INTRODUÇÃO

Em virtude de acontecimentos que levaram a situações favoráveis do uso das histórias em quadrinhos em sala de aula, surgiu a escolha por esse tema, no sentido de privilegiar atividades diversificadas e criativas, que propiciassem momentos de prazer e descoberta e as histórias em quadrinhos são um dos meios de comunicação que o homem criou, uma vez que despertam nos alunos o gosto pela leitura, observação das cores, das falas, os títulos, as idéias transmitidas e o ritmo das histórias.

Segundo Bandeira (2009, p. 1):

Na educação fundamental e média, os quadrinhos ainda não são incluídos como conteúdo programático nos currículos escolares, e nem mesmo como metodologia didática para ensinar outras disciplinas tais como língua portuguesa, matemática, geografia, etc. Observa-se que nas faixas etárias do ensino fundamental e médio há grande consumo de quadrinhos pelo público estudantil. Os quadrinhos ajudam as crianças e jovens a consolidar seus hábitos de leitura e compreensão de idéias, sem falar do potencial dos quadrinhos em trabalhar conteúdos curriculares por causa da sua grande aceitação.

Na atualidade trabalhar com histórias em quadrinhos pode ser uma proposta de incentivo ao desenvolvimento da linguagem em língua portuguesa, bem como incentivar as habilidades de leitura, dramatização, recontagem de histórias infantis, e apresentações artísticas, como principais recursos pedagógicos.

Nesse sentido, o objetivo geral deste trabalho é pesquisar o Uso do Software HagáQuê como Ferramenta Pedagógica na Criação das Histórias em Quadrinhos: uma estratégia de ensino para os alunos da 5ª série da escola municipal Rio Brilhante, localizada na Avenida Lourival Barbosa, nº 882, Bairro Olímpico no município de Rio Brilhante, na Região de Dourados-MS, no ano de 2009, período esse delimitado para o desenvolvimento dessa pesquisa.

A escolha por esse tema se deu por motivos profissionais, pois sendo professora de Artes do Ensino Fundamental e Sala de Tecnologia Educacional venho trabalhando e analisando atividades relacionadas ao uso das histórias em quadrinhos como recurso didático na busca para ampliar os conhecimentos dos alunos sobre os gibis, seus elementos e em atividades variadas, principalmente aquelas voltadas para a construção da leitura e escrita, envolvendo as ferramentas tecnológicas.

Para alcançar o objetivo geral especificado anteriormente, foram elencados os seguintes objetivos específicos:

  • Desenvolver a capacidade de expressar por meio da escrita e oralmente, as ideias contidas nos textos e as próprias ideias exercitando os mecanismos de estruturação formal, objetividade e clareza de exposição do pensamento;
  •  Estimular a criatividade dos alunos utilizando-se dos conhecimentos pessoais para a produção da história em quadrinhos;
  • Possibilitar o conhecimento e a utilização das ferramentas do programa HagáQuê no   computador, visando o fortalecimento da construção do conhecimento de forma significativa;
  • Incentivar o desenvolvimento de atividades pedagógicas utilizando o Software HagáQuê para que os educandos possam identificar por meio da leitura e interpretação de textos, as marcas linguísticas e os elementos visuais indicadores de ações que permitam a construção de sentido das histórias.

Como método, nos propusemos a realizar uma pesquisa bibliográfica, a partir de material já elaborados e publicados, pois segundo Gil ( 1991, p.42) “ Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, uma pesquisa bibliográfica, pode ser elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet”. Indicando assim, que para realizarmos uma pesquisa é de grande importância os dados com os quais vamos trabalhar, ainda em relação às pesquisas Gil (1991, p. 46) afirma que:

[...] embora as pesquisas geralmente apontem para objetivos específicos, estas podem ser classificadas em três grupos: estudos exploratórios, descritivos e explicativos. 2 Pesquisa Exploratória Um trabalho é de natureza exploratória quando envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram (ou tem) experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a compreensão.

