O Papel do Professor na Construção da Cidadania do Discente ADAILSON DOS SANTOS SENA - HISTORIADOR PROFESSOR SUBSTITUTO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ – UFOPA-2014 RESUMO O presente trabalho tem como objetivo causar a reflexão sobre a importância do professor em uma sala de aula e a importância do mesmo na construção do caráter dos cidadãos. A relação entre professor e aluno deixou de ser apenas de aprendizagem e passou a ser uma relação comunicativa de ambos os lados. Os alunos de hoje em dia estão muito mais presentes em seus métodos de aprendizados se comparado aos tempos de antigamente. Nos tempos passados os alunos eram totalmente submissos a seus professores, situação está que vem sendo mudada cada vez mais com o passar dos anos, afinal as aulas estão mais dinâmicas e cada vez mais é levada em conta a opinião dos discentes a tudo que diz respeito a suas atividades educativas. O professor deve ter a consciência de que é fundamental na formação do caráter de seus alunos e deve, portanto ensina-los e prepara-los de todas as formas possíveis para enfrentar os problemas que a sociedade lhes empoe, com a forma mais pacifica possível e prepara-los para uma vida social longe do âmbito escolar. Características estas fundamentais para a formação e construção da cidadania, métodos essenciais de formar um indivíduo capaz de conviver em um estabelecimento de ensino e em toda a sociedade. Assim como o professor possui diversas responsabilidade na construção do caráter de seus alunos também são muito importantes para todos nós cidadãos, pois são eles quem vão transmitir os conhecimentos que possuem e que são indispensáveis para toda a sociedade. Porém o professor não deve ser aquele que se vê como dominante de todos os tipos de conhecimento e sim aquele que tem a plena consciência de que sempre existira algo a mais para se buscar, é aquele que compreende a maneira que cada um de seus alunos aprende e tenta de diversas maneiras fazer com que este aluno se sinta cada vez mais confortável no seio da escola. Os métodos de se passar o conhecimento aos alunos devem ser programados pelo professor de acordo com a maneira que cada aluno se sinta mais confortável para aprender o que o professor está transmitindo para a classe e fazendo com que suas aulas sejam mais interessantes aos olhos de todos ali presente. No entanto não se deve deixar a critério do aluno o que se deve ser passado na sala de aula, o que deve ser feito é deixa-lo mais à vontade e ao mesmo tempo lhe dando limites para torna-lo um aluno dedicado ao seu estudo, para que assim ele possa ter o resultado que é esperado por todos. Existem vários métodos de transmitir o conhecimento aos alunos, e estes devem ser cada vez mais utilizados pelos docentes em todos os estabelecimentos de ensino. Desta forma o aprendizado se tornara mais fácil e entusiasmante para todos que o buscam, dando-lhes uma sensação agradável e libertadora de uma boa aprendizagem. E fazendo com que o professor fique de forma marcante na vida de cada indivíduo. Palavras Chaves: Cidadania, Professor, Aluno, Escola. INTRODUÇÃO Desde o tempo da cultura grega. O professor encontra-se em uma posição de importância para o amadurecimento da sociedade, as escolas de Sócrates, Platão e Aristóteles demonstram a habilidade que tinham os pensadores para discutir os elementos mais fundamentais da natureza humana, sabia o que era importante, porque vivia da reflexão. Sem dúvida o docente de hoje desempenha inúmeros papéis que são importantíssimos para o desenvolvimento das futuras gerações, deve, portanto encarar com muita seriedade sua profissão, trabalhar para esclarecer seus alunos a fazer com que eles reflitam sobre a realidade em que vivem. O professor deve acreditar que todos tem capacidade de aprender, cada um no seu próprio ritmo, o educador dispõe da oportunidade de mudar, disciplinar, criar, reconstruir, enriquecer a vida dos seres humanos, quando Paulo Freire (1996 – 77), diz: Movo-me como educador, porque primeiro me movo como gente. Acreditamos que o professor pode levar os educandos a terem curiosidade de querer fazer aprender, e que ainda está em tempo de desprender devemos do tradicionalismo arcaico os quais muitos ainda vivem e praticam. Assim podemos afirmar que: Os Alunos não precisam de guias espirituais nem de catequizadores, Eles se constroem encontrando pessoas confiáveis, que não se limitam a dar aula, mas que se apresentam como seres humanos complexos e como atores sociais que encaram interesse, paixões, duvidam falhas, construções, (...) atores que se debatem como todo mundo, como sentido da vida e com as vicissitudes da condição humana. (Perrenond. 