Rede social: “Relação estabelecida entre indivíduos com interesses em comum em um mesmo ambiente. Na internet, as redes sociais são as comunidades online [...] em que internautas se comunicam, criam comunidades e compartilham informações e interesses semelhantes.”

Fonte: G1 definições, 09/04/08 - 21h45 - Atualizado em 17/04/08 - 21h57

 Rede Sociais: Bem e Mal

            O tal “compartilhamento de informações e interesses semelhantes” que compõe a alma da rede social depende muito do tão conhecido sistema de crenças. Se alguém clica em “gostei”, não importa de onde vem a informação referida: gostar é gostar – sentimento originado no indivíduo, que opera o equipamento usado para ver a informação. Os valores que agrupam os componentes podem ser extremamente difusos – dispersão causada pela distância física entre os envolvidos no processo de “convivência”. Assim, o de corpo tatuado adere ao que não tem sequer uma mancha congênita; o cantor de ópera adere ao que nunca fez teatro (nem na escola!); o padre sexagenário ao skatista adolescente... Infinita é a lista.

            No mundo concreto não seria possível formar tão facilmente tais relações. É um clique e pronto! You are my friend! O que nos leva ao quesito segurança. Até que ponto é seguro fazer amizade com esta ou aquela pessoa? Alguém que está, por exemplo, na sala de espera do consultório médico ou na fila do banco (antes ou depois). Virtualmente há a segurança de nunca ter que encontrar pessoalmente, a não ser por opção. Aí vemos vantagem. Posso admirar seu trabalho e ter o meu admirado, posso aconselhar e ser aconselhado, posso parecer mais bonito do que pessoalmente, posso demonstrar aptidões que nunca fora oportunizado antes. O já citado sistema de crenças de repente é ampliado e eu tenho um raio de ação cultural bem maior. Aí lembramos que sistema de crenças pressupõe temores e limites, fatores essenciais na comunidade convencional. Já na comunidade virtual, amplia-se o horizonte – não há necessidade de tanta cautela, pois há a preservação do corpo – sede da inteligência e da vida em si.  A supracitada, amorfa, valoração que agrupa as pessoas é o bem que faz a rede social: permite-se que o indivíduo pratique com mais amplidão a infinitude do seu pensar, experimentando virtualmente, e, assim, construindo sua personalidade com mais autonomia do que aquela proporcionada nas relações concretas.

             Ecossistema: Conjunto de seres vivos e do meio ambiente em que eles vivem, e todas as interações desses organismos com o meio e entre si.

Fonte: http://fundamar.com.br

               O sol, o ar, os sons e paisagens naturais causam ao corpo humano sensações, reações, benefícios os quais otimizam a nossa percepção tanto do mundo externo como do nosso psiquismo. A privação da experiência sensível, também priva o indivíduo de experimentar “sofrimento”, isto é, enfrentamentos em novas realidades afetivas e físicas. Sendo a comunidade a parte viva de todo ecossistema, a biosfera é o ecossistema maior, e o internauta, o membro da comunidade global. Porém é na comunidade local que cada pessoa vivencia as possibilidades e limites da vida concreta – vivência esta essencial para a preservação da própria vida, já que o exercício do ir e vir proporciona treinamento para novas realidades cotidianas. O mal da rede social é este: presente em todo o planeta e isolado de todos, o membro ativo tem os seus valores desfocados e suas referências dissolvidas no universo virtual.