Sendo assim, para o desenvolvimento da pesquisa, após o levantamento e catalogação das fontes, foram utilizados alguns estudos que se identificam com o conteúdo abordado nesta pesquisa Gil (1991), Marinho (2004), Calazans (2004), Vargas (2002), Bandeira (2009). Embora as publicações sobre o tema não sejam vastas, os trabalhos destes autores foram de grande importância para a realização deste artigo, principalmente o livro publicado por Leila Rentroia Iannone e Roberto Antonio Iannone, esta fonte foi relevante para elucidar as discussões a respeito das histórias em quadrinhos.

Assim, de posse de todo esse material acredita-se, que as histórias em quadrinhos são fantásticas para se trabalhar em qualquer faixa etária, pois as mesmas nos levam ao um mundo mágico que estimulam a imaginação e o raciocínio de adultos e crianças.

2-      Os Caminhos da História em Quadrinhos

Segundo Cruz (2008, p.1):

Nos 15 primeiros anos da segunda metade do século XIX, houve um grande desenvolvimento da indústria gráfica (jornais, livros, revistas, etc.). Já havia surgido a caricatura, que passou a ser presença constante em publicações diárias ao redor de todo o mundo. Derivada destes desenhos, nas páginas de jornais e revistas, foi que nasceu a grafia desta nova forma de arte narrativa.

Complementando a citação acima destacam Iannone; Iannone (1994, p.30):

[...] a partir de 1890, os enredos passaram a apresentar as características essenciais das histórias em quadrinhos: a narrativa em seqüência de imagens, a manutenção dos personagens nessas seqüências e os diálogos inseridos nos quadros.

Cruz (2008, p.2), observa que:

[...] na primeira década do século XX, mais exatamente no ano de 1905, surgiu a primeira HQ propriamente dita, que definiu a linguagem de articulação de signos gráficos, visuais e verbais dos quadrinhos. Tratava-se de Little Nemo in Slumberland, de Winsor McCay. As histórias de uma página contavam os fantásticos e surreais sonhos do garoto Nemo, que sempre acordava no fim de cada aventura.

Essa novidade se espalhou pelo mundo principalmente pelo Japão e Europa, surgindo assim, muitos cartunistas célebres no início do Século XX.

Para avançar na compreensão das históriasem quadrinhos. Iannone; Iannonne ressaltam que:

[...] a partir de 1910, duas correntes foram se firmando no cenário dos quadrinhos: enquanto os caricaturistas insistiram no caráter inocente e cômico, os intelectuais aderiram gradualmente ao novo gênero, com muitos desenhistas explorando todas as formas e possibilidades. (Iannone; IAnnone 1994, p. 39).

 A partir da década de 1930, os quadrinhos sofreram uma evolução.  Em 1933 surgiu a primeira revista americana de quadrinhos, a Funnies on Parade. Depois vieram a Famous Funnies, Tip Top Comics, King Comics, Action Comics (onde Jerry Siegel e Joe Shuster criaram o Super-Homem) e Detective Comics (onde Bob Kane, em 1939, criou o Batman).  

O sucesso comercial destas revistas estimulou a produção de outras, surgindo assim, o super-herói, por meio do qual esse gênero ganharia popularidade e relevância. De acordo com Viana (2004, p. 2):

A história das histórias em quadrinhos é marcada por uma periodização pouco questionada e que coloca o período de 1929-1939, como sendo a "época dos heróis", da "aventura" ou da "explosão” dos quadrinhos. Na verdade, trata-se de um período das HQ que marca o surgimento de um novo gênero, a aventura e, ao mesmo tempo, um novo papel para elas.

É importante acrescentar que as histórias em quadrinhos foram destaques em mais de 2 mil jornais em 72 países e em 21 línguas, mantendo  sua hegemonia  até a atualidade.

