O Professor na implementação da Aprendizagem Cooperativa. Estudo de Caso: Escola Primária Completa de Napipine (2014-2015).

 

Resumo

Esta monografia científica é parte integrante e conclusiva da Licenciatura em Psicologia Educacional com Habilitações em Educação e Assistência Social. O mesmo tem como tema: O Professor na implementação da Aprendizagem Cooperativa. Estudo de Caso: Escola Primária Completa de Napipine (2014-2015). Tem como objectivo geral: analisar as metodologias de trabalho do Professor na implementação da Aprendizagem Cooperativa. E os objectivos específicos são: Identificar as estratégias usadas pelo Professor na implementação da Aprendizagem Cooperativa; Descrever as modalidades de trabalho seguidas pelo professor na implementação da Aprendizagem Cooperativa e; Sugerir melhores metodologias de trabalho do Professor na implementação da Aprendizagem Cooperativa. Para dar a resposta ao problema levantou-se à seguinte pergunta de partida: Quais são as metodologias de trabalho do professor durante a implementação da aprendizagem cooperativa. Para responder foram traçadas duas hipóteses sendo, hipótese 1: O Professor durante a implementação da Aprendizagem Cooperativa usa metodologias activas com vista a orientar os alunos a alcançarem os objectivos pré-definidos e hipótese 2: O Professor durante a implementação da Aprendizagem Cooperativa usa metodologias passivas com vista a dar liberdade aos alunos na escolha das modalidades a seguirem para o alcance dos objectivos pré-definidos. Quanto a metodologia baseou-se na abordagem qualitativa, quanto aos objectivos foi descritiva e no que se refere aos procedimentos foi uma pesquisa de campo. Para a colecta de dados contou-se com a técnica de entrevista do tipo estruturado. A pesquisa teve como universo 17 Professores do 3º ciclo (7ª classe) na qual tirou-se uma amostra aleatória de 5 sujeitos. Os resultados apontam que a nossa segunda hipótese foi confirmada, uma vez que, conclui-se que o Professor durante a implementação da Aprendizagem Cooperativa usa metodologias passivas com vista a dar liberdade aos alunos na escolha das modalidades a seguirem para o alcance dos objectivos pré definidos.

Introdução

A aprendizagem cooperativa é um método de ensino-aprendizagem em que os alunos trabalham em pequenos grupos heterogéneos, com papéis previamente definidos, trocando informações e partilhando materiais, estando cada aluno consciente de que só terá sucesso se todos os elementos do grupo também tiverem.

O trabalho subordina-se ao tema: O Professor na implementação da Aprendizagem Cooperativa. Estudo de Caso: Escola Primária Completa de Napipine (2014-2015). A pesquisa tem como objectivo geral, analisar as metodologias de trabalho do Professor na implementação da Aprendizagem Cooperativa, e para o seu alcance contou-se com os seguintes objectivos específicos: identificar as estratégias usadas pelo Professor na implementação da Aprendizagem Cooperativa; Descrever as modalidades de trabalho seguidas pelo Professor na implementação da Aprendizagem cooperativa e; Sugerir  melhores metodologias de trabalho do Professor na implementação da Aprendizagem Cooperativa.

A maior motivação do autor para investigar o tema foi pelo facto de ter constatado que, no processo de ensino-aprendizagem, na sala de aula, de forma particular no 3º ciclo (7ª classe), os Professores da Escola Primária Completa de Napipine para além de se apoiarem dos métodos tradicionais na maior parte do seu tempo de leccionação, com enfoque o método expositivo, ou seja, aquele que como finalidade a Aprendizagem individual, no momento em que eles acreditavam estar a pôr em prática a Aprendizagem Cooperativa, essa que busca construir no indivíduo competências tanto na esfera cognitiva como social, durante as suas aulas não seguiam algumas estratégias consideradas aceites neste tipo de aprendizagem. Daí que o autor levanta a seguinte pergunta de partida: Quais são as metodologias de trabalho do Professor na implementação da Aprendizagem Cooperativa?

Quanto à metodologia, a pesquisa é qualitativa pois para à análise e interpretação de dados usou-se a indução e o método estatístico como meio auxiliar, quanto aos objectivos é descritiva, uma vez que, o autor se propõe a descrever como ocorre o processo de implementação da Aprendizagem Cooperativa na referida escola e, quanto aos procedimentos é de campo pois a maior parte dos dados foram obtidos no lugar da ocorrência do fenómeno, neste caso a Escola primária Completa de Napipine. E Para a recolha de dados que compõe o trabalho final, o autor se auxiliou da técnica de entrevista que foi submetida a cinco (05) professores do 3º ciclo (7ª classe) como forma de sustentar mais os dados fornecidos a partir da observação naturalista feita pelo autor.

