Caren Maiele Alves da Silva[1]

                         Fabiana Fernandes de Oliveira[2] 

RESUMO

O trabalho trata do relato de experiências vivenciadas no decorrer no Estágio Supervisionado III do Curso de Letras do Campus IX, da Universidade do Estado da Bahia. A proposta de trabalho teve por objetivo proporcionar aos alunos do 6º e 8º ano do ensino fundamental do Colégio Municipal Angicalense, maior estímulo às atividades que envolvem a oralidade e a escrita de textos. A oralidade e a escrita são aspectos relevantes na vida social do alunado. Sabe-se que falar corretamente e se expressar adequadamente, além de escrever de maneia correta, são fatores essenciais para o sucesso do aluno na sociedade atual.  Numa sociedade letrada não se lê e se escreve apenas, mas também se fala. As pessoas são mais valorizadas atualmente se possuírem um desempenho satisfatório tanto na oralidade quanto na escrita pela razão ampla dos movimentos de comunicação. Nessa perspectiva, construiu-se um projeto com propostas inovadoras e atrativas, pautadas no lúdico, que despertassem o interesse pela leitura e escrita de textos. Para tanto, o trabalho contou com o aporte teórico de Antunes (2003), PCNS (1998), Câmara (2001) etc. Descreve-se a realização de oficinas interativas voltadas para a linguagem oral e escrita e sua utilização no contexto dos anos finais do Ensino Fundamental. Percebeu-se durante o período de observação que os discentes não se sentem motivados para expressarem os conhecimentos a colegas e professores. A proposta contempla, discussão sobre as principais vivências realizadas durante as atividades do Estágio que considera o trabalho desenvolvido com a oralidade e escrita de alunos de 6º e 8º ano nas atividades escolares. Também serão apresentadas neste trabalho, as análises dos dados coletados nas observações realizadas durante o período de regência em sala de aula, bem como os seus respectivos resultados.    

Palavras-chave: oralidade, escrita, experiência, intertextualização, estágio.

 

  • introdução

O presente artigo tem por finalidade relatar as experiências vivenciadas no Estágio Supervisionado III, realizado pelas acadêmicas do curso de Letras da Universidade do Estado da Bahia, no Colégio Municipal Angicalense, na cidade de Angical-Bahia, nas turmas do 6º e 8º ano do Ensino Fundamental, dando ênfase aos desafios encontrados em sala de aula com relação à produção textual e à oralidade. Notou-se que ambos são aspectos considerados relevantes para o aprendizado do aluno nas aulas de Língua Portuguesa.

O estágio foi realizado no Colégio Municipal Angicalense, com uma carga horária de 30 horas de observação, regência e elaboração de projeto, adicionadas a 10 horas de atividades de extensão, desenvolvidas em outra instituição, em uma turma de 6º ano composta por 33 alunos na faixa etária de 11 a 13 anos, e outra de oitavo ano com 29 alunos na faixa etária de 12 a 15 anos de idade, ambas no turno matutino.

A Universidade pode contribuir com seus ensinamentos levando os estudantes a colocarem em prática os conhecimentos adquiridos no curso por meio de vivência das experiências ao atuarem em sala de aula. É um dever da instituição formar docentes com a  finalidade de socializar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso de Letras para a escola, a fim de vivenciar experiências de docência por meio  do processo ensino/aprendizagem de língua portuguesa de 5ª à 8ª séries.

O estágio de regência de 5ª a 8ª oitava série que acontece nas escolas municipais é de grande relevância, pois propicia ao estudante do curso de Letras vivência e conhecimento do dia-a-dia da sala de aula, as dificuldades e os desafios encontrados pelos professores e, acima de tudo, procurar envolver e interferir nessa realidade e levar para sala de aula metodologias e técnicas educacionais inovadoras e diferenciadas para quebrar o paradigma de que “as aulas de Língua Portuguesa são desagradáveis”. Às vezes, o professor que está há muito tempo em sala de aula não tem tempo para dinamizar suas aulas e esse pode ser um dos motivos pelo qual os alunos sempre afirmam que não gostam das aulas de português.

