Por acaso agora professores são responsáveis por resolverem problemas familiares dos alunos? Não, definitivamente não!! Muitos dos problemas que o professor tem sala de aula com seus alunos extrapolam as dimensões da escola, vem da casa, vem da rua, enfim, da vida cotidiana do aluno. Entretanto, hoje a sociedade impôs para os professores o papel de pais, psicólogos, irmãos e amigos dos seus filhos.

Nas décadas passadas em sala de aula o professor era visto apenas como o detentor de todos os saberes de uma determinada matéria, autoridade, chamado de senhor, atualmente, além de não ser respeitado pelos alunos, não é chamado nem de senhor e sim por tratado por você, por alunos que tem idade para serem seus filhos e netos, além do que, tem o seu conhecimento questionado por seus alunos, que ainda sentem-se no direito de debaterem tête-à-tête com eles, mas não em uma discussão sadia e sim em um tom desafiador, buscando desacreditar o profissional que está ali para lhes ensinar algo.

O papel do professor desta forma ganhou em ônus e perdeu em bônus (prestígio, respeito, salário condizente), além dos malabarismos que precisa fazer para que o aluno que não estuda em casa e não faz as lições, aprenda a matéria simplesmente indo a aula e completando a ficha de frequência do diário escolar.

Para lidar melhor com esses problemas em sala de aula, tem-se apoio psicológico nas escolas, coisa não muito comum tempos atrás. Antigamente, salvo engano, algum aluno somente ia ao psicólogo em caso de suspeita de algum transtorno, como déficit de atenção, de concentração, de aprendizagem e em geral para orientação vocacional. Agora o psicólogo se faz figura prontamente presente, em algumas escolas, para tentar sanar problemas entre os alunos, casos de bullying, por exemplo e para tentar apaziguar, inclusive, os problemas decorrentes da relação professor-aluno.

Não creio que APENAS a criação de vínculos afetivos entre professor e aluno seja suficiente para a otimização de uma aprendizagem, claro que um professor que mantenha mais diálogo com seus alunos e tenha uma melhor dinâmica de ensino estará mais sujeito à obtenção de melhores resultados, mas isso por si só não força o indivíduo a se aprofundar no conteúdo quando sai dos limites da escola. Neste sentido, para a complementação da aprendizagem, entra a figura da família, para estimular o aluno a dar seguimento nos seus estudos.

O papel do professor assessorado pelo psicólogo é capaz de promover um maior rendimento dos alunos, solucionando problemas, apontando respostas a questionamentos etc., ganhando a confiança dos alunos, entretanto muitas vezes, deve ser feito um acompanhamento familiar do estudante. Famílias problemáticas e relapsas, infelizmente, geram alunos relapsos, frutos de sua miséria intelectual e sem perspectiva de vida, pais ignorantes, fatidicamente, criam filhos “ignorantizados”! Sendo que, muitas vezes, estes têm acesso ao ensino que os pais não tiveram, mas como falta um suporte familiar adequado, a oportunidade passa sem ser devidamente aproveitada, formando-se então um ciclo vicioso.

Acabando, então, por gerar mais um ônus do professor, em especial das séries iniciais, nas quais nota-se o extremo elo entre professor e aluno, em que o aluno se refere ao seu professor como tio ou tia, mas vamos lá... "Não sou tio, não sou irmão do seu pai e nem da sua mãe, não sou parente de ninguém!!". E esse tipo de postura, imponente e inflexível, provoca um distanciamento entre os professores e alunos, fazendo com que o educador tente se poupar de problemas que teoricamente não lhe dizem respeito e assumir uma responsabilidade que julga não ser sua, restringindo-se apenas à transmissão do conhecimento técnico-científico, na fuga de um futuro desgaste e complicações.

Creio que a bem da verdade, o tripé básico para a educação de um indivíduo TALVEZ seja, Família+Escola+Vida, o que o indivíduo não aprender em um lugar, aprenderá, impreterivelmente em outro, tendo-se afeto para lhe passar a mão na cabeça e lhe dar conselhos ou aprendendo a duras penas pela própria experiência no decorrer de sua vida.