UMA VISÃO INTERDISCIPLINAR DO ENSINO DA FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA BRASILEIRA NO SÉCULO XXI

 

CANUTO, Elisângela Cristina[1]

                                                                                                                                                      

 

RESUMO

A interdisciplinaridade é uma atitude que supera a visão fragmentada das disciplinas e das práticas pedagógicas estabelecendo conexões entre as diferentes áreas do conhecimento. Ser interdisciplinar é ser ousado no sentido de sair da acomodação disciplinar estanque, e estar aberto para o diálogo com outros especialistas havendo trocas de conhecimentos, é o exercício diário da práxis. O processo formativo e o pedagógico-curricular dessa forma tornam mais qualitativo. A Filosofia e a Sociologia são áreas do conhecimento necessárias ao exercício da cidadania. Não são consideradas como disciplinas, porque elas necessitam mais de um domínio de estudo para a constituição de conhecimentos. Vão além de passar informações e técnicas, contribuem para uma formação ética, estética e política levando os alunos a uma compreensão contextualizada mais concreta de mundo. Fizemos um estudo bibliográfico que tinha como finalidade verificar as possibilidades de estudos interdisciplinares nas disciplinas de Filosofia e Sociologia. A questão que nos norteou teve como problemática entender se os professores se valem da interdisciplinaridade nas aulas de Filosofia e Sociologia. Os resultados apontaram que os professores não se preocupam com inovações no ensino, apostando na exposição dos conteúdos.

Palavras-chave: Interdisciplinaridade, Ensino de Filosofia, Ensino de Sociologia, Reorganização curricular, Educação.

ABSTRACT
Interdisciplinarity is an attitude that overcomes the fragmented view of the disciplines and pedagogical practices establishing connections between different areas of knowledge. Being interdisciplinary is to be bold in order to get out of tight discipline accommodation , and be open to dialogue with other experts having knowledge exchange , is the daily exercise of praxis . The formative - curricular and pedagogical process thus become more qualitative . Philosophy and Sociology are areas of knowledge required for the exercise of citizenship . Not included as subjects because they need more than one field of study for the creation of knowledge . Go beyond passing information and techniques contribute to an ethical , aesthetic and political education leading students to a more concrete understanding of contextualized world. We did a bibliographic study that aimed to verify the possibilities of interdisciplinary studies in the disciplines of Philosophy and Sociology. The question that guided us was to understand problematic if teachers make use of interdisciplinary classes of Philosophy and Sociology. The results indicated that teachers do not care about innovations in education, focusing on description of contents.

Keywords: Interdisciplinary, Philosophy Teaching, Teaching Sociology, Academic Reorganization, Education.

 

 

1.0              INTRODUÇÃO

As atuais discussões sobre a Educação surgem cada vez mais como questões dos debates que tentam analisar os percursos educacionais brasileiros. O ensino no país não tem um caráter hegemônico, pois a sua inserção sempre foi contraditório começando pelos aspectos políticos. A população não tinha acesso a uma educação de qualidade, em decorrência da sua elitização. Houve exclusão de um ensino integral que pudesse favorecer uma educação mais pluralista de conhecimentos.  A educação era vista na sua funcionalidade com o propósito de manter a subalternidade. O brasileiro permaneceu desfavorecido de tais conhecimentos que segundo o III inciso da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, artigo 36 seria o “domínio dos conhecimentos de Filosofia e Sociologia necessários ao exercício da cidadania” (LDB, 1996). Os impactos dos padrões rígidos de domínio político europeu teriam influenciado a organização da educação brasileira?

Para a compreensão da dinâmica de um modelo de ensino integral, primeiramente deve-se ter em mente um projeto educativo que “atenda igualmente os sujeitos seja qual for a sua condição social e econômica, seu pertencimento étnico e cultural e as possíveis necessidades especiais para aprendizagem” (DCN Sociologia, p. 15).

             Buscar o lugar do ensino da Filosofia e da Sociologia após sua obrigatoriedade em território nacional tornou-se o desafio da pesquisa, pois as escolas e colégios brasileiros não têm profissionais formados em seus quadros para dar conta dessas duas áreas de conhecimento. Portanto, se de um lado precisa-se cumprir a lei, do outro a questão é se a forma como o currículo é ensinado atende a qualidade necessária para a Filosofia e a Sociologia.