A escrita é de fundamental importância na vida do aluno, pois através dela que é possível registrar informações, expressar suas opiniões, desejos e fatos que comporão sua vida enquanto cidadãos. Escrever possibilita não só a apropriação desses dados como também aguçar no aluno o anseio de ser autor da sua própria história. É relevante deixar que o aluno participe com sugestões de metodologia utilizada na dinamização das aulas. Assim será possível um maior envolvimento resultando num aprendizado significativo que possivelmente quebrará o mito de que as aulas de Língua Portuguesa só servem para aprender regras gramaticais.

Tão importante quanto a escrita é a oralidade, ela possibilita condições através da linguagem em que o individuo se comunique com todas as pessoas, desde o pipoqueiro da esquina ao doutor. A escola tem papel fundamental nessa formação que implicará diversas posturas, tais como preparar o aluno para lidar com pensamentos diferentes, culturas diferentes, enfim, saber articular as informações que são adquiridas no decorrer do processo de aprendizagem. A preocupação em formar “cabeças pensantes” deixa um pouco de lado esses requisitos, fazendo que o aluno se preocupe apenas em decodificar o texto, esquecendo o poder exercido sobre os leitores críticos e participantes assíduos da construção de uma sociedade mais ativa e reflexiva.

A leitura e a escrita atualmente são dois aspectos imprescindíveis para o aprendizado do aluno. Sabe-se que o mercado de trabalho exige do funcionário um bom estudo para que o cidadão tenha o direito a um bom emprego, quem não sabe ler nem escrever dificilmente tem a oportunidade de conseguir algo na vida. A exigência para com os estudantes que trabalham na área da linguagem é notória. É preciso saber falar e escrever adequadamente e, para isso, é necessário ter o hábito da leitura. Sabe-se que antigamente era mais fácil conseguir uma oportunidade de emprego, mesmo sendo analfabeto, ou tendo apenas o ensino fundamental incompleto. Os anos se passaram e atualmente é empregado quem tem no mínimo ensino fundamental ou médio completo. Futuramente, com os avanços na área da linguagem, para possuir um emprego digno as pessoas terão que ter no mínimo um curso superior completo para possuir um emprego digno.

Pretendeu-se com a implementação do projeto em sala de aula, incentivar os alunos do oitavo e sexto ano do Colégio Municipal Angicalense a terem o hábito pela leitura, principalmente a oral, em sala de aula, prática que pode se tornar prazerosa (quando faz-se referência aos alunos do 6º ano) e desagradável (para os alunos do 8º ano) e,  acima de tudo, motivá-los a produzirem textos por iniciativa própria, para posteriormente escreverem os textos propostos pelo professor.

O trabalho será dividido em três partes, primeiramente serão apresentados todo o aporte teórico voltado para a temática deste relato, ou seja, pela leitura (oralidade) e produção da escrita, posteriormente serão relatadas as experiências vivenciadas nas turmas do sexto e oitavo ano, bem como a análise dos dados coletados no período de observação e os seus respetivos resultados. Por fim serão feitas as considerações finais acerca do que foi discutido e analisado neste artigo.

 

  • FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

A leitura é um processo pelo qual o individuo “consegue” interpretar e analisar criticamente o que foi lido, mas percebe-se na maioria das vezes que os alunos decodificam, não conseguem articular a leitura com a sua vivência com os seus familiares e a sociedade em geral; e quando estão dentro da sala de aula sentem essa dificuldade na hora de interpretar o que leem. Muitas vezes também os alunos não gostam de ler porque as leituras são determinadas pelo professor, ele não concede que o aluno escolha suas próprias obras literárias. 

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais 1998, “o professor deve permitir que o aluno também selecione sua leitura. É uma forma de incentivar o gosto pessoal na escolha de uma obra, um gosto que ele repetirá em anos futuros, quando se tornar um consumidor de livros”. Como é visível, os pcns mostram a importância dos nossos pequenos elegerem suas próprias obras, a prática da mesma será mais prazerosa e no momento que a leitura for indicada pelo professor, os alunos não se sentirão obrigados ao hábito da leitura e o estímulo acontecerá naturalmente.

