A arte engrandece o sentido e o sentimento do mundo porque a liberdade se impõe como marca do que o homem é e faz. No exercício dessa liberdade é que se avalia o que lhe serve ou não para a convivência, formulam-se regras, estabelecem-se modelos de conduta que se permitam a vida em sociedade.

 A esse conjunto de valores, normas e regras denomina-se moral. A moral prescreve o que se deve ou não se deve fazer diante dos diferentes grupos sociais a que pertencemos. Sendo assim, é comum o homem guiar suas ações pelo reconhecimento social do grupo em que se está inserido. Nessas relações se aprende o que é bom ou mal, certo ou errado, justo ou injusto. 

É importante considerar que a identidade também se forma na diversidade, família, escola e nos meios de comunicação de massa que expõem crianças, jovens e adultos a modelos de conduta diversos e, por vezes, contraditórios.

Se a vida constantemente apresenta escolhas é preciso saber distinguir qual a melhor forma de agir, essa é a tarefa da ética enquanto reflexão da moral. Se a moral é o exercício do dever, a ética é o exercício do querer consciente de suas implicações e consequências. Não se trata de doutrinar, mas de buscar formas de favorecer a autonomia moral. Em outras palavras, mais do que ensinar o certo ou errado é preciso criar condições para que crianças e jovens possam pensar por si mesmos as condições e consequências de suas escolhas.

 O comprometimento dos membros de um grupo com uma situação verdadeiramente problemática implica na necessidade de se admitir os conflitos, avaliá-los e buscar soluções, portanto necessita-se o exercício da autonomia do pensar. Ora, se a moral apresenta valores, avaliar os valores e aprender a valorizá-los é fundamental para a investigação ética, que tem um espaço promissor no diálogo.

 Há necessidade em praticar uma educação que atenda as necessidades das pessoas para serem consideradas cidadãs, ou seja, que possa “viver decentemente”, uma escola que forme educandos capazes de se comprometerem com a busca da verdade, não permitindo que as más ideias tomem destaques e prevaleçam manipulando a ação das pessoas. Cidadãos que respeitam e trabalham para que o respeito ao outro seja garantido em todos os níveis.  No processo de conscientização através da reflexão filosófica, para a efetivação da cidadania para todos, capaz de levar à mudança da prática em nível da relação social, não se poderá esquecer a importância e necessidade do enfoque moral e ético, como norteadores desta reflexão. É pertinente enfocar esta importância, porque nos dias atuais aumenta cada vez mais os péssimos exemplos (corrupções nos cofres públicos, descaso com a pessoa do outro, diferentes tipos de opressão e abusos que geram milhares de desabrigados, famintos e miseráveis, refugiados em drogas...) que impedem as pessoas de viverem plenamente sua cidadania; não deixando parâmetros capazes de levar as crianças e jovens a agirem e acreditarem que vale a pena ter um comportamento diferente, que vale a pena e é possível oferecer boas condições de vida para todas as pessoas.  .

 Daí a possibilidade e a necessidade de envolver todas as disciplinas do currículo escolar, bem como a educação familiar neste trabalho reflexivo, para que a cada dia mais aconteça para todos a efetivação da cidadania e assim, num futuro bem próximo, todos terão a oportunidade de viver decentemente.