  As histórias em quadrinhos no Brasil começaram em meados do século XIX e início do século XX. Segundo Cruz (2008, p.1)

Em 30 de janeiro de 1869 surgia, então, a primeira história em quadrinhos brasileira: era As Aventuras de Nhô Quim. Publicada pela revista Vida Fluminense, do Rio de Janeiro, a história contava, em episódios, as desventuras de um homem simples do interior do Brasil. O primeiro capítulo possuía 20 imagens em páginas duplas e chamava-se “De Minas ao Rio de Janeiro”.

Agostini produziu, sem periodicidade certa, nove capítulos das aventuras de Nhô Quim. Dois anos depois da publicação de seu nono episódio, a história foi continuada pelo cartunista Cândido Aragonês de Faria, que publicou mais cinco capítulos do personagem. Em 1883, o Agostini deu início à sua segunda série, As Aventuras de Zé Caipora, publicada na Revista Ilustrada.

Conforme afirmam Iannone; Iannone (1994, p.48):

 [...] acredita-se que a revista brasileira “O Tico-Tico” tenha sido a primeira do mundo a apresentar histórias em quadrinhos completas. Lançada em 1905, trazia comics, contos, textos informativos e curiosidades sobre assuntos destinados, principalmente, às crianças.

annone; Iannone (1994, p.49) ainda observam que:

[...] Em 1929, o jornal paulista A Gazeta, lançou a Gazeta Infantil, logo conhecida por “Gazetinha”, com os personagens “Gato Félix”, Carlinhos e o Fantasma.

De acordo com o editor Adolfo Aizem é apontado como o principal incentivador dos quadrinhos em nosso país.

Em1960, aEmpresa gráfica “O Cruzeiro” passou a publicar “O Pererê”, uma revista totalmente brasileira. Criação de Ziraldo Alves Pinto (o Ziraldo), que enfocava a figura do personagem folclórico o saci pererê. Esta revista saiu de circulação em 1964. Depois Ziraldo conquistou o público com “O menino Maluquinho”.

Outros artistas, segundo Iannone; Iannone (1994 p.52,53)

 [...] como o desenhista Jaguar com o ratinho Sig, (1964-1984) e o cartunista Henrique filho, o Henfil (1944-1988), com a criação dos fradinhos, fazem parte da nossa história. Henfil tem sido considerado um dos melhores quadrinistas brasileiros, pela crítica aos costumes.

Embora não seja um autor brasileiro, é impossível não falar de Walt Disney (1901-1966), quando se trata de histórias em quadrinhos no Brasil. Seus heróis são muito conhecidos, como Mickey Mouse (1928); O Pato Donald (1950).

O autor brasileiro Maurício de Sousa, foi o criador da turma da Mônica no final de 1959, um dos maiores sucessos em nosso país. Criou também vários outros personagens, como: Cebolinha, Bidu, Chico Bento e Horácio, entre outros, todos conhecidos internacionalmente. Ainda, conforme Iannone; Iannone (1994, p.54); “[...] “foi o único artista brasileiro a receber em 1971, o prêmio Yellow Kid, o “Oscar” das histórias em quadrinhos”. Tornando-se uma exceção porque criou sua própria empresa “Maurício de Sousa Produções”, ultrapassando um dos grandes obstáculos enfrentados pelos quadrinistas brasileiros.

 Nos tempos atuais, temos alguns quadrinistas que vem se destacando tais como: Ciça, com o Pato; Angeli, com os Skrotinhos; Rê Bordosa e Bibelô, entre outros

Assim, para Iannone; Iannone (1940, p. 57):

A influência e a tradição das séries estrangeiras aliadas à pressão mercadológica dos Syndicates são, em grande parte, as responsáveis pelo desestímulo aos quadrinistas nacionais. Infelizmente, além das questões relativas aos custos e à distribuição, muitas vezes a produção brasileira se vê as voltas com a falta de estrutura, profissionalismo e, sobretudo, apoio das nossas autoridade

 Vale a pena ressaltar, que desde sua criação no inicio do século passado, a atual sociedade, em decorrência de seu estilo popular e por serem de fácil leitura, as histórias em quadrinhos divertem e entusiasmam os leitores em geral, principalmente as crianças. Sendo assim, vamos conhecer um pouco mais deste meio de comunicação impresso.

