Para atuar é necessário conhecer

Especificações sobre o 4º estágio de desenvolvimento ( Piaget)

Sanções?   Repressões?

 

 

As crianças dos 2 aos 4 anos possuem características específicas, relativamente a diferentes aspectos.

Sua inteligência é prática, suas estruturas formam-se através de experiências.

A capacidade de concentração, nesta faixa etária, não vai além de 10 a 15 minutos. Qualquer atividade que a criança irá realizar, não deve ultrapassar esse limite de tempo, pois,  não haverá mais concentração. É importante que ao elaborar horário para esse grupo, a apresentação de novas atividades  obedeçam o seu limite de concentração.

Outra característica importante é que começam a pensar. A capacidade de pensar leva ao jogo simbólico. O jogo simbólico permite que a criança transforme a realidade de acordo com as suas necessidades. No adulto chamamos de “mecanismos de defesa”.Como exemplo temos como comum, a criança bater na boneca, após ter levado uns tapas da mãe..

Essa fase é caracterizada pelo auge do “negativismo infantil”. É idade da birra, da teimosia. Tais características são conseqüências do desenvolvimento da criança que já aprendeu a falar e a locomover-se, sozinha.  Apresenta-se altamente egoísta.

É fundamental que se inicie a “educação da vontade”; os valores transmitidos nesta fase irão estruturar a personalidade. Educar a vontade é mostrar à criança que há limites; nem tudo que ela quer pode ser realizado.

O globo ocular, neste estágio, não está totalmente desenvolvido. Devem ser apresentadas às crianças, atividades em tamanho maior que o normal para que não sintam dificuldade em perceber o que pretendemos que perceba.

Quando estimulada adequadamente, o vocabulário é de mais ou menos 950 palavras.

Sua moral é heterônoma ( obediência aos valores dos pais), e têm o respeito como unilateral.

De 5 a 6 anos a criança apresenta  a inteligência intuitiva ou pré-lógica , pois ainda não consegue realizar reversibilidade, ou seja, se 2 mais um são três, três menos dois é um.

Quando bem trabalhado, na fase anterior, o “negativismo” já deve estar quase totalmente superado. Isto se já foi iniciada a educação da vontade.

Neste estágio o vocabulário cresce para, mais ou menos, 2200 palavras e a concentração aumenta para 15 a 20 minutos.

A moral continua heterônoma. Surge aqui o “animismo infantil”, isto é, tudo que se movimenta tem vida. Exemplificando: a lâmpada acende, logo tem vida.

Quando a criança é alvo da  superproteção e da permissividade terá o seu desenvolvimento bloqueado.

Superproteção: Tudo o que se faz pela criança, tira a oportunidade de que ela aprenda fazendo.

Permissividade: A criança que não conhece limites, terá o negativismo conservado e não interiorizará valores.

 

O mais importante:

“O exemplo não é a melhor forma de educar, é a única”

(Albert Schweitzer)

CONHECER? POR QUÊ ?

 

É necessário que sejam respeitadas as características cognitiva, emocional e social da criança. As etapas do desenvolvimento não devem ser queimadas nem adiadas. Tudo o que for proposto à criança que esteja além ou aquém da etapa em que se encontra, irá prejudicar o seu desenvolvimento..

Relativamente à “educação da vontade” ou a colocar limites à criança, as diferentes teorias existentes, normalmente, confundem os pais.

O certo é que: atitudes firmes e coerentes são fundamentais na educação ( lar e escola)

 

LIMITES: COMO TRABALHAR COM ELES

 

Estes são fáceis de estabelecer porém difíceis de manter.

Pais e educadores devem lembrar que viver em sociedade significa obedecer regras . Caso contrário seria impossível a conviver socialmente

A criança deve conhecer valores relacionados aos limites, desde pequena (respeitando a faixa etária), para habituar-se a destinar o seu tempo às diferentes atividades, como: hábitos de higiene, hora de dormir, hora de brincar, hora de comer, etc. Assim os pais educarão um filho “RICO”.

Para que limites sejam colocados há necessidade  de que a criança entenda o significado do “NÃO”.

O dizer “não” deve ser sempre de forma positiva e coerente; assim será  saudável ao desenvolvimento da criança, sem deixar “traumas”. A criança  percebe que há alguém que se preocupa com ela e entende o significado do “não” embora os pais pensem ao contrário..

A ausência de limites ou “total liberdade” leva a criança sentir dificuldade para aceitar regras. Esta situação resulta da falta de firmeza dos pais. A criança habitua a impor a sua vontade; na adolescência será pior, só mudarão as reações. Os pais estarão educando um filho “DE RICO”. Observem a diferença entre filho”RICO” e filho “DE RICO””.

A birra e o choro fazem parte da socialização da criança. São características do “negativismo infantil”, quando a criança testa a sua força diante do adulto. Elas sentem até onde podem chegar.  É preferível suporta-los na infância do que presenciar situações mais graves que ocorrerão mais tarde.

Muitos pais temem tomar certas atitudes com seus filhos, pensando em traumatiza-los, ou que os filhos sintam raiva deles. Por isso é necessário que se saibam diferenciar “sanções ou castigos” de “repressão, pois são totalmente diferentes.

A sanção ou o castigo são aplicados pela “ação” da criança por não obedecer limites; devem ser equivalentes à gravidade do ato cometido. A criança sentirá responsabilidade.

A repressão é aplicada na pessoa ( criança( e não pela ação cometida. Neste caso a criança sentirá “culpa”.

Culpa é na pessoa. Responsabilidade é na ação praticada.

As sanções têm como objetivo responsabilizar a criança pelas suas ações e decisões..

Antes de freqüentar a escola a criança necessita aprender a “SER”. Para construir a estrutura mental para aprender a SER é fundamental que a criança saiba: respeitar limites e entender a causa das sanções. O papel dos pais é de suma importância neste aspecto

A capacidade de SER servirá de base para a habilidade de “FAZER

1º Eu sou

2º Eu faço

Aqui se inicia a implantação dos quatro pilares básicos à educação.

 

ATITUDES POSITIVAS  PARA COLOCAR LIMITES

-Nunca autorize ou proíba conforme o seu estado de espírito, no momento.

-Demonstre que os adultos também têm limites a respeitar.

-Justifique os motivos dos limites.

-Não dê castigos físicos. Raramente surtem efeito.

-Quando prometer algo nunca deixe de cumprir.( nunca prometa absurdos, positivos ou negativos)

-Deixar claro que a punição é ao ato cometido, não à pessoa.

-Repetir “não” quantas vezes for necessário. Não deixe  que se transforme em “talvez” ou “sim”

-Use autoridade sem humilhar

 

A CRIANÇA E A PLANTINHA

Regamos a plantinha desde o seu nascimento; caso contrário poderá não resistir ou tornar-se feia, dificultando a sua recuperação, ou às vezes, quase impedindo que a sua recuperação se realiza.

Com nossas crianças acontece o mesmo!

 

Maria Edmir A .A. Maranhão