Trabalhar a oralidade em sala de aula é um item importante para processo de aprendizado do aluno, pois é através da fala que ele irá expressar o que entende de tal assunto. Nessa alinha de raciocínio os PCNS (2002, p. 63) “apontam para a importância de se abordar a oralidade com o mesmo valor atribuído à literatura e à gramática”. Isso quer dizer que não basta apenas ensinar ao aluno a dominar os conceitos de análise linguística e a entender a Literatura em si, mas sim também procurar metodologias voltadas para oralidade como debates, seminários e etc para incentivar os educandos a expressarem suas ideias e conhecimentos por meio da fala. Da mesma maneira que escrever é relevante, saber falar também é.

Ainda falando sobre a oralidade nota-se que a mesma possibilita ao aluno ter um contato direto com a contribuição complementar dos elementos não verbais (gestos, expressões faciais, postura corporal). Segundo os PCNS, 1998; pg. 25 cabe a escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral no planejamento e realização de apresentações públicas: realizações de entrevista, debates, seminários, apresentações teatrais etc. trata-se de propor situações didáticas nas quais essas atividades façam sentido de fato, pois é descabido treinar um nível mais formal da fala, tomado como mais apropriado para todas as situações. Como é visível, os PCNS salientam para a importância de se trabalhar com a oralidade em sala de aula, os alunos vão perdendo a timidez e se familiarizando com as informações transmitidas através da fala.

O ato da escrita sempre exigiu muito esforço e dedicação por parte de quem escreve. Riolfi 2008, pg.115 afirma que “escrever sempre exigiu cuidado já que as palavras têm a terrível força de dizer além do que se quis dizer”. Como foi mencionado acima, percebe-se que produzir texto não é uma tarefa fácil, é preciso persistir, e uma das formas de começar a superar essa dificuldade é motivar os alunos a lerem, pois sabemos que é através da leitura que eles conseguirão redigir um texto bem escrito.

É importante antes de incentivar o aluno a produzir texto investigar a respeito da leitura, como ele faz, bem como a oralidade, se gosta de ler qualquer gênero textual, pois é a partir desse pontapé inicial denominado “leitura” que o professor irá instigar o aluno a ter o gosto pela produção textual. A proposta do estágio na turma do 8º ano foi exatamente essa: levar a leitura de textos que os alunos apreciem para incentivá-los a produzirem textos que eles gostem. Para Mattoso Câmara 2001, pg.61.

Qualquer um de nós senhor de um assunto é, em princípio, capaz de escrever sobre ele. Não há um jeito especial para a redação, ao contrário do que muita gente pensa. Há apenas uma falta de preparação inicial, que o esforço e a prática vencem.

 

Câmara (2001) nos chama a atenção que qualquer pessoa é capaz de escrever sobre alguma coisa, inclusive sobre ela mesma, o que muitas vezes leva o aluno a não ter interesse ou motivação pela escrita é o fato de que na escola tudo o que faz é cobrado, imposto pelo professor, não dando oportunidade ao alunado de escolher ou opinar sobre o que quer escrever ou ler por exemplo. Se essas práticas tradicionais voltadas não só para a leitura como também para escrita mudassem, com certeza boa parte dos educandos se interessaria pela escrita, pois eles estariam escrevendo sobre algo que sugeriram, do seu gosto. Vale enfatizar também o quanto é relevante levar pra sala de aula os diversos gêneros textuais, pois é através deles que os alunos de certa forma começam a se interessar pelo hábito da escrita. Koch 2010, pg.56 apud Marcushi (2002) afirma que

                        é impossível pensar em uma forma de comunicação a não ser por meio de gêneros textuais (quer orais, quer escritos), entendidos como práticas socialmente constituídas com propósito comunicacional configuradas concretamente em textos.

Nota-se que qualquer escritor que realiza sua produção textual acaba seguindo os modelos pressupostos pelo gênero textual que leu ou ouviu seja na escola, em casa na interação com a família ou até mesmo no  convívio com a sociedade.