2.0         FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1      Desafios do Ensino na Era do Conhecimento

           

Segundo Morin (2012, p. 20), “o desafio dos desafios é um problema crucial de nossa época”, a necessidade de visualizar um globo de saberes, não somente em parcelas para compreender a complexidade dos fatos pode vir a facilitar a contextualização de um determinado conhecimento. Trata-se aqui de uma reforma da organização do conhecimento.

Para o autor, “o conhecimento pertinente é o que é capaz de situar qualquer informação em seu contexto e, se possível, no conjunto em que está inscrita” (MORIN, 2012, p. 15). Pode-se dizer que o conhecimento progride não apenas por seu caráter refinado, formal e abstrato, mas pela capacidade de contextualizar e englobar. Os conhecimentos socialmente produzidos pelos homens já estão presentes na sociedade, o que falta é organizar esses conhecimentos da melhor forma a fim de superar a desigualdade e a educação pública de baixa qualidade.

O autor exemplifica um ensino para além da especificidade, como por exemplo: O ensino da matemática para além do cálculo. A filosofia como responsável de contribuir para o desenvolvimento de um espírito problematizador, se estendendo para uma reflexão científica, perpassando na literatura e poesia ou outras áreas do conhecimento.

 “O desenvolvimento da aptidão para contextualizar tende a produzir a emergência de um pensamento “ecologizante”, no sentido em que situa todo acontecimento, informação ou conhecimento em relação de inseparabilidade com seu meio ambiente - cultural, social, econômico, político e, é claro, natural” (MORIN, 2012, p. 25).

As Diretrizes Curriculares Estaduais de Filosofia (2008, p. 17) trazem uma reflexão importante sobre a visão fragmentada de currículo, destacando que:

 “uma das principais críticas ao currículo cientificismo/academicismo é que ele trata a disciplina escolar como ramificação do saber especializado, tornando-a refém da fragmentação do conhecimento. A consequência disso são disciplinas que não dialogam e, por isso mesmo fechada em seus redutos, perdem a dimensão da totalidade”.

Alguns currículos abarcam conteúdos que não saem de dentro da hierarquia disciplinar. Estão organizados dessa forma e assim permanecem. Não acontece diálogo entre os professores para compartilhar entre si as experiências e informações de uma mesma aula. Cada professor dá a sua aula, de sua disciplina específica. Os alunos aprendem os conteúdos separadamente de forma descontextualizada. O professor encontra dificuldades em contextualizar seu próprio conteúdo.

Compreendendo a complexidade do trabalho pedagógico, da importância do aprender e ensinar percebe-se a necessidade de uma reorganização curricular dos cursos de formação de professores que favoreça reflexões sobre o ensino agregando uma visão mais ampla para um maior entendimento e elaboração de práticas pedagógicas interdisciplinares. Só dessa forma fará sentido o ensino, em especial o ensino de Filosofia e Sociologia.

As escolas já estão se organizando nos moldes interdisciplinares quando, por exemplo, planejam uma semana cultural, há todo um empenho coletivo que por fim concretiza ações educativas resgatando a identidade cultural dos povos. O social encontra-se presente num trabalho para compreensão e respeito de costumes, crenças de uma determinada cultura. O econômico também porque os alunos vão percebendo a fonte de renda de sobrevivência de cada região e povos. E o político quando as disciplinas convidam os alunos para refletirem sobre os acontecimentos.

Os professores que trabalham num projeto rico como esse são todos das diversas disciplinas do saber, interagindo e dando sua contribuição para um ensino mais significativo. A formação desses professores é positiva se eles conseguirem nesta dinâmica buscar diálogo entre as diversas disciplinas se haver uma troca de conhecimentos com os seus colegas de trabalho e atingir seus objetivos juntos.

Nesse sentido e segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino Médio (PCNEM) ressalta que

a interdisciplinaridade não dilui as disciplinas, ao contrário, mantém sua individualidade. Mas integra as disciplinas a partir da compreensão das múltiplas causas ou fatores que intervém sobre a realidade e trabalha todas as linguagens necessárias para a constituição de conhecimentos, comunicação e negociação de significados e registro sistemático dos resultados (BRASIL, 2002, p. 89).

Pernambuco, citado por Bossa (2007, p. 175-176) que diz sobre o interdisciplinar de que tanto se fala não está em reproduzir o que já está pronto, ou seja, escolher um tema e duas ou três ciências. A interdisciplinaridade consiste em criar algo novo. Sendo assim, numa semana cultural como foi citado acima, declara-se uma prática interdisciplinar quando os alunos e professores interagem e criam algo novo, fruto de um esforço coletivo.

