VIOLÊNCIA NA ESCOLA FRENTE AO PROFESSOR E SEUS DESAFIOS

CLÉO DO AMARAL PEREIRA JUNIOR

 

RESUMO                                                   

 

Este trabalho tem  aborda um dos grandes  problemas  existente dentro das escolas a violência vivenciada pelos professores, apresenta as formas de violência, os conflitos das  escolas que vivem com a violência dentro de seus espaços  , apresenta temas conflitantes entre escola e professores , o papel da escola como também a importância de mudanças na forma de organizar as aulas.  Como também a importância do  projeto político pedagógico como forma modificar as estruturas  da  escola e trazer a comunidade para dentro dos educandários para transformar  a sociedade, partindo da escola, como porta de socialização e desenvolvimento da democracia.

 

Palavra Chaves: Indisciplina. Violência. Educação. Professor

 

 

 

1. INTRODUÇÃO

 

A escola é um  espaço  onde se constrói saberes, mediando relações entre o conhecimento técnico e o senso comum,  socializando e   vivenciando novos desafios,  alguns alunos agem por impulsos, quando a  família, fracassa em sua ação de orientar e mostrar caminhos.

Um dos grandes problemas das escolas atuais é a reprodução da violência, esta vivenciada de diversas formas, estes alunos violentos são protagonista de falta de limites,  fatores que permite a vivencia dentro da escola da violência física e simbólica.

Apresenta como objetivo responder o papel do educador na sala de aula, a passividade ou mesmo a compreensão de ter que conviver  com estes atos de violência , a falta de  respeito para com o professor  por parte dos alunos.

Para  Abramovay (2005),  dentro da escola nem existe uma  metodologia social ou harmônica,  onde os alunos e os educadores não vivem  e convivem com os  mesmos objetivos, assim a violências  neste espaço, acontece  por diversos fatores.

É  importante observar a necessidade da implantação de medidas de prevenção, do cumprimento de  regras, do dialogo, da mediação escola e comunidade.

Cabe ao professor desenvolver  suas atividades na escola, de forma segura para que este cumpra seu dever de  produzir conhecimentos, mediando ações que vá de encontro com as necessidades dos aluno , tanto a ação como reflexão.

 

2  violência contra os professores

 

A violência está presente em todos os espaços da sociedade dentro das escolas, a acontecem por diversos  motivos como:  discussões, trabalho em grupo, ciúmes,  a violência ocorre  porque os atores vivenciam na sociedade e reproduzem na escola, atos de seu dia a dia fora da escola. segundo Chauí 1985:

 

Entendemos por violência uma realização determinada das relações de forças, tanto em termos de classes sociais, quanto em termos interpessoais. Em lugar de tomarmos a violência como violação e transgressão de normas, regras e leis, preferimos considera-la sobre dois outros ângulos. Como a ação que trata um ser humano não como sujeito, mas como coisa, esta se caracteriza pela inércia, pela passividade e pelo silencia de modo que, quando a atividade e a fala de outrem são impedidas ou anuladas, há violência. (Chauí, 1985,p.35).

 

Percebe-se que  através da violência,  o agressor tenta impor ou busca obter algo pela força, impondo  medo, intimidação,  muitos jovens buscam  tentam agredir os professores de diversas formas, primeiramente pela falta de respeito,  limites que não foram dado por seus pais, conforme   Abramovay, 2006:

 

Em todo o caso, é importante ter em conta que o conceito de violência varia consoante a cultura e a época. O conceito de violência depende do momento histórico, da localidade e do contexto sociocultural , o que lhe atribui o dinamismo próprio da vida social. (Abramovay, 2006, p. 77).

 

Muitas vezes  os fatores que envolvem a violência ou,  a falta de limites praticada pelos alunos no espaço escolar, foge do que pode ser considerado  aceitável.

A violência  como a falta de disciplina, permite que a escola observe a necessidade de reorganizar  as salas de aulas,  assim os professores para lidar com a indisciplina devem buscar novas metodologias, novos métodos.