A produção textual possibilita ao aluno escrever sobre diversos gêneros textuais (contos, poemas...), levando em consideração o que eles mais gostam, o professor não terá dificuldades em colocá-los para produzir os que são para a disciplina no decorrer das aulas. Com essa metodologia, os alunos conseguirão transmitir através da escrita suas opiniões, reflexões acerca do que leem e concederão a sala de aula como um lugar de interação verbal e não verbal. A esse respeito Marcuschi (2007, p. 47) afirma que “A escrita não acrescenta massa cinzenta ao individuo que a domina bem como o não domínio da escrita não é evidencia de menor competência cognitiva”.

Percebe-se a partir do que o autor salienta, que a cognição e o conhecimento são distintos, uma vez que o domínio da escrita remete muitas vezes ao acesso maior a um número significante de conhecimentos adquiridos também através da leitura, enquanto o letramento envolve as mais diversas práticas da escrita, nas mais variadas formas e na sociedade na qual somos cidadãos ativos precisamos ter uma apropriação mínima da escrita para o nosso convívio social.

 

  • Encaminhamento metodológico

 

Inicialmente, para a realização deste estágio houve um estudo teórico em sala de aula, todos voltados para a oralidade, escrita e a prática em sala de aula. Posteriormente, ocorreu a aplicação de instrumento de pesquisa de campo na escola, observação in loco, retorno à sala de aula para elaboração e, em seguida, implementação do projeto de estágio na mesma.

Mediar uma sala com 29 ou 33 alunos principalmente estando no 6º ou no 8º não é uma tarefa fácil até porque sabe-se que essas são consideradas as séries mais difíceis que o educando cursa no Ensino Fundamental. Constatou-se, a partir das observações feitas em sala de aula que os alunos do 8º ano do Colégio Municipal Angicalense não gostam de produzir textos, pois acham uma tarefa árdua, cansativa, não interessante. Diante disso, partiu-se do pressuposto que toda a carga horária do estágio estaria voltada principalmente para o incentivo da efetivação da leitura além, é claro, da produção textual.

Foram trabalhados três gêneros textuais em sala, na turma do 8º ano o narrativo (autobiografia), o conto e crônica, para incentivar os alunos a produzirem textos. Notou-se no decorrer do estágio que os alunos efetivamente gostam de escrever. A criatividade nas produções textuais desenvolvidas em sala de aula foi surpreendente e muito produtiva, os alunos usavam da imaginação para relatarem as suas histórias, cada um ao seu modo, fazia da escrita uma viagem há um mundo que só eles conheciam. Percebeu-se também que ainda perpetua na escrita dos alunos alguns erros de gramática, coesão e coerência, pontuação, comuns de toda e qualquer escrita.

Na prática, a dificuldade foi encontrada no momento em que eles iriam apresentar ou ler algum texto na frente para os seus colegas, a turma toda não apreciava esse tipo de apresentação, alegavam que tinha vergonha, que não iria se sair bem, enfim, o desafio encontrado perante a turma foi com relação à oralidade e não mais com a escrita como foi diagnosticado na observação. O gráfico abaixo mostra os resultados obtidos quando perguntou-se no questionário o que cada aluno mais gostava nas aulas de Língua Portuguesa.

No gráfico abaixo serão discutidos e analisados os dados obtidos na turma do 8º ano com relação à pergunta: O que você mais gosta nas aulas de Língua Portuguesa?

 

 

 

 
   

 

 

 

 

 

 

 

Gráfico 1

 Foram entrevistados 28 alunos no total na turma do 8º ano. Conforme mostra o gráfico, percebeu-se através da coleta de dados e da observação feita em sala de aula que a maioria dos alunos do Colégio Municipal Angicalense aprecia mais questões voltadas para a oralidade do que com relação à escrita. Já na prática em sala de aula, constatou-se o contrário: a maior dificuldade encontrada nas séries finais do Ensino Fundamental é com relação à oralidade e não com a escrita como foi diagnosticado nas observações realizadas em sala de aula.