2.2         As Contribuições da Filosofia e da Sociologia para o Desenvolvimento dos Adolescentes

 

   Segundo Pernambuco (2012, p. 176)

o saber interdisciplinar a ser elaborado nos espaços escolares e universitários deve ter por princípio a formação, nos sujeitos, de uma nova forma de organização do pensamento, ou seja, a construção de uma postura cognitiva omnilateral apta a melhor interpretar a realidade e atuar sobre ela.

Essa omnilateralidade que o autor destaca é uma formação de um homem completo apto para atuar no mundo e ser produtivo. Ser um sujeito completo implica ter um caráter positivo, saber se relacionar em grupo, além de abarcar uma série de conhecimentos como o ler, escrever, interpretar e calcular.

 A escola tem uma importante função social na organização de um ensino que traz significados a fim de moldar sujeitos positivamente sob a guarda de uma ética que forma o caráter do aluno e o emancipa. O ensino de Filosofia nos convida a refletir sobre o mundo e sobre nossas próprias ações a fim de nos melhorarmos e consequentemente o mundo. O ensino da Sociologia nos ajuda a analisar sobre as relações sociais e vivências de grupo, é ela que vai fazer perceber a prática. Enquanto a Filosofia reflete, teoriza nos fazendo a compreender o que nos cerca, a sociologia analisa a prática, a nossa história e o nosso dia a dia. Podemos dizer que a Filosofia é a Ética: Conjunto de valores e princípios que usamos para decidir três grandes questões da vida que são: Quero, devo, posso? Tem coisa que eu quero, mas não devo, tem coisa que eu devo, mas não posso e tem coisa que eu posso, mas não quero.

A moral sendo a prática de uma ética assemelha-se com a análise sociológica.

Partindo dessa ideia podemos julgar uma extrema importância dessas duas ciências para o proveito e melhoramento do ensino. Elas bem trabalhadas poderá contribuir para o fim da indisciplina nas instituições escolares e uma verdadeira  “compreensão do significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania;”... como destaca o I inciso do artigo 36 da LDB, 2013.

Percebe-se que a grande contribuição pedagógica da Filosofia e Sociologia é mostrar aos jovens a sua realidade contextualizada, de modo que os façam ver sua existência concreta.

Segundo Severino (2011, p. 81) o desafio enfrentado por essas modalidades de ensino não é apenas de ordem política, soma-se com as dificuldades no próprio processo de ensino em sala de aula. Há uma necessidade de uma melhor condução didática, de novas estratégias de ensino que motive os alunos fazendo-os a compreender os objetivos dessas duas ciências.

Nessa perspectiva, a Filosofia e a Sociologia podem trabalhar com várias disciplinas já que “o conhecimento se realiza mediante as linguagens: científica, a estética, a ética, a política, a epistemológica, a técnica etc”.

A postura interdisciplinar se dá por meio de um diálogo que articula os olhares de diversas disciplinas... O olhar interdisciplinar procura exatamente recompor o tecido do real, na sua complexidade, tramando significados.

As abordagens de cunho intedisciplinar vão referir-se, predominantemente, às situações do campo existencial concreto das pessoas e das sociedades, pois é nele que objetos, eventos e situações se apresentam marcados por uma complexidade mais qualitativa... Na medida em que o agir humano se dá por intermédio da práxis e não só pelas práticas, envolvem as decisões e sociais, significados e valores específicos da condição humana, sem similares na esfera da vida puramente natural e na esfera do mundo da matéria (SEVERINO, 2011, p. 85).

 

 

2.3      As Contribuições da Psicopedagogia na construção do Conhecimento

             A psicopedagogia possui um caráter multidisciplinar, é um campo de estudo que interessa compreender como o sujeito aprende. Ela necessita de várias áreas do conhecimento para o melhoramento do olhar significativo sem fragmentos. Contribui para o crescimento e sucesso do aprendiz em desenvolvimento e auxilia nas diferentes formas de abordagens didáticas melhorando o rendimento escolar e desenvolvendo habilidades no indivíduo.

A Psicopedagogia nos convida para uma nova forma de ver o ser humano que para  Visca, 2010, p. 136 “faz parte do contexto do sujeito pedindo um novo olhar, não um olhar classificatório de fenômenos, mas curioso, que dialoga com as várias áreas do conhecimento”.

Partindo do princípio que o conhecimento é dinâmico, pois o sujeito não nasce pronto, está sempre em processo de aprendizagem, criando e recriando novas possibilidades de conhecimentos. Para tanto, uma única especificidade vem anular a diversidade quando não se tem clareza sobre interdisciplinaridade. Não que uma área especifica não seja importante, mas deve-se ter cautela para que não se cometa o erro da prática do olhar de conhecimentos isolados.