O  aluno após cometerem agressões físicas ou verbais tendem  a ignorar o professor, debochar ou  justificar que esta  na escola porque é obrigado,  Oliveira; Martins 2007:

 

A violência que se configura  dentro do espaço escolar, manifestada através do comportamento dos alunos, lança professores diante da confusão da possibilidade de um ensino libertador e de uma realidade insuportável, na qual os educadores recorrem a expedientes autoritários e até mesmo violentadores, a fim de manter a ordem geral. São estabelecidas regras, controles, punições e dominações para disciplinar os aluno em estado de rebeldia (Oliveira; Martins, 2007,p.95).

 

 

A  violência a  falta de respeito  com os professores, transforma a sala de aula em um ambiente muitas vezes de grandes conflitos onde os educadores fiquem sem autoridade na sala de aula.

 

2.1 Perfil dos alunos envolvidos em indisciplina na escola

 

Com o aumento da indisciplina nas escolas, algumas características podem e devem ser analisadas,  como vida cotidiana dos alunos, desestruturas,  problemas sociais,  conflitos familiares, drogadição entre tantos outros que podem ocorrer dentro e fora da escola, segundo  Zandonato, 2004:

 

As principais características de indisciplina  e que aparecem com mais frequência entre estudantes são na maioria das vezes a incompetência emocional ou tem um comportamento não muito apropriado, onde apresenta uma parte dos problemas de violência que provém de uma falta de controle das emoções e não pode se integrar a habilidade de lidar com os próprios sentimento (Zandonato, 2004.p,35).

 

Muito comum nestes conflitos encontrarmos alunos egoístas,  veem  somente seus problemas, não respeitando a figura do professor como mediador e autoridade em sala de aula.

Os atos de indisciplina fazem parte de diversas temas na comunidade escolar,  onde o profissional da orientação escolar é o canal de construção do dialogo, buscando soluções para a indisciplina na escola. Para  Gotzens, 2003:

 

A indisciplina escolar não consiste em um receituário de propostas para enfrentar os problemas de comportamentos dos alunos, mas em um enfoque global da organização e a dinâmica do comportamento na escola e na sala de aula, coerente com os propósitos de ensino (Gotzens, 2003,p.22).

 

A  indisciplina  a escola deve trabalhar  a participação, com  diálogo com os alunos, não sobrecarregando o professor com estes conflitos, tendo uma equipe  responsável que trabalhe com estes problemas, deixando o professor apenas com as questões do processo de ensino e aprendizagem e, com as mediações do processo de ensino e aprendizagem.

 

2.2 O professor diante  da falta de limites na sala de aula

 

Num momento de crise de identidade da função do professor,  em relação aos  conflitos como violência,  baixo salário, falta de limites dos alunos em sala de aula , a escola necessita reorganizar  suas atividades pedagógicas e sua visão de atendimento aos alunos e a comunidade escolar.

A grande pergunta a ser respondida é até onde vai a responsabilidade do professor dentro de um ambiente de conflitos e falta de respeito, qual sua obrigação,  qual o papel  do educador neste ambiente  e  sua responsabilidade dentro deste espaço que muitas vezes é um barril de pólvora.

Uma vez que existem escolas com falta de profissionais, falta de investimento, de atividades complementares, suplementares, e todo apoio financeiro e pedagógico insuficiente para mudar uma realidade de total abandono.

Uma reflexão não tão distante cabe a escola em outros períodos  um novo enfoque, a educação era exclusividade das famílias, tinham dentro de uma estrutura familiar a organização do respeito, e este era refletido na escola.

Segundo Locatelli (2002), a agressividade não é um traço de personalidade, é uma força instintiva inata, a criança por sua vez ao completar seu amadurecimento moral e intelectual, ai assimila  modelos da sociedade em que faz parte e leva para dentro da escola. Para Locatelli (2002):

 

Existem obviamente, situações nas quais é normal que, por um curto período, a criança apresente comportamentos mais agressivos, como nos casos de separação dos pais, com a chegada de um irmãozinho, a presença de pessoas novas morando na casa, como avós, primos, tios, etc. pequenas brigas entre irmãos, e colegas também devem ser motivo de preocupação. (Locatelli, 2002, p.17).

 

Algumas vezes dentro do lar, a criança ou adolescente  desenvolve um déficit frente à capacidade de tolerar frustações, como a falta de um projeto familiar para esta criança , o que a escola pode contribuir é no desenvolvimento com atividades extra escolares, com projetos, educação complementar.

