O autor expõe alguns objetivos da educação hoje:

-A educação e nós como profissionais deve contribuir para que nossos alunos e alunas sejam capazes de avançar e construir sua vida de forma sustentável. Esse objetivo principal visa a capacidade de controlar a própria vida.

-O segundo é que a pessoa tenha critério próprio, que seja capaz de tornar decisões e de adotar uma postura diante de assuntos polêmicos.

-Temos que possibilitar as pessoas ser felizes neste mundo. A escola deve ser um lugar de espaço, de aprendizagem, de convivência, de prazer, mas também um lugar para aprender a ser feliz.

Sustentabilidade pessoal, critério próprio e reconhecimento dos valores felicidade e dignidade como guias são os objetivos que deveríamos destacar como principais em todo projeto educativo.

Há fundamentalmente três âmbitos nos quais temos de trabalhar com ênfase e profundidade:

-o mundo dos sentimentos, o conhecimento da cultura dos alunos é fundamental;

-mundo da linguagem que trata-se de algo central, pois uma parte importante das formas de expressão violentas e agressivas é gerada quando a pessoa não sabe se expressar;

-a capacidade de que nossos alunos construam valores. As pessoas, ao longo da vida, constroem seus valores, baseando-se no mundo dos sentimentos, em suas próprias raízes.

Sabendo-se que competência argumentativa é essencial, nós como profissionais, deveríamos ser os primeiros especialistas na competência argumentativa e no mundo da linguagem, mas nem sempre somos.

São três as condições que devemos gerar no cotidiano escolar para que esses valores possam ser vivenciados: a primeira é o cultivo da autonomia da pessoa; a segunda o valor do dialogo; a terceira o valor da diversidade.

Temos de construir projetos educacionais de comunidade., de território e de escola, um trabalho não só cooperativo, mas principalmente colaborativo, esse é o trabalho que devemos potencializar.

Falta-nos cultura de autoavaliação estamos talvez entre os que mais avaliam neste mundo, depois dos juízes, mas somos os que menos temos integrada a cultura da avaliação.

A educação hoje deve procurar formar pessoas que sejam capazes de guiar e controlar sua vida de modo sustentável, tanto no espaço intimo e pessoal como no profissional, social e comunitário ou cidadão.

É importante aproximar a formação inicial e a continua, ao ambiente de trabalho, as instituições de ensino e a título de projeto educativo das instituições.

São as pequenas melhorias que realmente podem estimular a mudança da cultura docente em curto e médio prazo.

A qualidade da educação e a qualidade de vida em nossa sociedade, em médio prazo dependem da vontade política direcionada realmente á conquista de uma sociedade mais inclusiva, mais equitativa.

São necessárias propostas inovadoras de caráter político e social, que gerem políticas públicas que evitem a segregação escolar e educacional nos territórios.

A melhoria da qualidade da educação em uma comunidade é indissociável da conquista de maior equidade no território.

A preocupação com a excelência sem equidade gera mais desigualdade e impede a coesão e a inclusão social

Pps.

É preciso mudar a cultura de trabalho do professor e de ele entender que sua tarefa não consiste apenas em ministrar bem suas aulas, mas em trabalhar em equipe além da sala de aula e no âmbito de um projeto esse que situa sua tarefa em uma esfera mais pedagógica e social, e não apenas na esfera escolar.

Acredito que o aprendizado em equipe e o aprender a ensinar os alunos a trabalhar em equipe podem cumprir duas necessidades do professor: por um lado, atingir um objetivo de trabalho, que é levar os alunos a melhor aprenderem o que é algo que lhe dá satisfação no trabalho; por outro, aprender ele próprio a trabalhar em equipe.

Em busca da melhoria da qualidade da escola e da educação compreendemos que os objetivos educacionais não são alcançados apenas nas escolas, mas com o apoio de ppolíticas públicas que possam atingir a família, a infância e os meios de comunicação.

No âmbito da escola, os objetivos precisam ficar mais claro, direcionados para que os alunos possam construir a vida de modo sustentável, tomando decisões, apoiados nos valores da felicidade e da dignidade.

Para lograr os objetivos educacionais, para Miguel propõe um trabalho que considere tres âmbitos:

  1. o mundo dos sentimentos dos alunos( aceitação, não necessariamente aprovação);

  2. o mundo da linguagem- competência comunicativa, as quais o professor precisa primeiramente exercitar;

  1. a capacidade para que os alunos construam valores, ou melhor matrizes de valores (já que aqueles existem e estas são construídas, para a qual três condições devem ser previstas: o cultivo da autonomia da pessoa; o valor do dialogo; o valor da diversidade.