Para que isso não aconteça, há uma necessidade de integrar de modo coerente os conhecimentos fundamentais para um bom desempenho acadêmico do aluno, com intuito de vir a contribuir para a sua vida. Desse modo:

“A Psicopedagogia se apresenta com um caráter multidisciplinar devido à complexidade dos problemas de aprendizagem -, que busca conhecimento em diversas outras áreas de conhecimento, além da psicologia e da pedagogia. É necessário ter noções de linguística, para explicar como se dá o desenvolvimento da linguagem humana e sobre os processos de aquisição da linguagem oral e escrita. Requer também, conhecimentos sobre o desenvolvimento neurológico, sobre suas disfunções que acabam dificultando a aprendizagem; de conhecimentos filosóficos e sociológicos, que nos oferece o entendimento sobre a visão do homem, seus relacionamentos a cada momento histórico e sua correspondente concepção de aprendizagem.” (CARVALHO, 2012, p. 1)

 

3.0         CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 Depois de uma longa luta para que houvesse o retorno do ensino de Filosofia e Sociologia no currículo escolar, passa a ser obrigatória por lei a presença dessas duas disciplinas no currículo do Ensino Médio. O III inciso, artigo 36 da LDB (1996) é revogado pela lei n. 11.684 de 2 de Junho de 2008, permanecendo legalmente o IV inciso do artigo 36 da LDB (2013) afirmando “serão incluídas a filosofia e a sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio.”

 No primeiro texto dizia que o “domínio dos conhecimentos de Filosofia e Sociologia são necessários ao exercício da cidadania”. Compreende-se que a Filosofia e a Sociologia são mais que duas simples disciplinas, e sim duas ciências imprescindíveis para a formação do sujeito. São elas que serão os alicerces pedagógicos que irá contribuir para uma rica leitura de mundo. No ponto de vista pedagógico é inadequada uma formação fragmentada onde disciplinas são distribuídas de forma isoladas.

Ainda têm professores que não refletem sobre sua prática pedagógica. Aos professores cabe refletir sobre sua prática em sala de aula e perceber o que cada área do conhecimento do currículo escolar traz de importante para os seus alunos em formação. A junção de uma educação interdisciplinar mais os conhecimentos de Filosofia e de Sociologia resulta por fim uma formação integra do homem. Desse modo, diante de uma compreensão interdisciplinar, percebe-se que o problema de ordem didática minimiza com um trabalho de reestruturação curricular, não só das escolas básicas, mas também dos cursos universitários.

 

 

 

         

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei n. 9394 de 20 de Dezembro de 1996. Curitiba: Secretaria de Assuntos Educacionais, 1997.

_________ Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Ministério da Educação. Brasília, 2002.

LIMA, COSTA & PERNAMBUCO. Ensino Médio e Interdisciplinaridade: Reflexões sobre o Ensino de Sociologia. Holos, ano 28, vol 2. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2012.

MORIN, Edgar. A cabeça bem- feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 20. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica, Filosofia. Curitiba: Seed/DEB-PR, 2008

________. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica, Sociologia. Curitiba: Seed/DEB-PR, 2008.

SEVERINO, Joaquim Antônio. Do ensino da filosofia: estratégias  interdisciplinares. Educação em Revista, v. 12, n. 1, p.81-96, jan./jun: Marília, 2011.

VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica: Epistemologia Convergente. Segunda edição. Tradução: Laura Monte Serrat Barbosa. São José dos Campos: Pulso Editorial, 2010.

REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS

 

BRASIL. (Lei Darcy Ribeiro,1996). LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394 de 20 de Dezembro de 1996 – 8. Ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2013. Disponível em< http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/2762/ldb_8.ed.pdf?sequence=13 Acesso em: 17 nov. 2013.

CARVALHO, Maria. A Trajetória da Psicopedagogia, suas contribuições e limites. Disponível em>http://pt.slideshare.net/Jamille777/a-trajetria-da-psicopedagogia Acesso em: 15 abr. 2014.



[1] Graduada em Pedagogia - Licenciatura – pela Faculdade União das Américas – UNIAMÉRICA, Especialista em Filosofia e Sociologia pela Faculdade União da Américas e Psicopedagoga Clínica e Institucional pela Faculdade de Tecnologia do Vale do Ivaí - FATEC e Grupo RHEMA Educação - Estado do Paraná. Contato: [email protected]