A  escola como participe do  crescimento deste sujeito deve investir em ações que contemple a ocupação dos educandos e desperte seu interesse pelo saber e pela transformação .

A educação desenvolvida em casa pelos pais deve impor limites, trabalhar com valores éticos e morais, para trabalhar estas questões tem-se escola de tempos integrais, como também atividades complementares como oficinas e atividades esportivas no turno inverso como meio de diminuir os conflitos que ocorrem em sala de aula.

Muitas crianças são reflexo dos modelos vivenciados em suas famílias, onde ações como: agressividade, drogadição,  violência doméstica, são  reflexo direto nas ações deste aluno na escola. Conforme Gomide (2005):

 

A criança passa a agredir verbal ou fisicamente colegas, professores, nestas circunstâncias rotula-se o aluno de mau elemento, delinquente, marginal, violento etc. ao ser rotulada na escola, ou no bairro este sujeito passa a se sentir desconfortável naqueles ambientes e procura se integrar em grupos, ou “Ganges” onde recebem aprovação pelos seus comportamentos violentos e pela sua ousadia, inteligência e criatividade. (Gomide (2005, p.23)

 

Se este sujeito for rotulado  pela sociedade, pelo lugar onde estuda, onde mora,  a violência será uma forma deste aluno impor  seu reconhecimento, ou marca de uma localidade , onde vive, cabe a escola mudar este panorama.

Estas ações de violência abandono, instabilidade pode gerar ao aluno uma grande desestrutura, segundo  Gomide (2005):

 

Pesquisas têm mostrado que crianças e adolescentes com baixa auto-estima procuram as drogas e grupos delinquentes, onde, mediante atos anti-sociais, infratores, proibidos, conseguem melhorar a sua auto estima. Isso acontece porque esse tipo de atitude, de alguma forma, necessita de coragem, valentia, criatividade ou inteligência para seu desempenho. Todos esses valores são reforçados pelo grupo ( Gomide, p. 34, 2005).

 

Ao organizar o planejamento o professor deve ter apresentar claramente a forma que irá desenvolver   sua atividade e como enfrentar as diversidades que encontrará na escola. Para Abelin (1989,p.123)

 

 O professor deve ter vocação, amor, carinho, respeito, dedicação, paciência , criatividade, serenidade, entusiasmo, sensibilidade, responsabilidade, ética, auto estima, liderança, disciplina entre outros deve conhecer o seu aluno , não somente como um número, mas suas peculiaridades.

 

Cury (2003,p.62), “a educação estando defasada, afeta diretamente os educadores que enfrentam diversos obstáculos” , não basta contratar professores novos, o que precisa-se é um novo contrato escolar, com definições claras da atuação do educador.   Cury (2003.p,63) :

 

Paciência com os aluno eles não tem culpa da agressividade, alienação e agitação na sala de aula eles  são vítimas. Detrás dos piores alunos há um mundo a ser descoberto e explorado. Há uma esperança no caos.

 

Ações realizadas pelos educadores em sala de aula podem favorecer ou não  a agressividade dos alunos, mudanças de atitudes, menos autoritarismo, educador   não tão estressados, fazem com que os alunos os respeitem.

O educador contribuir de forma efetiva para a diminuição da violência, e agressividade em sala de aula, estando preparado para lidar com alunos, com condutas inadequadas, reconhecendo a individualidade de cada aluno, não rotulando e sendo exemplo de profissional, para Chalita (2004,p. 136):

 

O conceito de melhor ou de pior não combina com a visão holística que se propaga hoje para a educação e a vida. As múltiplas habilidades demonstram que o melhor em matemática nem sempre será em português, ou em música ou em dança ou em oratória... o aluno está sujeito a todo tipo de comparação  e contra ele paira a pecha de indisciplinada, rebelde, alienado, fruto da natural inquietude juvenil.

 

Cabe ao educador ajudar a diminuir e administrar a agressividade de maneira coerente e sensata,  o autoritarismo não auxilia  a prática educacional,  nem faz sentido neste momento.