Como o tempo em sala de aula foi pouco, percebeu-se que ainda é preciso muito incentivo por parte da professora regente e da escola em promover atividades diferenciadas que estimulem o alunado a se interessar por apresentar ou divulgar oralmente os seus trabalhos em sala de aula, para eles irem se acostumando com esse processo. Esse é o motivo pelo qual muitos alunos chegam na universidade com o medo e insegurança de apresentarem seminários porque não foram preparados na escola para tal prática.

A experiência neste estágio mostrou que é preciso prestar mais atenção no aluno, dar oportunidade ao mesmo de se expressar, dizer o que gosta nas aulas, do que necessita ser modificado para tornar as aulas mais agradáveis e produtivas. No final do estágio, constatou-se com a avaliação do estágio, feita pelos alunos, que boa parte da turma gostou da atuação da estagiária pelo fato de trabalhar de maneira diferenciada com cartazes ilustrativos, matérias diversificados como tv, dvd, textos que os alunos apreciem, (contos e crônicas do seu universo) além de trabalhar a gramática de forma contextualizada. Notou-se, portanto, que os resultados foram satisfatórios com relação ao objetivo proposto no projeto que era incentivá-los a adquirirem o hábito de leitura e produção de textos de diversos gêneros textuais.

Com relação à oralidade, percebe-se que ainda é preciso muita dedicação para que um dia os alunos possam perder o medo de se expressarem e, acima de tudo, encarar essa realidade como um fato que fará parte da vida deles, em todos os níveis de escolaridade.

        Mediante observação realizada em sala de aula, foi possível perceber que os alunos do 6º ano do ensino fundamental gostam de apresentar suas atividades oralmente, para os colegas e professora. Eles apreciam estar à frente socializando seus conhecimentos e interagindo uns com os outros. Ainda no período de observação, um fato merece ressalva. A professora regente, na hora de explicar os conteúdos do livro didático sempre está relacionando-os com os exemplos do dia a dia dos alunos, do cotidiano deles a fim de facilitar a aprendizagem. É importante mencionar que o reconhecimento e valorização do conhecimento prévio do aluno, enriquecem e favorecem o aprendizado dos conteúdos estudados.

Com relação a dificuldade apresentada pelos alunos do 6º ano, referente a aprendizagem dos conteúdos, notou-se que estava relacionada escrita. Na entrega de trabalhos elaborados por eles, (produção da autobiografia) ficou visível essa deficiência. A partir de então, trabalhou-se de maneira a suprir essa necessidade através de trabalhos pedagógicos com gêneros textuais: fábulas, conto, texto narrativo, pois sabe-se que na sociedade contemporânea a cobrança de uma boa escrita considerada de qualidade é muito grande. É imprescindível dominar com sabedoria tal prática, organizar as ideias, observar a coesão, a coerência, a pontuação dentre outras questões referentes a escrita. Enfim, escrever bem requer esforço e dedicação, é uma pratica diária, um novo passo a cada dia, o que implica a dedicação e exercício constante do aluno, sob mediação do professor.

No gráfico abaixo, serão divulgados os resultados alcançados na entrevista realizada com os 30 alunos do 6º ano e sua respectiva análise referente à pergunta: O que você mais gosta nas aulas de Língua Portuguesa?

 

 

 

 

 

 
   

 

 

 

 

 

Gráfico 2

Como apresenta o gráfico 2, 59% dos alunos entrevistados apreciam mais a leitura, pois segundo resposta apresentada por eles, o hábito de ler é muito importante para a formação do indivíduo enquanto sujeito no meio que estão inseridos, e a leitura é fonte de conhecimento principalmente para a vida. Com relação à escrita, percebe-se que os alunos não apreciam muito tal modalidade, conforme mostra os dados do gráfico, ou seja 34% dos alunos alegam ser  a escrita uma prática cansativa e difícil, mas, ao mesmo tempo, reconhecem que o trabalho com a  língua portuguesa é fundamental no processo de aquisição das regras e  estruturas que regem a escrita.