2005:139) Em relação à citação de Perrenod a expectativa que se tem do papel do professor é de que ele intervenha de forma ativa, junto ao corpo discente e consiga atingir autoridade com autonomia e participação consciente e responsável em sala de aula. O professor, assumindo-se como cidadão, tendo consciência da sua cidadania e dos pressupostos teóricos que fundamentam sua prática pedagógica, com certeza, irá contribuir na formação de seus alunos. A formação de valores, hábitos que o indivíduo terá com base por toda a sua vida, em conjunto com a criação familiar, é adquirida em sua maior parte na Educação infantil, não se deve esquecer que a educação começa em casa. Baseado nessa colocação surge a necessidade de alertar os educadores da educação infantil, visto que esses são responsáveis em grande parte pelo processo educacional de valores da criança na fase inicial de sua vida, o objetivo desse estudo é refletir que todo indivíduo necessita de bases morais, de forma que saiba como proceder ao se deparar com pequenos ou grandes problemas. Pode-se dizer que é muito importante que todo educador tenha consciência de transmitir princípios para seus alunos, podendo participar no processo e construção da cidadania dos futuros cidadãos. 1.O Papel do professor na construção da cidadania O professor encontra-se em uma posição de importância vital para o amadurecimento da sociedade e para a difusão da cultura. No processo de desenvolvimento das habilidades cognitiva, social e emocional dos alunos, o professor deve levá-los a refletir acerca de questões condizentes com os problemas enfrentados no dia a dia. O grande desafio do educador é estimular e convencer o educando a valorizar o bem comum, a boa convivência, a responsabilidade partilhada. O acesso à informação e a educação conduz à prática da cidadania. Assim podemos afirmar que: O bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas. (FREIRE, 1996:96). Freire quer dizer que o professor não tem que só passar conteúdo de uma determinada matéria, mas sim, marcar na vida do aluno, pois, não é só ensinar teorias, mas ensinar o pensar e usar a criatividade. O docente tem que cansar o discente mentalmente com ideias e didáticas e não cansar mentalmente com teorias. O cidadão consciente respeita o espaço e a pessoa. A educação para a ética prepara o ser humano para o equilíbrio em aceitar que não devem prevalecer as vontades individuais; a cidadania, afinal, não é um direito solitário – é a arte da convivência social. O princípio básico da construção da cidadania: educar para a convivência pacífica, feliz. Educar para o respeito, para a troca de experiências, para o exemplo no trato com o outro e consigo mesmo. Educar para que todas as mudanças da vida sejam enfrentadas com galhardia. A responsabilidade de formar indivíduos que respeitem os direitos e os deveres de cada um e de todos não é, obviamente, apenas da escola. No entanto, o professor tem de dar o exemplo e o aluno precisa ter limites, ciente de que liberdade não significa permissividade. Esses limites devem ser entendidos como necessários e provenientes da autoridade do professor, para que ele exerça com liderança e com competência. Também não é admissível que o mestre se valha de gracejos preconceituosos, e faz-se fundamental que utilize o tom adequado ao dirigir-se aos alunos. Teles, conclui que: Ensinar implica humildade. Nenhum de nós é uma enciclopédia e detém todo o saber. Mesmo em nossa área, nosso conhecimento, por mais estudiosos que sejamos nunca pode ser completo. Assim esta posição de donos do saber é simplesmente ridícula. Somos eternos aprendizes em tudo e é preciso que os alunos também aprendam esta verdade. (2004:40,41). Acreditamos que o professor, deve sempre questionar o seu saber, buscando novos conhecimentos. É importante que o educador trabalhe valores, formando alunos que