Os fundamentos para um homem inteligente ser ateu.

Deus é um produto humano, uma invenção dos homens, mas como isso aconteceu historicamente.  Feuerbach.  Todas as religiões ordenam o mundo a partir de ideologias teológicas em comum, a principal delas a luta entre o bem e o mal, a luz e a treva, o puro e o impuro. Nietzsche.

Nessa perspectiva existem três tipos de religiões: a primeira dela fundamenta se no politeísmo, a existência de muitos deuses uns bons e outros ruins.

As religiões dualistas encara a figura de duas divindades um Deus do bem outro do mal, esses deuses vivem numa constante guerra, amedrontando o homem comum preso ao  mundo mitológico. 

As religiões dualistas em que o mesmo deus é bom e ruim ao mesmo tempo, dependendo do seu estado de ira. Existem outras naturezas de religiões com especificidades diferentes, nos casos do judaísmo, do cristianismo e do islamismo.

Qual o ponto comum dessas religiões, é que o Deus de cada uma delas, a divindade é do bem, o mal provem de divindades inferiores demoníacas em luta constante contra o Deus do bem.

Qualquer  forma do mal que homem pratica, quando acontece porque está de certa forma influenciada pela divindade do mal, naturalmente que é uma ideologia inventada pelo clero para ter domínios sobre pessoas simples de baixo nível de escolaridade.

As diferenças entre os diversos sistemas religiosos, não são problemáticos entre as religiões politeístas ou dualistas, pelo seguinte motivo, por não exigir o comportamento sempre bom dos diversos deuses, depende  do seu estado de espírito, a lógica de reação desses deuses são misteriosas e perigosas.

O grande problema está nos três grandes sistemas religiosos: o judaico, o cristão e o islâmico, porque Deus nesses sistemas sempre é definido com uma força do bem, justo misericordioso, clemente, criador único de todas as coisas.

 O princípio da criação fundamenta se no nada, como se antes não existisse nenhuma realidade material, então esses deuses nas suas infinitas misericórdia criou tudo que existe, exatamente para o bem do homem.

Qual o sentido teológico da grande ideologia, se antes não existiria nada como poderia existir Deus, essa lógica é completamente irracional. Se Deus é eterno e infinito, como surgiu sua negação a não ser por uma atitude de maldade, qual o fundamento da positividade do mal?

Como poderia ter surgido o mal, se antes não existia nada, havia tão somente Deus eterno, infinito e bom, se tudo foi criado por ele, de acordo com as mitologias clássicas, numa leitura inteligente, então foi Deus também o criador do mal.

Pela mesma lógica admitir um princípio eterno criador do mal, seria como admitisse a existência de dois ou mais deuses, negaria evidentemente o fundamento teológico do princípio de um Deus único criador de todas as coisas.

Além do mais os três deuses distintos das três religiões que estou analisando, criaram todas as coisas do nada, esse é o fundamento da mitologia, isso significa com evidência, tudo que existem sãos obras dos deuses em referência, o que  poderão dizer que eles são os verdadeiros criadores do mal.

A grande pergunta se o mal existe, seria obra de Deus, porém se Deus é o próprio bem, como poderia criar o mal se dessa forma procedeu, Deus não poderia ser Deus fundamentado no princípio do bem, Deus não poderia ser ele mesmo por sua natureza teológica.

O outro aspecto é a questão da perfeição, se Deus é perfeito, como teria criado a imperfeição, desse modo qual é então a origem do mal se todas as origens derivam do ato da bondade divina, essa ideologia teológica não tem sustentação epistemológica.  Foi exatamente desenvolvendo tal  reflexão como religioso que deixei a Igreja.

Os padres ficaram apavorados quando perceberam o tamanho do engano,  que a ideia de Deus não sustentava  a priori nesses fundamentos, então tiveram que inventar a segunda mentira, sendo que  a segunda  construção ficou  mais irracional.

Qual então na outra explicação, tiveram que inventar o diabo, sem o diabo Deus não se sustentaria na sua divindade, formularam uma história inacreditável, hoje explorada por religiosos oportunistas que desejam ganhar dinheiro de gente inocente.

Então Deus também criou inteligências imateriais  perfeitas, denominados de anjos, entre eles alguns começaram almejar o mesmo poder de Deus, exatamente por inveja e por julgar também poderosos.

Desenvolveu se um conflito no céu, uma guerra civil, como os anjos são menos poderosos, menos sábios, foram vencidos e expulsos do céu, eles não reconheciam Deus como Deus, formando um reino separado.

Quando Deus fazendo uso dos seus funcionários aqui na terra pediu para anunciar que o novo céu criado pelos anjos é um engodo, um verdadeiro inferno.

De acordo com essa nova mitologia prosseguiu a luta contra o criador desejando a vitória final, a função do demônio explica os funcionários de Deus é corromper todas as criaturas, valendo de outra ideologia teológica criada pela Igreja, o direito do livre arbítrio, então os anjos do mal corrompem os homens usando da liberdade  dada por Deus e desse modo a maleficência  entra no mundo.

No fundo toda essa teologia falsa, defendida no uso do mito, quer negar as verdadeiras razões do mal, que são sociais e políticas, aquele que não atingir o bem, e atingir o bem é não contestar socialmente a ordem, vai para o inferno e desse modo porque praticou algum mal inspirado pelos anjos rebeldes tem a ausência de Deus.

Então dessa forma justificam as duas outras ideologias: a da não ressurreição, que poderá ter dois aspectos fundamentais, o purgatório, isso é, a recuperação da alma ou o inferno em definitivo, aquele que viver só o bem, ou seja, ser um idiota politicamente será ressuscitado e ficará ao lado de Deus, como um anjo também poderoso.

 A segunda ideologia da reencarnação, a alma poderá voltar muitas vezes aqui, para recuperar ciclos e demorar milhões de anos para se libertar de situações anteriores, desde que não vivesse ética do sistema político que é mesma das religiões.

 Ambas as ideologias servem ao sistema político de dominação, fundamentado no capitalismo e no liberalismo econômico, quando percebi que acreditar em Deus com esse histórico de fundamentos, tornei-me exatamente ateu, por perceber que era um instrumento de alienação a serviço da dominação dos pobres.

Edjar Dias de Vasconcelos.