Fábio Oliveira Santos[1]

Resumo.

A compreensão do texto é construída na relação social e da posição que se encontram os interlocutores, em todo caso, priorizamos pela compreensão da estrutura e os significados construídos a partir dos textos on-line, ou hipertextos. Para isso, selecionamos o texto on-line: “Por que não vivemos para sempre”, a seguir procuramos compreender o sentido construído com os elementos do texto e externos a ele.

Palavras Chaves: Textos, leitores, construção de sentido.

Compreender que o sentido do discurso é algo que se constrói de maneira social e com a participação de interlocutores é essencial para essa análise, uma vez que se tem a perspectiva de observar como se constrói o sentido, porém sob o ponto de vista de um hipertexto, ou um texto on-line.

Para esse estudo, analisa-se a construção e a estrutura do texto on-line: Por que não vivemos para sempre?[2] O objetivo é a compreensão e construção do significado e a construção da estrutura on-line.

De acordo com Orlandi (1994), o efeito do discurso somente pode ser desvendado através dos sentidos entre interlocutores, ou seja: diferentes sentidos são construídos a partir de “quem se fala, onde se fala e para quem se fala” e com qual objetivo.

No texto estudado, percebe-se que é dividido em pequenas páginas e no número de nove. De acordo com dados recentes do PISA, o Brasil é um país de poucos leitores, ou ao menos é 53º[3] do ranking mundial, daí o incentivo à leitura em todas as disciplinas, por parte das esferas governamentais. Daí acredita-se que a divisão em pequenos textos divididos em páginas menores favorecem à leitura até o final, um apelo viável ao leitor para que termine o esforço.

Lajolo & Zilberman (2003), afirmam que estratégias que apelavam ao término da leitura já são antigas, do ponto de vista do descobrimento do Brasil, pois mesmo Machado de Assis, utilizava-se desse recurso para vender seus livros. Dessa forma, o texto on-line, apenas utiliza-se dessa estratégia.

            Outro aspecto latente no texto, revela-se com a escolha do léxico, pois, apesar de ser uma pesquisa científica, a linguagem utilizada pelo autor não teve um caráter técnico, creio que a intenção do autor é aproximar o leitor à compreensão e dimensão da pesquisa, dessa maneira a adequação do léxico contribui nesse sentido.

Para Souza (2010), o texto on-line ou o hipertexto é, de uma perspectiva analítica, um universo de diversas dimensões, pois não se lê apenas o texto, mas as imagens, os hiperlinks, o contexto do leitor e outros, abre-se, dessa maneira, um universo em expansão de conhecimento ilimitado e inesgotável, como é a literatura, porém com a possibilidade de ter tudo no mesmo instante e isso, de maneira fácil, pode-se adequar à necessidade e compreensão do leitor.

            No texto estudado, percebe-se alguns relatos de pessoas que não são autoridades no assunto, o caso da filha do pesquisador. Com isso, o autor, demonstrar o entendimento simples da ciência que, mesmo as crianças, são capazes de compreender significados complexos, não é difícil perceber a tentativa reincidente de atingir o leitor esguio.

            Nesse sentido, de aproximação do leitor, o texto on-line, recria e reinventa-se para adequá-lo ao interlocutor, existem descrições, como por exemplo: da célula, pontos de vistas que sugerem a continuação das pesquisas e de posição favorável à iniciativa em continuar a aclarar as obscuridades biológicas, mesmo porque, o ser humano foi feito para viver eternamente.

            Aspecto importante, do ponto de vista da construção do sentido, revela-se através dos links que o texto on-line traz em seu bojo, pois, enquanto lê-se o texto, outros significados e outros planos revelam-se com essa ferramenta, no entanto, também fica a ressalva que isso pode desvirtuar o significado pretendido, uma vez que outras perspectivas revelam-se com outros links.

Bibliografia

LAJOLO, Marisa & ZILBERMAN, Regina. A Formação da Leitura no Brasil; 3º edição Editora Ática: São Paulo, 2003.

ORLANDI, E. P. Discurso, imaginário social e conhecimento. Revista Aberto, ano 14, n.61. Brasília, jan./mar. 1994, p. 52-59. Disponível em: <http://www.rbep.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewFile/911/817>. Acesso em: 18/02/2012.

SOUZA, Marcelo Freire Pereira de. Narrativa hipertextual multimídia: um modelo de análise / Marcelo Freire Pereira de Souza. – Santa Maria: FACOS, 2010. Disponível em: <http://narrativahipertextualmultimidia.files.wordpress.com/2011/03/narrativa_hipertextual_multimc3addia.pdf> Acesso em: 18/02/2012.



[1] Aluno Redefor.

[2] Texto disponível em: <http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/por_que_nao_vivemos_para_sempre_.html> Acesso em: 18/02/2012.

[3] Texto informativo disponível em: <http://educarparacrescer.abril.com.br/blog/boletim-educacao/2010/12/07/desempenho-brasil-pisa-melhora-mas-ainda-estamos-longe-de-uma-educacao-de-qualidade/> Acesso em: 18/02/2012.