Como forma de facilitar à compreensão e manuseio, o trabalho encontra-se estruturado em três capítulos, onde no capítulo I: reservou-se aos procedimentos metodológicos da pesquisa e constam os seguintes elementos: Problematização, Justificativa, Objectivos da pesquisa (geral e específicos), Hipóteses, Metodologia, Tipo de pesquisa, Técnica de colecta de dados, Universo e amostra que foi usada para a pesquisa. No capítulo II: reservou-se à fundamentação teórica, e é aqui onde o autor se apoiou de algumas abordagens teóricas de autores que abordam em relação ao tema em diferentes momentos. E no capítulo III: fez-se a apresentação, descrição e interpretação de dados. Além desses elementos, o trabalho traz as conclusões, sugestões, elementos pré-textuais e pós-textuais.

CAPITULO I – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Dentro deste capítulo serão abordados aspectos relacionados as metodologias usadas durante a realização da pesquisa, desde à Problematização, Justificativa, Objectivos da pesquisa (geral e específicos), Hipóteses, Metodologias: tipo de pesquisa, técnica de colecta de dados, universo e amostra.

1.1 Problematização

Partindo do pressuposto que a cooperação como processo educativo é aquela em que os alunos trabalham juntos em pequenos grupos cuja característica principal dos elementos que fazem parte dos grupos é a heterogeneidade com vista a atingirem um objectivo comum, tem-se revelado a melhor estrutura social para aquisição de competências, o que contraria frontalmente toda a tradição individualista e competitiva da organização do trabalho na escola.

Por essa razão que, a Aprendizagem Cooperativa é um novo modelo das Escolas de hoje, onde a aprendizagem não deve ser actividade solitária e individual mas sim aprendizagem que propõe uma actividade social.

As Escolas hoje devem assumir atitudes mais cooperativas e menos competitivas, buscando a formação de pessoas com valores, saberes e os princípios de solidariedade.

A estrutura cooperativa pressupõe que cada um dos membros do grupo só possa atingir o seu objectivo se cada um dos outros o tiver atingido também. Ao contrário disso, a estrutura competitiva significa que um indivíduo só atinge o seu objectivo quando o outro o não atingir.

A inquietação no autor surge no decurso da realização das práticas pedagógicas, em que o mesmo observou que, os Professores da Escola Primária e Completa de Napipine, particularmente os que leccionam no 3º ciclo (7ª classe), durante as suas aulas passam maior tempo transmitindo os conteúdos se apoiando dos métodos tradicionais com mais frequência o expositivo.

Das poucas vezes em que os professores procuravam pôr em prática a implementação da aprendizagem cooperativa nas suas aulas, acabavam recorrendo ao uso de algumas estratégias, como por exemplo, pedir que os alunos realizassem algumas actividades em grupo e para isso, pediam que se formassem sem olhar e respeitar as diferenças e muito menos o número de elementos constituintes em cada grupo, mas sim levavam em consideração as proximidades em que estes se encontravam, e na opinião do autor essas estratégias não irão desenvolver nos seus alunos competências cognitivas e sociais e, muito menos irão ajudar na resolução de problemas que estes poderão encontrar nas classes subsequentes.

No que diz respeito ao controlo e esclarecimento de dúvidas em caso de dificuldades dos alunos na realização das tarefas, isso poucas vezes o autor observou da parte dos professores. Assim, logo que os professores atribuíam as tarefas, saiam das salas e iam conversar com outros colegas e nalgumas vezes, ficavam por longas horas a conversar ao telefone, deixando a turma na responsabilidade de ninguém e, consequentemente a isso, alguns alunos se aproveitavam da falta de vigilância do professor para fomentarem barulho e induzirem os outros colegas a não se concentrarem nas tarefas que foram confiadas.

Muitos são os professores que acreditam com isso estar a pôr em prática a aprendizagem cooperativa, quando, frequentemente de facto, não o estão, pois pôr os alunos a trabalhar em grupo para aprenderem não é o mesmo que estruturar a cooperação entre os alunos.

Diante disso, surge uma inquietação no autor que o levou a escolha do tema e que mereceu uma análise e um estudo profundo, daí que se levantou à seguinte questão de partida: Quais são as metodologias de trabalho do Professor na implementação da Aprendizagem Cooperativa?

1.2 Justificativa

No respeitante ao tema, o autor teve contacto com o problema em estudo a partir de várias experiências que viveu desde o período em que este foi estudante do ensino geral e também a partir de várias observações feitas no âmbito da realização das Práticas Pedagógicas, uma das cadeiras que fez parte do curso durante a formação.

Assim sendo, a motivação que levou o autor a investigar com profundidade o tema, foi pelo facto de ter constado que, no processo de ensino-aprendizagem, na sala de aula, particularmente no 3º ciclo (7ª classe) da EPC de Napipine, os Professores para além de ocuparem maior parte do tempo de leccionação auxiliando-se dos métodos tradicionais, com maior enfoque o método expositivo, ou seja, aqueles que tem por finalidade a aprendizagem individual, no momento em que eles acreditavam estar a pôr em prática a aprendizagem cooperativa nas suas aulas não seguiam de forma correcta algumas estratégias consideradas aceitáveis neste tipo de aprendizagem, visto que, busca construir no indivíduo competências tanto na esfera cognitiva como social.

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