No decorrer do estágio, constatou-se que os alunos gostaram das atividades desenvolvidas pela estagiária, em especial da produção da fábula. Quando foi proposta a atividade com a fábula, os alunos vibraram alegando gostarem bastante porque tem moral e eles iriam apresentá-la de maneira dinâmica. A partir dessa produção, trabalhou-se o conteúdo encontro consonantal com aula expositiva e muita discussão entre professora e alunos. A aula foi muito proveitosa, pois a interação entre ambos facilitou a aprendizagem do conteúdo de maneira recíproca, prevalecendo sempre o direito de opinião de todos. No período de regência, a proposta do no projeto foi de grande valia. Percebeu-se, no final das atividades, que os educandos ao participarem da explanação dos conteúdos, conseguiam compreender o que estava sendo trabalhado pela estagiária, fato considerado de grande importância, pois a compreensão das ideias é fundamental para uma aprendizagem significativa.

       A experiência como estagiária em turmas de 6º a 8º anos do Ensino Fundamental possibilitou um maior contato com a sala de aula, contribuindo assim para um contato direto com o universo da docência em Língua Portuguesa que requer um certo grau de acompanhamento, orientação entre professor e aluno, com responsabilidade mediante a relação construída no decorrer do convívio escolar. O diálogo é fonte fundamental nesse processo, pois consome a maior parte do tempo de ambas as partes.

De acordo com as experiências relatadas, dados analisados e discutidos constatou-se que do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, a maior dificuldade encontrada pelos alunos é com relação à escrita, já nas séries finais deste ensino percebeu-se que a dificuldade está voltada para a oralidade.

 

  • CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Tendo em vista os fatos aqui mencionados, percebeu-se que tanto a oralidade como a escrita são aspectos relevantes no ensino fundamental de Língua Portuguesa de 6º a 8º ano. A vivência no estágio possibilitou conhecer os desafios encontrados pelos professores de língua materna na atualidade, principalmente no que se refere à metodologia aplicada pelo professor, que não media o aprendizado do conteúdo de maneira significativa resultando assim numa pratica insatisfatória.

A falta de preparo para se expressar oralmente e as dificuldades com relação à escrita apresentadas pelos alunos desde o Ensino Fundamental até o nível superior, provém do estudo mal feito no ensino fundamental como um todo. Ainda é preciso muita dedicação e esforço dos professores para mudar essa realidade.

O estágio possibilitou agregar teoria e prática onde foi possível conhecer de perto a realidade vivenciada pelos professores de Língua Portuguesa de 6º a 8º anos no Ensino Fundamental. Devido à falta de recursos tecnológicos houve dificuldade em mediar às aulas, pois a metodologia é uma prática que reflete inovação, desde que utilizada de maneira adequada o aluno compreenderá o que o professor irá transmitir sobre o conteúdo estudado. Mesmo em meio às dificuldades em relação aos recursos metodológicos, notou-se que as estagiárias contribuíram para a aprendizagem dos alunos no que diz respeito à oralidade e à escrita, pois os objetivos propostos foram alcançados.

Com relação aos resultados obtidos na tabulação de dados notou-se que nas séries iniciais a maior dificuldade provém da escrita enquanto nas séries finais os alunos sentem-se inseguros nos momentos de apresentação de trabalhos orais.

 

  • REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  • CAMARA JR, Joaquim Mattoso. Manual de expressão oral escrita. 21 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

 

  • RIOLFI, Claudia, et al. Ensino de língua portuguesa. São Paulo: Thomson Leaming, 2008.

 

  • PARAMETROS CURRICULARES NACIONAIS- TERCEIRO E QURTO CICLOS DO ENSINO FUNDAMENTAL: LINGUA PORTUGUESA. Brasília, Secretaria de educação Fundamental/ MEC, 1998.

 

  • MARCUSCHI, Luiz Antônio, Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 7. ed - São Paulo.2002.

 



[1] Acadêmica do 9º semestre do Curso Letras da Universidade do Estado da Bahia. [email protected]

[2] Acadêmica do 9º semestre do Curso de Letras da Universidade do Estado da Bahia. [email protected]