INTRODUÇÃO

 

A Pedagogia Histórico-Crítica é um marco na educação brasileira, pena que a teoria de altíssimo valor é pouco praticada no cotidiano escolar. Por pressupor a demonstração aos educadores dessa Pedagogia, a qual tem seus fundamentos epistemológicos no Método Dialético de elaboração do Conhecimento e na Teoria da didática evidenciando o método dessa pedagogia e sua viabilidade na prática docente. Nesses termos a educação é entendida como o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular. Em outros termos, isso significa que a educação é entendida como mediação no seio da prática social e global. É válido porque decorre de um método pedagógico que parte da prática social onde o professor e aluno se encontra igualmente inseridos. Porém com uma diferença eles devem travar uma relação intrínseca de compreensão em um só rumo de soluções dos problemas. O docente deve viabilizar sua incorporação como elementos integrantes da própria vida dos alunos.

A teoria pedagógica histórico-crítica tem por fundamento dar aos educadores alguma perspectiva, para lhes oferecer uma alternativa. Ela parte do pressuposto de que é viável, mesmo numa sociedade capitalista, uma educação que não seja, necessariamente, reprodutora da situação vigente, e sim adequada aos interesses da maioria, aos interesses daquele grande contingente da sociedade brasileira, explorado pela classe dominante. A teoria em questão peca em acreditar que a educação não tem poder de determinar as relações sociais, ao mesmo tempo em que é por elas determinada. Ela pressupõe, erroneamente que, dada uma sociedade capitalista, a educação apenas e tão somente reproduz os interesses do capital. Por isso, ela não apresenta proposta pedagógica, além de combater qualquer uma que se apresente, deixando os educadores que atuem em sociedades capitalistas sem perspectivas: sua única alternativa honesta seria abandonar a ação educacional, que seria sempre necessariamente reprodutora das condições vigentes e das relações de dominação — características próprias da sociedade capitalista.

 

Esta teoria, ao mesmo tempo em que contribuíram para a compreensão dos condicionantes mais amplos da educação, geraram, segundo a concepção histórico-crítica, um modo estático, unilateral por não considerar a reciprocidade entre as instâncias infra estruturais e superestruturais. Determinista por não conferir as agencias da superestruturais, papel algum no processo de transformação social, uma vez que estas são unidirecionalmente determinadas pela base material.

Existe uma relação intrínseca entre os indivíduos que necessitam de uma educação formal que possibilite a apropriação de conceitos de modo que se tornem instrumentos do pensamento na relação com a realidade, que dê ciência de seu movimento; do movimento dos próprios conceitos e do pensamento na busca de compreensão do real. Este desafio somente pode ser enfrentado com a organização intencional de atividades educativas que atuem com determinação neste sentido.

Portanto, na prática, a pedagogia histórico-critica sugere ações relativas ao anúncio dos conteúdos e dos tópicos que serão estudados naquela unidade, bem como tomar ação para ouvir os alunos, saber o que eles já sabem ou entendem a respeito do conteúdo, e anotar o que os alunos gostariam de saber mais sobre o assunto. Cabe ao professor deixar claro duas dimensões: o que aprender e para que aprender.

O empirismo é uma teoria filosófica que defende o conhecimento da razão, da verdade e das ideias racionais através da experiência. É descrito-caracterizado pelo conhecimento científico, a sabedoria é adquirida por percepções; pela origem das ideias por onde se percebe as coisas, independente de seus objetivos e significados; pela relação de causa-efeito por onde fixamos na mente o que é percebido atribuindo à percepção causas e efeitos; pela autonomia do sujeito que afirma a variação da consciência de acordo com cada momento; pela concepção da razão que não vê diferença entre o espírito e extensão, como propõe o Racionalismo e ainda pela matemática como linguagem que afirma a inexistência de hipóteses.

