Esse artigo visa descrever o processo de inclusão de crianças autistas no ambiente escolar, uma vez que a inclusão destes alunos na escola é um tema muito importante e atual. Existem várias maneiras pelas quais as escolas podem trabalhar para tornar o ambiente educacional mais acessível e acolhedor para esses alunos.

Segundo PONTIS (2022), a palavra “autismo” deriva do grego autós (si mesmo) e se refere a um conjunto de alterações do desenvolvimento cerebral que envolve um comprometimento das habilidades sociais, comunicativas e comportamentais. Os transtornos do espectro do autismo são considerados um conjunto (espectro), pois as manifestações variam amplamente em termos de tipologia e gravidade.

O docente de sala de aula pode contribuir para criar um clima colaborativo de conhecimento, respeito e valorização de todas as diversidades individuais por meio de atividades dirigidas, como por exemplo, um laboratório artístico, a criação de histórias, a leitura, filmes, jogos dedicados às diversas modalidades de aprendizagem às necessidades educacionais especiais e à inclusão.

Cada aluno tem seus pontos fortes e cabe a nós enquanto docentes descobri-los, estimulá-los e explorá-los de maneira eficaz.  É importante ressaltar que cada aluno com transtorno do espectro do autismo é um mundo único a ser descoberto.

O paradigma da inclusão parte da premissa de que não há um único modelo de pessoa: há pessoas diferentes, com diferentes características e necessidades. É preciso romper com a ideia de “padrão”, pois só assim seremos capazes de pensar nas possibilidades a partir da singularidade de cada pessoa em cada contexto.

Desse modo, uma das primeiras atitudes que as escolas devem ter é garantir que os professores e funcionários estejam bem informados sobre o autismo e suas características. Isso pode incluir treinamentos para identificar e apoiar alunos autistas, bem como a implementação de estratégias e práticas educacionais inclusivas.

Além disso, é importante que as escolas trabalhem em estreita colaboração com os pais dos alunos autistas, para entender as necessidades específicas de cada aluno e garantir que essas necessidades sejam atendidas. Isso pode incluir o desenvolvimento de planos educacionais individuais e a disponibilização de recursos como uma psicopedagoga e assistentes de sala de aula.

Outra estratégia importante é a criação de ambientes de aprendizagem que atendam às necessidades sensoriais dos alunos autistas, como por exemplo, salas de aula com menos estímulos visuais e sonoros podem ajudar a reduzir a sobrecarga sensorial que muitos alunos autistas experimentam.

A inclusão de alunos autistas na escola é um processo importante e deve ser feito com cuidado e atenção para garantir que o aluno receba uma educação de qualidade.

Para tanto, é importante que docentes e gestão escolar comuniquem-se com os pais do aluno, uma vez que ter uma boa comunicação com os pais do aluno autista será primordial para entender melhor suas necessidades e como a escola pode ajudar a apoiá-lo.

Caso seja preciso, a escola deverá fazer as adaptações necessárias no ambiente escolar para torná-lo mais acessível para o aluno autista. Isso pode incluir mudanças na iluminação, redução de ruídos, criação de espaços tranquilos e organização do espaço físico.

Além disso, a escola deverá promover a inclusão social do aluno autista, incentivando a interação com outros alunos da escola. Isso pode ser feito através de atividades extracurriculares, projetos em grupo ou eventos escolares.

Urge mencionar, que o profissional docente tem um papel de suma importância para sensibilizar os outros alunos sobre as necessidades do aluno autista e promover a empatia e o respeito pelos colegas com necessidades especiais.

Por fim, é importante que as escolas trabalhem para criar uma cultura inclusiva e acolhedora para todos os alunos. Isso pode incluir a promoção da aceitação e diversidade, bem como o desenvolvimento de atividades que incentivem a interação e a compreensão mútua entre os alunos

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

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Barbosa, A. M.; Zacarias, J. C.; Medeiros, K. N.; Nogueira, R. K. S. (2013). O papel do professor frente à inclusão de crianças com autismo. In XI Congresso Nacional de Educação Educere (pp. 19776- 19792). Curitiba, Paraná: Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Camargo, S. P. H.; Bosa, C. A. (2009). Competência social, inclusão escolar e autismo: revisão crítica da literatura. Psicologia & Sociedade, 21(1), 65-74.

Cruz, T. S. U. R. (2009). Acompanhamento da experiência escolar de adolescentes autistas no ensino regular Dissertação de Mestrado, Faculdade de Ciências Humanas. Universidade Metodista de Piracicaba. Piracicaba, SP, Brasil.

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Favoretto, N. C.; Lamônica, D. A. C. (2014). Conhecimentos e necessidades dos professores em relação aos transtornos do espectro autístico. Revista Brasileira de Educação Especial, 20(1), 103-116.

PONTIS, Marcos. Autismo: o que fazer e o que evitar - guia rápido para professores do ensino fundamental. Editora: Vozes, Rio de Janeiro, 2022.

LIDIANE DA SILVA XAVIER - Graduada em Pedagogia; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis. 

NOEMI BRAGA DE REZENDE- Graduada em Pedagogia e História (FALBE e UFMT); Especialista em Psicopedagogia (UNIGRAN) e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

RAQUEL SANTOS SILVA - Graduada em Letras; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

ROSANGELA ALVES DA SILVA ARAÚJO- Graduada em Pedagogia (UFMT); Especialista em Psicopedagógico Afirmativo e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

VALQUÍRIA MENDES MARQUES- Graduada em Pedagogia (UENP); Especialista em Psicopedagogia (FIC) e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

VALQUIRIA RODRIGUES DIAS- Graduada em Pedagogia (UFMT); Especialista em Psicopedagogia (UNISERRA) e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.