O processo educativo não deve estar sujeito apenas  a conhecimentos científicos, mas formar pessoas,  cidadãos que possam intervir de forma positiva na sociedade, não sendo preciso criar novas escolas, mas sim novas ações através de um Projeto Político Pedagógico democrático, social, que escute a todos os sujeitos da comunidade escolar. Cury (2003,p.119):

 

Objetiva a educação da emoção , a educação da auto-estima, o desenvolvimento da solidariedade, da tolerância, da segurança, do raciocínio esquemático, na capacidade de gerenciar os pensamentos dos focos de tensão, da habilidade de trabalhar perdas e frustações enfim formar pensadores.

 

Algumas ações simples podem ser desenvolvidas na escola, como atividades com músicas, dança, ritmo, esporte, teatro, que insere o aluno em um novo patamar cultural, como também faz com que a escola seja um lugar atrativo para se estar.

Freire traz algumas considerações que devem ser levadas em conta para tratar com alunos no que diz respeito a comportamento, a agressividade, de como deve ser a visão do educador para colocar o aluno em situação de desafio, e mediar os conflitos devendo este profissional inovar, pesquisar, criticar, respeitar, compreender e ter um comprometimento de como funcional seu oficio de ensinar, segundo Freire (1997, p.52):

 

Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” aprender a aprender, possibilitando ao aluno a lidar com seus próprios sentimentos e emoções com autonomia desde sua primeira contribuição na sociedade.

 

Percebe-se que para Freire o educador não basta ter diploma é necessário ter alma, sonhos, desejos de transformar, de criar, de construir e mediar o crescimento dos educandos, cabe a este profissional acreditar que sua prática pedagógica esta fundamentada na ação-reflexão-ação, e acreditar que a educação é uma das principais formas de intervir no mundo, na mudança de conceitos, e no melhoramento dos sujeitos.

 

2.3 escola e família em conjunto para trabalhar limites e comportamentos

 

Para ser  educador  este profissional  que trabalha diretamente com crianças e adolescentes deve ter algumas qualidades, éticas, morais, e um planejamento que permita  diminuir  conflitos, harmonizar , e desafiar os alunos.

Deve realizar uma reflexão de como trabalhar  com adolescentes,  não   trabalhando  da mesma forma com diferentes turmas,   seu  trabalho deve estar fundamentado em atividades produtivas e dinâmicas, criativas propiciando um envolvimento dos educandos, deve fundamentar um planejamento com orientação para os adolescentes,  visualizando  juntamente com os jovens que tipo de escola eles desejam.

Para diminuir os conflitos entre alunos  na escola é preciso que  a escola e a família busquem estabelecer relações e atitudes e desenvolver atividades que propiciem desafios e incentivo à formação de amizades e à resolução de conflitos, num clima de respeito e solidariedade.

É necessário quebrar o tabu que o termo adolescente, significa rotular este jovem de rebelde ou imaturo ou indisciplinado e irresponsável, por atividades que possa auxiliar a romper com estes  rótulos.

Cabe a família juntamente de a escola trabalhar não só os direitos, mas enfatizar a importância para seu crescimento dos deveres como aluno, como cidadão e membro da família, criando assim uma identidade com que seja repleta de dignidade, elevando desta forma a auto estima como direito a participação ativa na sociedade primeiramente se respeitando e tendo respeito dos outros sujeitos .

Desta forma compreende-se que a adolescência é a contradição que permite aos jovens sonhar com a rebeldia, com as oportunidades, com a transformação, e a construção de saberes que permitirá a construção de sua identidade, tanto individual como coletiva.

O papel da escola deve estar ligado com a família para que este sujeito na escola não seja rebelde, ou sem limites, mas sim um sujeito aberto para as transformações que permite a ele constituir-se como cidadão, coerente dentro das mudanças e dos conflitos que a adolescência apresenta.

A escola deve  desenvolver um projeto de trabalho a ser construído com jovens e adolescentes com finalidade de desenvolver o dialogo, regras e cumprimento das regras.

 

2.4 Causas da indisciplina

 

Muitos fatores podem ser a causa da indisciplina, conflitos no lar, companhias, drogadição, problemas de identidade,  para diminuir estes conflitos os educadores necessitam mais do que trabalhar com a educação, para (Snyders, 1993; Silva e Tunes, 1999; Candau 200), afirmam que uma das causas dos processos de indisciplina é o próprio ambiente escolar, monótono, sem autoridade, sem criatividade, distante da realidade dos alunos, e excessivamente rígido e principalmente pela distância entre a cultura dos educandos e o que a escola ensina.

