Para que possamos entender essa relação complexa, existente entre o professor e o aluno devemos remontar-nos a tempos passados, noutro dia em uma certa palestra ouvimos da palestrante (uma senhora de idade avançada), doutora em Educação dizer-nos que outrora, quando ela adeentrava a sala de aula, seus alunos se levantavam em sinal de respeito e em alta voz como num coro diziam, "boa noite", e hoje 30 anos depois quando o professor entra numa sala de aula, poderá o mesmo subir na mesa, tirar quase toda a roupa e boa parte desses alunos nem se dará conta de que o professor entrou em sala.

Nesse sentido partimos do pressuposto de que em tempos pós-modernos, o professor assume a função de incentivador/energizador e principalmente orientador, noutros tempos o que se dizia em sala era regra de vida, como saber único e acabado, hoje a realidade que encontramos em sala de aula é além de pessoas aptas a aprender,  pessoas que precisam realmente aprender a aprender, que são instigadas a conhecer, saber, investigar, raciocinar. Devendo o professor assumir uma função de orientação, como preceptor de saberes inacabados, como parâmetros para construção de novos conhecimentos.

Haja vista, que as informações em quantidade e desencontro gera no aluno uma confusão de respostas, argumentos pautados no saber não científico, gera respostas de senso comum, aí a escola perde sua função formadora de caráter, de visão de mundo. Para tanto propomos aos nossos professores e futuros professores que pensem para além da sala de aula, sabendo que em suas mãos está a possibilidade da formação de um indivíduo crítico e pensante, que não só transforma sua vida, mas também transforma a vida de sua comunidade. 

Nessa relação de construção de conhecimento o professor fala, mas também ouve, ou seja, dialoga com o aluno, o aluno só exerce sua atividade mental sobre o objeto quando observa, compara, classifica, ordena, seria, localiza no tempo e no espaço, analisa, sintetiza, propõe, comprova hipóteses, deduz, avalia e julga, nesse sentido estabelece uma relação não mais unilateral, mas sim à partir do diálogo.

E ainda nesse diálogo não podemos esquecer da autoridade do professor, que as vezes é confundida, sendo exercido pelo mesmo o autoritarismo, apesar de sua gênese etimologica, essas duas palavras destinguem-se em significado, a primeira por sinal tão importante nessa relação pois é inerente ao papel e função docente do professor a autoridade é um valor, pois que é garantia da liberdade, a autoridade amiga que estimula, incentiva, orienta, reforça, mostra falhas. Diferentemente está o autoritarismo, que pensa tudo saber e nada mais querer aprender, quer  tudo falar e nada ouvir.

Por fim,  elencamos alguns pressupostos que acreditamos ser de suma importancia para o estabelecimento de uma relação prazerosa e construtiva do aprender-ensinar-reaprender, entre professores e seus alunos, devendo essa mesma relação sempre primar pelo respeito mútuo, sendo o aluno não mais a tábula rasa, mas sujeito do conhecimento, capaz e apto para aprender e ensinar, visto que os recursos são amplos e os mais variados nesses tempos de pós-modernismo.

HAIDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. 7.ed. São Paulo: Ática, 2003.