 3- O que são Histórias em Quadrinhos

 As histórias em quadrinhos (HQs) são narrativas produzidas por meio de desenhos sequenciais, quase sempre no sentido horizontal, acompanhados de textos curtos de diálogo e algumas descrições da situação, apresentados no interior de figuras chamadas "balões".

De acordo, com Iannone; Iannone (1994, p.21).

A melhor definição para a história em quadrinhos está em sua própria denominação: é uma história contada em quadros (vinhetas), ou seja, por meio de imagens, com ou sem texto, embora na concepção geral o texto seja parte integrante do conjunto. Em outras palavras, é um sistema narrativo composto de dois meios de expressão distintos, o desenho e o texto.

  Como meio de comunicação de massa, conforme é utilizada atualmente, as histórias em quadrinhos são um tipo de narrativa que se expressam essencialmente por meio de imagens. A imagem é, nesse tipo de texto, o elemento estruturador da narrativa, pois sugere movimento e sucessão de fatos.

 Muitas histórias em quadrinhos não apresentam texto verbal. Muitas outras transmitem a mensagem narrativa por meio de dois canais: a imagem (desenho) e o texto (narração).  Os dois juntos compõem o sentido da história.

 Os desenhos das histórias em quadrinhos geralmente vêm delimitados por linhas retas, que formam quadros e estes constituem as unidades narrativas mínimas, de onde provém a denominação “histórias em quadrinhos”. Essas linhas podem ser bem definidas, apresentando os acontecimentos como elementos da realidade ficcionais, ou descontínuos, representando sonhos ou fatos registrados pela memória.

 Assim, para entender uma história, não basta que os leitores leiam o que está escrito, é preciso ler o que as imagens representam como o lugar onde acontece a história, os personagens (quem são, como são, quais as expressões do rosto, o que estão fazendo), as indicações de seqüência temporal. 

            Vargas (2002, p. 13) afirma que:

Quando lemos uma HQ, notamos o poder com que a imagem interfere no modo de pensar das pessoas e em seu imaginário. A composição do desenho, nesse tipo de texto, ganha uma espécie de carga narrativa, exigindo a leitura em seqüência, da esquerda para a direita e de cima para baixo: as partes superiores e da esquerda representam o antes; as inferiores e da direita, o depois.

 É importante destacar que para levar os alunos a identificar as seqüências narrativas de uma história, faz-se necessário que estes analisem quadro a quadro, fazendo uma leitura adequada dos quadrinhos, para que assim, possam perceber e conhecer as características principais dos personagens, compreendendo melhor o que se passa nas cenas.

     Dessa maneira, se os alunos conseguirem ver estas características, a leitura será bem prazerosa e mais fácil de entender e interpretar. Nesse contexto, as histórias destacam-se por possuir grande diversidade de conceitos e conteúdos, contribuindo de maneira significativa na aprendizagem dos alunos.

 Muitas escolas e instituições de ensino já estão empregando as histórias em quadrinhos como um recurso a mais para melhorar o processo de ensino e aprendizagem, devendo ser articulada, levando em consideração o interesse e a criatividade dos alunos,  principalmente nas ferramentas tecnológicas.

4- O Software HagáQuê

 Num momento em que passamos por grandes transformações sociais no mundo inteiro, em que a globalização aproxima as informações por meio das tecnologias, o emprego de Histórias em Quadrinhos nas escolas como mediadora no processo de ensino e aprendizagem está sendo utilizada cada vez mais como forma de superar antigas práticas pedagógicas.

