Acredito estarmos vivendo em épocas, no mínimo, questionáveis e tal pensamento é fruto de várias novidades que se acentuam diariamente em meio a todos. Diversos exemplos reafirmam essa fala, porém, começamos com as alternativas oferecidas pelo governo, como por exemplo, Bolsa para a família, para o aluguel e aquela que possibilita acesso a Cultura – para mim, iniciativas excelentes e que facilitam a vida da nossa gente, porém, desacompanhadas de um processo de conscientização em rede a fim de redirecionar posturas, tendem a servir unicamente como instrumentos imediatistas de acomodação. Avante, temos Campanhas do tipo Eu, Você, Todos pela Educação que utilizam a imagem de personalidades com grande exposição midiática – são excelentes ações, porém, acredito que os resultados seriam mais produtivos se o aluno, ao retornar para casa, encontre de fato pai e mãe sóbrios, calmos, felizes, com tempo e demonstrando real interesse pela sua vida escolar – na inexistência disso, penso que a produção, tende a ser incorporada em meio a tantas outras, passando assim por despercebida. Também não podemos esquecer as meias e as cuecas que deixaram de acomodar determinadas partes do corpo humano e passaram a desempenhar funções do tipo Caixa Forte do Tio Patinhas – nesse caso, sugiro a Bolsa Irmãos Metralhas destinada a salvaguardar o fruto dessas transações vergonhosas, medíocres e desonestas. E por fim, as atrocidades que os humanos realizam como ninguém, como as agulhas cravadas no corpo da criança e o fato do filho que matou a mãe a marteladas enquanto esta dormia – ambas as situações, sem comentários. Ao analisar tais realidades, nós educadores somos levados a questionar para qual mundo encaminhamos crianças e adolescentes e de que forma estamos conseguindo tal proeza (se estamos, é claro). Ora senhores, se nós enquanto docentes não considerarmos tais fatos, no mínimo, o processo de ensinar e de aprender que afirmamos desenvolver com extrema qualidade, está desprovido da amostragem social que está a vista de todos. Como então, aliviar o sofrimento das pessoas elevando a qualidade de vida do nosso povo? Tal responsabilidade é exclusiva da organização escolar? Acredito precisarmos um redirecionamento enquanto docentes, advogados, garis, políticos, médicos, enfermeiros, por fim, enquanto cidadãos que possuem direitos e deveres e, acima de tudo, conscientes que todos somos alvos dessas manifestações da humanidade, portanto, devemos abolir ações desprovidas do compromisso de interligar a realidade vivida pelas pessoas com os patamares de excelência e de qualidade que planejamos superar diariamente.