O presente trabalho tem por objetivo descrever a importância de trabalhar as relações étnico-raciais na educação infantil, uma vez que ela se refere à forma como a diversidade étnico-racial é tratada e valorizada dentro do ambiente educacional. Isso inclui a promoção de uma educação antirracista, que valorize e respeite a diversidade cultural e étnica presente na sociedade, além de combater o racismo e a discriminação racial.

A Lei nº 10.639/03, por exemplo, estabelece a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nas escolas de Ensino Fundamental e Ensino Médio, cujo objetivo é promover o conhecimento sobre a história e cultura africana e afro-brasileira, bem como combater o racismo e a discriminação racial.

Além disso, as relações étnico-raciais na educação também abrangem a formação de professores para lidar com a diversidade cultural presente em suas salas de aula, a inclusão de alunos negros e indígenas em programas de educação inclusiva, a promoção da igualdade de oportunidades e o combate ao preconceito e discriminação racial em todas as suas formas.

Desse modo, trabalhar as relações étnico-raciais na educação infantil é de extrema importância, pois é nessa fase que as crianças começam a construir sua identidade e a perceber as diferenças e semelhanças entre elas e as outras pessoas ao seu redor.

Portanto, a escola é um espaço privilegiado para desenvolver ações que promovam a igualdade e o respeito à diversidade, além de ser um lugar onde as crianças podem aprender a lidar com as diferenças.

É importante mencionar que a valorização da diversidade étnico-racial é um dos princípios fundamentais da Educação Infantil, previstos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Portanto, é dever das Instituições Educacionais promover o respeito e a valorização das diferentes culturas e etnias, bem como combater o preconceito e a discriminação.

Ao trabalhar as relações étnico-raciais na educação infantil, é possível contribuir para a formação de crianças mais críticas, solidárias e comprometidas com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Além disso, é importante destacar que a promoção da diversidade na educação é um direito assegurado pela Constituição Federal e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

No obstante, é importante que os profissionais docentes ao planejar as atividades da sala de aula, inclua conteúdos que abordem a diversidade étnico-racial e cultural, como por exemplo, livros, músicas, brinquedos e jogos que representem diferentes etnias, culturas e que são ótimas ferramentas para esse trabalho.

Além do mais, os docentes devem criar um ambiente propício para a discussão sobre as diferenças e semelhanças entre as pessoas. Promovendo debates e reflexões sobre as questões étnico-raciais e culturais, uma vez que essa troca de ideias pode ajudar a desfazer preconceitos e estereótipos.

Ressaltando que cada criança é única e deve ser valorizada por suas características individuais, e que é de suma importância o envolvimento das famílias na discussão sobre as questões étnico-raciais. Elas podem contribuir com informações e vivências culturais, o que enriquecerá as atividades propostas pela escola.

Nesse processo, as crianças negras, em especial, devem ser valorizadas e incentivadas a desenvolverem sua autoestima e a valorizar sua identidade. Portanto, é importante incluir referências positivas de pessoas negras em atividades, como a leitura de biografias, por exemplo.

Para tanto, é necessário que os educadores estejam capacitados para lidar com a diversidade e desenvolver ações pedagógicas que promovam o diálogo, o respeito e a valorização das diferenças culturais e étnico-raciais, pois só assim, teremos um Brasil mais justo, humano, digno e alicerçado na educação.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

AMARAL, Arleandra Cristina Talin. A infância pequena e a construção da identidade étnico-racial na Educação Infantil. 2013. 225 f. Tese (Doutorado em Educação) – Setor de Educação, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2013.

ARROYO, Miguel Gonzáles. A pedagogia multirracial popular e o sistema escolar. In: GOMES, Nilma Lino (org.). Um olhar além das fronteiras: educação e relações raciais. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. p. 111-130.

ARROYO, Miguel Gonzáles. Outros Sujeitos, outras pedagogias. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

BISCHOFF, Daniela Lemmertz. Minha cor e a cor do outro: Qual a cor dessa mistura? Olhares sobre a racialidade a partir da pesquisa com crianças na Educação Infantil. 2013. 115 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: MEC, 20 dez. 1996. Disponível: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 15 de abril de 2023.

BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira, e dá outras providências. Brasília, DF: MEC, 5 jan. 2003. Disponível: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 15 de abril de 2023.

BRASIL. Resolução CNE∕CP nº 03/2004 de 10 de março de 2004. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília, DF: MEC, 19 maio 2004. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cnecp_003.pdf. Acesso em: 15 de abril de 2023.

ESPIN, Luciene Amor. A importância de trabalhar as questões raciais na Educação Infantil. Disponível em: https://www.ceert.org.br/noticias/direitos-humanos/11178/a-importancia-de-trabalhar-as-questoes-raciais-na-ed-infantil. Acesso em: 12 de abril de 2023

FERREIRA, Helder Sarmento; ALMEIDA, Viviane da Silva. Formação docente para a educação das relações étnico-raciais: o indígena e o negro no Brasil. Revista Ensaios e Pesquisa em Educação e Cultura, v. 4, p. 16-29, 2018.

GOMES, Nilma Lino. Educação, identidade negra e formação de professores/as: um olhar sobre o corpo negro e o cabelo crespo. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 29, nº 1, jan./jun. 2003.

MENEZES, Débora. Como trabalhar as relações raciais na pré-escola. Nova Escola, 1 fev. 2007. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/ 130/como-trabalhar-as-relacoes-raciais-na-pre-escola. Acesso em 12 de abril de 2023.

SANTOS, Angelita Lopes; TONIOSSO, José Pedro. Relações étnico-raciais na Educação Infantil. Cadernos de Educação: Ensino e Sociedade, Bebedouro, 2016. Disponível em: http://unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos /cadernodeeducacao/ sumario/40/25042016154109.pdf. Acesso em 12 de abril de 2023.

LIDIANE DA SILVA XAVIER - Graduada em Pedagogia; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis. 

NOEMI BRAGA DE REZENDE- Graduada em Pedagogia e História (FALBE e UFMT); Especialista em Psicopedagogia (UNIGRAN) e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

RAQUEL SANTOS SILVA - Graduada em Letras; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

ROSANGELA ALVES DA SILVA ARAÚJO- Graduada em Pedagogia (UFMT); Especialista em Psicopedagógico Afirmativo e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

VALQUÍRIA MENDES MARQUES- Graduada em Pedagogia (UENP); Especialista em Psicopedagogia (FIC) e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

VALQUIRIA RODRIGUES DIAS- Graduada em Pedagogia (UFMT); Especialista em Psicopedagogia (UNISERRA) e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.