POR QUE O SANGUE É VERMELHO?

Uma prova de que não apenas há uma inteligência por trás da realidade, mas de como ela tem uma moral e profundo interesse em que esta seja obedecida.

Se alguém algum dia se perguntou ou se perguntar por que o sangue é vermelho, não admira que possa chegar a conclusão surpreendente, para não dizer inquietante. O presente artigo tenta não ser puritano, piegas ou professoral demais, num tema que jamais chegaria a bom termo nos ouvidos de quem quer que habite a submundo permissivo da pós-modernidade.

Comece o leitor por perguntar, com base nos estudos científicos da Astronomia, sobre qual cor de luz é vista à maior distância, para os cosmologistas encontrarem estrelas e descobrirem inúmeros dados sobre elas. Depois pergunte aos cromologistas ou estudiosos das cores sobre qual cor provoca um choque maior em contraste com outras cores, sobretudo claras, em matéria de construção civil e pintura de interiores (salas, quartos, etc.), além de veículos, recipientes, malas, etc. Depois pergunte aos cromoterapeutas e psicólogos que utilizam cores no auxílio ao tratamento de depressivos e outros neuróticos em consultório, sobre qual cor pode produzir reações mais impactantes, tanto no sentido de acalmar (hiperativos) quanto de servir como alto estimulante para deprimidos e gente que já perdeu o ânimo de viver. Todas as respostas serão: o vermelho vivo.

Agora vá em frente e raciocine o seguinte: perceba como na profusão de cores de "choque" (ou 'aberrantes') que o mundo pode apresentar aos nossos olhos, como azuis vivos, amarelos circenses, rosa-choques, laranjas-abóboras e todas as cores claras metalizadas ou cromadas que donos de velhos cadilaques usam, ou nas roupas das mulheres balzaquianas chamadas peruas, perceba como mesmo quando tais cores aparecem em conjunto (como em pinturas escolares infantis), ainda assim o vermelho vivo é sempre muito ou mais vistoso do que as outras cores. Em situações onde uma faxina descuidada é feita sobre um birô cheio de papéis, ou quando a polícia recebe ordem judicial para vasculhar a papelada de algum suspeito de corrupção fugitivo de seu apartamento, e na ocasião, sem querer, um frasco aberto de tinta vermelha vira e se derrama, veja que onde quer que o vermelho caia, mesmo que não seja necessariamente sobre os papéis brancos, uma "tragédia" acontece, no sentido de que a partir de então será muito difícil esconder a 'faxina'! Se a tinta fosse a óleo, ou pior, de secagem rápida, o destrambelho na escrivaninha alheia é um desastre que pode custar caro a quem virou o frasco. E se aquela tinta tiver caído sobre roupas? (brancas ou claras)... Ou no estofado de carros, ou em tapetes e sofás de luxo? Ou pelo menos na neve ao lado do barco dos "Assassinos de Focas"? O leitor pode imaginar no que vai dar...

Pois bem. A pergunta agora é inevitável: quem escolheu o vermelho vivo para pintar o sangue? (Deixemos a resposta dos ateus de lado, para efeito de encurtar este artigo – até porque as respostas ateístas são sempre previsíveis!). Ou que inteligência teria pintado o sangue de vermelho, sabendo o estardalhaço que esta cor provoca quando algo a desaloja de seu lugar de origem? Sem dúvida só pode ter sido alguém muito inteligente, ou, pelo menos, alguém interessado em gerar o estardalhaço com o desalojamento do vermelho!

Se o leitor raciocinou até aqui, deve facilmente concluir que a cor do vermelho foi escolhida por uma inteligência interessada em dificultar as ações que desalojassem o vermelho, ou que pelo menos deixassem um rastro extremamente incômodo para quem o desalojou, obrigando o desalojador a esforçar-se tremendamente por reparar o ocorrido, sob pena de autodenunciar-se incorrigivelmente! Noutras palavras seria: a cor vermelha do sangue foi escolhida porque Deus quer desencorajar ou pelo menos dificultar ao máximo o derramamento de sangue, sobretudo no plano individual e doméstico, dando uma trabalheira danada para "limpar" as provas de um crime. Fica claro que um sangue na cor de água ou na cor das plantas seria muito menos notado e muito mais camuflável por parte do criminoso, mormente se o crime fosse praticado em meio rural.

Mas a coisa não pára aí. Veja. O chatíssimo incômodo de limpar a cena do crime por parte do criminoso ainda se defronta com a viscosidade do sangue, que possui uma espécie de "cola" para ajudar a fechar golpes e restaurar tecidos dilacerados, e quanto mais passar o tempo, mais forte se torna a fixação das partes juntadas pela cola do sangue. Isto traz a certeza para o criminoso de que se ele quiser sair-se da situação com alguma chance de não ser descoberto, precisa agir não apenas rápido, mas com esforço e esmero na limpeza do sangue derramado (em pisos, tapetes, roupas, etc.), sem falar no cheiro que os peritos já sabem que dura pelo menos 24 horas, com auxílio de modernos detectores de aromas da ciência forense. Aí está o quadro todo, bem claro, ao olhar.

Então resta a última pergunta, que nem deveria ser feita por ser de uma obviedade ululante: por que Deus quis atrapalhar a vida dos criminosos? (Mas esta pergunta na verdade seria: por que Deus usou um recurso tão primário para botar areia na sopa dos criminosos?)...

A pergunta inevitavelmente leva qualquer um de nós a atentar para a teologia moral, queiramos ou não! O que ela conota ou nos diz nas entrelinhas? Ela expõe um Deus Moral, ou seja, um "Chefe" interessado em impedir ou pelo menos desencorajar o ato extremo do egoísmo humano, a saber, o ódio materializado em ação! O ódio do egoísmo que se julga um deus, ou que julga ter o direito de tirar a vida de um semelhante, por achar que ele "atrapalha seus planos". Isto é apenas uma síntese ligeira da verdade, mas já grita alto aos ouvidos de quem quer que os tenha ("quem tem ouvidos para ouvir que ouça", já dizia o Deus encarnado – Mc 4,23).

Finalmente, então, depois de descobrir que o Pai (o Infinito, o Criador, o Chefão) trabalhou duro para impedir o pecado que citou na lei (Ex 20,13), não apenas desencorajando-o desde o seu nascedouro no ódio, mas também tornando uma amizade uma coisa tão boa, útil e agradável; e depois instigando a prática do perdão como fórmula perfeita de perenizar as amizades, até ao ponto de interferir diretamente na ação final de quem chegasse ao desejo de matar (com o cuidado de ir aos mínimos detalhes da constituição do sangue), e com isso deixando clara a sua vontade de Deus que é pai, amigo e amante do Bem e dos bons; e por ser Deus, com amor suficiente para se interessar até por quem perdeu toda a bondade que recebeu dEle ao nascer! Por tudo isso então é vital ter Deus como um autêntico Pai, que ensina, corrige e pune, ao contrário dos pais modernos que podem ser, inexoravelmente, os verdadeiros criadores de bandidos.

Prof. João Valente de Miranda ([email protected]).