 

É preciso que a equipe docente de uma escola reconstrua novamente tais objetivos no seu contexto real de trabalho e leve em conta que tal contexto está mediado pela população escolar concreta com a qual trabalha, pelas famílias e suas condições de vida e pela comunidade na qual a escola se encontra.

Para realizar o trabalho de cultivo e valorização da autonomia da pessoa, o diálogo e a diversidade, o autor considera a necessidade de o professor assumir três compromissos:

O entendimento da docência como uma profissão e não como um ofício, demandando enfrentar incertezas e tomar decisões, o desejo de não fazer cursos de atualizações, mas de buscar compreender as diferentes situações, para o que pode ajudar a formulação de projetos educativos de comunidade, de territórios, de escolas, o empenho em devolver um cultura de avaliação diagnostica.

Quando família, escola e sociedade compartilham e defendem os mesmos critérios pedagógicos e educativos os resultados são melhores.

Outro fator importante seria se a mídia concentrasse esforços em oferecer uma imagem da tarefa dos docentes e das escolas na qual se destacassem suas contribuições e se reconhecesse seu compromisso com a educação e a melhoria de sua qualidade. Não se trata de oferecer uma imagem irreal, mas de aproveitar todo o trabalho positivo que os docentes realizam para oferecer uma visão midiática ajustada a realidade, que gere confiança nas famílias e na sociedade em geral e que promova reconhecimento social e autoestima nos docentes.

As transformações que caracterizam nossa mudança de época consistem, no âmbito pedagógico, em que o importante não é só preparar para um trabalho ou para estudos superiores, mas preparar para um trabalho e para aprender a aprender de forma autônoma e continua ao longo da vida.

Não é apenas formar cidadãos que têm direitos e deveres, mas cidadãos ativos, capazes de tornar nosso mundo mais justo e equitativo. Não é apenas formar pessoas de acordo com uma matriz ou escala de valores única e predeterminada pelas gerações adultas, mas capazes de construir sua escala ou matriz de valores de maneira autônoma e em situações de interação social fundamentadas na autonomia pessoal, a conquista do bem comum e o respeito a diversidade para alcançar uma sociedade de liberdades mais inclusiva e coesa. Alguns sindicatos, organizações e movimentos de renovação pedagógico entendem que sua tarefa não se esgota na defesa de interesses particulares, e sim que consiste em promover transformações sociais e políticas que possibilitem uma sociedade mais justa e equitativa não só para seus filiados.

Esse é o modelo de sindicato e filosofia que a partir dos governos, dos parlamentos e da sociedade devemos propor para tornar possíveis aquelas mudanças na cultura de consciência e de trabalho dos professores que possibilitem abordar na escola os temas sobre mais qualidade em educação e mais equidade social.

É importante que os professores estejam preparados não apenas para planejar e enfrentar situações rotineiras da sala de aula, mas também para lidar com o imprevisível, com a surpresa.

Se nos centros de formação não se dedica tempo a reflexão teórica e a construção do discurso sobre a realidade educativa e a prática pedagógica, por mais que nossas docentes se preparem nas diferentes ciências da educação, não serão capazes de analisar profundamente a complexidade que caracteriza a educação e sua tarefa.

A percepção do professor sobre a satisfação oi insatisfação com que vive sua profissão é um tema chave na melhoria da qualidade da educação, das escolas e da tarefa dos docentes.

As professoras indicavam insatisfação principalmente com os fatores extrínsecos ao trabalho e satisfação com os intrínsecos, como ver os alunos aprenderem e as relações agradáveis que com estes mantinham.

Há que se procurar melhorar numa escola, ambas as dimensões extrínsecas e intrínsecas de satisfação/ insatisfação do professor no trabalho.

O reconhecimento que falta aos professores advém tanto da sociedade em geral quanto dos sujeitos com os quais os professores se relacionam em cada escola.

Sabemos que a realidade educacional tem nos mostrado um grande distanciamento entre a escola e as instituições externas a ela, em especial a família.

Por isso o desenvolvimento de uma cultura colaborativa e de equipe é o caminho mais promissor para se alcançar o bem estar do professorado.

Contudo entendemos que a profissão docente "é complexa e desafiadora, exigindo de cada um contínua vigilância, esmero nos estudos e sensibilidade na avaliação de tudo que está em jogo em cada acontecimento.” (ARANTES, 2009.p.138)