As tecnologias das mais simples às mais sofisticadas estão cada dia mais presentes na educação de nossos alunos, pois as mesmas ampliam o potencial humano, seja físico ou intelectual. Assim, em decorrência da evolução das tecnologias, surgiu o Software HagáQuê.

 O HagáQuê é um editor de histórias em quadrinhos, que possui um banco de imagens com diversos elementos (cenários, personagens, balões etc) e vários recursos de edição destas imagens para que as crianças construam sua própria história. Cabe ao professor incorporar nas suas aulas essas tecnologias, uma vez que, elas são muitas e se utilizadas adequadamente podem auxiliar no processo ensino-aprendizagem.

                 Segundo Ribeiro (2008, p. 1):

Para tanto, o professor deve ter conhecimento sobre os potenciais educacionais do computador e ser capaz de alternar adequadamente atividades tradicionais de ensino-aprendizagem e atividades que usam o computador.

Nesse contexto, ao reconhecer as inúmeras possibilidades do uso das histórias em quadrinhos no ensino por meio do emprego desse software, o professor possibilitou aos alunos a ferramenta para aprofundarem seus conhecimentos, criando histórias em quadrinhos.

5- O Uso do Software HagáQuê na Produção das Histórias em Quadrinhos na Escola Rio Brilhante

Considerando que o uso das tecnologias foi inserido nas escolas para ajudar na aprendizagem dos alunos, faz-se necessário que a área educacional domine essas ferramentas tecnológicas, empregando-as no desenvolvimento de atividades pedagógicas visando a construção do conhecimento dos alunos

O projeto foi realizado  tendo como referência os alunos do 5º ano do período vespertino da Escola Municipal “Rio Brilhante” com auxílio da professora regente Maria de Fátima Ferreira da Conceição e a professora da STE Adriana Joris.

 A professora da sala de aula detectou em seus alunos dificuldades na produção de textos e na escrita, assim propôs aos alunos uma forma criativa e prazerosa de aprender a criar textos e desenvolver a escrita por meio das histórias em quadrinhos.

Primeiramente foi realizado um estudo a respeito das histórias em quadrinhos por meio de textos e ilustrações, com uma abordagem histórica seguida da sistematização dos principais elementos que caracterizam a produção dos gibis, como o discurso, os recursos visuais, balões, onomatopéias, etc.

Com essa exploração, que inicialmente partiu do mundo mágico dos gibis foi trabalhado diagramação de página, composição, criação de personagens, cenários e a história, desenvolvendo no aluno o humor e a imaginação criativa.

Na tentativa de buscar uma avaliação da compreensão dos alunos acerca do tema discutido, foi pedido que confeccionassem suas próprias histórias em quadrinhos que deveriam tratar sobre inércia. Nosso objetivo com este tipo de atividade foi, além de propiciar uma atividade que estimulasse a criatividade do discente, explorar as características de formatação das históriasem quadrinhos. As HQspossuem uma escrita de forma fácil e acessível, o que nos permite inferir que, para um aluno tratar um tema complexo como a inércia dentro do contexto de um quadrinho, ele teria que possuir um conhecimento sobre o conteúdo, para que pudesse tratá-lo de forma contextualizada com a narrativa que ele proporia para suas personagens. Foi elaborado um gibi com as histórias criadas pelos alunos na sala de aula, para em seguida trabalharem na STE (Sala de Tecnologia Educacional) com o programa HagáQuê.

 A professora da STE explicou todas as ferramentas do programa com o uso do datashow, por meio do qual, os alunos começaram a conhecer e treinar cada ferramenta disponível no programa no computador. Na aula seguinte começaram a criar as histórias em quadrinhos usando os recursos disponíveis no software educativo, as dúvidas por parte dos alunos foram poucas, conseguiram criar com facilidade as histórias em quadrinhos, no entanto, tiveram dificuldade e muitos erros na escrita, como mediadora na aprendizagem dos alunos, a professora regente indicou, estimulou as devidas correções.

