Uso de manual de grandezas e medidas no ensino fundamental: Uma ferramenta de apoio ao professor de matemática e informática.

Luiz Felipe Afonso Melo

Doutor em Educação Matemática, pela universidade de Cambridge, professor efetivo das prefeituras municipais de Vitória e Serra do estado do Espírito Santo, professor catedrático de cálculo 1 e estatística aplicada e trabalho de graduação do Centro de ensino superior FASERRA –ES.

RESUMO

O presente artigo decorre da necessidade de um apoio para que o docente atue adequadamente no repasse de informações matemáticas inerentes ao desenvolvimento de suas atividades em sala de aula. O manual de grandezas e medidas pode orientar o professor no direcionamento do assunto e em especial na construção geométrica, quer seja, por tabelas, gráficos e nas mais diversas figuras em escala bidimensional e tridimensional. Nesse artigo são feitas propostas para que o conteúdo adquirido pelos discentes esteja relacionado a outras áreas buscando uma multidisciplinaridade e consequente aproximação com a geometria. O trabalho teve uma ótima aceitação entre os professores da rede municipal de SERRA –ES onde em muitas escolas, as tabelas já fazem parte do plano pedagógico.

Palavras-chave: Educação matemática, Informática na educação, grandezas e medidas.

  1. 1.    INTRODUÇÃO

O estudo das grandezas e medidas busca identificar a base do conceito geométrico e das suas demais definições e contribuições no campo matemático. A matemática surgiu da necessidade de se medir tudo que serviria para fazer comparações, seja para troca, uso pessoal e ajuda nas atividades básicas da vida. A geometria é a  base para que todos os conceitos lógico matemáticos  desenvolvidos ao longo da humanidade tivessem sentido e pudessem ser utilizados com a prerrogativa de ajudar no diversos cálculos, projetos e demais tarefas que necessitam do suporte matemático.

A maior dificuldade do docente é promover um estudo dirigido que possa ser absorvido de forma ágil e dinâmica para os alunos; as famosas perguntas; para que vou estudar isso? ; o que isso será importante na minha vida? onde vou aplicar esse conhecimento? ; entre muitas outras, são comuns nessa fase de aprendizagem. Devido a esses desafios o manual de grandezas e medidas visa cumprir o papel de informação e adequação das diversas etapas no direcionamento da aula.

2. O MANUAL DE ACOMPANHAMENTO

Cada etapa do ensino fundamental tem seu nível de atuação com o suporte geométrico, começando pela  5ª serie temos o seguinte quadro de estrutura de acompanhamento:

TRIMESTRE

ASSUNTO RELACIONADO

CONSEQUENCIAS

DISCIPLINA AFIM

PONTO

RETA

PLANO

RETAS PARALELAS

RETAS CONCORRENTES

RETAS PERPENDICULARES

SEMI RETA

SEGMENTO DE RETA

ANGULOS

RETANGULOS

TRIANGULOS

QUADRADOS

 

Nesse quadro o docente registrara o trimestre que o assunto é trabalhado, qual assunto que o conteúdo pode ser inserido ou servir de apoio, qual a utilidade que o assunto promoveu e quais as disciplinas afins podem ser beneficiadas com esse assunto. Analogamente o quadro é seguido nas demais etapas, observando sua utilidade prática. Entretanto, com o avanço das etapas posteriores alguns assuntos demandam mais detalhes em suas observações. Materiais de apoio são extremamente importantes nas tarefas como caderno de desenho, folhas quadriculadas, lápis especiais para desenho e confecções de figuras assim como as tradicionais réguas, compasso, par de esquadros e o escalímetro.

A seguir temos o quadro de para os assuntos referidos e utilizados na 6 serie, mas é importante registrar que nem sempre os conteúdos de geometria plana e espacial são aplicados na serie em que o quadro registra, ficando a critério do docente fazer suas devidas adaptações.

TRIMESTRE

ASSUNTO RELACIONADO

CONSEQUENCIAS

DISCIPLINA AFIM

PLANO CARTESIANO

SÓLIDOS GEOMÉTRICOS

ANGULOS

AREA E VOLUME

PROPOSTAS COM FIGURAS ESPACIAIS

A utilização de sólidos geométricos nessa fase também auxilia na condução dos trabalhos.

Na sétima série , temos a seguinte configuração:

TRIMESTRE

ASSUNTO RELACIONADO

CONSEQUENCIAS

DISCIPLINA AFIM

ANGULOS

POLIGONOS

CIRCUNFERENCIAS

As  comparações entre as dimensões são importantes na estruturação do modelo matemático de observação. As figuras abaixo , ilustram o caso:

Na oitava série , temos a seguinte tabela:

TRIMESTRE

ASSUNTO RELACIONADO

CONSEQUENCIAS

DISCIPLINA AFIM

CONGRUENCIA E SEMELHANÇA DE FIGURAS

RELAÇÕES MÉTRICAS NOS TRIANGULOS RETANGULOS

CIRCULO E CILINDRO

O professor é quem melhor conhece seu público alvo, claro que as tabelas apenas dão uma ideia básica de como ele pode utilizar os conteúdos matemáticos dentro de uma serie de conteúdos que são a base do plano de ensino da escola ou instituição que atua, por isso a tabulação de dados é importante pois não só esclarece qual sequencia deve ser seguida, como também oferece novas etapas até por vezes esquecidas ou não contempladas dentro do plano de aula do docente , mas que fazem parte do plano de ensino quando bem estruturadas.

  1. 3.    SUGESTOES DE LEITURA

ANDRADE, José Antonio Araújo; NACARATO, Adair Mendes. Tendências didático-pedagógicas para o ensino de geometria.

BARRETO, Mylane dos Santos; TAVARES, salvador. Do mito da Geometria Euclidiana ao ensino das Geometrias Não Euclidianas.

BASTIAN, I. V. e ALMOULOUD, S. A. O teorema de Pitágoras: uma abordagem enfatizando o caráter necessário/suficiente. In: Educação matemática em revista. ano 10, n. 14 Brasil: SBEM, 2003. p. 45-53.

BONGIOVANNI, V. O Teorema de Tales: uma ligação entre o geométrico e o numérico. REVEMAT - Revista Eletrônica de Educação Mate 94 mática. V2.5, p.94-106, UFSC: 2007.

CARVALHO, Maria Aparecida da Silva de; TUCCI, Ana Márcia Fernandes Tucci de Carvalho. O ensino de geometria não euclidiana na educação básica.

CAVICHIOLO, Claudia Vanessa. Geometrias não euclidianas na formação inicial do professor de matemática: o que dizem os formadores.

FARIAS, Luiz Márcio Santos. Elementos para formação de professores de matemática: o deslocamento no ambiente computacional cabri-géomètre à luz da teoria da instrumentação.