Por que a FILOSOFIA no Ensino Médio.

A filosofia no currículo do Ensino Médio nas escolas é de fundamental importância para a formação escolas é de fundamental importância para a formação (contínua e processual), dos alunos. A parti da estimulação e elaboração do pensamento abstrato, a filosofia ajuda a promover a passagem do mundo infantil ao mundo adulto. Nessa condição do amadurecimento está a conquista da autonomia no pensar e no agir. Infelizmente muitos adultos permanecem infantilizados quando não exercitam desde cedo o olhar critico sobre si mesmo e sobre o mundo.

                O estudo da Filosofia é essencial porque não se pode pensar em nenhum homem que não seja provocado a refletir e agir. Isso significa que todo homem tem (ou deveria ter) uma concepção de mundo, uma linha de conduta moral e politica, e deverei atuar no sentido de manter ou modificar as maneiras de pensar e agir do seu tempo.

                A Filosofia oferece condições teóricas para a superação da consciência ingênua e o desenvolvimento da consciência critica pela qual a experiência vivida é transformada em experiência. Cabe a Filosofia fazer a critica dessa “cultura”, só assim, será possível desnudar as formas de dominação que se ocultam sob o convencionalismo, a alienação e a ideologia.

                Sabemos na historia que uma das características dos estados autoritários é impedir o ensino da filosofia, e silenciar á critica é impedir o ensino da Filosofia, e obediência dos cidadãos. Tanto é verdade que isso já aconteceu no Brasil quando a parti de 1971, o ensino de Filosofia desapareceu das escolas de 2º grau durante 13 anos e os cursos de filosofia do 3º grau se esvaziaram a ponto de algumas faculdades terem cogitado a sua extinção.

                Por isso, qualquer que seja a atividade profissional futura ou projeto de vida enquanto pessoa e cidadão, o aluno precisa da reflexão filosófica para o alargamento da consciência critica, para o exercício da capacidade humana de se interrogar e para a participação mais ativa na comunidade em que vive.

Mas o que é a filosofia?   

A filosofia surge no momento em que o pensar é oposto em causa, tornando-se objeto de reflexão, mas não é qualquer reflexão. Para exercitar essa compreensão, examinemos a palavra REFLEXÃO: Reflexão- Reflectere, em latim significa: fazer retroceder, voltar atrás. Portanto, refletir é retomar o próprio pensamento, pensar o já pensado, voltar para si mesmo e colocar questão o que já se conhece.

                Nesse sentido, para ser filosofia propriamente dita segundo o professor Dermeval Saviani, a reflexão filosófica é radical, rigorosa e de conjunto. Radical que em latim significa Raiz busca explicitar os conceitos fundamentais usados em todos os campos do pensar e do agir. Rigorosa, o filosofo deve dispor de um método claramente explicitado a fim de proceder com rigor, garantindo a coerência e o exercício da critica. Mesmo porque o filosofo não faz afirmação apenas, precisa justifica- lá com argumentos. Para isso usa de linguagem rigorosa, que evita ambiguidades das expressões cotidianas e lhe permite discutir com outros filósofos a parti de conceitos claramente definidos. É por isso que o filosofo sempre “inventa conceitos”, ou cria expressões novas ou alteram e especifica o sentido das palavras usuais.

                De conjunto enquanto as ciências são particulares porque abordam “recortes” da realidade e se distinguem de outras formas de conhecimento, e a ação humana e expressa nas mais variadas formas (técnicas, magia, arte, política) etc. a filosofia é totalizante porque examina os problemas sob perspectivas de conjuntos, relacionando os diversos aspectos entre si. Nesse sentido, além de considerarmos que o objeto da filosofia é tudo (porque nada escapa ao seu interesse), completamos que a filosofia visa ai todo, a totalidade. Dai a função de interdisciplinaridade da filosofia, estabelecendo o ele entre as diversas formas de saber e agir humanos.

                A maneira pela qual se faz rigorosamente a reflexão filosófica varia conforme a orientação do filósofo e as tendências históricas decorrentes da situação vivida pelos homens em sua ação sobre o mundo.

 

Qual a utilidade da filosofia em nossa vida?

Vivemos em um mundo que a visão das pessoas esta marcada pela busca imediata do conhecimento. Seguindo essa linha de pensamentos, a filosofia  seria realmente inútil. Entretanto, não ter utilidade imediata não significa ser desnecessário.

A filosofia e necessária pelo fato de que, por meio da reflexão ela permite o homem ter mais dimensão além da que lhe é dada pelo agir imediato no qual o homem pratica se encontra mergulhado.

É a filosofia que da o distanciamento para a avaliação dos fundamentos dos atos humanos e dos fins que a que eles se destinam, reúne os pensamentos fragmentados da ciência e reconstroem na sua unidade; retoma a ação pulverizada no tempo e procuras compreende-la.

                A filosofia é a possibilidade da transcendência humana, ou seja, a capacidade que só o homem tem de superar a situação da e não escolhida. Pela transcendência, o homem surge como ser   de projeto, capaz de possuir liberdade e de construir o seu destino. A filosofia é a possibilidade da transcendência humana, ou seja, a capacidade que só o homem tem de superar a situação dada e não escolhida. Pela transcendência, o homem surge como se de projeto capaz de liberdade e de construir o seu destino. Por isso, filosofar sempre se confronta com o poder, e sua investigação não fica alheia a ética e apolítica.

                A contribuição especifica da filosofia que se coloca a serviço da liberdade, de todas as liberdades, é a de minar, as instituições repressivas e simplificadoras, quer se trate da ciência, do ensino da tradução, da pesquisa, medicina, da família, da policia, do fato carcerário, dos sistemas burocráticos, o que importa é fazer aparecer a mascara, desloca-la, arranca-la.

                A filosofia é, portanto a critica da ideologia enquanto forma ilusória de conhecimento que visa a manutenção de privilegio atentando para a etimologia do vocábulo grego correspondente á verdade, veem que a verdade é por a aquilo que estava escondido, e ai reside a vocação do filosofo: o desenvolvimento do que esta encoberto pelo costume, pelo convencional, pelo poder.

                Finalmente a filosofia exige coragem. Filosofar não é um exercício puramente intelectual – descobrir não é u exercício puramente intelectual. Descobrir a verdade é ter a coragem de enfrentar  as formas estagnadas do poder que tentam manter a dominação, é aceitar o desafio da mudança. Saber para transformar!