É sabido que para uma escola funcionar bem, deve ter a participação de todos os envolvidos, e um do mecanismo para que isto ocorra é o Projeto Político Pedagógico, onde juntamente com a comunidade escolar pode criar regras claras e  consentidas no coletivo segundo Vasconcelos 2001:

 

É preciso mudar a relação educativa mas isso não se alcançará sem mudar a instituição escolar (...) só uma revisão das estruturas institucionais permitiria uma mudança na relação pedagógica. (Vasconcelos, 2001,p.45).

 

 

As  mudanças institucional deve respeitar fatores fundamentais como políticos, culturais, históricos, sociais, econômicos, e reavaliar os mecanismo de coerção que a escola utiliza, muitas vezes estes mecanismo fazem surgir efeito desastrosos, nos educandos desenvolvendo medo, ansiedade que permitem um aumento da evasão escolar (Viecili e Medeiros, 2002).

Alguns fatores podem ser construído mediante o projeto político pedagógico da escola para diminuir os conflitos e a relação escola com alunos com ajuda dos pais na construção destas propostas como:

Auto – imagem, a construção de uma auto – imagem positiva , deve ter como princípio o desenvolvimento da motivação dos adolescentes para participarem das atividades, onde os educandos se expõe, permitindo que os alunos possam responder a pergunta fundamental que é “quem sou?”, este esforço para descobrir quem é , trabalha a auto estima, ou seja o auto conceito, que valoriza e age diretamente no desenvolvimento individual do adolescente dentro do grupo em que participa.

 Para que ocorra esta auto avaliação é preciso que a escola, juntamente com a família observem alguns fatores como:

  • Observar os filhos e alunos para captar qual a imagem que cada um tem de si mesmo e do grupo em que participa;
  • Tentar captar o que levou o filho ou o aluno a apresentar um comportamento agressivo, de alegria, ou frustação ou tristezas;
  • Observar como seu filho ou aluno, comporta-se diante dos desafios que não são vencidos (fracasso) e como se comporta perante o êxito (sucesso), como estas ações lhe afeta e como ele responde no lar, na escola e na sociedade em que esta inserida.

Estando estes fatores ligados diretamente à autoimagem, e a construção da identidade deste aluno como cidadão, como filho e sujeito em formação.

Outro fator importante é a capacidade do aluno em realizar uma análise sobre si,  este é um processo em que o adolescente busca compreender o que passa a seu redor e como ele relaciona-se com este meio, ou mundo que o cerca , avaliando o grau de responsabilidade e como enfrenta o que ocorre, permitindo avaliar seus esforço e a relação e o resultado de forma consciente de suas ações.

Estando ligado diretamente com sua autoimagem, e sua auto estima,  esta análise depende exclusivamente de sua visão de mundo, e do meio quem que relaciona, como é afetado e como afeta a ele suas ações.

Já o interesse, é um fator que tem por finalidade permitir o desenvolvimento do aluno a ter uma relação com as atividades frente as situações que possam surgir como algo inerente à pessoa.

A escola juntamente com os educadores devem estimular o educando para que este desenvolva saberes e busque vencer suas dificuldades. Exemplo um aluno que acha que não sabe dançar e acha-se desengonçado a escola pode trabalhar auto estima, ou aulas de dança, teatro, para que este educando tenha uma auto estima e aprenda outros saberes que auxiliarão na sua caminhada.

Algumas ações podem ser desenvolvidas pela escola para auxiliar os educandos nesta caminhada como:

  • Verificação permanente sobre o que esta sendo ensinado é de interesse dos educandos, ou esta muito distante de sua realidade vivenciada na sociedade em que faz parte;
  • Escolha de temas, conectados com a realidade e com o cotidiano dos participantes, desenvolvendo assim o prazer e o interesse por aprender;
  • Valorização das conquistas alcançadas pelos alunos e estimulo para as ações que não tiveram êxito, auxiliando no interesse deste aluno no momento de dúvida.