saibam respeitar, ouvir e ajudar. Na construção da cidadania, urge que o professor utilize métodos e traga à baila discussões que despertem o interesse dos alunos. As novas tecnologias empregadas pedagogicamente estão à disposição do educador. Da internet à sucata, muito se pode utilizar para envolver o aluno e discutir aspectos contemporâneos que se relacionem com sua capacidade de melhor conviver em sociedade. Forma e conteúdo têm a mesma importância no ambiente educacional. As práticas democráticas, o envolvimento efetivo dos alunos no processo de aprendizagem, a união entre conhecimento e reflexão conduzem à educação libertadora. Não se pode ensinar a importância da liberdade sem permitir que o aluno seja livre. Do mesmo modo, iniciativas de professores que busquem tornar mais rica sua função social de educar devem ser incentivadas. Escolher ser o medidor de uma aprendizagem através da metacognição é a apostar que é sempre possível ajudar os alunos a progredirem nos saberes, particularmente aqueles que estão em situação de insucesso, de modo que tenham simultaneamente maiores oportunidades de êxito, de autonomia e desejo de aprender. (Grangeat,1999, p, 56). O autor evidencia a necessidade do professor incluir em sua prática pedagógica, a metacognição como o tempo de reflexão que propicia e potencializa as aprendizagens pessoais e do grupo como uma totalidade. Todo sonho só pode ser conquistado por meio da educação, a necessidade do professor avaliar constantemente seu trabalho, o que nos remete, mais uma vez, o sonho viável exige que eu pense diariamente a minha prática; exige de minha descoberta, constante do limite da minha própria prática, que significa perceber e demarcar a existência do que eu chamo de espaços livres a serem preenchidos. 1.1 De que forma os professores percebem o seu trabalho no processo de construção da cidadania. O trabalho pedagógico contribui para desenvolver o que denomina de aprendizagem significativa. A proposta que os docentes procuram desenvolver na sala de aula contribui no sentido de o aluno ter uma aprendizagem significativa. Os professores tem que procurar desenvolver diversas dinâmicas para serem utilizadas em sala de aula, fazer com que os alunos desenvolvam mais a mente. O professor tem que desenvolver o ensino de uma forma mais prazerosa, lúdica e critica, possibilitando ao aluno ser agente ativo da aprendizagem e construtor do seu conhecimento. Saviani (2005) destaca que para instalar uma nova teoria e preciso que se desestabilize o que já está instituído; não basta reconhecer o novo como uma verdade, para que esse fato altere a forma de pensar. Frente a essas considerações, se pretende analisar a trajetória dos métodos de ensino e aprendizagem, a partir da teoria pedagógica tradicional, até a perspectiva histórico-crítica, na conjuntura das mudanças sociais, a fim de favorecer a compreensão dos processos educativos escolares. No entanto, sabe-se que esta analise consiste em uma tarefa desafiadora e complexa. Não pode haver maior sorte para o pedagogo do que o encontro frequente com naturezas nobres que lhe apresentam aberta e francamente a plenitude da receptividade dos jovens desse modo se manterá aberto o seu espirito e inalteravelmente os seus anseios, convencendo-se possuir na ideia da formação humana o modelo autentico para a sua obra (HERBART. 2003,p.136). O autor com sua pedagogia nos pilares da ética e da psicologia, defendendo que o bom professor precisa seguir cinco passos formais para alcançar êxito na aprendizagem escolar de seus alunos: a preparação, a apresentação do novo argumento, a associação, a integração sistêmica e o método ou aplicação. 