intensa atividade interna por parte delas. Nessas atividades, as crianças podendo estabelecer relações entre novos conteúdos e os conhecimentos prévios, conhecimentos que já possuem, usando para isso recursos de que dispõem. Esse processo possibilitando a elas modificando seus conhecimentos prévios, matizando ou diferenciando em função de novas informações, capacitando-as a realizar novas aprendizagens tornando significativas, portanto:

A ludicidade se define pelas ações do brincar que são organizadas em três eixos: o jogo, o brinquedo e a brincadeira. Ensinar por meio da ludicidade faz parte da vida do ser humano e que, por isso, traz referenciais da própria vida do sujeito. (RAU, 2011, p.31).

Estar em contato direto com o objeto de estudo, envolvendo em atividades físicas, pensamentos, sentimentos, possibilitando uma aprendizagem significativa, desenvolvendo atitudes e valores, transformando em pessoas capazes de transformar, preservar o meio em que vivem e interagir com o outro.

A brincadeira refere-se ao comportamento espontâneo ao realizar uma atividade das mais diversas. O jogo é uma brincadeira que envolve certas regras, estipuladas pelos próprios participantes. O brinquedo é identificado como o objeto de brincadeira. A atividade lúdica compreende de todos os conceitos anteriores. (HERMÍNIA, 2007, p.90).


Pode-se dizer que aprendizagem se dá de forma mais significativa se a criança vivenciar as situações pedagógicas através do movimento, experimentado, realizando, sentindo, percebendo, e tudo se dá pelo corpo. As brincadeiras e os jogos ocupam o papel principal nessa vivência, pois fazem parte do universo infantil.
 

2.1 A CONSTRUÇÃO LÚDICA

 
A criança constrói sua cultura lúdica, através das brincadeiras dos jogos, brinquedos e através da interação com outras crianças e adultos, diversificando-se conforme o meio social da criança. A importância dos jogos e brincadeiras está ligada, ao desenvolvimento de atitudes de convívio social, pois o aluno ao atuar em equipe, supera pelo menos seu egocentrismo.
Vygotsky ( 1984) atribui relevante papel ao ato de brincar na constituição do pensamento infantil. É brincando, jogando que a criança revela o seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e de entrar em uma relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos. A criança, por meio de brincadeira, reproduz o discurso externo e o internaliza, construindo seu próprio pensamento. A linguagem, segundo Vygotsky (1984), tem importante papel no desenvolvimento cognitivo da criança à medida que sistematiza suas experiências e ainda colabora na organização dos processos em andamento. De acordo com Vygotsky (1984.p.97).
A criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico.

O ato de brincar desempenha um papel importante na infância, pois é brincando que a criança aprende e se desenvolve, experimenta e interage, relacionando aquilo que vivencia com o que observa a sua volta, estabelecendo as relações necessárias para a aquisição do conhecimento. (MARINHO, 2007, p.91).

A ação lúdica, proposta pelo jogo, pelo brinquedo e pela brincadeira, é por excelência, um dos recursos pedagógicos que possibilitam o desenvolvimento integral da criança na creche e na pré-escola. Além de estimular diferentes áreas de desenvolvimento, pode ser utilizada como recurso pedagógico para a ampliação da habilidade ligado à aprendizagem de diferentes áreas de conhecimento.
A escola deve valorizar o conhecimento prévio da criança e criar condições para que a mesma progrida em seu desenvolvimento. A escola é o lugar, por excelência, onde o processo intencional de ensino aprendizagem ocorre, Por essas razões, a ludicidade é um assunto que tem conquistado espaço nas escolas, por ser a essência da infância, permitindo um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento.

A formação lúdica se assenta em pressupostos que valorizam a criatividade, o cultivo da sensibilidade, a busca da afetividade, a nutrição da alma, proporcionando aos futuros educadores vivências lúdicas, experiências corporais, que se utilizam da ação, do pensamento e da linguagem, tendo no jogo sua fonte dinamizadora. (RAU, 2011, p.28).

Neste processo, a educação pode auxiliar o desenvolvimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis.

A vivência da criança na escola impõe-lhe ajustamentos, desenvolvimento. Se pensarmos no cotidiano escolar, veremos que constantemente exige-se que ela aprenda controlar sua memória, sua atenção, sua abstração na apreensão de novos conhecimentos, na sua adequação ao ritmo, aos horários e atividades da instituição. (PILETTI, 2012, p.112).


O brincar na educação infantil requer espaço e tempo mediados pelo professor. Quando fazemos referência è mediação, queremos dizer que as ações do professor antes e durante as brincadeiras devem considerar um espaço e tempo pensado e organizado, proporcionando assim, interações entre as crianças e os objetos.
Ao considerarmos que quem brinca está aprendendo, mesmo que não tenha a intenção da aprendizagem, referimo-nos ao tempo, não àquele que ocorre no relógio, mas ao tempo significativo para as crianças.
 

2.2 O LÚDICO NO ESPAÇO ESCOLAR

 
O tempo e o espaço da criança, na instituição de educação infantil, devendo ser plenos de sentido e desafiadores, onde as relações estabelecidas sejam simultaneamente significativas e prazerosas, críticas e inovações. Respeitando a sua diversidade e especificidade, é preciso que os processos educacionais sejam viabilizados ai ritmo do psiquismo infantil, favorecendo a alegria da descoberta, da surpresa do lúdico.

Educar a criança por meio do lúdico é colocá-la diante de situações que possam guiá-la em seus impulsos instintivos. Ela poderá ser incentivada, encorajada e orientada a desenvolver manifestações instintivas da sua infância, e isso a auxiliará no desenvolvimento de sua inteligência. (CARVALHO, 2010, p.07).

A criança aprende enquanto brinca e brinca enquanto aprende. Todo e qualquer programa de recreação e jogos deve ser diversificado e oferecer às crianças possibilidades de desenvolvimento psicomotor, mental, afetivo e social.
O profissional da educação infantil deverá ter um preparo especial, porque, para a infância se exige o melhor que dispomos. 
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