            Outro fator importante para se trabalhar é a ansiedade, em estudos de Piaget, a ansiedade pode ser analisada como o desequilíbrio que tem por finalidade identificar um tipo de ansiedade que é estimuladora da aprendizagem.

Dentro desta concepção de Piaget um sujeito em estado de equilíbrio é estável, não é capaz de aprender, uma vez que para que ocorra o processo de ensino e aprendizagem é necessário algum desiquilíbrio (ansiedade, ou estimulo externo, motivação ), que despertem no adolescente a necessidade de busca de aprender algo novo, assim com este desiquilíbrio e novo aprendizado ele se equilibra, acomoda-se para desequilibrar-se novamente e aprender constantemente.

Cabe ao professor mediar estes conhecimentos, levando ao sucesso o aluno neste período de ansiedade, mostrando novos caminhos e soluções para seus problemas existentes, superando barreiras.

Outro fator importante é o desenvolvimento de uma consciência afetiva, dentro do processo escolar a atuação do educando é importante à realização deste questionamento, sobre a afetividade, que pode ser trabalhada através da motivação do que é ensinado e como é ensinado, neste fator a família ocupa um espaço bem significativo, pois pode juntamente com a escola:

  • Estimular o interesse, auxiliando no desenvolvimento de soluções e problemas da vida cotidiana;

            Propiciar uma visão clara da relação entre os esforções individuais e o resultado esperado e atingido pelo seu empenho e desempenho;

  • Exigir de forma estimulante sempre um pouco a mais do que o aluno esta conseguindo com incentivo a estudos e um projeto claro para aquele momento;
  • Fazer registros do esforço ou vitória, auxiliando  na qualidade do aprendizado;
  • Desenvolver atividades desafiadoras, mas não a ponto de causar grande nível de ansiedade.

Estas ações permitem que a escola possa atingir a todos e a todas que fazem parte do educandário, estimulando as conquistas, com limites, auxiliando, não educando, mas dividindo responsabilidade com a família, célula fundamental no sucesso e fracasso deste aluno dentro da escola.

 

 

 

 

 

2.5 Causas da indisciplina nas escolas fatores mais comum

 

Alguns dos fatores que levam a indisciplina e a agressão dentro das escolas, a opinião dos educadores, que foram entrevistados com questionários aberto, perguntando para 20 professores, apresentam alguns dados que constam como resposta destes profissionais. 

O questionário apresentou algumas perguntas para que os professores marcassem os dados que mais causam violência e o tipo das violências ou indisciplinas vivenciadas no dia a dia nas escolas por estes profissionais.

Apresento o dados, entre os 20 professores entrevistados percebe-se que os entrevistados vivem num momento de medo e estresse, quando foi perguntado quais os fatores  de maior vivencia pelos professores em sala de aula, 45% responderam que já foram vítimas de violência verbal, outros 20% responderam que já sofreram com vandalismo em seus pertences ou carros, , 10% dos professores já sofreram algum tipo de violencia física, outros 10% que já vivenciaram alunos drogados em sala de aula, ou com arma de porte.

Mas muitos dos entrevistados poderiam ter marcados mais de um item, uma vez que muitos professores vivenciam quase todos estes fatores na sua caminhada como educador, alguns até já acreditando que faz parte de sua realidade, achando comum estas ações de desrespeitos por partes dos alunos e impunidade por parte da escola.

Ao ser questionados se já vivenciaram  algum tipo de violência por parte dos alunos, 90% dos professores afirmam que sim, que faz parte do cotidiano,  estas violência aos professores pois entre alunos todos já vivenciaram  atos de violência entre os mesmos.

Uma dos itens mais questionantes é sobre se os educadores tem medo de sofrer agressão por parte dos alunos ou seus familiares, poder-se observar segundo as respostas que este profissional vive num momento de medo, pois 63% afirma que sim que tem medo de ser agredido por alunos ou familiares, outros 26% dizem não temer, mas não negam que possa ocorrer, 5% acreditam que as vezes pensam nisto  e 6% responderam que com frequência acreditam que podem ser vítimas de algum tipo de violência por parte dos alunos e seus familiares.