Vale a pena acrescentar, que durante as aulas desenvolvidas na sala de tecnologia, os alunos demonstraram mais interesse e vontade de realizar as atividades propostas, mostrando-se ansiosos para a realização das aulas na STE. Portando, trabalhar com este tema usando os computadores e o programa HagáQuê provocou nos alunos um grande  progresso em relação a produção de textos e na linguagem oral, visto que, ficaram motivados com esta maneira de criar as histórias em quadrinhos, já que, foi na sala de tecnologia usando o programa HagáQuê que eles mostraram o que aprenderam na teoria através da prática.

Considerando-se que as atividades por meio das histórias em quadrinhos apresentaram mudanças significativas na aprendizagem dos alunos e no contexto escolar, podemos ressaltar isto através de alguns relatos, que denominamos de A1 a A30 para os alunos e das 2 (duas)  professoras denominadas de PA e PR envolvidas no projeto.

Relata o aluno A2: “Gostei de fazer as histórias em quadrinhos com o uso do computador, tinham muitas imagens, personagens, cenários para eu escolher e criar minha história”.

Comenta o aluno A19: “Nunca imaginei que fazer histórias em quadrinhos fosse tão fácil e divertido usando este programa no computador, adorei esta aula”.

O aluno A21 diz: “Gostei muito de criar as histórias em quadrinhos no computador, pois tinha muitos desenhos para escolher.”

Para finalizar os comentários, o aluno A29: “Este projeto foi bem recebido pelos alunos, gostamos muito, as aulas na sala de tecnologia são legais e diferentes”

Descreve a professora PA:

Observei que no decorrer das atividades desenvolvidas na sala de tecnologia, os alunos demonstraram mais interesse e vontade de realizar as atividades propostas.  Foi na sala de tecnologia que eles mostraram o que aprenderam na teoria através da prática. Através desse projeto desenvolvido na STE e na sala de aula proporcionamos aos alunos um ambiente estimulador com a comunicação verbal, não apenas na sala de aula como também fora dela. Através das técnicas artísticas o aluno mostrou sua criatividade, compartilhando sempre dos conhecimentos prévios e adquiridos pelos alunos no decorrer de conversas informais.

 Durante as atividades na STE a professora regente apresentou um pouco de dificuldade para trabalhar com o programa HagáQuê, em virtude de não dominar algumas ferramentas do computador e seus programas, a mesma comentou que o objetivo foi alcançado ao ver a dedicação e empenho dos alunos no desenvolvimento do projeto, a professora da sala de tecnologia educacional ajudou os alunos de forma relevante para que a atividade se tornasse realidade, portanto houve um trabalho de interação entre alunos e professores. A professora PR relata:

 O tema do projeto “Histórias em quadrinhos” relacionado com o uso das tecnologias foi o momento mais esperado pelos alunos que estavam ansiosos para a criação das histórias no computador usando o software educativo HagáQuê, o resultado esperado por mim foi ótimo, fiquei satisfeita com as produções finais.

 Dessa forma, é importante acrescentar que, trabalhar com esta atividade diversificada auxiliou no desempenho dos alunos no que diz respeito à criação de textos, interpretação, leitura e criatividade. 

Para finalizar o projeto, buscando realizar uma avaliação a respeito da compreensão dos alunos com relação às histórias em quadrinhos, foi solicitado que estes apresentassem suas histórias elaboradas anteriormente para toda comunidade escolar usando o retro projetor apresentaram as histórias produzidas no computador, explicando passo a passo sua história, alguns alunos foram escolhidos pra fazer dramatizações das histórias criadas, no pátio da escola fizeram a exposição dos gibis feito na sala de aula e na sala de tecnologia educacional.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo sobre O Uso do Software HagáQuê como Ferramenta Pedagógica na Criação das Histórias em Quadrinhos: uma estratégia de ensino para os alunos do 5º ano da Escola Municipal Rio Brilhante, localizada no município de Rio Brilhante.