2. A educação começa em casa e se estende na escola A intolerância com as diferenças começa em casa, na forma como os filhos são educados. Preconceitos e descriminação são valores que podem ser transmitidos pelos pais, causando a criação um certo conflito interior entre o que e transmitido dentro de casa e o que os educadores tentam corrigir na escola. O que hoje é conhecido como bullyng sempre esteve presente nas escolas e tem como vítima preferida quem apresenta algum tipo de diferença do que e considerado “normal”. Diante da involuntária maldade infantil cabe aos educadores transmitir valores de socialização entre as crianças. A escola tanto pode ser um fator de disseminação quanto um meio eficaz de diminuição do preconceito. A convivência familiar e a maior e a maior oportunidade para a criança apreender uma formação baseada nos princípios morais e nas virtudes. Quando a família tem bons princípios de educação, usando em seu cotidiano formas educadas de lidar uns com os outros, falando num tom de voz tranquilo e baixo, usando as palavras que traduzem educação e delicadeza, como dar bom-dia e boa-noite, pedir por favor, agradecer com um muito obrigada, pedindo licença, dentre várias outras, a criança absorve esses conceitos e os levam por toda vida. É bom lembrar que aquilo que se aprende na infância fica por toda vida, e o que não se aprende quando pequeno fica muito mais difícil de se aprender depois. Um erro comum dos pais e permitir que a criança façam tudo que querem, e quando vão crescendo estes iniciam uma cobrança repentina, chegando a bater nos filhos para corrigi-los. Se tivessem ensinado boas maneiras desde pequeninos, isso não aconteceria, não precisariam chegar a tal extremo. Então, não se deve colocar a responsabilidade da construção da cidadania de um discente na escola e no professor, pois, a educação começa em casa, educar os filhos ensinando-lhes as regras básicas de educação, de boas maneiras e de boa convivência, pois a vida exige esses conceitos e quem não os tem encontra maiores dificuldade no meio social. CONSIDERAÇÕES FINAIS No papel do educador é fundamental que ao se tratar da formação da cidadania do indivíduo especial do discente, considerar como requisito principal a participação efetiva na construção do projeto pedagógico da escola. Partindo desse princípio, o educador na responsabilidade da formação moral dos valores do aluno, devem estes empenhados em apresentar um conhecimento crítico do que está sendo desenvolvido no trabalho em grupo, de forma que venha somar na prática pedagógica. Portanto, é importante que o professor entenda que o lugar que ele ocupa em relação aos seus alunos, não é apenas daquele que ensina, mas sim daquele que deixa marcas no dia de hoje, o professor não é apenas aquele que transmite conhecimento, mais aquele que subsidia o discente, no processo de construção do saber é imprescindível ser um profissional que domine não apenas o conteúdo de seu campo específico, mas também a metodologia e didática eficiente na missão de organizar o acesso ao saber dos alunos e não apenas o saber de determinadas matérias, mas o saber da vida, o saber de ser gente com ética, dignidade, valorização a vida, a cultura é preciso ensinar a ser cidadão, mostrar aos alunos seus deveres e que a responsabilidades sociais devem ser cumpridas por cada um para que todos vivam com dignidade. Professor é um complemento do saber, não é apenas aquele que vai ensinar uma criança, mas é aquele que vai contribuir na construção da cidadania, pois, assim, ajudará no desenvolvimento do intelecto infantil. É importante ser trabalhado o desenvolvimento social, civil e político nas formações iniciais da educação. Só que o professor não poder ser o único a transmitir essa educação, se os pais não ajudarem nessa formação, a criança não vai conseguir se desenvolver adequadamente na sociedade em que vive. Exercer cidadania é ter consciência de seus direitos e deveres, onde, muitos não sabem para que serve o direito e dever. A educação do país começa pela cidadania, sem este processo, o país não avança, sem avançar, não tem democracia. Se for analisar, sem cidadania muitos não estariam dentro de uma sala de aula. É preciso mais esclarecimento sobre o papel do indivíduo na sociedade, cidadania não vem pronta, ela vai se construindo com o passar do tempo. REFERÊNCIAS Como se aprende? Portilho, Evelise Maria Labatut (2009) Artigo A Educação na construção da cidadania, Nadjag, Julho (2012) / 4 páginas (884 palavras) Arroyo, Miguel: Buffa, Ester e Nosello P. Educação e cidadania: quem educa o cidadão? 13 ed. São Paulo: Cortez, 2007. Benevides, Maria Victoria, A cidadania Alíva, São Paulo, Ática, 1991. Freire, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 9, ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. Escola, Educação e Aprendizagem: Trindade, Rui, Cosme, Ariana, (2010).