Quando questionado aos professores se a escola apoia os professores nos relatos sobre violência  e indisciplina, a resposta da maioria dos entrevistado foi que sim 64% dos professores entrevistado afirmam que a escola da todo apoio ao educador nos casos de violência, como 29% dos entrevistados afirmam que sim as vezes tem o apoio necessário por parte da equipe diretiva, e 7% dos entrevistados que encontram estes apoio com frequência, e nenhum professor diz que se sente abandonado sem apoio ou encaminhamento nos casos de violência.

No que trata  se a escola apresenta algum tipo de planejamento para  lidar com a indisciplina e a relação da escola com a família, 94% dos professores responderam que sim a escola apresenta um plano juntamente com a orientação escolar para trabalhar com a violência e indisciplina na escola e a relação da escola com a família é continua e permanente, já 6% relatam que existem sim este planejamento com frequência e a escola faz uma relação com a família para buscar solucionar os problemas que envolvem a violência.

Perguntado para  os professores se existem alguma estratégia  de prevenção de violência na escola,  65% dos professores responderam que sim que existem um plano de prevenção  de violência na escola e 35% dos entrevistados dizem que não existe estratégia alguma na escola onde trabalham para prevenir a violência tanto contra alunos como educadores.

No item  se o professor já tomou conhecimento sobre alguma forma de violência ocorrida na escola, todos os professores responderam que sim, que já tomaram conhecimento de agressões, tanto física como verbal, dentro da escola.

Um  dos temas  mais importantes foi a pergunta se na opinião dos educadores a violência vivenciada no lar reflete na escola, 60% dos entrevistados dizem que sim, que a violência é uma reprodução do que o aluno vivencia, sendo que eles sujeito vê e acha normal as questões  de violência no lar reproduz para a escola, 30% dos entrevistados  afirmam que as vezes existem esta reprodução de violência por parte dos alunos na escola, e 10% dos professores dizem que não que é outro ambiente que muitas vezes os alunos são calmos em casa e no grupo em que fazem parte se transformam, e se tornam violentos para fazer parte do meio de seu grupo.

Percebe-se que com as respostas dos  questionários os professores tem preocupações com o rumo em que a escola estão tomando, no que trata dos casos constantes que estão se virando algo comum do dia a dia o grande índice de violência vivenciado pelos educadores nas escolas, e muitas delas a falta de regras ou programas para atender estes alunos e fazer os encaminhamentos necessários para preservar o educador vítima destes atos.

           

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As escolas algumas vezes viram  um ambiente de hostilidade e agressividade, tanto por parte dos alunos como de seus familiares, entre os fatores podemos observar segundo relato dos professores nos questionários, estão medo de ser reprovado, uma escola desinteressante , currículo ultrapassado,  ameaças que sofre em casa e externa na escola.

A violência entrou  dentro do currículo brasileiro, tanto que as escolas em seu Projeto Político Pedagógico buscam sempre construir com a comunidade escolar regras que permitam diminuir estes conflitos ou modificar a identidade destes alunos que valorizam a agressão como forma de viver.

Quase sempre as questões que envolvem a violência ou falta de limites esta ligada com aspectos culturais, vivencia ou exemplo dentro da família, e questões socioeconômicos, as desestruturas familiar   geram transtorno  e influenciam de forma negativa prejudicando seus desempenho educacional, e levando para a escola a marcas da violência.

Dentro do espaço escolar a falta de limites dos alunos quase sempre se origina partindo de uma agressão psicológica, e moral, a escola é  um espaço onde muito destes fatos se originam de forma concreta. A instituição escolar neste novo modelo de sociedade, não se encontra preparada e nem tem autonomia para lidar diretamente com os fatos de violência.

A falta de políticas internas, normas do Estado, vontade por parte dos gestores, a escola tem que exercer a violência contra o professor é fácil de ser ver e de ser resolvida,  ela deixa marcar visíveis, e não pode ser mais somente justificada como fator cultural e sociocultural é necessário normas eficazes para punir e proteger o educador.

Desta forma este artigo buscou elucidar fatos, e teorias que possam ser trabalhadas nas escolas, mas ainda falta muito para que o professor não seja sempre o responsável, pela agressão, falta políticas e ações preventivas  para que este profissional possa desenvolver suas atividades com ética, segurança e comprometimento.

 

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