Há quem defenda o empirismo e afirmam que a razão, a verdade e as ideias racionais são adquiridas por nós através da experiência. Antes da experiência, dizem que nossa razão é como uma “folha em branco”, onde nada foi gravado. Somos como uma cera sem forma e sem nada impresso nela, até que a experiência venha descrever na folha, gravar na tabula dar forma à cera.As ideias, trazidas pela experiência, isto é, pela sensação, pela percepção e pelo hábito, são levadas à memória e, de lá, a razão as apanha para formar os pensamentos.A experiência escreve e grava em nosso espírito as ideias e a razão irá associá-las, combiná-las ou separá-las, formando todos os nossos pensamentos.
Portanto, é fato que existe uma relação entre empirismo e pedagogia histórico crítica, pois partindo do pressuposto que o aluno necessita de uma estrutura cognitiva na qual se possa apoiar o educador também necessita desta estrutura cognitiva, e acredita-se que a mesma deva iniciar com a superação de uma prática empirista, difusa e sincrética, reflexo de uma formação tecnicista, fragmentada do curso de pedagogia, para uma prática teorizada cientificamente, sistematizada de forma metódica, e objetiva, visto que, a pedagogia caracteriza-se, pelo esforço teórico e sistematizado de pensar a ação educativa, em sentido amplo, e de pensar, ao mesmo tempo, num sentido mais restrito, os problemas que surgem da relação entre teoria e prática no processo ensino-aprendizagem e da própria relação pedagógica.

A psicologia da educação está indubitavelmente ligada a Pedagogia Histórico-Crítica a partir dos trabalhos de Vygotsky e da produção de educadores/pesquisadores brasileiros como os quais postulam que a compreensão da educação implica a compreensão da natureza humana. Nesse sentido discutir-se o desenvolvimento do psiquismo humano e o processo de ensino e aprendizagem. A educação constitui um fenômeno próprio do ser humano o que quer dizer que implica em reconhecer que a educação é ao mesmo tempo, uma exigência do e para o processo de trabalho, bem como é um processo de trabalho.
Através dessa prática e mediado pelas relações que estabelece no processo de produção ele transforma a realidade e se transforma. Com o trabalho transformam-se o cérebro, os órgãos de atividade externa e os órgãos dos sentidos. Nesse sentido evidencia que o trabalho criou o homem e a sua consciência. O homem ao interagir na sociedade e com a natureza cria os instrumentos e signos. Os instrumentos constituem tudo aquilo que se interpõe entre o homem e o ambiente. Agem externamente ampliando e modificando suas formas de ação. 

No Brasil a educação passou por influências de diversas teorias pedagógicas dentre elas Pedagogia da Existência. Essas teorias pedagógicas “não críticas” foram introduzidas no Brasil no século XIX, eram vistas como redentora da humanidade e capaz de acabar com o problema da marginalidade social. Havia a necessidade de uma pedagogia revolucionária crítica por saber-se condicionada ao social, surge então, a Pedagogia Histórica Crítica, surgida no Brasil nos anos 80, expressão do marxismo na educação. Elaborada pelo professor Dermeval Saviani e sua ação educativa têm como base a dialética. Este texto pode ser dividido em dois momentos. O primeiro é uma revisão sobre as Teorias de Educação, isso é necessário para entender o contexto em que a Pedagogia Histórico-Crítica é proposta. O segundo momento deste artigo trata especificamente sobre a Pedagogia Histórico-Crítica, enfocando como a dialética, método desenvolvido por Marx para entender e analisar o capitalismo pode ser um método para chegar ao conhecimento e também como pode ser utilizado em uma perspectiva educativa, ou seja, como um método de ensino-aprendizagem.

A Pedagogia Histórico-Crítica é um marco na educação brasileira, porém pouco praticada no cotidiano escolar. Este artigo propõe demonstrar aos educadores os pressupostos dessa Pedagogia, a qual tem seus fundamentos epistemológicos no Método Dialético de Elaboração do Conhecimento e na Teoria Histórico-Cultural. 

 CONCLUSÃO

 

A visão que se tem é que a pedagogia histórico-crítica é de fundamental importância para o processo de formação de professores, pois busca a formação integral do aluno, Por buscar uma inter-relação entre a teoria e a prática. Como todo método tem suas deficiências nesse caso a formação de professores implica em déficit de aprendizagem em relação ao contexto histórico, que se refere ao objetivo da pedagogia histórico-crítica.

O ganho que se tem para os discentes nessa teoria é que os professores ampliam suas referencias sobre o processo de consciência de classe e o processo de ensino em relação ao aluno em formação.