O primeiro passo do trabalho foi identificar através de estudos a possibilidade de desenvolver a capacidade dos alunos se expressarem por meio da escrita e oralmente, as ideias contidas nos textos e as próprias ideias exercitando os mecanismos de estruturação formal, aperfeiçoando a objetividade e clareza de exposição do pensamento.

O trabalho buscou também estimular a criatividade dos alunos utilizando-se dos conhecimentos pessoais para a produção das histórias em quadrinhos, por meio da utilização das ferramentas do programa HagáQuê no computador, visando o fortalecimento da construção do conhecimento de forma significativa para que os educandos identificassem por meio da leitura e interpretação de textos, as marcas lingüísticas e os elementos visuais indicadores de ações que permitam a construção de sentido das histórias.

Cabe destacar, que a pesquisa possibilitou identificar por meio dos relatos que os professores das séries iniciais do Ensino Fundamental não estão familiarizados com as novas tecnologias presentes na escola, ou seja, não as usam por “medo” de ousar, de trabalhar um conteúdo proposto para determinada série de maneira diferente, atrativa e diversificada, já que são recursos tecnológicos disponíveis na escola. Também não podemos deixar de falar sobre a necessidade de desenvolver bastantes atividades para que esse “medo” seja superado, tendo mais capacitações para os educadores.

No decorrer das atividades desenvolvidas pelos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental, foi possível perceber além da ansiedade e dedicação dos alunos de trabalhar na STE as HQs através do software educativo HagáQuê, o interesse de alguns professores pelas atividades que estavam sendo desenvolvidas, já que o interesse dos alunos foi maior em comparação as atividades realizadas em sala de aula.

Foram detectadas algumas dificuldades na realização das atividades, como: por não possuírem computador em suas residências, alguns alunos não dominavam o seu uso, no entanto, com o passar das aulas foram interagindo com alguns colegas e a professora da STE para sanar algumas dificuldades referentes ao HagáQuê e ao manuseio do computador e suas ferramentas. Outro fato que merece destaque, diz respeito à falta de domínio em relação à escrita e concordâncias ortográficas, visto que, apresentavam dificuldades em produzir e interpretar textos.

Em síntese, pode-se dizer que o projeto mostrou a possibilidade de se trabalhar um conteúdo de maneiras diversificadas, que foi possível despertar nos alunos o interesse pela leitura e escrita. Essas constatações demonstraram que o uso do software HagáQuê  contribuiu para melhorar a aprendizagem dos alunos no que diz respeito a criação, interpretação e leitura  de textos por meio das histórias em quadrinhos.

REFERÊNCIAS

 CALAZANS, Flávio. Histórias em quadrinhos na escola. São Paulo: Paulus, 2004.

CRUZ, Dandara Palankof .  Matéria: A história dos quadrinhos no Brasil - parte 1-16/09/2008.  Disponível em; www http://hqmaniacs.uol.com.br. Acesso em -07/10/2010.

IANNONE, Leila Rentroia, Roberto Antônio. O mundo das histórias em quadrinhos. São Paulo, 1994. Coleção desafios. 87p.

MARINHO, Elyssa Soares. Histórias em quadrinhos, a oralidade em construção. Rio de Janeiro, 2004. Disponível em; www http://buscatexto.cnpq.br. Acesso em 14/10/2010.

RIO BRILHANTE. Escola Municipal. Projeto Político Pedagógico. Rio Brilhante-MS, 2010.

VARGAS. Maria Valíria e Aderson de Melo. GESTAR – Programa Gestão de Aprendizagem Escolar. TP5. Leitura e Produção de textos. Brasília, 2002.123 p.

VIANA, Nildo A era da aventura no mundo dos quadrinhos. disponivel em; www http://br.monografias.com/trabalhos Acesso em- 07/10/2010.